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Obstrução Intestinal Aguda Caio Márcio Silva Cruz Página 1 Abdome Agudo Obstrutivo Definição: Quadro abdominal doloroso, tipo cólica de intensidade variável, com parada ou dificuldade na progressão do conteúdo alimentar pelo trato digestório por diversas causas. Responde por 10-15% dos atendimentos emergenciais. Classificação Localização, tendo como referência a válvula ileocecal: - Alta: primeiramente tem-se vômitos e depois a parada de evacuação de fezes. Pode-se ter alcalose metabólica. - Média - Baixa: primeiramente se tem a parada de evacuação das vezes e depois os vômitos. Pode-se ter acidose metabólica, pela perda de bicarbonato. Modo de instalação: - Aguda - Crônica Forma - Simples - Ex: Divertículo de Merkel no intestino delgado. - Complicada Grau - Baixo Grau (incompleta) - semioclusão. - Alto grau (completa) Obstrução intestinal Na luz intestinal Na parede intestinal - como por exemplo, isquemia na parede. Fora da parede intestinal - cistos ou tumores que obstruem de forma mecânica a parede. Obstrução com Luz patente Íleo Funcional Íleo vascular Obstrução Aguda do Esôfago A causa mais comum: impactação de corpo estranho. Pode está associado a processos ou desordens pré-existentes no esôfago o Anel de Schatzki (esclerodermia) o Estenose péptica/cáustica ou neoplasia o Acalasia e Esofagite eosinofílica Alta morbiletalidade pelas complicações o Aspirações o Perfurações - Mediastinite (por exemplo, abscessos dentários que descem para o esôfago) Sinais e Sintomas (Atípicos) Disfagia Odinofagia (representa laceração ou perfuração) Plenitude e dor retroesternal Sialorreia - indica obstrução completa Soluços (singuitos) Náuseas, vômitos, halitose Respiratórios: o Estridor o Dispneia o Tosse Diagnóstico Radiografia (pescoço, tórax, abdome) Esofagrama o Mostra a localização e complicações – perfuração. o Enfisema: Obstrução Intestinal Aguda Caio Márcio Silva Cruz Página 2 Subcutâneo Subdiafragmático Mediastinal Efusão pleural TC (pacientes estáveis) o Mostra materiais não radiopacos (carne) o Com contraste oral - risco de aspiração na obstrução completa. o Define o tipo de tratamento. o Localização, tamanho, formato, perfuração. Tratamento Proteção e clareamento da via aérea, se necessário IT. Glucagon (1mg ev), nifedipina, nitroglicerina (SL)- age na musculatura lisa – para impactação de alimentos. Sonda de Foley - é utilizada para procedimentos de drenagem no canal da uretra, permitindo o esvaziamento da urina que está na bexiga. EDA (90% de sucesso): pinças aligator ou dente de rato, baskets o Rígida para os mais jovens o Objetos que passam para o estômago - conservador o Cuidados com a forma de objetos - perfuração o Baterias, discos, pilha - corrente eletrolítica com produção de hidrôxido o Metais pesados o Substâncias cáusticas - estenoses. Mesmo após a retirada da causa obstrutiva realizar: o EDA o TC de tórax o Manometria o Avaliação com contraste por fluorescência Obstrução Aguda do estômago Compressão extrínseca gástrica e duodenal o Pancreatite - Pseudocisto e Hematoma Intraluminar o Estenose péptica (pilórica) e malignidade o Bezoares e corpos estranhos o Hérnia de hiato o Cálculos o Volvo gástrico - muito comum no sigmóide, mas pode acontecer também no estômago. Diagnóstico Dor epigástrica Náuseas/vômitos Investigar história de úlceras, pancreatite e cirurgias prévias (bariátricas), ingesta de corpos estranhos. Radiografia de abdomen (tórax) o Mostra dilatação, nível hidroaéreo e pneumoperitoneo. TC - padrão ouro / EDA Tratamento Ressuscitação (Sonda Nasogástrica e hidratação) EDA para corpos estranhos e bezoar Ver se tem Encarceramento e estrangulamento Sinais de peritonite, choque ou sepse, estrangulamento e encarceramento – indicação de cirurgia. Abdômen Agudo Obstrutivo Etiologia Por aderência/Bridas e sem - Responsáveis por 15% das admissões cirúrgicas Aderências./Bridas Nota: Obstrução baixa - vômitos fecalóides e tardios. Importante! Forma de apresentação (anamnese e exame físico) - dor abdominal, distensão, náuseas, vômitos, parada de eliminação de gases e fezes. Exames de imagens Avaliação Laboratorial Se risco de estrangulamento e isquemia (sinais de sepse de peritonites, choque e sepses) —> cirurgia precoce. Obstrução Intestinal Aguda Caio Márcio Silva Cruz Página 3 Sem aderências Pacientes sem história de cirúrgias prévias ou fatores de risco para aderências. Obstrução do intestino grosso Classificação Mecânicas Anatômicas - torções, volvos, fecalomas (fezes duras). Inflamatórias benignas - diverticulite, pancreatite, Crohn. Malignas: tumores do cólon direito sangram mais fácil e os do lado esquerdo obstruem mais fácil. Funcionais – Por ex.: Síndrome Ogilve Afecções Congênitas Imperfuração anal Atresias - não francamento da luz do intestino. Pâncreas Anular - a cabeça do pâncreas obstrui o duodeno. Hipertrofia do piloro Duplicação do cólon Etiologia Hérnias externas Obstrução Intestinal Aguda Caio Márcio Silva Cruz Página 4 Hérnias internas Diafragmáticas: Congênitas – Adquiridas Invaginação intestinal Bolo de Áscaris Fecalomas Tumores Leiomioma - recente (tumor de delgado) Volvos Íleo Biliar Bouveret - ar dentro da via biliar, aparece nos exames de imagem. Doenças inflamatórias o Tuberculose intestinal - forma um espessamento da parede o Doença de Crohn - doença transversal, atingindo os gânglios e as paredes. Corpos estranhos o Fitobezoares o Gossipiboma-Textiloma o Tricobezoares (cabelos) Obstrução Intestinal Aguda Caio Márcio Silva Cruz Página 5 Anamnese Dor abdominal Vômitos Distensão abdominal Parada de eliminação de gases e fezes Febre e taquicardia Exame Físico Inspeção Ausculta Palpação Percussão Toque retal e vaginal Diagnóstico Imagens Radiografias - sem valor atual/Enema Opaco TC (contraste oral, venoso e retal o Padrão ouro, alta e sensibilidade, nos pacientes sem necessidade de urgência. o Cuidados com Aspiração o Ver os níveis hidroaéreos US - não recomendado pela radiação e pode haver gases no intestino. RM Laparoscopia Endoscopia (Eco) Avaliação laboratorial Prediz isquemia o Leucocitose o Acidose metabólica o Aumento de lactato ´serico Dosagem de procalcitonina - pode predizer isquemia naqueles em tratamento conservador. Busca de novos biomarcadores Diagnóstico diferencial Íleo funcional Apendicite aguda Pancreatite aguda Colesticite aguda Úlcera perfurada Infarto mesentérico Alterações locais Transtorno de motilidade Aumento da pressão intraluminar Distensão das alças intestinais Adelgaçamento da parede intestinal Distúrbio circulatório Fisiopatologia Alterações sistêmicas Perfuração Choque hipovolêmico/Séptico Acidose ou alcalose metabólica Acidose ou alcalose respiratória Fístulas Abscessos (parede e cavidade abdominal)/Peritonite. Pneumonia Complicações Desidratação Hipopotassemia Hiponatremia Hipocalcemia Hipocloremia Tratamento A conduta vai desde a descompressão, à intervenção cirúrgica, tentando diminuir a morbiletalidade. E depende da: - Localização anatômica, a natureza da obstrução e a idade do paciente. - Rapidez da apresentação dos sintomas (diagnóstico precoce) - História Cirúrgica prévia. Ressuscitação- Hidratação / Eletrólitos Cateteres - Sondas Monitorização Tratamento Cirúrgico Laparoscopia – uma grande revisão indicou 64% de sucesso. Laparotomia; Manipulação Enterotomias Enterectomias Ostomias Anastomoses
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