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UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – UNAERP CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS, NATURAIS E DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA OOppeerraaççõõeess UUnniittáárriiaass 33 TROCADORES DE CALOR Prof. Dr. Murilo Daniel de Mello Innocentini Curso de Engenharia Química Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5681181471077426 RIBEIRÃO PRETO – SP AGOSTO - 2015 2 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 SUMÁRIO PARTE 1 – OBTENÇÃO DE COEFICIENTES DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR 1. Revisão de conceitos de transferência de calor 1.1. Mecanismos de transferência de calor 1.2. Equações para a transferência de calor por condução e convecção 1.2.1 Equação diferencial para a condução de calor: 1.2.2. Lei de condução de Fourier 1.2.3. Lei de resfriamento de Newton 1.2.4. Soluções unidimensionais para placas planas 1.2.5. Soluções unidimensionais para cilindros ocos (tubos) 1.3. Coeficiente global de transferência de calor 1.3.1. Coeficiente global de transferência de calor em placas planas 1.3.2. Coeficiente global de transferência de calor em dutos cilíndricos 2. Grupos adimensionais de transferência de calor e de massa 3. Análise da convecção 3.1. Camada limite 3.2. Número de Prandtl 3.3. Número de Reynolds 3.4. Número de Nusselt 3.5. Temperatura de filme 3.6. Correlações para convecção em escoamento forçado sobre placas planas 3.7. Correlações para coeficiente convectivo (h) em escoamento forçado externo sobre dutos circulares e não circulares em escoamento cruzado 3.8. Equações para obtenção do coeficiente convectivo em escoamento forçado sobre esferas 3.9. Equações para obtenção do coeficiente convectivo em escoamento externo natural 4. Escoamento forçado no interior de dutos 4.1. Camada limite hidrodinâmica e térmica em dutos 4.2. Balanço de energia no duto 4.2.1. Fluxo de calor constante na superfície do duto 4.2.2. Temperatura constante na superfície do duto 4.3. Correlações para o coeficiente convectivo de transferência de calor hi em dutos 4.3.1. Escoamento laminar não desenvolvido (Re < 2300 e L/D < 0,05RePr): 4.3.1.1. Temperatura de parede constante 4.3.1.2. Fluxo de calor constante na parede 4.3.2. Escoamento laminar plenamente desenvolvido (Re < 2300 e L/D > 0,05RePr) 4.3.3. Para escoamento na região de transição (2300 < Re < 10000): 4.3.4. Para escoamento turbulento plenamente desenvolvido (Re > 10000) e L/D > 10: 4.4. Fator de atrito em escoamento plenamente desenvolvido 4.5. Coeficiente convectivo em mudança de fase 4.5.1. Condensação de vapor 4.5.1.1. Placas verticais 4.5.1.2. Condensação de vapor saturado na superfície externa de tubos verticais 4.5.1.4. Condensação de vapor saturado na superfície externa de um banco de tubos 4.5.1.5. Condensação de vapor saturado na superfície externa de esferas 4.5.1.6. Condensação de vapor saturado na superfície interna de tubos horizontais 4.6. Exercícios – Obtenção de coeficientes convectivos 3 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 PARTE 2 – TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM TANQUES AGITADOS 5. Trocadores de calor na Engenharia Química 5.1. Introdução 5.2. Transferência de calor em tanques agitados 5.2.1. Serpentinas 5.2.1.1. Dimensionamento de trocador de calor tipo serpentina helicoidal 5.2.1.2. Fator de atrito em serpentinas helicoidais 5.2.3. Expressões do balanço de energia para regime transiente 5.3. Camisas 5.3.1. Seleção do tipo de camisa 5.3.2. Dimensionamento de camisas 5.3.2.1. Cálculo do coeficiente convectivo dentro do tanque (htanque) 5.3.2.2. Cálculo do coeficiente convectivo dentro da camisa (hcamisa) 5.3.3. Expressões do balanço de energia para regime transiente em camisas 5.3.4. Exercícios - Serpentinas e Camisas PARTE 3 – TROCADORES DE CALOR TIPO DUPLO-TUBO 6. Trocador Duplo-Tubo 6.1. Características gerais 6.2. Dimensionamento do trocador duplo-tubo 6.2.1. Localização dos fluidos no trocador 6.2.2. Velocidade de escoamento recomendada 6.2.3. Elaboração de diagrama com parâmetros conhecidos do trocador 6.3. Balanço de Energia 6.4. Equação de transferência de calor 6.4.1 Cálculo do coeficiente convectivo do lado tubo (ht) 6.4.1.1. Escoamento turbulento (Ret > 2300) 6.4.1.2. Escoamento laminar (Ret < 2300) 6.4.2. Cálculo do coeficiente convectivo do lado anular (ha) 6.4.2.1. Escoamento turbulento (Rea > 2300) 6.4.2.2. Escoamento laminar (Rea < 2300) 6.4.3. Obtenção de temperaturas de saída do trocador duplo-tubo 6.5. Perda de carga no trocador de calor 6.5.1. Queda de pressão no lado tubo 6.5.2. Queda de pressão no lado anular 6.6. Correção de viscosidade pela temperatura de parede 6.7. Etapas do projeto do trocador duplo tubo 6.8. Exercícios – Trocador duplo-tubo PARTE 4 – TROCADORES DE CALOR TIPO CASCO E TUBOS 7. Classificação de trocadores casco-tubo 7.1. Nomenclatura 7.2. Procedimento de dimensionamento 7.2.1. Escolha do tipo de trocador casco-tubo 7.2.2. Escolher o lado em que cada fluido vai (casco ou tubo) 7.2.3. Localização das correntes e preparação de tabela com todos dados de entrada e saída dos fluidos do lado tubo e do lado casco. 7.2.4. Balanço de energia 4 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 7.2.5. Obtenção da Média de temperatura no trocador (TMLDT) 7.2.6. Cálculo do Fator de correção F 7.2.7. Estimativa inicial do coeficiente global de troca térmica (Ue-inicial) 7.2.8. Cálculo da área total de troca térmica (At) 7.2.9. Escolha das dimensões dos tubos do trocador 7.2.10. Escolha do arranjo dos tubos 7.2.11. Estimativa inicial do número de tubos do trocador 7.2.12. Determinação do diâmetro do casco (Ds), número real de tubos no feixe (nt,real), número de passagens no lado tubo (npasse,tubo) 7.2.13. Correção da área de troca real (At,real) e do coeficiente global corrigido (Ue,corrigido) 7.2.14. Determinação das características das chicanas 7.2.16. Cálculo da área interna de cada tubo (at”) 7.2.17. Cálculo da área total interna dos tubos (at) 7.2.18. Cálculo do fluxo mássico do fluido no lado tubo (Gt) 7.2.19. Cálculo do número de Reynolds para o escoamento no lado tubo (Ret) 7.2.20. Cálculo do coeficiente convectivo do lado tubo (ht) 7.2.21. Cálculo do vão livre entre os tubos (C) 7.2.22. Cálculo da área de escoamento no lado casco (as) 7.2.23. Cálculo do fluxo mássico do fluido no lado casco (Gs) 7.2.24. Cálculo do diâmetro equivalente de escoamento no casco (De) 7.2.25. Cálculo do número de Reynolds no escoamento do lado casco (Res) 7.2.26. Cálculo do coeficiente convectivo no lado casco (hs) 7.2.27. Correção para a temperatura de parede 7.2.28. Obtenção dos fatores de incrustação do lado tubo e casco 7.2.29. Cálculo do coeficiente global de transferência de calor (Ue,real) 7.2.30. Cálculo da área necessária para a troca térmica 7.2.31. Comparação da área de troca real e a área necessária do trocador 7.3. Queda de pressão no trocador casco e tubos 7.3.1. Cálculo da velocidade do fluido no lado tubo (vt) 7.3.2. Cálculo do fator de atrito no escoamento do lado tubo (ft) 7.3.3. Queda de pressão no lado tubo 7.3.5. Cálculo do fator de atrito no lado casco (fs) 7.3.6. Cálculo da queda de pressão no lado casco 7.4. Obtenção das temperaturas de saída das correntesdo trocador 7.5. Exercícios – Trocador casco e tubos 8. Bibliografia PARTE 5 – TROCADORES DE CALOR TIPO PLACAS PARTE 6 – ANEXOS PARTE 7 – RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS 5 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 PPAARRTTEE 11 OBTENÇÃO DE COEFICIENTES DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR Wilhelm Nusselt 1882 - 1957 Ludwig Prandtl 1874 - 1953 Osborne Reynolds 1842 - 1912 Lord Rayleigh 1842 - 1919 Jean-Baptiste Biot 1774 - 1862 Franz Grashof 1826 - 1893 Isaac Newton 1642 - 1727 Jean Baptiste J. Fourier 1768 - 1830 6 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 1. Revisão de conceitos de transferência de calor Calor pode ser definido como a forma de energia que é transferida de um sistema a outro como resultado de uma diferença de temperatura. O ramo da ciência que trata das relações entre o calor e outras formas de energia é a Termodinâmica. Seus princípios, como todas as leis da Natureza, baseiam-se em observações e foram generalizados em leis julgadas verdadeiras para todos os processos que ocorrem na natureza, pois nenhuma exceção foi verificada. O primeiro desses princípios, a 1ª Lei da Termodinâmica, afirma que a energia não pode ser criada e nem destruída, somente modificada de uma forma para outra. Essa lei rege quantitativamente todas as transformações de energia, porém não impõe restrições quanto à direção da transformação. Sabemos, pela experiência, entretanto, que não é possível existir um processo cujo único resultado seja a transferência líquida de calor de uma região de temperatura mais baixa para outra de temperatura mais alta. Essa afirmação de um fato experimental é conhecida como 2ª Lei da Termodinâmica. A análise termodinâmica de processos envolvendo a transferência de calor baseia-se apenas nas modificações dos estados de equilíbrio antes e depois da modificação. No entanto, do ponto de vista da engenharia, o problema principal é a determinação da taxa de transferência de calor em uma diferença de temperatura especificada. Para determinar o custo, a viabilidade e o tamanho do equipamento necessário para transferir uma quantidade de calor especificada em um determinado tempo, devemos fazer uma análise detalhada de Transferência de Calor. As dimensões de caldeiras, aquecedores, refrigeradores e trocadores de calor dependem não apenas da quantidade de calor a ser transferida, mas também da taxa na qual o calor é transferido sob determinadas condições. 1.2. Mecanismos de transferência de calor Calor pode ser transferido por três diferentes modos: condução, convecção e radiação. Todos esses modos de transferência de calor requerem a existência de uma diferença de temperatura, e a transferência sempre se dará da região de temperatura maior para aquela com temperatura menor. Condução: é a transferência de energia das moléculas mais energéticas de uma substância para as moléculas menos energéticas, como resultado da interação (contato direto) entre as moléculas. A condução pode ocorrer em sólidos, líquidos e gases. Em gases e líquidos, a condução decorre das colisões e difusão das moléculas durante o seu movimento aleatório. Nos sólidos, a condução decorre da combinação de vibração das moléculas na estrutura atômica e o transporte de energia por elétrons livres. 7 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 Convecção: é o modo de transferência de energia entre uma superfície sólida e o líquido ou gás adjacente que está em movimento. A convecção combina os efeitos da condução com o movimento dos fluidos. Quanto mais rápido for o movimento, maior será a transferência de calor. Na ausência de qualquer movimento, a transferência de calor se dará por pura condução. Radiação: é a energia emitida pela matéria na forma de ondas eletromagnéticas (ou fótons), como resultado das mudanças nas configurações eletrônicas dos átomos ou moléculas. Diferente da condução e convecção, a radiação não requer um meio contínuo para a transferência de calor. Na verdade, a transferência de energia por radiação é mais rápida no vácuo, pois não sofre atenuação pelo contato com a matéria. Nos estudos de engenharia, estamos interessados na radiação térmica, que é a forma de radiação emitida por corpos por causa de sua temperatura. Ela difere das outras formas de radiação, tais como raios-X, raios gama, microondas, ondas de radio, ondas de televisão, que não estão relacionadas à temperatura do corpo. Para o estudo dos trocadores de calor desta disciplina, vamos ficar restritos ao estudo dos parâmetros de transferência de calor por condução e convecção. 1.2. Equações para a transferência de calor por condução e convecção 1.2.1. Equação diferencial para a condução de calor: Coordenadas retangulares: t T1 k q z T y T x T 2 2 2 2 2 2 (1.1) Coordenadas cilíndricas: t T1 k q z TT r 1 r T r rr 1 2 2 2 2 2 (1.2) Coordenadas esféricas: t T1 k qT sen senr 1T senr 1 r T r rr 1 222 2 2 (1.3) 8 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 1.2.2. Lei de condução de Fourier dx dT kAq (1.4) sendo que: k é a condutividade térmica do material [W.m-1.°C-1] A é a área ortogonal à direção do escoamento [m2] dT/dx é o gradiente de temperatura na direção do escoamento [°C.m-1] q é dado no S.I. em [W] 1.2.3. Lei de resfriamento de Newton )TT(hAq menormaior (1.5) sendo que: h é o coeficiente convectivo de transferência de calor [W.m-2.°C-1] A é da superfície exposta à transferência de calor [m2] Tmaior é a temperatura maior [°C] Tmenor é a temperatura menor [°C] q é dado no S.I. em [W] 1.2.4. Soluções unidimensionais para placas planas Considere o seguinte sistema de transferência de calor unidimensional ilustrado na Figura 1. TA hA T1 T2 T3 T4 TB hB Fluido A Fluido B k1 k2 k3 material 1material 1 material 2material 2 material 3material 3 x1 x2 x3 TA hA T1 T2 T3 T4 TB hB Fluido A Fluido B k1 k2 k3 material 1material 1 material 2material 2 material 3material 3 x1 x2 x3 Analogia elétrica: TTAA TT11 TT22 TT33 TT44 TTBB RRconv Aconv A--11 RRcond 1cond 1--22 RRcond 2cond 2--33 RRcond 3cond 3--44 RRconv 4conv 4--BB TTAA TT11 TT22 TT33 TT44 TTBB RRconv Aconv A--11 RRcond 1cond 1--22 RRcond 2cond 2--33 RRcond 3cond 3--44 RRconv 4conv 4--BB Figura 1.1. Esquematização de troca de calor em regime permanente em placa plana. 9 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 sistênciasRe T q global (1.6) kA x Rcond (1.7) hA 1 Rconv (1.8) A Tabela 1.1 apresenta todas as possibilidades para a determinação da taxa de transferência de calor (q) em regime permanente para o sistema unidimensional ilustrado anteriormente. Tabela 1.1. Equaçõespara a taxa de transferência de calor em placa plana mostrada na Figura 1.1. Ah 1 TT q A A1 1A Ah 1 Ak x TT q B3 3 3B B3 Ak x TT q 1 1 12 21 Ak x Ak x Ah 1 TT q 2 2 1 1 A A3 3A Ak x TT q 2 2 23 32 Ak x Ak x Ak x TT q 3 3 2 2 1 1 14 41 Ak x TT q 3 3 34 43 Ah 1 Ak x Ak x TT q B3 3 2 2 2B B2 Ah 1 TT q B 4B B4 Ak x Ak x Ak x Ah 1 TT q 3 3 2 2 1 1 A A4 4A Ak x Ah 1 TT q 1 1 A A2 2A Ah 1 Ak x Ak x Ak x TT q B3 3 2 2 1 1 1B B1 Ak x Ak x TT q 2 2 1 1 13 31 Ah 1 Ak x Ak x Ak x Ah 1 TT q B3 3 2 2 1 1 A AB BA Ak x Ak x TT q 3 3 2 2 24 42 BAB14AB241 3AB342312A B44332211A qqqqq qqqqq qqqqq 10 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 1.2.5. Soluções unidimensionais para cilindros ocos (tubos) Considere o seguinte sistema de transferência de calor em ilustrado na Figura 1.2. TB hB TA hA T2 T3 T4T1 rr11 rr22 rr 33 rr 44 kk33 kk22 kk11 Fluido BFluido B TB hB TA hA T2 T3 T4T1 rr11 rr22 rr 33 rr 44 kk33 kk22 kk11 Fluido BFluido B Analogia elétrica: TTAA TT11 TT22 TT33 TT44 TTBB RRconv Aconv A--11 RRcond 1cond 1--22 RRcond 2cond 2--33 RRcond 3cond 3--44 RRconv 4conv 4--BB TTAA TT11 TT22 TT33 TT44 TTBB RRconv Aconv A--11 RRcond 1cond 1--22 RRcond 2cond 2--33 RRcond 3cond 3--44 RRconv 4conv 4--BB Figura 1.2. Esquematização de troca de calor em regime permanente em dutos cilíndricos. sistênciasRe T q global (1.9) kL2 r r ln R i e cond sendo L = comprimento do duto (1.10) rLh2 1 Rconv sendo L = comprimento do duto (1.11) A Tabela 1.2 apresenta todas as possibilidades para a determinação da taxa de transferência de calor (q) em regime permanente para o sistema unidimensional em duto circular ilustrado anteriormente. 11 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 Tabela 1.2. Equações para a taxa de transferência de calor em duto cilíndrico esquematizado na Figura 1.2. Lr2h 1 TT q 1A A1 1A Lk2 r/rLn Lk2 r/rLn TT q 3 34 2 23 24 42 Lk2 r/rLn TT q 1 12 12 21 Lr2h 1 Lk2 r/rLn TT q 4B3 34 3B B3 Lk2 r/rLn TT q 2 23 23 32 Lk2 r/rLn Lk2 r/rLn Lr2h 1 TT q 2 23 1 12 1A A3 3A Lk2 r/rLn TT q 3 34 34 43 Lk2 r/rLn Lk2 r/rLn Lk2 r/rLn TT q 3 34 2 23 1 12 14 41 Lr2h 1 TT q 4B 4B B4 Lr2h 1 Lk2 r/rLn Lk2 r/rLn TT q 4B3 34 2 23 2B B2 Lk2 r/rLn Lr2h 1 TT q 1 12 1A A2 2A Lk2 r/rLn Lk2 r/rLn Lk2 r/rLn Lr2h 1 TT q 3 34 2 23 1 12 1A A4 4A Lk2 r/rLn Lk2 r/rLn TT q 2 23 1 12 13 31 Lr2h 1 Lk2 r/rLn Lk2 r/rLn Lk2 r/rLn TT q 4B3 34 2 23 1 12 1B B1 Lr2h 1 Lk2 r/rLn Lk2 r/rLn Lk2 r/rLn Lr2h 1 TT q 4B3 34 2 23 1 12 1A AB BA BAB14AB2413AB3 42312AB44332211A qqqqqqq qqqqqqqq 1.3. Coeficiente global de transferência de calor Outra forma de representar a equação da taxa de transferência de calor em um sistema é através do coeficiente global de transferência de calor (U), que engloba todas as resistências térmicas (condutivas e convectivas). Temos as seguintes soluções unidimensionais para placas planas e dutos cilíndricos em regime permanente: 12 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 1.3.1. Coeficiente global de transferência de calor em placas planas Considere o seguinte sistema de transferência de calor em ilustrado na Figura 1.3. TA hA T1 T2 T3 T4 TB hB Fluido A Fluido B k1 k2 k3 material 1material 1 material 2material 2 material 3material 3 x1 x2 x3 TA hA T1 T2 T3 T4 TB hB Fluido A Fluido B k1 k2 k3 material 1material 1 material 2material 2 material 3material 3 x1 x2 x3 Analogia elétrica: TTAA TT11 TT22 TT33 TT44 TTBB RRconv Aconv A--11 RRcond 1cond 1--22 RRcond 2cond 2--33 RRcond 3cond 3--44 RRconv 4conv 4--BB TTAA TT11 TT22 TT33 TT44 TTBB RRconv Aconv A--11 RRcond 1cond 1--22 RRcond 2cond 2--33 RRcond 3cond 3--44 RRconv 4conv 4--BB Figura 1.3. Esquematização de troca de calor em regime permanente em placas planas. A equação de taxa de transferência de calor total no sistema fica: Ah 1 Ak x Ak x Ak x Ah 1 TT q B3 3 2 2 1 1 A AB BA (1.12) Em termos do coeficiente global de transferência de calor (U), e equação pode ser reescrita como: )TT(UAq ABBA (1.13) sendo A a área de transferência e U dado por: BA hk x k x k x h U 11 1 3 3 2 2 1 1 (1.14) 13 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 1.3.2. Coeficiente global de transferência de calor em dutos cilíndricos Considere o seguinte sistema de transferência de calor em ilustrado na Figura 1.4. To ho Ti hi Tp1 Tp2 rr ii rr oo kk Fluido Fluido internointerno Fluido Fluido externoexterno To ho Ti hi Tp1 Tp2 rr ii rr oo kk Fluido Fluido internointerno Fluido Fluido externoexterno Analogia elétrica: TTii TTp1p1 TTp2p2 TToo RRconv conv ii--p1p1 RRcond cond p1p1--p2p2 RRconv conv p2p2--oo TTii TTp1p1 TTp2p2 TToo RRconv conv ii--p1p1 RRcond cond p1p1--p2p2 RRconv conv p2p2--oo Figura 1.4. Esquematização de troca de calor em regime permanente em dutos cilíndricos. oo io ii io oi Ah 1 kL2 r/rLn Ah 1 TT q (1.15) Uma vez que em um duto cilíndrico a área de escoamento interno (Ai) é diferente da área de escoamento externo (Ao), podemos reescrever a equação de taxa com base no coeficiente de transferência em relação às duas áreas (Ui ou Uo). A Tabela 1.3 resume as equações obtidas. Tabela 1.3. Equações para o coeficiente global de transferência de calor em dutos cilíndricos. Baseado na área externa Baseado na área interna )TT(AUq iooooi )TT(AUq ioiioi o ioo i o i o h 1 kL2 r/rLnA A A h 1 1 U o i o ioi i i A A h 1 kL2 r/rLnA h 1 1 U LdA oo ou Lr2A oo LdA ii ou Lr2A ii Se a parede do duto for muito pequena e for desprezível a contribuição da condução: oi oi h 1 h 1 1 UUU 14 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 2. Grupos adimensionais de transferência de calor e de massa A grande dificuldade na aplicação das equações de transferência de calor descritas anteriormente é a obtenção dos coeficientes convectivos (h). Enquanto a condutividade térmica dos materiais (k) é uma propriedade física e é tabelada para cada substância, o coeficiente convectivo depende de vários fatores e equações, muitas delas empíricas. Uma forma de facilitar a obtenção desse coeficiente é através do uso de parâmetros adimensionais. A Tabela 2.1 mostra os principais parâmetros utilizados na transferência de calor e de massa. Tabela 2.1. Grupos adimensionais de transferência de calor e de massa. (F. Incropera,Fundamentos de Transferência de Calor e Massa, Tabela 6.2, pág. 246) 15 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 3. Análise da convecção A convecção é classificada em: - Convecção forçada: o fluido movimenta-se sobre a superfície ou dentro de um duto graças a uma força motriz mecânica (soprador, bomba, etc...) - Convecção natural ou livre: o fluido é movimentado por uma diferença de densidade entre suas partes; o menos denso (quente) sobe e o mais denso (frio) desce. 3.1. Camada limite Quando um fluido flui sobre uma superfície plana, observa-se a formação de uma camada que sofre alterações de velocidade decorrentes da presença da borda da placa (Figura 3.1). A região acima da placa na qual os efeitos viscosos de cisalhamento afetam o perfil de velocidade é chamada Camada Limite de Velocidade. A espessura dessa camada limite () é tipicamente definida como a distância da superfície até o ponto em que: U = 0,99U∞, sendo U a velocidade em qualquer ponto e U∞ a velocidade média do fluido. A linha hipotética na qual U = 0,99U∞ divide assim o escoamento em duas 2 regiões: a camada limite e a região de escoamento invíscido, na qual os efeitos de atrito com a placa são desprezíveis. 16 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 Camada limite Camada limite laminarlaminar Região de Região de transiçãotransição Camada limite Camada limite turbulentaturbulenta Espessura da camada limite, Espessura da camada limite, Camada Camada turbulentaturbulenta Camada amortecedoraCamada amortecedora Subcamada laminarSubcamada laminar Comprimento da placa, LComprimento da placa, L Camada limite Camada limite laminarlaminar Região de Região de transiçãotransição Camada limite Camada limite turbulentaturbulenta Espessura da camada limite, Espessura da camada limite, Camada Camada turbulentaturbulenta Camada amortecedoraCamada amortecedora Subcamada laminarSubcamada laminar Comprimento da placa, LComprimento da placa, L Figura 3.1. Esquematização de camada limite formada sobre placa plana. Da mesma forma, a região de escoamento acima da superfície na qual a variação de temperatura na direção normal à superfície é significante é denominada de Camada Limite Térmica. A espessura da camada limite térmica (T) é definida como a distância da superfície até o ponto em que (T-Ts) = 0,99(T∞-Ts), sendo T a temperatura em qualquer ponto, T∞ a temperatura meda do fluido e Ts a temperatura na superfície da placa. A taxa de transferência de calor por convecção em qualquer lugar da superfície da placa está diretamente relacionada ao perfil térmico da camada limite. 3.2. Número de Prandtl A espessura relativa das camadas limites de velocidade e térmica é descrita pelo parâmetro adimensional conhecido como Número de Prandtl (Pr), definido por: calor de molecular dedifusivida momento de molecular dedifusivida Pr Pr (3.1) sendo: a viscosidade cinemática do fluido: (3.2) a difusividade térmica do fluido: pc k (3.3) Logo: 17 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 f p k c Pr (3.4) sendo a viscosidade do fluido [Pa.s], cp o calor específico do fluido [J/kg.K] e kf a condutividade térmica do fluido [W/m.K]. Esse parâmetro decorre do trabalho de Ludwig Prandtl, que introduziu o conceito de camada limite em 1904. Quando Pr = 1, as camadas limites térmica e de velocidade são coincidentes. A Tabela 3.1 mostra a faixa típica de número de Prandtl para diversos fluidos. Tabela 3.1. Faixa típica de número de Prandtl para diversos fluidos. Fluido Pr Metais líquidos 0,004 a 0,030 Gases 0,7 a 1,0 Água 1,7 a 13,7 Fluidos orgânicos leves 5 a 50 Óleos 50 a 100000 Glicerina 2000 a 100000 3.3. Número de Reynolds Uma outra informação importante sobre a camada limite é a condição do escoamento: laminar ou turbulento. Osborne Reynolds descobriu, nos anos 1880, que o regime de escoamento depende de um parâmetro adimensional conhecido como número de Reynolds: viscosas forças inerciais forças Re UL Re (3.5) sendo: a densidade do fluido, a viscosidade dinâmica do fluido, U a velocidade e L o comprimento característico. O número de Reynolds no qual o escoamento torna-se turbulento é chamado de Número de Reynolds Crítico (Recrit). 18 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 Para tubos: Recrit = 2100 a 2300 Para placas planas: Recrit = 5105 3.4. Número de Nusselt Em estudos de convecção, é prática comum adimensionalizar as equações que governam os fenômenos e combinar as variáveis em números adimensionais. O coeficiente convectivo h é adimensionalizado através do Número de Nusselt (Nu), definido como: k hL Nu (3.6) sendo h o coeficiente convectivo, L um comprimento característico do sistema e kf a condutividade térmica do fluido. O nome desse adimensional deve-se a Wilhelm Nusselt, que fez grande contribuição ao estudo convectivo na primeira metade do século 20. O número de Nusselt representa o aumento da transferência de calor na camada limite decorrente da convecção. Quanto maior for Nu, mais efetiva é a convecção. A determinação do Número de Nusselt pode ser realizada empiricamente e apenas em alguns casos analiticamente. 3.5. Temperatura de filme Para utilizar as expressões empíricas para a determinação do coeficiente convectivo h, é comum considerar que as propriedades físicas do fluido (k, , , cp, ) são constantes.Uma alternativa é calcular essas propriedades na temperatura de uma camada limite média, denominada temperatura de filme: 2 TT T sf (3.7) sendo Ts a temperatura na superfície do corpo e T∞ a temperatura média do fluido. 3.6. Correlações para convecção em escoamento forçado sobre placas planas A Tabela 3.2 mostra as correlações para a determinação de parâmetros na camada limite em uma placa plana. 19 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 Tabela 3.2. Correlações para camada limite em placa plana. Correlação Condição Validade Escoamento Laminar 5,0 xRex5 Valor local 5 x 105Re 3/1 T Pr Valor local 5 x 105Re 3/15,0 xx PrRe332,0Nu Valor local 5 x 105Re 0,6 ≤ Pr ≤ 50 5,0 xx Pe565,0Nu Valor local 5 x 105Re Pr ≤ 0,050 3/15,0 LL PrRe664,0Nu Valor médio 5 L 105Re 0,6 ≤ Pr ≤ 50 Escoamento Turbulento 2,0 xx Rex37,0 Valor local 5 x 8 105Re10 3/1 T Pr Valor local 5 x 8 105Re10 3/18,0 xx PrRe0296,0Nu Valor local 5 L 8 105Re10 0,6 ≤ Pr ≤ 50 3/18,0 LL PrRe037,0Nu Valor médio Placa inteira turbulenta 5 L 8 105Re10 0,6 ≤ Pr ≤ 50 3/18,0LL Pr871Re0371,0Nu Valor médio Placa turbulenta com região laminar 5 L 8 105Re10 0,6 ≤ Pr ≤ 50 Com todas as propriedades calculadas em Tfilme [Tf = (Ts+ T∞)/2]. xU Rex LU ReL k hx Nux k hL NuL k c Pr p PrRePe xx 20 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 3.7. Correlações para coeficiente convectivo (h) em escoamento forçado externo sobre dutos circulares e não circulares em escoamento cruzado Algumas correlações para a obtenção do coeficiente convectivo em escoamento externo sobre dutos são resumidas na Tabela 3.3. Os valores de Re e Nu devem ser obtidos por: DU Re k hD Nu Tabela 3.3. Correlações para a previsão do coeficiente convectivo em escoamento externo perpendicular sobre dutos. (Tabela 7.1, p. 436 – Y. Çengel – Heat Transfer – A Practical Approach) Todas as propriedades devem calculadas em Tfilme [Tf = (Ts+ T∞)/2]. 21 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 3.8. Equações para obtenção do coeficiente convectivo em escoamento forçado sobre esferas (Y. Çengel – Heat Transfer – A Practical Approach, pág. 385) 25,0 s 4,0667,05,0 PrRe06.0Re4,02 k hD Nu (3.8) Com todas as propriedades calculadas em T∞, exceto s, calculado em Ts. Válida para: 80.000 > Re > 3,5 e 380 > Pr > 0,7 3.9. Equações para obtenção do coeficiente convectivo em escoamento externo natural Considere a seguinte esquematização mostrada na Figura 3.2. Força de Força de empuxoempuxo Força de Força de atritoatrito Superfície Superfície quentequente Fluido Fluido friofrio Fluido Fluido quentequente O O número de número de GrashofGrashof ((GrGr) é uma medida da ) é uma medida da magnitude relativa das forças de empuxo e magnitude relativa das forças de empuxo e da força viscosa de oposição (atrito) que age da força viscosa de oposição (atrito) que age sobre o fluido.sobre o fluido. Força de Força de empuxoempuxo Força de Força de atritoatrito Superfície Superfície quentequente Fluido Fluido friofrio Fluido Fluido quentequente Força de Força de empuxoempuxo Força de Força de atritoatrito Superfície Superfície quentequente Fluido Fluido friofrio Fluido Fluido quentequente O O número de número de GrashofGrashof ((GrGr) é uma medida da ) é uma medida da magnitude relativa das forças de empuxo e magnitude relativa das forças de empuxo e da força viscosa de oposição (atrito) que age da força viscosa de oposição (atrito) que age sobre o fluido.sobre o fluido. Camada limite Camada Camada limitelimite Fluido Fluido estacionário a estacionário a TT∞∞ Perfil de velocidadePerfil de velocidade Perfil de Perfil de temperaturatemperatura Perfis típicos de velocidade e de temperatura Perfis típicos de velocidade e de temperatura para escoamento com convecção natural para escoamento com convecção natural sobre uma placa vertical em temperatura sobre uma placa vertical em temperatura TsTs inserida em um fluido em temperatura inserida em um fluido em temperatura TT∞∞.. Camada limite Camada Camada limitelimite Fluido Fluido estacionário a estacionário a TT∞∞ Perfil de velocidadePerfil de velocidade Perfil de Perfil de temperaturatemperatura Perfis típicos de velocidade e de temperatura Perfis típicos de velocidade e de temperatura para escoamento com convecção natural para escoamento com convecção natural sobre uma placa vertical em temperatura sobre uma placa vertical em temperatura TsTs inserida em um fluido em temperatura inserida em um fluido em temperatura TT∞∞.. Figura 3.2. Esquematização de transferência de calor por convecção natural em superfície vertical. O parâmetro adimensional que representa os efeitos da convecção natural é o Número de Grashof (Gr), definido como: 2 3 cs 2 L)TT(g Gr (3.9) 22 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 sendo que: g = aceleração da gravidade [g = 9,8 m2/s] = Coeficiente de expansão volumétrica [1/K]. Para gases ideais, = 1/Tf Lc = Comprimento característico da geometria (comprimento, diâmetro, etc.). Ts = Temperatura na superfície [K] T∞ = Temperatura do fluido longe da superfície [K] = densidade do fluido na temperatura de filme Tf [kg/m3] = viscosidade do fluido na temperatura de filme Tf [kg/m.s] O número de Grashof desempenha o mesmo papel na convecção livre ou natural que o número de Reynolds desempenha na convecção forçada. Assim, o número de Grashof fornece um critério para determinar se o escoamento é laminar ou turbulento durante a convecção natural. Para placas planas, por exemplo, o número de Grashof crítico é cerca de 109. Portanto: Escoamento laminar sobre placas verticais: Gr < 109 Escoamento turbulento sobre placas verticais: Gr > 109 Quando a superfície é exposta a escoamento externo, o problema pode envolver tanto a convecção natural quanto a convecção forçada. A importância relativa de cada modo de transferência de calor é determinada pelo coeficiente Gr/Re2. Gr/Re2 << 1 convecção natural é desprezível e convecção forçada predomina. Gr/Re2 >> 1 convecção natural é domina e convecção forçada é desprezível. Gr/Re2 ≈ 1 ambos modos de transferência são importantes. Outro parâmetro adimensional comumente utilizado em análise de convecção natural é o Número de Rayleigh, definido como: PrGrRa (3.10) Algumas correlações para o escoamento externo natural são resumidas na Tabela 3.4. 23 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 Tabela 3.4. Correlações para coeficiente convectivo em escoamento natural. (Y. Çengel – Heat Transfer – A Practical Approach, cap. 9) 4. Escoamento forçado no interior de dutos Para a análiseconvectiva no interior de dutos, é preciso analisar a existência de regiões de entrada e de escoamento plenamente desenvolvido. Alguns termos são importantes, referentes à nomenclatura de dutos na língua inglesa. Dutos de escoamento de seção circular para o transporte de água são conhecidos como PIPES. Se o duto é de pequeno diâmetro, usa-se o termo TUBE. Para escoamento de gases ou quando a seção transversal não é circular, usa-se o termo DUCT. 24 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 4.1. Camada limite hidrodinâmica e térmica em dutos Considere o escoamento em um tubo circular de raio ro, onde o fluido entra com velocidade uniforme. Sabemos que quando o fluido entra em contato com a superfície, efeitos viscosos tornam- se importantes, e uma camada limite se desenvolve com a posição x. Esse desenvolvimento ocorre às custas do encolhimento da região de escoamento invíscido e termina com a mistura da camada limite na linha de centro. Após essa mistura, os efeitos viscosos se estendem sobre toda a seção transversal e o perfil não mais varia com o avanço de x. Diz-se então que o escoamento é plenamente desenvolvido, e a distância da entrada na qual essa condição é alcançada é denominada de comprimento de entrada hidrodinâmico (Lh). O perfil de velocidade plenamente desenvolvido é parabólico em um escoamento laminar em duto circular. Para o escoamento turbulento, o perfil é plano (pistonado), devido à mistura na direção radial (Figura 4.1). Figura 4.1. Desenvolvimento da camada limite hidrodinâmica para escoamento laminar em tubo circular. O parâmetro que define se o escoamento no interior de um duto é laminar ou turbulento é o número de Reynolds, definido genericamente como: hm Dv Re (4.1) sendo que é a densidade do fluido, é a viscosidade do fluido, vm é a velocidade média na seção transversal do duto e Dh é o diâmetro hidráulico, definido como: P A4 Dh (4.2) 25 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 sendo que A é a área da seção transversal e P o perímetro da seção transversal do duto. A definição do diâmetro hidráulico para algumas seções transversais típicas de dutos é apresentada na Figura 4.2. Duto retangular:Duto retangular: Duto quadrado:Duto quadrado: Tubo circular:Tubo circular: Duto retangular:Duto retangular: Duto quadrado:Duto quadrado: Tubo circular:Tubo circular: Figura 4.2. Algumas definições úteis de diâmetro hidráulico para dutos. A transição de escoamento laminar para turbulento ocorre para dutos circulares em: Escoamento laminar Re < 2300 Escoamento de transição 2300 < Re < 10000 Escoamento turbulento Re > 10000. Para efeito de cálculo, porém, adota-se o valor para início de turbulência como sendo Re > 2300. O comprimento hidrodinâmico de entrada (Lh) pode ser calculado por: Escoamento laminar ReD05,0Lh (4.3) Escoamento turbulento D10Lh (4.4) Da mesma forma que a camada limite hidrodinâmica, há uma região de entrada em que os efeitos da camada limite térmica são sentidos (Figura 4.3). 26 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 LLhh LLhh Figura 4.3. Desenvolvimento de camada limite térmica em duto circular aquecido. O comprimento da região térmica de entrada (Lt) pode ser calculado por: Escoamento laminar PrReD05,0Lt (4.5) Escoamento turbulento D10Lt (4.6) O número de Prandtl na Equação (4.5) deve ser calculado na temperatura média na seção transversal na região de entrada. 4.2. Balanço de energia no duto Uma vez que o escoamento em um duto é completamente limitado em seu interior, um balanço de energia pode ser aplicado para determinar como a temperatura média do fluido varia com a posição x ao longo do tubo e como a transferência de calor total por convecção (qconv) é relacionada com as diferenças de temperatura na entrada e na saída do duto. Duas situações serão analisadas. O balanço de energia no fluido que escoa pelo duto fornece no regime permanente: fsfep TTwcq (4.7) sendo w a vazão mássica, cp o calor específico médio do fluido, Tfe e Tfs as temperaturas de entrada e de saída do fluido, respectivamente. Por outro lado, todo o calor transferido pelo fluido ou para o fluido provém de troca térmica com as paredes do duto e com o meio adjacente. Assim: TAUTAUq ooii (4.8) 27 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 Sendo Uo e Ui dados pelas equações da Tabela 1.3. Lembre-se que se a espessura da parede do duto for muito pequena, então, pela Tabela 1.3: oi oi h 1 h 1 1 UUU 4.2.1. Fluxo de calor constante na superfície do duto Este caso é ilustrado na Figura 4.4. Tfe Tpe q” = constante TfsTfe Tfs Tp Tf Tp -Tf = q”/h Figura 4.4. Perfis de temperatura na parede (Tp) e no fluido (Tf) para situação com fluxo de calor constante na parede externa do duto. O fluxo de calor é constante em toda a superfície do duto e a taxa de transferência de calor (q) pode ser avaliada lembrando que o calor conduzido pelo fluido é transferido por convecção para o meio adjacente. Assim, para fluxo constante na parede: iA"qq (4.9) pspeiiiconv TTLPUL.P"qq (4.10) De (4.8) e (4.10) p i fefs wc LP"q TT (4.11) 28 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 sendo: Tpe = temperatura da parede na entrada do duto (°C ou K) Tps = temperatura da parede na saída do duto (°C ou K) Tfs = temperatura do fluido na saída do duto (°C ou K) Tfe = temperatura do fluido na entrada do duto (°C ou K) q” = fluxo constante de calor (W/m2) Pi= perímetro interno da seção transversal (m) L = comprimento do duto (m) w = vazão mássica de fluido que entra no duto (kg/s) hi = coeficiente convectivo dentro do duto (W/m 2K) cp = calor específico do fluido (J/kg.K) 4.2.2. Temperatura constante na superfície do duto Este caso é ilustrado na Figura 4.5. Tfe Tp Tp = constante Tp - Tf TTf f aproximaaproxima--se de Tse de Tpp assintoticamenteassintoticamente TTee TTss Tp = constante TfsTfe Tf Tfe Tp Tp = constante Tp - Tf TTf f aproximaaproxima--se de Tse de Tpp assintoticamenteassintoticamente TTee TTss Tp = constante TfsTfe Tf Figura 4.5. Perfis de temperatura na parede (Tp) e no fluido (Tf) para situação com temperatura constante na parede externa do duto. A temperatura na parede Tp é constante em toda a extensão do duto, e tem-se os seguintes parâmetros calculados: Tpe = Tps = Tp = constante (4.12) MLDTiiconv TLPhq (4.13) 29 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 sendo que Ui é o coeficiente global de transferência de calor baseado na área interna do duto e TMLDT é a média logarítmica da diferença de temperatura, calculada por: fep fsp fepfsp e s es MLDT TT TT ln TTTT T T ln TT T (4.14) i pii i feppfs h cwLP expTTTT (4.15) Ou: i pii i fefs U cw LP expTTTT (4.15b) sendo: Tp = temperatura da parede do duto (°C ou K) Tfs = temperatura do fluido na saída do duto (°C ou K) Tfe = temperatura do fluido na entrada do duto (°C ou K) q” = fluxo constante de calor (W/m2) Pi= perímetro da seção transversal (m) L = comprimento do duto (m) wi = vazão mássica de fluido que entra no duto (kg/s) hi = coeficiente convectivo baseado na área interna do duto (W/m 2K) Ui = coeficiente global baseado na área interna do duto (W/m 2K) cpi = calor específico do fluido que entra no duto (J/kg.K) 4.3. Correlações para o coeficiente convectivo de transferência de calor hi em dutos Existem inúmeras correlações na literatura para prever o coeficiente convectivo de transferência de calor no interior de dutos. Apresentaremos a seguir as mais utilizadas. 4.3.1. Escoamento laminar não desenvolvido (Re < 2300 e L/D < 0,05RePr): 4.3.1.1. Temperatura de parede constante 8,0 i PrRe)L/D(016,01 PrRe)L/D(104,0 66,3 k Dh Nu (4.16) 30 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 Outra opção é a correlação de Sieder-Tate: 14,0 p 3/1 i ii D/L PrRe 86,1 k Dh Nu (4.17) válida para 0,48 < Pr < 16700; 0,0044 < (/p) < 9,75. 4.3.1.2. Fluxo de calor constante na parede 1 )L/DPr(Re0011,0 1 LnPrRe)L/D(036,036,4 k Dh Nu i i ii (4.18) 4.3.2. Escoamento laminar plenamente desenvolvido (Re < 2300 e L/D > 0,05RePr) Tabela 4.1. Número de Nusselt para escoamento laminar plenamente desenvolvido (tanto térmica quanto fluidodinamicamente). Nu = hiDh/k, Dh = 4AiPi , Re = vDh/ 31 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 para espaço anular (tubos concêntricos): 467,0io 8,0 io 5,0 io8,0 io io L/)DDPr(Re0117,01 L/)DDPr(Re))D/D(14,0(191,0 )D/D(2,166,3 k )DD(h Nu (4.19) sendo Do o diâmetro externo do tubo interno e Di o diâmetro interno do tubo externo. 4.3.3. Para escoamento na região de transição (2300 < Re < 10000): 3/2 14,0 p 3/13/2 )L/D(1Pr125Re116,0Nu (4.20) 4.3.4. Para escoamento turbulento plenamente desenvolvido (Re > 10000) e L/D > 10: Quando há pequena ou moderada variação de temperatura (Equação de Dittus-Boelter - Kreith p. 356): n8,0 PrRe023,0Nu (4.21) Sendo n = 0,4 no aquecimento do fluido n = 0,3 no resfriamento do fluido válida para 0,5 ≤ Pr ≤ 120; 6000 < Re < 107. - Quando há grande variação de temperatura (Equação de Sieder-Tate – Kreith p.356): 14,0 p 3/18,0 PrRe027,0Nu (4.22) válida para 0,7 ≤ Pr ≤ 16700; 6000 < Re < 107. As propriedades físicas para uso nas equações (1) a (19) devem ser calculadas na temperatura média de fluido: 2 TT T fsfemédia,f (4.23) Exceto as propriedades de parede, que devem ser calculadas na temperatura média de parede: 2 TT T pspe média,p (4.24) 32 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 4.4. Fator de atrito em escoamento plenamente desenvolvido Em muitas situações para a determinação do coeficiente de transferência de calor por convecção, será útil o conhecimento do fator de atrito, que normalmente é usado na determinação da perda de carga nos dutos. Basicamente, o fator de atrito f é obtido graficamente no diagrama de Moody (Figura 4.6) com o conhecimento da rugosidade do duto (Tabela 4.2). Figura 4.6. Diagrama de Moody (Chemical Engineering Fluid Mechanics, Ron Darby). Tabela 4.2. Rugosidade () de dutos comerciais (http://www.engineeringtoolbox.com/major-loss-ducts-tubes- d_459.html). 33 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 Correlações empíricas também podem ser usadas para o cálculo do fator de atrito f em dutos. A mais abrangente delas é a de Swamee-Jain, que engloba tanto o regime laminar quanto o turbulento: 125,0 16 6 i 9,0 ih 8 i Re 2500 Re 74,5 D7,3 Ln5,9 Re 64 f (4.16) sendo a rugosidade absoluta do duto, Dh o diâmetro hidráulico do duto e Re o número de Reynolds do escoamento. As propriedades para o cálculo de Rei são baseadas na temperatura média do fluido. Em situações em que há variação significativa das propriedades do fluido ao longo do escoamento, o fator de atrito (f) deve ser corrigido também. As seguintes expressões são recomendadas por Lienhard (A Heat Transfer Textbook, pg. 361) para o cálculo do fator de atrito corrigido (fcor): Para líquidos (com 0,5 < /p < 3): 6 7 ff p cor para Tp > Tf,média (4.17) 24,0 p cor ff para Tp < Tf,média (4.18) Para gases (com 0,27 < /p < 2,7): 52,0 p cor ff para Tp > Tf,média (4.19) 38,0 p cor ff para Tp < Tf,média (4.20) 34 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 4.5. Coeficiente convectivo em mudança de fase Em muitas situações práticas, a transferência de calor em um trocador ocorre pela vaporização de um liquido ou ela condensação de vapores. As principais correlações são apresentadas a seguir. 4.5.1. Condensação de vapor A taxa de transferência de calor em regime permanente na condensação de um vapor saturado em temperatura Tsat sobre uma superfície em temperatura média de parede Tp é calculada por: )TT(Ahq psatcond (4.21) Sendo A a área da superfície do corpo na qual a condensação ocorre e hcond o coeficiente convectivo de condensação do fluido. Por outro lado, a taxa de transferência de calor do vapor que se condensa para a superfície é obtida pelo balanço de energia por: * cwq (4.22) Sendo wc a vazão de vapor que se condensa (kg/s) e * a entalpia modificada de vaporização do líquido (J/kg), calculada por: )TT(cp68,0 psatL * (4.23) Sendo: = entalpia de vaporização do líquido na temperatura Tsat (J/kg) cpL = calor específico do líquido condensado, na temperatura de filme (Tsat+Tp)/2 (J/kgK) Das equações (4.22) e (4.23) pode-se prever a vazão de condensado (wc): * psatcond c )TT(Ah w (4.24) 35 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 4.5.1.1. Placas verticais O coeficiente convectivo para a condensação de vapor sobre uma superfície depende da orientação geométrica e do regime do escoamento, conforme ilustrado na Figura 4.7. Figura 4.7.Regimes de escoamento em condensação sobre placa vertical (Çengel, Heat Transfer: a practical approach, Chap. 10, pg. 534). a) Para regime laminar sem ondulações (wave-free) (Re < 30) 25,0 psatL 3 L * VLL cond H)TT( k)(g 943,0h (4.25) Sendo: hcond = coeficiente convectivo de condensação (W/m 2K) g = aceleração da gravidade (g = 9,8 m/s2) L = densidade do líquido condensado na temperatura de filme: (Tsat+Tp)/2 (kg/m3) V = densidade do vapor na temperatura de saturação, Tsat (kg/m3) L = viscosidade do líquido condensado, na temperatura de filme: (Tsat+Tp)/2 (Pa.s) kL = condutividade térmica do líquido condensado, na temperatura de filme: (Tsat+Tp)/2 (W/mK) H = altura do filme condensado (m) A Equação (4.25) é válida para: 30 h3 k4 3 )(g4 Re 3 cond L 2 L VLL (4.26) 36 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 b) Para regime laminar com ondulações (wavy) (30 < Re < 1800) 3 1 2 L 2 L 22,1 L cond g 2,5Re08,1 kRe h (4.27) Sendo Re obtido por: 820,0 3/1 2 L 2 L * L psatL g)TT(Hk70,3 81,4Re (4.28) c) Para regime turbulento (Re > 1800) 3/1 2 L 2 L 75,05,0 L cond g )253(RePr588750 kRe h (4.29) Sendo Re obtido por: 3/4 5,0 3/1 2 L 2 L * L psat 5,0 L 253Pr151 g)TT(PrHk0690,0 Re (4.30) A Figura 4.8 mostra graficamente os perfis típicos do coeficiente convectivo adimensionalizado em condensação sobre placas verticais em função do número de Reynolds. Eq (4.25) Eq (4.27) Eq (4.29) Figura 4.8. Coeficiente convectivo adimensionalizado para condensação em placas verticais. 37 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 4.5.1.2. Condensação de vapor saturado na superfície externa de tubos verticais As equações (4.25), (4.27) e (4.29) podem ser aplicadas para tubos verticais desde que o diâmetro do duto seja muito maior que a espessura do filme de condensado. Neste caso, substitui-se H (altura da placa) por LT (comprimento do tubo) nas equações. 4.5.1.3. Condensação de vapor saturado na superfície externa de um tubo horizontal 25,0 psatL 3 L * VLL cond D)TT( k)(g 725,0h (4.31) Sendo D o diâmetro externo do tubo. 4.5.1.4. Condensação de vapor saturado na superfície externa de um banco de tubos horizontais A troca térmica durante a condensação sobre um duto não é influenciada pela presença de outros tubos, a não ser que haja gotejamento de um tubo sobre outro. O coeficiente convectivo para uma fileira horizontal de N tubos (hcond, N tubos) é relacionado ao coeficiente de um único tubo (hcond, 1 tubo) por: tubo 1 cond,4/1tubos N cond, hN 1 h (4.32) Sendo hcond, 1 tubo obtido pela equação (4.31) 4.5.1.5. Condensação de vapor saturado na superfície externa de esferas 25,0 psatL 3 L * VLL cond D)TT( k)(g 815,0h (4.33) Sendo D o diâmetro da esfera. 38 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 4.5.1.6. Condensação de vapor saturado na superfície interna de tubos horizontais 25,0 psatL psatL 3 LVLL cond )TT(cp 8 3 )TT( k)(g 555,0h (4.34) 4.6. Exercícios – Obtenção de coeficientes convectivos 1. (Exercício 8.2 – Incropera) Qual é a queda de pressão associada com água a 27°C escoando com uma velocidade média de 0,2 m/s através de um tubo com 600 m de comprimento, de ferro fundido, com 0,15 m de diâmetro interno? O escoamento é plenamente desenvolvido? (R: f 0,027; P = 2154 Pa). 2. (Exercício 8.4 – Incropera) Considere um tubo circular de diâmetro de 25 mm através do qual mercúrio líquido, água ou óleo de motor a 27°C pode escoar em vazão de 0,03 kg/s. Determine a velocidade, o comprimento hidrodinâmico de entrada e o comprimento térmico de entrada para cada um dos fluidos. Obtenha as propriedades dos fluidos no Apêndice 5 do Incropera. (R: óleo: [v = 0,069 m/s; Lh = 0,0039 m; LT = 25,2 m]; mercúrio: [v = 0,0045 m/s; Lh = 1,257 m; LT = 0,031 m]; água: [v = 0,061 ms; Lh = 2,234 m; LT = 13,02 m]). 3. (Exercício 8.5 – Incropera) Um resfriador de óleo de motor consiste em um feixe de 25 tubos lisos, cada um com comprimento de 2,5 m e diâmetro de 10 mm. Se óleo a 300K e uma vazão total de 24 kg/s se encontra em escoamento plenamente desenvolvido nos tubos, quais são a queda de pressão e a potência de bombeamento necessária? (R: Re = 258; f 0,248; P = 5,38106 Pa, P = 146 kW). 4. (Exercício 8.22 – Incropera) Óleo de motor escoa a uma vazão de 0,02 kg/s através de um tubo de 3 mm de diâmetro e 30 m de comprimento. A temperatura de entrada do óleo é de 60°C, enquanto a temperatura da parede é mantida a 100°C por meio da condensação de vapor na sua superfície externa. Estime o coeficiente médio de transferência de calor convectivo para o escoamento interno. Determine a temperatura de saída do óleo. (R: Nu = 4,83; h = 222 W/m2K; Tfs = 90,9°C). 5. (Exercício 8.23 – Incropera) Óleo de motor é aquecido através do escoamento em um tubo circular de diâmetro 50 mm e comprimento 25 m, e cuja superfície é mantida a 150°C. Se a vazão e a temperatura do óleo na entrada do tubo são 0,5 kg/s e 20°C, qual é a temperatura de saída do óleo? Qual é a taxa de transferência de calor (q) para o tubo? (R: Re = 398; Nu = 11,95; h = 33 W/m2K; Tfs = 35°C; q = 15980 W). 6. (Exercício 8.26 – Incropera) Etileno glicol escoa a 0,01 kg/s em um tubo delgado de 3 mm de diâmetro. O tubo tem forma de serpentina e é submerso em banho agitado de água mantido a 25°C. Se o fluido entra no tubo a 85°C, quais são a taxa de transferência de calor e o comprimento do tubo necessários para o fluido sair a 35°C? (R: q = -1281 W; Re = 813; Nu = 3,66; h = 317 W/m2K; A = 0,1448 m2; L = 15,4 m). 7. (Exercício 8.34 – Incropera) Água escoa a 2 kg/s através de um tubo de 40 mm de diâmetro e 4 m de comprimento. A água entra no tubo a 25°C e a temperatura na superfície é de 90°C. Qual é a temperatura de saída da água? Qual é a taxa de transferência de calor para a água? (R: Re = 1,21x105; h = 7064 W/m2K; Tfs = 47,5°C; q = 188 kW). 39 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 8. (Exercício 8.39 – Incropera) Ar atmosférico entra em um duto de aquecimento sem isolamento de 10 m de comprimento e 150 mm de diâmetro a 60°C e 0,04 kg/s. A temperatura da superfície do dto é aproximadamente constante e igual a 15°C. Quais são a temperatura de saídqa do ar, a taxa de transferência de alor e a queda de pressão para essas condições? (R: Re = 17965; h = 9,44 W/m2K; Tfs = 29,9°C; q = -1212 W; P = 4,03 Pa). 9. (Exercício 8.43 – Incropera) A superfície de um tubo delgado de diâmetro de 50 mm é mantida a 100°C. Em um caso, o ar está em escoamento cruzado sobre o tubo com uma temperatura de 25°C e velocidade de 30 m/s. Emoutro caso, o escoamento de ar é plenamente desenvolvido dentro do tubo com uma temperatura de 25°C e velocidade média de 30 m/s. Compare o fluxo de calor do tubo para o ar nos dois casos. (R: a) escoamento externo: Re = 9,55x104; Nu = 223; h = 116,4 W/m2K; q” = 8,13 kW/m2; b) escoamento interno: Re = 9,55x104; Nu = 193; h = 101 W/m2K; q” = 7,58 kW/m2). 10. (Exercício 8.44 – Incropera) Água de resfriamento escoa através de um tubo delgado de diâmetro 25,4 mm de um condensador de vapor a 1 m/s, e uma temperatura de superfície de 350 K é mantida pela condensação do vapor. A temperatura de entrada da água é de 290 K, e o comprimento dos tubos é de 5 m. Qual é a temperatura de saída da água? Avalie as propriedades da água a uma temperatura média presumida de 300 K. (R: Re = 29618; Nu = 176; h = 4248 W/m2K; Tfs = 50°C). 11. (Exercício 8.47 – Incropera) Ar a 200 kPa entra em um tubo delgado de 2 m de comprimento e 25 mm de diâmetro, a 150°C e 6 m/s. Vapor a 20 bar condensa na superfície externa do tubo. Determine a temperatura do ar na saída do tubo, a queda de pressão e a taxa de transferência de calor. (R: Re = 9143; Nu = 29,12; hi = 43,4 W/m2K; Tfs = 198°C; P = 71,1 Pa; q = 221 W). 12. (Exercício 8.52 – Incropera) Freon é transportado a 0,1 kg/s e 240 K através de um tubo de teflon de diâmetro interno 25 mm e diâmetro externo 28 mm, enquanto ar atmosférico a 25 m/s e 300 K escoa em corrente cruzada sobre o tubo. Qual é o calor transferido no sistema. Dica: obtenha o coeficiente global de T.C. (U) e não despreze nenhuma resistência. (R: hi = 240 W/m2K; ho = 131 W/m2K, q’ = 312 W/m). 13. (Exercício 8.53 – Incropera) Óleo a 150°C escoa lentamente em um tubo longo de parede fina de 30 mm de diâmetro interno. O tubo é mantido em um ambiente para o qual a temperatura do ar é de 20°C e o coeficiente de convecção na superfície externa é 11 W/m2K. Estime a perda de calor por unidade de comprimento de tubo. (R: Nu = 3,66; hi = 16,2 W/m2K; q’ = 80,2 W/m). 14. (Exercício 8.57 – Incropera) Água com uma vazão de 0,215 kg/s é resfriada de 70°C para 30°C através da passagem em um tubo de parede fina e diâmetro de 50 mm, com manutenção de um fluido refrigerante a 15°C em escoamento cruzado sobre o tubo. (a) Qual o comprimento necessário do tubo se o refrigerante for ar a 20 m/s? (b) qual o comprimento do tubo se o refrigerante for água a 2 m/s? (R: Rei = 9991; Nui = 52,9; hi = 680 W/m2K; a) ar: Nuo = 158,7; ho = 83,5 W/m2K; U = 74,4 W/m2K; L = 100 m; b) água: Nuo = 527,3; ho = 6465 W/m2K; U = 615,3 W/m2K; L = 12 m). 15. (Exercício 8.62 – Incropera) Um tubo de parede fina com diâmetro de 6 mm e 20 m de comprimento é utilizado para transportar gás de exaustão de uma chaminé até um laboratório para análise. O gás entra no tubo a 200°C com uma vazão de 0,003 kg/s. Ventos de outono à temperatura de 15°C sopram diretamente sobre o tubo a uma velocidade de 5 m/s. Considere as propriedades termofísicas do gás de exaustão como sendo as do ar. A) Estime o coeficiente médio de transferência de calor por convecção para o gás escoando no interior do duto. B) Estime o coeficiente de transferência de calor por convecção para o ar escoando sobre o duto. C) Estime o coeficiente global de transferência de calor U. Estime a temperatura de chegada do gás de exaustão quando ele chega ao laboratório. (R: hi = 409 W/m2K; ho = 97,5 W/m2K; U = 78,8 W/m2K; Tfs = 15°C). 40 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 16. (Exercício 4.1. – Kreith) Calcule o número de Reynolds para o escoamento sobre um tubo a partir dos seguintes dados: D = 6 cm, U∞ = 1,0 m/s, = 300 kg/m3, = 0,04 N.s/m2. [R: Re = 450]. 17. (Exercício 4.2 – Kreith) Calcule o número de Prandtl para o escoamento sobre um tubo a partir dos seguintes dados: cp = 0,5 BTU/lbm°F, k = 2 BTU/h.ft°F, = 0,3 lbm/ft.s. [R: Pr = 270]. 18. (Exercício 4.3 – Kreith) Calcule o número de Nusselt para o escoamento sobre uma esfera com D = 6 pol., k = 0,2 W/m.K, h = 18 BTU/h.ft2°F. [R: Nu = 78]. 19. (Exercício 4.4 – Kreith) Calcule o número de Stanton para o escoamento sobre um tubo a partir dos seguintes dados: D = 10 cm, U∞ = 4 m/s, = 13000 kg/m3, = 1x10-3 Pa.s, cp = 140 J/kg.K, h = 1000 W/m2K. [R: St = 1,3710-4]. 20. (Exercício 4.22 – Kreith) Ar a 20°C e 1,0 m/s escoa entre duas placas planas paralelas, separadas por 5 cm. Calcule a distância em x a partir da entrada até o ponto no qual as camadas- limites hidrodinâmicas se encontram. [R: x = 1,59 m; Re = 1105- escoamento laminar]. 21. (Exercício 4.29 – Kreith) Hidrogênio a 15°C e à pressão de 1 atm escoa ao longo de uma placa plana a uma velocidade de 3 m/s. Se a placa tiver largura de 0,3 m e comprimento de 0,3 m, com temperatura de 71°C, calcule as quantidades em x = 0,3 m: a) espessura da camada limite hidrodinâmica; b) espessura da camada limite térmica; c) coeficiente local de transferência de calor por convecção; d) coeficiente médio de transferência de calor por convecção; e) taxa de transferência de calor. Considere que na tempeatura de filme (43°C): = 119,910-6 m2/s, Pr = 0,709, = 0,07811 kg/m3, k = 0,190 W/m.K. [R: a) = 1,7 cm; b) T = 1,91 cm; c) hlocal = 16,2 W/m2°C; d) hmédio = 32,4 W/m2K; e) q = 163 W]. 22. (Exercício 4.31 – Kreith) Determine a taxa de perda de calor em BTU/h da parede de um edifício, resultante de um vento de 10 mph soprando horizontalmente paralelo à superfície. A parede tem 80 ft de comprimento e 20 ft de altura, sua temperatura superficial é de 80°F e a temperatura do ar ambiente é de 40°F. [R: a) Re = 7,12106 - região de mistura; h = 1,61 BTU/h.ft2°F (10,24 W/m2K); q = 1,03105 BTU/h (33876,9 W)]. 23. (Exercício 7.2 – Incropera) Óleo de motor a 100°C e velocidade de 0,1 m/s escoa sobre ambas as superfícies de uma placa plana de 1 m de comprimento mantidas a 20°C. Determine: a) a espessura das camadas-limite hidrodinâmica e térmica no bordo de saída; b) os coeficientes de transferência de calor local no bordo de saída e também o valor médio na placa; c) a taxa de transferência de calor na placa inteira (por unidade de largura). Considere que para óleo de motor na temperatura de filme (Tf = 333 K): ρ = 864 kg/m3, ν = 86,1 × 10-6 m2/s, k = 0,140 W/m⋅K, Pr = 1081. [R: a) = 0,147 m; T = 0,0143 m; b) hlocal = 16,25 W/m2°C; hmédio = 32,5 W/m2K; e) q/L= -5200 W/m]. 24. (Exemplo 7.1 Incropera, pg. 276) Ar a uma pressão de 6 bar e temperatura de 300°C escoa com uma velocidade de 10 m/s sobre uma placa plana de comprimento 0,5 m. Determine a taxa de resfriamento por unidade de largura da placa necessária para manter a temperatura superficial a 27°C. Considere que para a temperatura de filme, valem as propriedades: k = 36,410-3 W/mK, = 30,8410-6 m2/s, Pr = 0,687. [R: Nu = 57,4; h = 4,18 W/m2K; q = 570 W/m]. 25. (Exemplo 7.5 Incropera, pág. 284) Um filme plástico decorativo sobre uma esfera de cobre de 10 mm de diâmetro é curado em um forno a 75°C. Com a remoção do forno, a esfera encontra-se sujeita a uma corrente de ar a 1 atm e 23°C com velocidade de 10 m/s. estime quanto tempo levará para que a esfera resfrie para 35°C. Considere válida a análise concentrada. Considere para o cobre: k = 399 W/m.K, cp = 387 J/kg.K, = 8933 kg/m3. [R: Nu = 47,4; Bi = 5,110-4; h = 122 W/m2K; t = 69,2 s]. 41 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 26. (Exercício 7.42 – Incropera) Um tubo circular de 25 mm de diâmetro externo é colocado em uma corrente de ar a 25°C e 1 atm de pressão. O ar move-se em escoamento cruzado sobre o tubo a 15 m/s, enquanto a superfície externa do tubo é mantida a 100°C. Qual a taxa de transferência de calor do tubo porunidade de comprimento? [R: h = 88 W/m2.K; q/L = 520 W/m]. 27. (Exercício 7.57 – Incropera) Considere que uma pessoa pode ser aproximada como um cilindro de 0,30 m de diâmetro e 1,80 m de altura com uma temperatura na superfície de 24°C. Calcule a perda de calor do corpo quanto essa pessoa encontra-se exposta a um vento de 15 m/s e temperatura de -5°C. [R: Nu = 511; h = 40,4 W/m2.K; q = 1988 W]. 28. (Exercício 7.65 – Incropera) Água a 20°C escoa sobre uma esfera de 2 cm de diâmetro com uma velocidade de 5 m/s. A superfície da esfera está a inicialmente a 60°C. Qual a taxa de transferência de calor inicial da esfera? [R: Nu = 673; h = 20300 W/m2.K; q = 1020 W]. 29. (Exercício 7.68 – Incropera) Ar atmosférico a 25°C e velocidade de 0,5 m/s escoa sobre uma lâmpada incandescente de 50 W cuja temperatura é de 140°C. O bulbo da lâmpada pode ser aproximado para uma esfera de 50 mm de diâmetro. Qual a taxa de perda de calor por convecção para o ar? [R: Re = 1591, h = 11,4 W/m2.K; q= 10,3 W]. 30. (Exercício 9.10 – Incropera) Determine o coeficiente médio de transferência de calor por convecção (natural) para paredes verticais com 2,5 m de altura de uma residência, tendo temperatura do ar interior de 27°C e temperatura exterior da parede de 37°C. [R: Ra = 1,3201010; Nu = 275,8; h = 2,94 W/m2.K]. 31. (Exercício 9.16 – Incropera) O noticiário vespertino de uma rede de televisão, em uma notícia de pesquisa sobre hiportermia, alegou que a perda de calor de um corpo é 30 vezes mais rápida em água a 10°C do que no ar à mesma temperatura. Essa é uma declaração realista? Considere um que o corpo humano possa ser representado por cilindro de 0,30 m de diâmetro e 1,80 m de altura. [R: qágua/qar = hágua/har. Para água: Ra = 9,6431011; Nu = 978,9; hágua = 328 W/m2.K; para ar: Ra = 5,228109; Nu = 173,4; har = 2,82 W/m2.K – Logo hágua/har. = 117, e assim a perda é 117 vezes maior, e não 30 vezes!!!!]. 32. Uma das maneiras de se manter a temperatura de casas agradável em locais muito quentes, é aumentar o pé direito e colocar uma janela de ventilação na parede próxima ao teto. Por quê? 33. (Exemplo 8.1. Solving Problems in Food Engineering, pg. 71) Água flui no interior de um duto de 4,75 cm de diâmetro interno a uma velocidade de 1,5 m/s. A temperatura da água na entrada do duto é de 60°C e na saída é de 40°C. Se a temperatura na parede interna do duto é de 35°C, calcule o coeficiente convectivo de transferência de calor (hi). [R: Tf,média = 50°C; Re = 128224; Pr = 3,54; Nu = 411,7; h = 5538 W/m2.K]. 34. (Exemplo 8.2. Solving Problems in Food Engineering, pg. 74) Xarope de glicose flui em um duto de 2,3 cm de diâmetro em uma vazão de 40 L/min, enquanto vapor de água se condensa na superfície externa do duto. O xarope é aquecido de 50°C para 70°C, enquanto que a temperatura da parede interna é mantida a 80°C. Calcule o coeficiente convectivo de transferência de calor (hi) e o comprimento requerido do tubo (L) para esse serviço. Considere as seguintes propriedades do xarope: 60°C = 1200 kg/m3, 60°C = 3,8 cP, 80°C = 2,3 cP, cp 60°C = 3120 J/kg°C, k60°C = 0,46 W/m°C. [R: Tf,média = 60°C; Re = 11672; Pr = 25,8; Nu = 129,4; h = 2588 W/m2.K; q = 49920 W; TMLDT = 18,20°C; L = 14,66 m ]. 42 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 35. (Exemplo 8.3. Solving Problems in Food Engineering, pg. 75) Ar é aquecido pela passagem sobre um tubo com 1,27 cm de diâmetro externo, enquanto vapor se condensa no lado interno. Sabendo-se que o coeficiente convectivo do lado externo é de 15 W/m2°C, o coeficiente global de transferência de calor baseado na área externa é de 14,85 W/m2°C, a temperatura média do ar é de 50°C, a temperatura do vapor é de 110°C e a temperatura da superfície externa do tubo é de 109,4°C, então calcule o calor transferido para o ar por metro de tubo: a) usando ho e b) usando Uo. R: a) q = 35,5 W; b) q = 35,5 W]. 36. (Exercício 7.18 Handbook of Chemical Engineering Calculations, pg. 7.27) Calcule o coeficiente convectivo de transferência de calor para um fluido escoando no interior de um duto de 6,1 m de comprimento e 1,6 cm de diâmetro interno. A temperatura média do fluido é de 100°C e a temperatura na parede do duto é mantida a 50°C. Considere duas situações: a) vazão mássica de 907,2 kg/h; b) vazão mássica de 45,36 kg/h. Considere: p = 1,65 cP, m = 0,806 cP, cp = 2720 J/kg°C, k = 0,147 W/m°C. [R: a) Re = 25275; h = 1592 W/m2.K; b) Re = 1264; hi = 57,4 W/m2.K]. 37. (Exemplo 7.3 A Heat Transfer Textbook, pg. 362) 21,5 kg/s de água fluem em escoamento termicamente desenvolvido em um duto liso de 12 cm de diâmetro interno. A parede do duto é mantida a 90°C. Obtenha o valor do coeficiente convectivo hi e do fator de atrito f na região em que a temperatura do fluido atinge 50°C. [R: u = 1,946 m/s; Re = 573700; Pr = 2,47; (/p)= 1,74; Nu = 1617; hi = 8907 W/m2.K; f = 0,0128; fcor = 0,0122]. 38. (Exemplo 7.6 A Heat Transfer Textbook, pg. 371) Um duto de seção quadrada de 0,3 m de lado e 15 m de comprimento, não isolado, transporta ar em velocidade de 1,0 m/s. A temperatura de entrada do ar no duto é de 17°C. O duto é mantido em ambiente com ar aquecido em temperatura média de 37°C, que devido à combinação de radiação e convecção possui um coeficiente de transferência de calor (ho) de 5,0 W/m 2°C. Encontre a temperatura de saída do ar do duto. [R: Dh = 0,3 m; Re = 19011; Pr = 0,713; Nu = 49,82; hi = 4371 W/m2.K; U = 2332 W/m2.K (da Tabela 1.3); Tf,s = 23,3°C (pela eq. (4.15)]. 39. (Exemplo 8.1 Heat Transfer – A practical approach, Chap. 8, pg. 430) Água entra em um duto de cobre com diâmetro interno de 2,5 cm (paredes finas) em uma vazão de 0,3 kg/s e é aquecido por vapor que se condensa do lado externo em temperatura constante de 120°C. Se o coeficiente de transferência de calor é de 8000 W/m2°C, determine o comprimento do duto para a água sair aquecida a 115°C. [R: q = 125,6 kW; TMLDT = 32,85°C; A = 4,78 m2; L = 61 m]. 40. (Exemplo 8.3 Heat Transfer – A practical approach, Chap. 8, pg. 439) Considere o escoamento de óleo que entra a 20°C e 2,0 m/s em um duto de 30 cm de diâmetro (parede fina) e 200 m de comprimento. O duto atravessa submerso um lago que tem temperatura constante de 0°C. Desprezando a resistência térmica do material do duto, determine a temperatura que o óleo deixará o duto; b) a taxa de transferência de calor para o óleo (q); c) a potência requerida para o bombeamento do óleo através do duto. Considere que a 20°C: = 888 kg/m3, = 901x10-6 m2/s, cp = 1880 J/kg°C, k = 0,145 W/m°C, Pr = 10400. [R: Re = 666 (laminar); Lt = 104000 m (escoamento térmico não desenvolvido); Nu = 37,3 (eq. 4.16); hi = 18 W/m2°C; w = 125,5 kg/s; A = 188,5 m2; Tf,s = 19,86°C; f = 0,0961; P = 1,14x105 Pa, Pot = 16,1 kW]. 41. (Exemplo 8.6 Heat Transfer – A practical approach, Chap. 8, pg. 448) Ar quente em vazão de 0,15 m3/s, pressão atmosférica e 80°C entra em um duto não isolado de 8 m de comprimento e seção transversal quadrada de 0,2 m de lado. A temperatura da parede do duto permanece praticamente constante a 60°C. Determine a temperatura de saída do ar e a taxa de perda de calor pelo duto. Considere que a 80°C e 1 atm: = 0,9994 kg/m3, = 2,097x10-5 m2/s, cp = 1008 J/kg°C, 43 Operações Unitárias 3 – UNAERP - Prof. Dr. Murilo D.M. Innocentini - Parte 1 k = 0,02953 W/m°C, Pr = 0,7154. [R: Re = 35765 (turbulento); Lt = 2 m (escoamento térmico desenvolvido); Nu = 91,4 (eq. 4.21); hi = 13,5 W/m2°C; w = 0,151 kg/s; A = 6,4 m2; Tf,s = 71,3°C;TMLDT = -15,2°C, q = -1313 W]. 42. (Exercício 8.51 Heat Transfer – A practical approach, Chap. 8, pg. 455) Ar quente em
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