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Direito Administrativo | Luciano Franco 
focusconcuros.com.br 1 
ESTADO, GOVERNO, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 
CONCEITOS E FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Buenas meu povo! Vamos aprender aqui uma básica diferença entre três 
conceitos que volta e meia caem em provas de concurso, seja de forma direta ou 
de forma indireta, até mesmo, em outras matérias, como o nosso sagrado direito 
constitucional. Então vamos lá! 
 
Estado, Governo e Administração Pública 
Estado é uma sociedade organizada politica e juridicamente, ocupando um 
território definido, normalmente onde a lei máxima é uma Constituição escrita, e 
dirigida por um Governo que possui soberania reconhecida tanto interna quanto 
externamente. O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, 
pois detém, o poder da força, o chamado ius imperi. 
Nosso ordenamento jurídico conceitua o Estado como uma PESSOA JURÍDICA DE 
DIREITO PÚBLICO EXTERNO, com prerrogativas especiais, para que possa ser 
atingida a finalidade de interesse público. 
O fim do Estado é assegurar a vida humana em sociedade. O Estado deve garantir 
a ordem interna, assegurar a soberania na ordem internacional elaborar as regras 
de conduta e distribuir a justiça. 
ATENÇÃO: É Nesse contexto, que insere-se o Direito Administrativo, como ramo 
autônomo do Direito Público, tendo como finalidade disciplinar as relações entre 
as diversas pessoas e órgãos do Estado, bem como entre este e os administrados. 
 
Elementos do Estado 
Um Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um governo, um povo, um 
território", sendo assim, são elementos do Estado, portanto: povo, território e 
governo soberano. 
Direito Administrativo | Luciano Franco 
focusconcuros.com.br 2 
O povo é o elemento humano, formado pelo conjunto de pessoas submetidas à 
ordem jurídica estatal. Não se confunde com população por esta ser uma 
quantidade de pessoas em uma região por um determinado tempo. 
O território é o elemento material, espacial ou físico do Estado, é a sua base 
geográfica, compreendendo a superfície do solo que o Estado ocupa, seu mar 
territorial e o espaço aéreo, enfim, todo e qualquer espaço delimitado e 
dominado pelo Estado. 
Já o Governo é a organização necessária ao exercício do poder político, sendo 
composto de pessoas escolhidas conforme a Carta Política que rege o Estado. O 
governo define o futuro político da sociedade, com prioridade de políticas 
públicas e atenção especial para assuntos sensíveis ao povo. 
 
Organização do Estado 
O Estado pode ser organizado de várias formas, levando-se em consideração a 
sua extensão territorial, a estruturação de seus Poderes e a subdivisão em 
unidades menores. Estados de tamanhos variados podem ter vários níveis de 
governo: local, regional e nacional. Assim, o Estado pode ser: 
a) Unitário ou simples - quando só existe um núcleo de comando, que é no âmbito 
nacional, estendendo-se uniformemente sobre todo o seu território. (França, 
Bélgica, Itália, Portugal e Uruguai são unitários) 
b) Composto - como o Estado Federado, onde há a reunião de vários Estados 
Membros que formam a Federação. Existem várias núcleos de comando, cada um 
com autonomia política, bens próprios, renda e responsabilidades entregues pela 
Carta Política. (Alemanha, Suíça, Brasil e EUA são federados). 
 
IMPORTANTE: Seguindo orientação constitucional, para o Direito 
Administrativo, a expressão “Estado”, em sentido amplo, abrange a União, os 
Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios. 
 
MUITO IMPORTANTE: O Estado, em suas relações internacionais, possui 
soberania; ao passo que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
nas suas relações internas, possuem, apenas, autonomia. 
Direito Administrativo | Luciano Franco 
focusconcuros.com.br 3 
Poderes do Estado 
De acordo com o artigo 2º. Da CF/88 são Poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo, e o Judiciário. 
Cada um desses Poderes do Estado exerce predominantemente uma função 
estatal específica, porém, não há uma separação absoluta de funções, 
assegurando o sistema de freios e contrapesos. 
Assim, os Poderes irão desempenhar funções típicas (principais) e funções 
atípicas (não-principais). Assim temos: 
 
Poder Legislativo é aquele que tem como principal função legislar (fazer leis!), 
ou seja, inovar o ordenamento jurídico, estabelecendo regras gerais e abstratas, 
criando comandos a todos os cidadãos, visto que ninguém será obrigado a fazer 
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. 
 
Poder Executivo é aquele que tem como principal função executar, administrar 
a coisa publica, dentro dos limites impostos pela lei em sentido amplo, com a 
finalidade de atender ao interesse público. 
 
Poder Judiciário é aquele que tem como principal função julgar, solucionar 
conflitos de interesses entre as partes, dizer o direito, aplicar a lei nos casos 
concretos. Tal poder não se acha em todas as esferas, como os anteriores, dado 
que os municípios não possuem Poder Judiciário próprio. 
 
MUITA ATENÇÃO: Pelo exposto acima, percebemos que a função administrativa 
(objeto do Direito Administrativo) é exercida tipicamente (principal) pelo Poder 
Executivo, porém, os demais Poderes também irão desempenhá-la, só que de forma 
atípica (não-principal). 
 
 
 
Direito Administrativo | Luciano Franco 
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Conceito de Governo 
A direção geral das políticas públicas e da macro economia é dada pela cúpula 
diretiva do Estado, a qual chamamos de GOVERNO! Governar é o poder de regrar 
uma sociedade política e o aparato pelo qual o corpo governante funciona e 
exerce autoridade. 
 
ATENÇÃO: Governo é elemento do Estado, mas Governo não implica 
necessariamente a existência de Estado, assim, pode ter Governo sem Estado, mas 
nunca Estado sem Governo! 
O Governo é o conjunto de órgãos e Poderes responsáveis pela função política 
do Estado, abrangendo as funções de comando e de estabelecimento de 
objetivos e diretrizes do Estado, de acordo com as suas atribuições 
constitucionais. 
 
Conceito de Administração Pública 
A expressão “Administração Pública” abarca diversas concepções. Inicialmente, 
temos que Administração Pública em sentido amplo (lato sensu), como o 
conjunto de órgãos governamentais (com função política de planejar, comandar 
e traçar metas) e de órgãos administrativos (com função administrativa, 
executando os planos governamentais). 
Num sentido estrito (stricto sensu), podemos definir Administração Pública como 
o conjunto de órgãos, entidades e agentes públicos que desempenham a função 
administrativa do Estado. Ou seja, num sentido estrito, a Administração Pública é 
representada, apenas, pelos órgãos administrativos. 
 
ATENÇÃO: Para fins de prova, é mais comum que as bancas examinadoras exijam 
do candidato o conceito de Administração Pública num sentido objetivo e num 
sentido subjetivo. 
a) Sentido objetivo ou material ou funcional de Administração Pública 
Nesse sentido, a administração pública confunde-se com a própria função 
(atividade) administrativa desempenhada pelo Estado. 
Direito Administrativo | Luciano Franco 
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O conceito de Administração Pública está relacionado com o objeto da 
Administração. Não se preocupa aqui com quem exerce a Administração, mas 
sim com o quê faz a Administração Pública. 
 
IMPORTANTE: A função administrativa é exercida predominantemente pelo 
Poder Executivo, porém, os demais Poderes também a exercem de forma atípica. 
 
ATENÇÃO: A doutrina majoritária entende que as atividades administrativas 
englobam: a prestação de serviço público, a polícia administrativa, o fomento 
e a intervenção administrativa. 
 
b) Sentido subjetivo ou formal ou orgânico de Administração Pública: 
A expressão Administração Pública confunde-se com os sujeitos que integram 
a estrutura administrativa do Estado, ou seja, com quem desempenha a função 
administrativa. Assim, num sentidosubjetivo, Administração Pública 
representa o conjunto de órgãos, agentes e entidades que desempenham a 
função administrativa. 
 
ATENÇÃO: Os meios de atuação da Administração Pública serão analisados 
posteriormente de forma detalhada, mas de forma sucinta, teremos os Entes, 
Entidades e Órgãos e seus Agentes, assim temos: 
• Entes políticos – União, Estados, Distrito Federal e Municípios (todas com 
personalidade jurídica de Direito Público) e possuem além das autonomias 
administrativa, financeira e gerencial, a autonomia POÍTICA. 
• Entidades Administrativas – São as autarquias, fundações públicas, 
empresas públicas e sociedades de economia mista (todas com 
personalidade jurídica de Direito Público e/ou Privado), NÃO possuindo a 
autonomia POLÍTICA e se ligando a algum dos ENTES políticos. 
• Órgãos Públicos: são centros de competência, despersonalizados, 
integrantes da estrutura de uma pessoa jurídica, incumbidos das 
atividades do Ente ou da Entidade a que pertencem. 
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• Agentes Públicos: são todos aqueles que exercem, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, 
mandato, emprego ou função pública. 
 
RESUMINDO 
Sentido objetivo ou material ou funcional = atividade administrativa (O quê 
faz?!?) 
Sentido subjetivo ou formal ou orgânico = órgãos + agentes + entidades (Quem 
faz?!) 
 
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
Por ser uma matéria eminentemente doutrinária, postamos os mais variados 
conceitos dos nossos doutos escritores pátrios, os quais definem o Direito 
Administrativo assim: 
a) Barros Jr.: é um conjunto de princípios jurídicos que disciplina a organização 
e a atividade do Poder Executivo, inclusive dos órgãos descentralizados, bem 
como as atividades tipicamente administrativas exercidas pelos outros poderes. 
b) Celso Antônio Bandeira de Mello: é o ramo do Direito Público que disciplina 
a função administrativa e os órgãos que a exercem. 
c) Mário Mazagão: é o conjunto dos princípios que regula a atividade jurídica do 
Estado, exceto a judiciária e a instituição dos meios e órgãos de sua ação geral. 
d) Maria Sylvia Di Pietro: é o ramo do direito público que tem por objeto os 
órgãos, os agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a 
Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens 
de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública. 
e) José Cretella Jr.: é o ramo do Direito Público Interno que regula a atividade 
jurídica do Estado, não contenciosa e a constituição dos órgãos e meios de sua 
ação geral. 
Direito Administrativo | Luciano Franco 
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f) Hely Lopes Meirelles: é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que rege 
os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta 
e imediatamente os fins desejados pelo Estado. 
 
MUITA ATENÇÃO: Para efeito de informação, como citado em aula, temos dois 
grandes ramos do DIREITO, conforme novamente demonstrado abaixo. 
 
Por mais que seja irrelevante para efeito de provas da matéria ora trabalhada, é 
importante que tenhas este conhecimento. 
 
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
As fontes do Direito Administrativo são a lei (em sentido amplo, abrangendo desde 
a Constituição Federal até os atos normativos), a doutrina, a jurisprudência e os 
costumes (a praxe administrativa). 
• DIRETA, PRIMÁRIA OU ORIGINÁRIA: É aquela fonte que inova o direito, que 
tem o condão de criar e modificar relações jurídicas. Dentro desta 
classificação se encontra a LEI no sentido genérico, abrangendo esta 
expressão desde a Constituição até os regulamentos executivos. 
• INDIRETA, SECUNDÁRIA OU DERIVADA: É aquela fonte que não inova o 
direito, apenas o interpreta e o complementa. Aqui temos a DOUTRINA, 
que é a opinião dos juristas emanada em livros, revistas e demais 
publicações; Os COSTUMES ainda influenciam e são sim fonte do Direito 
Administrativo, dada que a praxe administrativa é por vezes seguida nos 
mais variados setores da administração pública; A JURISPRUDÊNCIA é o 
conjunto de decisões proferidas pelos tribunais pátrios, consolidas muitas 
vezes nas chamadas SÚMULAS. 
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MUITO IMPORTANTE: Para provas, adote o entendimento que as SÚMULAS 
VINCULANTES publicadas pelo STF são também FONTES PRIMÁRIAS!!! Mesmo 
sendo uma derivação da fonte jurisprudencial. 
 
IMPORTANTE: No Brasil, as decisões administrativas não têm o efeito de coisa 
julgada, visto que as decisões definitivas só ocorrem no âmbito do poder judiciário. 
 ATENÇÃO: A doutrina trata os PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO como fontes 
do Direito Administrativo também. Conteúdo pouco abordado em prova de 
concurso, mas, caso apareça a alternativa e nada mais se pareça como viável, 
recomenda-se marque como correta. 
 
É isso meu povo, concluímos com sucesso nosso encontro preambular sobre o 
Direito Administrativo, e espero que com êxito rs. 
Pratique exercício, releia e assista a aula sempre que puder, para cada dia mais 
consolidar o conhecimento. 
Lembre-se, a repetição é pressuposto lógico da perfeição. 
JUNTOS ATÉ PASSAR!!! 
 
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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Chegamos numa aula fundamental, qual seja, a organização de toda a 
administração pública brasileira. Saber diferenciar uma administração 
direta de uma indireta é o básico do que se cobra em provas de concurso, 
logo, atenção redobrada a partir de agora. 
A organização político-administrativa brasileira compreende a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos detentores de 
autonomia administrativa, gerencial, financeira e, principalmente, 
POLITICA. 
 
FORMAS DE AGIR NA ESFERA ADMINISTRATIVA 
Centralização: 
O próprio ente federativo é quem age, por meio de um único órgão 
(centralização concentrada) ou de dois ou mais órgãos (centralização 
desconcentrada). No campo administrativo, a atuação centralizada por 
meio de um único órgão é de aplicação teórica, haja vista as diversas 
atribuições constitucionais dos entes políticos. 
Desconcentração: 
Distribuição interna de competências dentro da mesma pessoa jurídica. 
As tarefas ou atividades são distribuídas de um centro para setores 
periféricos ou de escalões superiores para escalões inferiores. É uma 
técnica administrativa. 
 
Descentralização: 
É o deslocamento, distribuição ou transferência da prestação do serviço 
para a Administração Indireta ou para um particular. Nesse caso, não há 
relação de hierarquia ou de subordinação, existindo apenas a vinculação, 
o controle de finalidade ou a supervisão ministerial. 
 
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Modalidades de Descentralização Administrativa 
 Descentralização por Colaboração: Ocorre quando a execução de 
um serviço público é transferida à pessoa jurídica de direito 
privado, ou mesmo à pessoa física, por meio de contrato ou ato 
administrativo, conservando o Poder Público a titularidade do 
serviço. Ex.: concessão ou permissão de serviços públicos. 
 Descentralização por Serviços: Também denominada de 
descentralização funcional ou técnica, é aquela em que o Poder 
Público cria uma pessoa jurídica de direito público ou privado, 
atribuindo-lhe, além da execução, a titularidade de determinado 
serviço público. Exemplo da FUNASA e da ECT. No Brasil, dá-se 
exclusivamente por lei. 
 Descentralização Social: “Consiste em retirar do Estado a execução 
direta ou indireta de atividade de relevância coletiva que possam 
ser cometidas a unidades sociais já existentes, personalizadas ou 
não, como a família, o bairro, as agremiações esportivas, 
associações profissionais, as igrejas, os clubes de serviço, as 
organizações comunitáriasetc., mediante simples incremento de 
autoridade e institucionalização jurídica adequada, de modo a que 
possam promover, elas próprias, sua execução” (Diogo de 
Figueiredo Moreira Neto). 
 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA 
Também chamada de Administração Pública Centralizada, existe em todos 
os níveis das Esferas do Governo, Federal, Estadual, Distrital e Municipal, e 
em seus poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário. É em si, a própria 
Administração Pública. 
ATENÇÃO: Ao falarmos da Administração Direta é inevitável citarmos os 
órgãos públicos, pois esta administração se perfaz pela existência destes. 
 
TEORIAS 
Teoria do Mandato: O agente atuaria como mandatário da pessoa 
jurídica à qual estaria ligado. 
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Teoria da Representação: O agente público faria a representação da 
entidade, funcionando como uma espécie de “tutor” desta. 
Teoria do Órgão: Os agentes públicos são verdadeiros veículos da 
expressão do Estado. Toda a conduta dos agentes é imputada ao órgão, o 
qual, por sua vez, encontra-se ligado à entidade possuidora de 
personalidade jurídica, quem, ao fim, acaba respondendo a eventuais 
questionamentos jurídicos. 
Teoria da Identidade ou Subjetiva: Órgãos e agentes formam uma 
unidade única e inseparável, de forma que o órgão se confunde com a 
pessoa do próprio agente público. 
 
 
 
ÓRGÃOS PÚBLICOS 
Para Hely Meirelles órgãos públicos “são centros de competência 
instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus 
agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem”. 
Por isso mesmo, os órgãos não têm personalidade jurídica nem vontade 
própria, que “são atributos ao corpo e não das partes". 
Sabemos que personalidade jurídica significa a possibilidade de assumir 
direitos e obrigações. Assim, os órgãos na área de suas atribuições e nos 
limites de sua competência funcional expressam não a sua própria 
vontade, mas, a vontade do ente ou da entidade a que pertencem e a 
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vinculam por seus atos, manifestados através de seus agentes (pessoas 
físicas). 
No entanto, e isto é muito importante, embora não tenham 
personalidade jurídica, os órgãos podem ter prerrogativas funcionais 
próprias que, quando infringidas por outro órgão, admitem defesa até 
mesmo por mandado de segurança. Essa prerrogativa é denominada de 
capacidade judiciária ou capacidade processual, e é entregue aos órgãos 
em raríssimas exceções! 
IMPORTANTE: essa capacidade processual só a têm os órgãos 
independentes e os autônomos, visto que os demais – superiores e 
subalternos -, em razão de sua hierarquização, não podem demandar 
judicialmente, uma vez que seus conflitos de atribuições serão resolvidos 
administrativamente pelas chefias a que estão subordinados. 
MUITO IMPORTANTE: Para se ter noção do que representa um órgão, 
lembre-se que: 
- ÓRGÃO É PRODUTO DA DESCONCENTRAÇÃO ADMININISTRATIVA. 
- ÓRGÃO NÃO TEM VIDA, NÃO TEM PATRIMÔNIO, NÃO TÊM 
DIREITOS. 
- ÓRGÃO NÃO TEM CAPACIDADE POSTULATÓRIA. 
- MAS O ÓRGÃO TEM CNPJ!!! 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS 
A) Quanto a posição estatal: esta classificação está ligada à 
hierarquização da Administração Pública onde encontramos órgãos 
superiores em relação a outros inferiores. Assim temos: 
 ÓRGÃOS INDEPENDENTES - são aqueles originários da 
Constituição e representativos dos Poderes Legislativo, Executivo e 
Judiciário. Não têm subordinação hierárquica ou funcional, 
sujeitando-se exclusivamente aos controles constitucionais que 
permitem o controle de um Poder pelo outro (sistema de freios e 
contrapesos). 
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• Casas Legislativas - Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, 
Senado Federal, Assembleias Legislativas, Câmaras de Vereadores. 
• Chefias do Executivo – Presidência da República, Governadorias, 
Prefeituras. 
• Tribunais Judiciários e Juízes singulares. 
• Ministério Público – da União e dos Estados. 
• Tribunais de Contas – da União, dos Estados, dos Municípios. 
 
 ÓRGÃOS AUTÔNOMOS - são os que se encontram na cúpula da 
Administração logo abaixo dos independentes, sendo a estes 
subordinados. Esses órgãos têm autonomia administrativa, 
financeira e técnica. Cuidam de planejamento, supervisão, 
coordenação e controle. 
• Ministérios, Secretarias Estaduais, Secretarias Municipais. 
• Advocacia-Geral da União, Procuradorias dos Estados e Municípios. 
• Estado Maior das Forças Armadas. 
• Consultoria Geral da República. 
 
 ÓRGÃOS SUPERIORES - não gozam de autonomia administrativa 
nem financeira, que são atributos dos órgãos independentes e dos 
autônomos a que pertencem. Sua liberdade funcional restringe-se 
ao planejamento e soluções técnicas, dentro de sua área de 
competência, com responsabilidade pela execução, geralmente a 
cargo de seus órgãos subalternos. 
• Gabinetes 
• Inspetorias-Gerais 
• Coordenadorias 
• Departamentos 
• Divisões. 
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 ÓRGÃOS SUBALTERNOS - representam o último escalão da 
Administração, com reduzido poder decisório e com predominância 
de atribuições de execução, a exemplo das atividades-meios e 
atendimento ao público. 
• Portarias 
• Sessão de expediente 
 
 
B) Quanto à sua estrutura: Aqui o autor usa da composição do órgão, ou 
seja, se há ou subdivisões dentro do organograma do órgão, sendo eles: 
 ÓRGÃOS SIMPLES - também chamados de unitários, têm um só 
centro de competência. Ex.: Presidência da República, Portarias. 
 ÓRGÃOS COMPOSTOS - têm em sua estrutura inúmeros outros 
órgãos menores, uns exercendo função idêntica à principal, ou seja, 
atividade fim e outras exercendo uma função auxiliar diferente da 
principal, ou seja, atividade meio. Ex.: Secretarias e Ministérios. 
 
C) Quanto à sua atuação funcional: aqui temos uma divisão por ordem 
de mando, ou seja, as ordens são emanada por uma ou várias pessoas 
dentro do órgão. Assim temos: 
 SINGULARES OU UNIPESSOAIS - são aqueles que apresentam um 
só titular que é o chefe e representante do mesmo e que apesar de 
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contar com muitos outros agentes auxiliares, desempenha a função 
principal do órgão individualmente. A formação e manifestação de 
vontade não dependem do acorde de nenhuma outra autoridade. 
Ex.: o Presidente da República, as Governadorias dos Estados e os 
Prefeitos Municipais. 
 COLEGIADOS OU PLURIPESSOAIS - são aqueles que atuam e 
decidem pela manifestação conjunta e majoritária da vontade de 
seus membros, não prevalecendo a vontade pessoal do chefe ou de 
qualquer outro integrante. Ex.: as Corporações Legislativas, os 
Tribunais e as Comissões deliberam e decidem por seus plenários e 
câmaras, mas se fazem representar juridicamente e se administram 
por seus presidentes, chefes ou procuradores. 
 
D) Quanto às funções exercidas: 
 ÓRGÃOS ATIVOS – são os que produzem ações, os atos 
necessários para o cumprimento dos fins da pessoa jurídica da qual 
fazem parte. Os Ministérios e Secretárias são exemplos desses órgãos 
ativos. 
 ÓRGÃOS DE CONSULTA – produzem os pareceres e as opiniões 
necessárias para a tomada de decisão por parte dos órgãos ativos. 
Exemplo de órgãos consultivos: as assessorias jurídicas integrantes 
das estruturas dos Ministérios. 
 ÓRGÃOS DE CONTROLE – são aqueles responsáveis por 
acompanhar e fiscalizar outros órgãos. Ex.: Tribunal de Contas da 
União. 
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E) Quanto à esfera de ação (Maria Sylvia Zanella Di Pietro): 
 ÓRGÃOS CENTRAIS – são aqueles que exercem atribuições em 
todo o território nacional, estadual ou municipal. São exemplos: as 
Casas Legislativas, os Ministérios, as Secretarias de Estado e as de 
Município. 
 ÓRGÃOS LOCAIS – atuam apenas sobre uma parte do território, 
comoas Delegacias Regionais da Receita Federal, as Delegacias de 
Polícia, os Postos de Saúde. 
 
 
 
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ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
A Administração Indireta se constitui das entidades dotadas de 
personalidade jurídica própria, oriundas da DESCENTRALIZAÇÃO e 
compreendem as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas 
e as sociedades de economia mista. 
 
 
 
 
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AUTARQUIA 
 Criação/extinta diretamente por lei específica. 
 Pessoa jurídica de direito público 
 Pessoal é ocupante de cargo público (estatutário) e chamamos de 
servidor. 
 Regime tributário - imunidade de impostos no que se refere ao 
patrimônio renda e serviços relacionados às suas finalidades 
essenciais. 
 Desempenha serviço público descentralizado. 
 
 
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LEI Nº 10.411, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2002. 
Altera e acresce dispositivos à Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, 
que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de 
Valores Mobiliários. 
Art. 1º Os arts. 5º, 6º , 16 e 18 da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 
1976, passam a vigorar com a seguinte redação: 
"Art. 5º É instituída a Comissão de Valores Mobiliários, entidade 
autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com 
personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade 
administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, 
mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia 
financeira e orçamentária.” 
 
FUNDAÇÃO PÚBLICA 
 Criação autorizada por lei específica e lei complementar irá definir 
as áreas de sua atuação (OBJETO). 
 Pessoa jurídica de direito público. 
 Pessoal é ocupante de cargo público (estatutário) e chamamos de 
servidor. 
 Regime tributário - imunidade de impostos no que se refere ao 
patrimônio renda e serviços relacionados às suas finalidades 
essenciais. 
 Desempenha serviço público descentralizado. 
 
DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1967 
Dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece 
diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras providências. 
 
 
 
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TÍTULO I 
DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL 
Art. 1º O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República 
auxiliado pelos Ministros de Estado. 
Art. 2º O Presidente da República e os Ministros de Estado exercem as 
atribuições de sua competência constitucional, legal e regulamentar com 
o auxílio dos órgãos que compõem a Administração Federal. 
Art. 3º Respeitada a competência constitucional do Poder Legislativo 
estabelecida no artigo 46, inciso II e IV, da Constituição , o Poder 
Executivo regulará a estruturação, as atribuições e o funcionamento dos 
órgãos da Administração Federal. 
Art. 4° A Administração Federal compreende: 
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na 
estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. 
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias 
de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: 
a) Autarquias; 
b) Empresas Públicas; 
c) Sociedades de Economia Mista. 
d) fundações públicas. 
 
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: 
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade 
jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades 
típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor 
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. 
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de 
direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado 
por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja 
levado a exercer por força de contingência ou de conveniência 
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administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em 
direito. 
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade 
jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade 
econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a 
voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração 
Indireta. 
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica 
de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de 
autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que 
não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com 
autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos 
respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos 
da União e de outras fontes. 
(...) 
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem 
personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua 
constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes 
aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às 
fundações. 
 
CAPÍTULO III 
DAS FUNDAÇÕES 
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura 
pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o 
fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: 
I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio 
histórico e artístico; III – educação; IV – saúde; 
V – segurança alimentar e nutricional; 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção 
do desenvolvimento sustentável; 
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VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias 
alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e 
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos 
humanos; 
IX – atividades religiosas; e X – (VETADO). 
 
CAPÍTULO III 
DAS FUNDAÇÕES 
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela 
destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, 
incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou 
semelhante. 
(...) 
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde 
situadas. 
§ 1 º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o 
encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. 
§ 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o 
encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público. 
* E as Fundações autárquicas/governamentais estão sob a tutela do 
MPF!? 
 
BASE CONSTITUCIONAL - Art. 37, CF/88: (...) 
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e 
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia 
mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, 
definir as áreas de sua atuação; (EC nº 19/98) 
 
 
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SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
 Criação autorizada por lei específica, com registro em cartório 
específico. 
 Pessoa jurídica de direito privado - titular de direitos e obrigações 
próprios distintos da pessoa que a instituiu. 
 Forma de organização societária – APENAS SOCIEDADE ANÔNIMA 
S/A. 
 Composição do capital – Cabe investimento privado, mas desde 
que a maioria do capital votante seja público. CAPITAL MISTO. 
 Foro para solução dos conflitos – Sempre é JUSTIÇA ESTADUAL. 
 Pessoal é ocupante de emprego público, e é chamado de 
empregado público. 
 Regime tributário é o mesmo das empresas privadas, salvo alguns 
privilégios para prestadoras de serviço público. 
 Explora predominantemente atividade econômica (art. 173, CF/88); 
embora tambémpossa prestar serviços públicos (CF/88, art. 175). 
 IMPORTANTE: Nenhuma das entidades, mesmo àquelas de direito 
privado, estão sujeitas à FALÊNCIA ou PENHORA, dado que estes 
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institutos são incompatíveis com os ditames de direito público ou 
bens e valores tidos como públicos. 
 ATENÇÃO: Muito cuidado com a nova lei das estatais, a Lei nº 
13.303/16 que determina vários assuntos destas EP e SEM, 
independentemente se são federais, estaduais ou municipais, 
dentre eles, o conceito de cada uma, regime, formas de controle e 
principalmente a parte de licitações e contratos, agora regida quase 
que integralmente pela referida lei no âmbito das estatais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS E IMPLÍCITOS 
 
Buenas meu povo, estamos na melhor e uma das mais importantes aulas do 
Direito Administrativo, pois retrata um artigo importante da nossa Carta Magna, 
sendo assunto recorrente em provas de concurso. Entenda desde já que não 
existem apenas cinco princípios voltados à administração pública, e sim, vários 
outros, estando expressos ou não na nossa CF/88 têm eles o mesmo peso e 
importância na análise jurídica dos fatos. 
 
 
• PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO 
 
Um dos pilares do Direito Administrativo, que, junto com outro grande princípio, 
o da INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO, forma o chamado regime 
jurídico, ou pedras de toque deste grande direito. Decorre deste princípio posição 
de supremacia jurídica da Administração em face da supremacia do interesse 
público sobre o interesse particular. 
 
A aplicação desse princípio não significa o total desrespeito ao interesse 
particular, já que a Administração deve obediência ao direito adquirido e ao ato 
jurídico perfeito, nos termos do art. 5º, inciso XXXVI, da CF/88. 
 
Há de se destacar que o interesse aqui protegido é o interesse público primário 
do Estado, não aquele secundário, materialista e regido pelo direito privado. O 
interesse público precisa sim nortear toda e qualquer atuação do agente público, 
sob pena de ser um ato nulo de pleno direito, por desvio de finalidade mediata. 
 
 
• PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE 
 
Os bens, direitos, interesses e serviços públicos não se acham à livre disposição 
dos órgãos públicos, ou do agente público, mero gestor da coisa pública, a quem 
apenas cabe curá-los e aprimorá-los para a finalidade pública a que estão 
vinculados. 
 
O detentor desta disponibilidade é o Estado. Por essa razão há necessidade de 
lei para alienar bens, outorgar a concessão de serviços públicos, dentre outros 
institutos. 
 
A própria Lei de Processo Administrativo Federal é clara em afirmar que "Serão 
observados critérios de atendimento a fins de interesse geral, vedada a 
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renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em 
lei" (Lei 9.784/99, Art. 2º, parágrafo único, II). 
 
A diferença, pois, entre a SUPREMACIA e a INDISPONIBILIDADE do interesse 
público está em que o primeiro autoriza o agente público agir em detrimento do 
privado, e o segundo, afirmando a este mesmo agente que o “poder” não é seu 
como pessoa, mas do cargo o qual exerce e precisa estar lastreado sempre nos 
ditames legais. 
 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPRESSOS 
 
Os principais e mais conhecidos constam do art. 37, caput, da Constituição da 
República, vejamos: 
 
“Art. 37 - A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência”. 
 
 
ATENÇÃO: Sua principal característica é serem de observância obrigatória a 
todos os entes, União, Estados, Distrito Federal e Municípios e suas entidades, 
Autarquias, Fundações, Empresas e Sociedades, formadoras da administração 
pública indireta. 
 
São eles: 
 
 LEGALIDADE 
 IMPESSOALIDADE 
 MORALIDADE L.I.M.P.E. 
 PUBLICIDADE 
 EFICIÊNCIA 
 
 
# Legalidade- determina a completa submissão da administração pública a 
lei e ao Direito. Desde o Presidente da República, Governador, Prefeito ao mais 
humilde dos servidores, ao agirem devem observar atenção especial a este 
princípio. 
 
MUITA ATENÇÃO: Para a célebre frase de Hely Lopes Meirelles onde se encontra 
toda a essência da legalidade: 
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“na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza, 
enquanto na Administração privada é possível fazer o que a lei não proíbe.” 
 
IMPORTANTE: O princípio da LEGALIDADE é diferente do princípio da RESERVA 
LEGAL, sendo este, mais restrito e contido naquele. Ou seja, nem tudo que se 
considera legalidade (resolução, portaria, decreto) é também reserva, sendo apenas 
este tudo que começa com LEI (lei ordinária, lei delegada, lei complementar). 
 
O principio da legalidade é o mais importante princípio contido no nosso 
ordenamento jurídico, dada a adoção do estado democrático DE DIREITO, no 
artigo 1º da CF/88. Desta feita, ninguém está acima da LEI, nem o Estado e suas 
autoridades, nem ninguém. 
 
# Impessoalidade – Em suas várias facetas, tal princípio norteia a atuação do 
agente público que deve primeiro, tratar a todos de forma isonômica e entregar 
a mesma oportunidade a todos, daí nasce os institutos do concurso e da licitação, 
crias natas do princípio da impessoalidade na vertente igualdade. 
 
Na segunda vertente temos uma previsão expressa na CF/88 no artigo 37, 
parágrafo primeiro, que assim determina: 
 
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e 
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, 
informativo ou de orientação social, dela não podendo 
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem 
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 
 
 
Tenham cuidado, pois apesar de constar a palavra publicidade no paragrafo 
citado, este enxerto não se retrata a tal principio, e sim, ao principio da 
IMPESSOALIDADE! 
 
Entenda que o princípio da impessoalidade destina-se a quebrar o velho hábito 
do agir em razão do prestígio ou influência do administrado (particular) ou do 
agente (servidor), e o que mais importa saber, que decorre deste princípio que o 
fim visado de ser sempre o interesse público em detrimento do interesse 
privado. 
 
Ademais, considerar-se-á desvio de finalidade a Administração utilizar de sua 
competência para atingir fim diferente do interesse público, tornando o ato nulo 
por vício insanável, constituindo até, um ato encaixado no gênero Abuso de Poder. 
 
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# Moralidade - está intimamente ligado ao conceito de honestidade, do que for 
melhor e mais útil para o interesse público. Há de se ressaltar que moralidade 
aqui definida não é a mesma imposta pela sociedade privada, pois no Brasil, ainda 
fazemos a distinção de ambas as moralidades, pública e privada. 
 
Logo, nem tudo que é certo e errado na atividade privada será encarada como 
imoralidade pública! 
 
Lembre-se do exemplo de um senador da República que, na sua vida pessoal traiu 
a esposa e teve um filho fora do casamento, algo reprovável na moralidade privada, 
mas nem por isso, perdeu o mandato de senador, ao contrário, tornou-se presidente 
do Senado! 
 
ATENÇÃO: Por este princípio a Administração e seus servidores têm de atuar 
segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé objetiva. Assim a 
atividade administrativa deve obedecer não apenas à lei, mas, também 
seguir princípios éticos. 
 
Trata-se de princípio importante perante o qual se poderá invalidar um ato 
administrativo. A própria CF/88, no artigo 5º, inciso LXXII, dispõe sobre a 
possibilidade de AÇÃO POPULAR para combater a imoralidade públicae, 
ademais, temos hoje a súmula vinculante nº 13 do STF, instrumento impar no 
ordenamento jurídico pátrio e útil no enfrentamento deste mal. 
 
 
# Publicidade – Um princípio impar da administração pública, pois torna seus 
atos eficazes e aptos a emitirem seus efeitos. Um ato administrativo perfeito não 
é nada senão uma folha de papel enquanto não for publicado. 
 
ATENÇÃO: A publicidade se dá em imprensa oficial, e, de acordo com 
entendimento do nosso STF, a efetiva publicidade se dá na IMPRENSA OFICIAL 
ESCRITA! 
 
MUITA ATENÇÃO: Há ainda a chamada PUBLICIDADE MITIGADA que é aquela 
diminuída, escondida, mas, mesmo assim, é PUBLICDADE! Ela é utilizada em 
assuntos sensíveis ao Estado, como segurança pública e segurança nacional, bem 
como, atos que envolvam a vida privada da pessoa, como menores, por exemplo. 
 
A grande utilidade deste princípio é que a administração pública encontra-se 
obrigada a publicar seus atos para que o público em geral tenha conhecimento, 
e, consequentemente, contestá-los. 
 
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# Eficiência- O mais novo dos princípios. O único NÃO ORIGINÁRIO, pois surgiu 
de forma EXPRESSA apenas dez anos depois da promulgação da CF/88, por meio 
da EC 19/98. Tal princípio exige que o exercício da atividade administrativa 
atenda requisitos de presteza, adequabilidade, perfeição técnica, 
produtividade e qualidade. 
 
Importante destacar que mesmo antes da sua inclusão no rol dos princípios 
explícitos da CF/88 ele já era observado pela administração pública. O que se tem 
após esta inclusão, é uma maior importância a este princípio, implementando em 
todos os graus de gestão a chamada administração gerencial, destacada por 
aplicar, quando possível, os ditames da administração privada na administração 
pública. 
 
E chegamos ao final do estudo destes importantes princípios norteadores das 
ações da administração pública em todas as esferas de governo. Temos mais 
princípios expressos, quais sejam, o CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA, 
FISCALIZAÇÃO POPULAR, DA CELERIDADE, dentre outros, mas, o LIMPE é com 
toda a certeza o campeão de cobrança em provas de concurso. 
 
 
PRINCÍPIOS PREVISTOS NA LEI DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
A Lei nº 9.784/99, art. 2º, prevê que a administração pública obedecerá, dentre 
outros, aos princípios da: 
 
• LEGALIDADE 
• FINALIDADE 
• MOTIVAÇÃO 
• RAZOABILIDADE 
• PROPORCIONALIDADE 
• MORALIDADE 
• AMPLA DEFESA 
• CONTRADITÓRIO 
• SEGURANÇA JURÍDICA 
• INTERESSE PÚBLICO 
• EFICIÊNCIA 
 
Para melhor entendimento destes princípios, vamos discorrer brevemente sobre 
alguns deles, lembrando que muitos são estudados como princípios implícitos ou 
não expressos, mas por realmente muitos deles não estarem escritos na CF/88, o 
que não quer dizer que não estejam em outros diplomas legais, como é o caso 
da Lei nº 9.784/99. 
LEGALIDADE 
MORALIDADE 
EFICIÊNCIA 
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• PRINCÍPIO DA FINALIDADE 
 
No estudo da matéria de atos administrativos tu verás que FINALIDADE se 
desdobra em duas grandes vertentes, quais sejam: 
 
- FINALIDADE IMEDIATA, DIRETA OU CURTA – que é aquela prevista no texto 
legal, amarrada na lei e que o agente não poderá se furtar de seguir, sob pena de 
praticar ato nulo. 
 
- FINALIDADE MEDIATA, INDIRETA OU LONGA – que é aquela escondida, não 
expressamente prevista muitas vezes, mas que norteia sim toda e qualquer ação 
estatal, qual seja, a busca incessante pelo INTERESSE PÚBLICO. 
 
 
• PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO 
 
Impõe à administração pública o dever de indicar os pressupostos de fato e de 
direito que determinarem uma decisão tomada. É a literal exposição dos motivos 
determinantes do ato administrativo, que é um dos elementos deste ato. 
 
Importa lembrar que MOTIVO não é MOTIVAÇÃO e que apenas o primeiro é 
requisito do ato, não sendo, pois, a motivação necessária em todo e qualquer ato 
administrativo. Temos como exemplo a nomeação e exoneração de cargos e 
funções de confiança, que dispensa a motivação, mas nunca o motivo. 
 
 
• PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO 
 
Trata-se de exigência constitucional, prevista no art. 5º, incioso LV: "aos 
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral 
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes". Então SIM, estes princípios TAMBÉM estão expressos na CF/88, não 
no art. 37, mas sim no art. 5º e são aplicados no Direito Administrativo. 
 
 - Contraditório – é a garantia que cada parte tem de se manifestar sobre todas 
as provas e alegações produzidas pela parte contrária. Apresentar a contradita, o 
contraposto, falar nos autos, isso é princípio do contraditório. 
- Ampla Defesa – é a garantia que a parte tem de usar todos os meios legais 
para provar a sua inocência ou para defender as suas alegações. É ter acesso ao 
processo, é saber toda a acusação, é estar ciente dos atos processuais, enfim, se 
defender. 
 
 
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• PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE 
 
Apesar de serem princípios distintos, são sempre estudados em conjunto e seu 
conceito se resume a adequação entre meios e fins, vedada a imposição de 
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente 
necessárias ao atendimento do interesse público. 
 
Chegamos ao final de mais um encontro, espero ter ajudado mais uma vez. Faça 
muito exercício, reveja a aula e mantenha o FOCO. Fraterno Abraço. 
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AGENTE PÚBLICO 
 
Primeiramente precisamos entender que a expressão AGENTE PÚBLICO é 
GÊNERO, assim como, funcionário público, usada apenas no âmbito penal 
e há muito já descartada pelos juristas modernos. Deste gênero, por 
obvio, derivam-se várias outras ESPÉCIES que analisaremos agora: 
 AGENTES POLÍTICOS – são os que ocupam os cargos principais na 
estrutura constitucional, em situação de representar a vontade 
política do Estado 
(ex. Presidente da República, deputados, senadores, governadores, ministros 
de Estado, secretários estaduais e municipais, prefeitos e vereadores dentre 
outros). 
ATENÇÃO: Considerando a base desta classificação a presença do cargo na 
CF/88, temos que também colocar dentre eles os juízes, promotores e 
outros cargos de extrema relevância e também previstos na Carta Politica! 
 
AGENTES ADMINISTRATIVOS – são aqueles com vínculo “profissional” 
com o Estado, podendo ser via lei, ato ou contrato: 
 SERVIDORES – Ocupam cargo e são estruturados em carreira, seu 
provimento é via concurso público, passam por estágio probatório 
de 3 anos e adquirem a estabilidade após isso, seguindo os ditames 
de um estatuto e de um regime de previdência próprios. Podem ser 
civil ou militar, conforme a necessidade do Estado. 
 EMPREGADOS – Ocupam emprego público, seu provimento é via 
concurso, sendo regidos pelo estatuto geral (CLT) e contribuem 
para o RGPS (INSS), não possuem estabilidade e passam apenas 
pelo período de experiência de 90 dias conforme CLT. Podem ser 
apenas civis. 
 TEMPORÁRIO – Ocupam mera função e não cargo ou emprego. 
Não fazem concurso e sim um PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO 
– PSS. Salvo os PSS federais, que possuem estatuto próprio, os 
demais seguem o estatuto do cargo ou emprego principal e 
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TODOS, contribuem para o RGPS (INSS). São selecionados para 
determinado tempo, nas hipóteses de excepcional interesse, 
conforme a CF/88. 
 
 HONORÍFICOS – convocados para colaborar transitória e 
temporariamente com o “Estado”, em razão de sua situação cívica, 
sua honorabilidade ou de sua reconhecida capacidade profissional, 
podendo ainda, atuar em situações de urgência e emergência. 
Assumem funções públicas, sem vínculo empregatício, e, em regra, 
sequer recebem remuneração por tais atividades. Ex.: MESÁRIOS,JURADOS, COMISSÁRIOS DE MENORES, SOCORRISTA. 
 CREDENCIADOS – recebem do Estado o dever de representá-lo 
em certo ato ou desempenhar certa atividade, sempre de forma 
temporária e determinada, mediante retribuição financeira em 
pecúnia ou prêmio. Ex.: TRADUTORES, LEILOEIROS, PERITOS, 
PARECERISTAS, REPRESENTANTES DIPLOMÁTICOS (ATENÇÃO - 
salvo os membros da carreira diplomática). 
 DELEGADOS – particulares com vínculo estatal (contrato ou ato) que 
desempenham atividades (serviços ou obras) por sua conta e risco, 
sempre mediante fiscalização permanente do Estado. Ex.: 
DESPACHANTES, CARTORÁRIOS, AGENTES DAS 
CONCESSIONÁRIAS, PERMISSIONÁRIOS E AUTORIZATÁRIOS DE 
SERVIÇO PÚBLICO. 
 
FORMA DE PROVIMENTO 
CONCURSO!!! 
Aplicação: serve para selecionar os agentes administrativos, os efetivos, 
os profissionais do serviço público, sendo a regra para ingresso oficial nas 
carreiras públicas. Logo, aplica-se tanto a servidores quanto a 
empregados públicos. 
ATENÇÃO: NÃO APLICA PARA CARGO EM COMISSÃO, FUNCÃO 
GRATIFICADA E FUNÇÃO TEMPORÁRIA, ALÉM DOS CARGOS ELETIVOS!!! 
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TIPOS DE CONCURSO: deverá ser de provas ou de provas e títulos, de 
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego. Não 
existe mais o concurso só com a fase títulos!!! 
PRAZO DE VALIDADE DO CONCURSO - até dois anos, admitida uma 
prorrogação por igual período, a critério da administração pública, logo, a 
previsão deve constar do edital. 
ATENÇÃO: Durante o prazo de validade, a administração pública não está 
obrigada a contratar, a não ser as vagas previstas no edital, quando nasce 
o chamado direito subjetivo, defendido até mesmo por via de mandado 
de segurança. 
 
OS “NÓS” DO CONCURSO! 
 COTAS: 
 
 
 
 
 
OS “NÓS” DO CONCURSO! 
 DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO: 
 
 
 
 
 
 TEORIA DO FATO CONSUMADO É APLICADA NO CONSURSO? 
 
 
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OS “NÓS” DO CONCURSO! 
 NOVO CONCURSO COM OUTRO JÁ VIGENTE E OS PSS: 
 
 
 
 
 
 CLÁUSLUAS DE BARREIRA: 
 
 
 
 
 
Tenha um cuidado especial com estas Súmulas Vinculantes abaixo, pois as 
bancas amam cobrá-las em provas de concurso: 
 
 
SÚMULA VINCULANTE 
43 
É inconstitucional toda modalidade de 
provimento que propicie ao servidor investir-
se, sem prévia aprovação em concurso 
público destinado ao seu provimento, em 
cargo que não integra a carreira na qual 
anteriormente investido. 
 
 
SÚMULA VINCULANTE 
44 
Só por lei se pode sujeitar a exame 
psicotécnico a habilitação de candidato a 
cargo público. 
 
 
 
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ESTABILIDADE 
Outro assunto corriqueiro e básico no estudo de agentes públicos é a 
ESTABILIDADE, que é a garantia oferecida ao servidor que lhe assegura a 
permanência no serviço público, atendidas às exigências estabelecidas 
pela Constituição. 
IMPORTANTE: Nunca confunda estabilidade com vitaliciedade, esta, é 
garantia entregue apenas a magistrados e membros do MP, que 
cumprem, em regra, o mínimo de 2 anos de exercício ou no ato da 
posse, obrigando a saída compulsória por decisão judicial transitada em 
julgado, apenas. 
 
Requisitos para se adquirir a estabilidade: 
 nomeação e posse em caráter efetivo. 
 aprovação no estágio probatório, que é de 3 anos (exceto para MP e 
Juiz). 
 aprovação em prova de conhecimentos ou desempenho por comissão 
específica. 
ATENÇÃO: A estabilidade é no serviço público e não do cargo, como 
acontece o estágio probatório! Todo novo provimento em cargo efetivo 
tem um novo período de estagio (comprovação dos requisitos do cargo), 
mas a estabilidade se adquire uma vez, e repita-se, é para o serviço 
público e não para o cargo em questão. 
 
Perda da estabilidade 
Art. 41, § 1º da CF/88: O servidor público estável só perderá o cargo: 
 em virtude de sentença judicial transitada em julgado. 
 mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada à 
ampla defesa. 
 mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, 
na forma da lei complementar, assegurada a ampla defesa. 
 por excesso de gastos com pessoal 
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 (Art. 169, §4º da CF/88) 
 
 ACUMULAÇÃO 
Assunto geral e importante é a ACUMULAÇÃO, prevista no art. 37, XVI e 
XVII, CF/88, que prevê como regra geral a proibição da acumulação 
remunerada de cargos, EXCETO: 
 dois cargos de professor (A) 
 professor com outro técnico científico (B) 
 dois cargos de médico (C) 
IMPORTANTE: a proibição de acumular estende-se a empregos e 
funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, 
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades 
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; 
ATENÇÃO: existe a possibilidade de acumulação remunerada de cargos 
no caso de JUIZ ou PROMOTOR e UM CARGO DE PROFESSOR!!! 
 
E OS MILITARES!? PODEM ACUMALAR CARGOS? 
DICA – SIIIMMM! 
Art. 43 da CF/88: (...) 
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da 
atividade militar. (EC nº 101/19) 
Art. 142 da CF/88: (...) 
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, 
aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes 
disposições: (EC nº 18/98) 
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego 
público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, 
inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei; 
(EC nº 77/14) 
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MUITO IMPORTANTE: Além da acumulação geral, existe a acumulação 
especial oriunda da junção do cargo efetivo e o cargo eletivo, tudo 
conforme previsão do art. 38 da CF/88: 
MANDATO ELETIVO FEDERAL OU ESTADUAL – ficará afastado do cargo, 
emprego ou função E receberá o subsídio do cargo eletivo. 
PREFEITO – ficará afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe 
facultado optar pela remuneração (subsidio do cargo eletivo ou efetivo). 
VEREADOR – havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens 
de seu cargo, emprego ou função sem prejuízo da remuneração do cargo 
eletivo, não sendo compatível aplicar-se-á as regras do prefeito. 
IMPORTANTE: o afastamento é computado como tempo de serviço, com 
todos os efeitos, exceto para promoção por merecimento!!! 
# ATENÇÃO- na hipótese de ser segurado de regime próprio de 
previdência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente 
federativo de origem.“EC103/19” 
 
SISTEMA REMUNERATÓRIO APLICADO AOS SERVIDORES 
Preceitos Constitucionais 
 sujeito ao princípio da reserva legal específica, ou seja, nunca 
teremos portarias, decretos ou resoluções tratando de salário, 
vencimento e subsídios, apenas, LEI! 
 assegurada à revisão geral anual dos subsídios e vencimentos, 
sempre na mesma data e sem distinção de índices, assegurou a 
irredutibilidade real e não apenas nominal do subsídio e dos 
vencimentos. 
 é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies 
remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço 
público. 
 os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não 
serão computados nem acumulados para fins de concessão de 
acréscimos ulteriores. 
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 a EC 19 criou o teto geral e obrigatório no âmbito da 
Administração direta autárquica e fundacional, estipulando que os 
subsídios, os vencimentos, os salários e os proventos, pensões e 
outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, 
incluídas as vantagens pessoas ou de qualquer outra natureza, não 
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Min. do STF – 
art. 37, XI da CF/88. 
IV - o teto geral será fixado por lei de iniciativa conjunta dos Presidentes 
da República, da CD,do SF e do STF que, por curiosidade, mas por 
evidente cautela está sujeita à sanção do chefe do Executivo – art. 48 da 
CF/88. 
V - os vencimentos também ficam sujeitos a um teto entre os 
vencimentos dos cargos pertencentes aos Poderes, que corresponde 
àqueles pagos pelo Executivo – art. 37, XII da CF/88. 
VI - os salários dos empregados públicos das empresas públicas e das 
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, só estarão submetidas 
ao teto geral se as pessoas jurídicas receberem recursos do poder 
público para custeio de tais despesas. 
 
Art. 37, XI da CF/88: TETO GERAL 
“a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e 
empregos públicos da administração direta, autárquica e 
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de 
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, 
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos 
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de 
qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em 
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se 
como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e 
no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do 
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no 
âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do 
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco 
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros 
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do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, 
aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos 
Procuradores e aos Defensores Públicos;” (EC nº 41/03) 
 
ESPÉCIEIS DE REMUNERAÇÃO 
A) SUBSÍDIO - é uma modalidade de remuneração, fixada em parcela 
única, paga obrigatoriamente aos detentores de mandato eletivo 
(Senador, Deputado Federal, Estadual, Vereador, Presidente, Vice-
Presidente, Governador, Vice-Governador, Prefeito e Vice-Prefeito) e aos 
demais agentes políticos (Ministros de Estado, Secretários Estaduais e 
Municipais, os membros da Magistratura e o MP e Ministros e 
Conselheiros dos Tribunais de Contas) 
ATENÇÃO: agente político (membro de poder, detentor de mandato 
eletivo, ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais) – tem como 
única modalidade de remuneração cabível, enquanto que os demais 
agentes públicos poderão ter remuneração. 
 
B) VENCIMENTOS – valor fixo pago aos servidores efetivos de acordo 
com a tabela do plano de carreira. 
C) REMUNERAÇÃO – é a soma dos vencimentos básicos com as 
vantagens variáveis de cada carreira. 
D) SALÁRIO - pago aos empregados públicos da administração pública 
indireta regidos pela CLT, titulares de empregos públicos. 
E) PROVENTOS – é o valor pago aos aposentados e pensionistas. 
 
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Muita atenção que este assunto, como é muito controvertido e costuma 
ser alvo de ações judiciais, há muitas súmulas importantes sobre ele, das 
quais cito abaixo as mais importantes por serem vinculantes: 
 
 
SÚMULA VINCULANTE 
4 
É inconstitucional toda modalidade de 
provimento que Salvo nos casos previstos na 
Constituição, o salário mínimo não pode ser 
usado como indexador de base de cálculo de 
vantagem de servidor público ou de 
empregado, nem ser substituído por decisão 
judicial. 
 
 
SÚMULA VINCULANTE 
15 
O cálculo de gratificações e outras 
vantagens do servidor público não incide 
sobre o abono utilizado para se atingir o 
salário mínimo. 
 
SÚMULA VINCULANTE 
16 
Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 
19/98), da Constituição, referem-se ao total 
da remuneração percebida pelo servidor 
público. 
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SÚMULA VINCULANTE 
37 
Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem 
função legislativa, aumentar vencimentos de 
servidores públicos sob o fundamento de 
isonomia. 
 
SÚMULA VINCULANTE 
42 
É inconstitucional a vinculação do reajuste 
de vencimentos de servidores estaduais ou 
municipais a índices federais de correção 
monetária. 
SÚMULA VINCULANTE 
55 
O direito ao auxílio-alimentação não se 
estende aos servidores inativos. 
Art. 37 da CF/88: (...) 
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação 
sindical; 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em 
lei específica; (EC nº 19/98) 
 Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros 
Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são 
militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (EC nº 18/98) 
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 
8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual 
específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as 
patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (EC nº 
20/98) 
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares 
militares. 
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, 
aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes 
disposições: (EC nº 18/98) 
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são 
conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude 
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aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os 
títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos 
uniformes das Forças Armadas; (EC nº 18/98) 
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego 
público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso 
XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei; (EC nº 
77/14) 
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, 
emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que 
da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, 
inciso XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e somente 
poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por 
antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela 
promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de 
afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos 
da lei; (EC nº 77/14) 
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (EC nº 18/98) 
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a 
partidos políticos; (EC nº 18/98) 
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do 
oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de 
caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em 
tempo de guerra; (EC nº 18/98) 
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa 
de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, 
será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (EC nº 
18/98) 
 
Art. 39 da CF/88: (...) 
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 
7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo 
a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza 
do cargo o exigir. (EC nº 19/98) 
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Art. 142, § 3º, da CF/88: (...) 
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, 
XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma 
da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, 
alínea "c"; (EC nº 77/14) 
 
 
 
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APOSENTADORIA 
Por fim, mas não menos importante, abordaremos a APOSENTADORIA 
dos servidores, claro, apenas os ditames previstos na CF/88, muitos 
alterados pela EC - 103/19. 
Art. 40 - CF/88 
O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos 
efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do 
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de 
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial. 
§ 1º - O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será 
aposentado: 
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver 
investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será 
obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da 
continuidade das condições que ensejaram a concessão da 
aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo; 
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) 
anos de idade, na forma de lei complementar; 
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, 
e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima 
estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis 
Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos 
estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo. 
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor 
mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo 
estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado o 
disposto nos §§ 14 a 16. 
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão 
disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. 
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§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para 
concessão de benefícios em regime próprio de previdência social, 
ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. 
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo 
ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para 
aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos a 
avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e 
interdisciplinar. 
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo 
ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para 
aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente 
socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do 
caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do 
caput do art. 144. 
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo 
ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para 
aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva 
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou 
associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria 
profissional ou ocupação. 
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 
(cinco) anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no 
inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das 
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e 
médio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. 
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis 
na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma 
aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social, 
aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de 
benefícios previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência 
Social. 
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única 
fonte de renda formal auferida pelo dependente, o benefício de pensão 
por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, 
a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores 
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de que trata o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em 
razão da função. 
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em 
caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em 
lei. 
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será 
contado para fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-
A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente será contado para 
fins de disponibilidade. 
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de 
tempo de contribuição fictício. 
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos 
de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou 
empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a 
contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante 
resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de 
cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão 
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. 
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime 
próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e critérios 
fixados para o Regime Geral de Previdência Social. 
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro 
cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o 
Regime Geral de Previdência Social. 
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, 
por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência 
complementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, 
observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de 
Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em 
regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16. 
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 
oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição 
definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio 
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de entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta 
de previdência complementar. 
§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos § § 
14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço 
público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente 
regime de previdência complementar. 
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do 
benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da 
lei. 
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e 
pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o 
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de 
previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao 
estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. 
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo 
ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha completado 
as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer 
em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, 
no máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a 
idade para aposentadoria compulsória. 
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência 
social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cadaente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades 
autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu 
financiamento, observados os critérios, os parâmetros e a natureza 
jurídica definidos na lei complementar de que trata o § 22. 
§ 21. (Revogado). 
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência 
social, lei complementar federal estabelecerá, para os que já existam, 
normas gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade 
em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre: 
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime 
Geral de Previdência Social; 
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II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos; 
III - fiscalização pela União e controle externo e social; 
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; 
V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de 
que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recursos provenientes de 
contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza; 
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; 
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados 
os princípios relacionados com governança, controle interno e 
transparência; 
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que 
desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, com a 
gestão do regime; 
IX - condições para adesão a consórcio público; 
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota 
de contribuições ordinárias e extraordinárias. 
 
APOSENTADORIA ESPECIAL 
O artigo 10, §2º, inciso II, da EC 103/2019 esclarece os requisitos mínimos 
para a concessão de aposentadoria especial aos servidores públicos 
federais. 
§ 2º Os servidores públicos federais com direito a idade mínima ou 
tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de 
aposentadoria na forma dos §§ 4º-B, 4º-C e 5º do art. 40 da Constituição 
Federal poderão aposentar-se, observados os seguintes requisitos: 
II - o servidor público federal cujas atividades sejam exercidas com efetiva 
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou 
associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria 
profissional ou ocupação, aos 60 (sessenta) anos de idade, com 25 (vinte e 
cinco) anos de efetiva exposição e contribuição, 10 (dez) anos de efetivo 
exercício de serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for 
concedida a aposentadoria; 
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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
AGENTES PÚBLICOS 
Primeiramente temos que entender o conceito de ATO, FATO e 
CONTRATO administrativos, porque nem tudo que a administração 
pública faz é ato, e mesmo o sendo, muitas vezes não é ato 
ADMINISTRATIVO! 
ENTÃO ANOTE: 
# NEM TUDO QUE A ADMNISTRAÇÃO PÚBLICA FAZ PODEMOS CHAMAR 
DE ATO ADMINISTRATIVO, POIS ESTE É ESPÉCIE DO GRANDE GRUPO 
DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO, ALÉM DE TERMOS OS FATOS E OS 
CONTRATOS, QUE NÃO SE CONFUNDEM COM OS ATOS!!! 
# OS ATOS ADMNISTRATIVOS NÃO SÃO EMANADOS APENAS PELA 
ADMNISTRAÇÃO PÚBLICA, JÁ QUE OS PODERES, LEGISLATIVO E 
JUDICIARIO, QUANDO NAS SUAS FUNÇÕES ATÍPICAS, TAMBÉM 
PROFEREM SEUS ATOS ADMNISTRATIVOS. 
 
FATOS E ATOS JURÍDICOS 
1) Fatos jurídicos em sentido amplo: universo de eventos. 
a) Fatos jurídicos em sentido estrito: eventos da natureza (catástrofe, 
morte natural). 
b) Atos jurídicos em sentido amplo: eventos humanos (produzem 
consequência jurídica). 
i) Negócios jurídicos: marcados pela consensualidade (exemplo dos 
contratos). 
ii) Atos ilícitos: produzidos em desacordo com o ordenamento (exemplo 
dos atos ilegais). 
iii) Atos jurídicos em sentido estrito: efeitos predeterminados pelo 
ordenamento. 
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c) Atos-fatos jurídicos: eventos humanos destituídos de vontade (exemplo 
da prescrição e decadência). 
 
 
 
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
O ato praticado no exercício da função administrativa é ato da 
Administração, porém nem todo ato da Administração é ato administrativo. 
Em suma, o ato administrativo está contido no conjunto dos atos da 
Administração. 
Espécies de Atos da Administração 
 Atos de Direito Privado: aqueles praticados pela Administração 
despidos das prerrogativas de direito público, como a compra e 
venda ou a locação: 
 Atos materiais da Administração: atos que envolvem apenas 
execução, como a demolição de estabelecimento em ruínas; 
 Atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor: aqueles que não 
geram efeitos jurídicos imediatos, como os atestados e as certidões; 
 Atos políticos ou de governo: aqueles sujeitos a regime 
constitucional, como a sanção e o veto; 
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 Contratos e convênios: atos em que a vontade é manifestada de 
forma bilateral; 
 Atos normativos: aqueles dotados de generalidade e abstração, 
com conteúdo de leis, e só formalmente são atos administrativos. 
 Atos administrativos propriamente ditos. 
 
CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO 
O conceito mais aceitável e seguido em provas de concurso para ato 
administrativo é o do nosso eminente Hely Lopes Meirelles: “ato 
administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração 
Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, 
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor 
obrigações aos administrados ou a si própria”. 
Complementando o doutrinador, temos: SÓ É ATO ADMINISTRATIVO SE: 
- FOR UMA MANIFESTAÇÃO DE VONTADE (omissão é fato e não ato) 
- DE FORMA UNILATERAL (se for BILATERAL é contrato) 
- DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (os três poderes podem emitir atos) 
- NO USO DAS SUAS PRERROGATIVAS (sempre regido por direito público) 
- SOB O MANTO DOS 3 CONTROLES (administrativo, legislativo e 
judiciário) 
Basicamente, isso é ato administrativo, e lembrando quem nem toda a 
manifestação de vontade da administração pública é ato e muito menos 
administrativo. 
 
REQUISITOS 
Requisitos são os elementos que um ato administrativo deve ter para 
que exista no mundo jurídico, caso falte alguns deles, o ato simplesmente 
é considerado INEXISTENTE por terminar seu ciclo de formação. 
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1) Competência (vinculado): é o poder legalmente concedido ao agente 
público para a prática do ato. Esse direito é irrenunciável, imprescritível, 
improrrogável, e intransferível! 
ATENÇÃO: A competência é intransferível, mas não indelegável, já que é 
possível delegar o EXERCÍCIO da função a outrem, sendo que o agente 
detentor originário continua com sua titularidade. 
 
Critérios Definidores: 
 Matéria: cumpre ao órgão/entidade o desempenho conteúdo 
administrativo específico. 
 Lugar ou Território: as atribuições são desempenhadas por centros 
de competência localizados em pontos territoriais distintos. 
 Hierarquia: as competências são escalonadas segundo o grau de 
complexidade e de responsabilidade. 
 Tempo: a competência tem início a partir da investidura legal e 
térmico com o fim do exercício da função pública. 
 Fracionamento: a competência é distribuída por órgãos diversos, 
quando se trata de procedimento ou de atos complexos, com a 
participação de vários órgãos ou agentes. 
 
Muita atenção no estudo dos vícios e, no que tange aos erros de 
competência, alguns se destacam, quais sejam: 
 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO: Ocorre este tipo de vício quando um 
particular, com DOLO de praticar crime, usa da função pública, 
praticando atos que, por óbvio, não possui competência. Tal ato é 
nulo e dele não se origina direitos, além de ser crime. 
 FUNÇÃODE FATO: Aqui não há dolo por parte do agente, apenas 
um erro na sua nomeação, que vicia os atos proferidos por ele 
enquanto na ativa. Deve-se tomar cuidado, pois aqui há sim 
ANULAÇÃO, porém, com efeitos ex nunc, respeitando assim, os 
direitos adquiridos dos particulares que agiram de boa-fé. 
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 EXCESSO DE PODER: Este vício o agente até tem competência para 
efetuar o ato, mas, extrapola a mesma, agindo além ou fora dos 
limites entregues pela lei a seu cargo. Deve ser anulado por constituir 
uma das duas formas de ABUSO DE PODER, neste caso, na categoria 
EXCESSO, já que fere o requisito competência. 
IMPORTANTE: Aqui é possível, caso o vício seja SANÁVEL e a competência 
não sendo exclusiva, a aplicação do instituto da CONVALIDAÇÃO, que é o 
reaproveitamento do ato, estudo com mais afinco ao final. 
 
2) Finalidade (vinculado): é o que se busca alcançar com o ato. Aqui 
temos sempre duas finalidades, a IMEDIATA prevista na lei e a MEDIATA 
que sempre visa alcançar o interesse público. 
No que tange aos vícios de finalidade, sempre serão anulados, por não 
ser possível qualquer tipo de reaproveitamento. Teremos um ato viciado 
na sua finalidade quando o agente agir com DESVIO DE PODER, ou seja, 
desobedecer ou a finalidade direta, imediata, aquela prevista na lei ou a 
finalidade indireta, mediata, qual seja, o interesse público. 
Assim, o desvio de finalidade é uma forma de ABUSO DE PODER, deve ser 
anulado e não se origina direitos deste ato nulo. 
 
3) Forma (vinculado): diz respeito à exteriorização do ato e todos os 
procedimentos exigidos para sua execução. Vale lembrar que nem todos 
os atos administrativos devem ser produzidos por escrito, é a regra, mas 
temos atos orais e até por via de sinais, sonoros e visuais, como os gestos 
do agente de transito e o semáforo. 
Um vício de forma é visualizado quando, tendo forma prevista em lei, esta 
não é seguida, logo, viciando o ato na sua via externa. Assim, se para a 
concretização de um determinado ato prevê-se um decreto e o mesmo é 
feito via portaria, é nulo por vício de forma. 
IMPORTANTE: Aqui é possível, caso o vício seja SANÁVEL e a forma não 
amarrada em lei, a aplicação do instituto da CONVALIDAÇÃO, que é o 
reaproveitamento do ato, estudo com mais afinco ao final. 
 
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4) Motivo (discricionário): é a justificativa, o pressuposto de fato e de 
direito que autoriza e fundamenta a edição do ato. Podemos ter mais de 
um motivo, por isso se diz que pode ser discricionário. Nada impede que 
se tenha o motivo vinculado, como numa aposentadoria, num caso de 
licença ou algo assim. 
ATENÇÃO: Motivo é diferente de motivação. Na verdade, esta se trata 
da exposição por escrito dos motivos que levaram à prática do ato. Nem 
todo ato precisa ser motivado, mas todo ato tem motivo, dado que é um 
dos cinco requisitos de existência. 
Um vício de motivo é facilmente identificado quando temos uma 
justificativa FALSA ou até mesmo INEXISTENTE! Pois o motivo deve ser 
real e verdadeiro, do contrário, temos um vício e deve o ato ser anulado 
por tal ilegalidade. 
MUITO IMPORTANTE: Segundo a Teoria dos Motivos Determinantes, a 
validade de um ato se vincula aos motivos indicados como seu 
fundamento. Portanto, se for comprovado que um motivo é falso ou 
inexistente, o ato é inválido. Isso vale até para os casos de atos em que o 
agente não é obrigado a motivar, mas assim o faz. Portanto, se motivou, 
está vinculado ao motivo. 
 
5) Objeto (discricionário): é o conteúdo do ato em si, isto é, seu 
resultado prático, seu efeito jurídico primário. Assim como o motivo, pode 
existir mais de um objeto, tornando-o discricionário ao bom alvitre do 
administrador. 
Logo, se temos apenas um motivo, teremos apenas um objeto e será ele 
vinculado, já que carece de opção, como nos mesmos casos citados 
acima, da aposentadoria e das situações que demandam o ato licença. 
Quanto aos vícios de objeto, temos que se o ato possuir um objeto 
ILEGAL, INDETERMINADO ou INDETERMINÁVEL, será ele nulo por erro no 
objeto, pois precisamos de um objeto legal e certo, sem isso, ato nulo por 
vício insanável. 
 
 
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ATRIBUTOS 
São chamados também de características, então muita atenção na prova, 
porque poderá vir quaisquer destas palavras, a depender da banca. São 
propriedades peculiares do ato administrativo que tornam possível o 
alcance do interesse público. 
Presunção de legitimidade e veracidade: os atos são legítimos e 
verdadeiros até que se prove o contrário; É o que autoriza a IMEDIATA 
execução do ato; Pode ser quebrada por ação do particular, logo esta 
presunção é RELATIVA. 
Tipicidade: o ato deve corresponder a figuras previamente definidas pela 
lei como aptas a produzir determinados efeitos, ou seja, para cada 
finalidade buscada pela Administração, há uma espécie distinta de ato. 
Nunca haverá ato 100% discricionário ou arbitrário, dada esta 
característica. 
Autoexecutoriedade: a própria Administração pode executar seus atos, 
sem a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário; Por vezes autoriza o uso 
da força para desconstituir a ilegalidade. Lembre-se que a multa resistida 
nunca é exemplo de ato auto executável. 
Imperatividade: é a propriedade de a Administração impor seus atos, 
independentemente da vontade dos particulares; É típica de atos de império 
e de poder de polícia, dada a sua alta coercibilidade. 
 
ATENÇÃO: Nem todos os atos têm autoexecutoriedade e ou são 
imperativos, mas todos os atos são típicos e possuem, mesmo que 
relativamente, uma presunção de legalidade. 
ATENÇÃO: Nem todos os doutrinadores colocam a tipicidade no rol de 
atributos dos atos administrativos. De qualquer forma, é importante 
ressaltar que para provas é importante alocar ele no rol acima. 
 
 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO 
Este assunto é cobrado por vezes em provas, por isso muito atenção ao 
estudar as várias formas de classificação de ato adotadas pela doutrina. 
São elas: 
Quanto ao regramento: 
o Vinculado: a lei estabelece todas as condições e o 
momento da realização do ato, não permitindo que o 
agente público disponha de nenhuma liberdade nesse 
sentido; 
o Discricionário: a lei permite que o administrador tenha 
certa liberdade para realizar um juízo de conveniência, 
oportunidade e modo de realização. 
Quanto ao destinatário: 
o Gerais: são dirigidos à coletividade, a todos que se 
enquadrem na situação abrangida pela norma; 
o Individuais: são dirigidos a uma ou mais pessoas 
específicas. 
Quanto ao alcance: 
o Internos: alcançam apenas o ambiente interno da 
Administração, isto é, seus órgãos e servidores; 
o Externos: alcançam todos, tanto a Administração 
quanto os administrados. 
Quanto ao objeto: 
o Atos de império: são aqueles em que a Administração 
se coloca em posição acima dos administrados; 
o Atos de gestão: são aqueles em que a Administração se 
coloca em par de igualdade com os administrados; 
o Atos de expediente: são atos de rotina, quando se dá 
prosseguimento na tramitação de papéis e processos no 
contexto interno da Administração. 
 
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Quanto à formação: 
o Simples: são formados a partir da manifestação de 
vontade um único órgão, colegiado ou unitário; 
o Complexos: nascem a partir da manifestação de 
vontade de dois ou mais órgãos; 
o Compostos: são formados a partir da manifestação de 
vontade de um órgão, mas dependem que outro 
ratifique o ato para que este passe a valer. 
Quanto à elaboração: 
o Perfeitos: já completaram todas as etapas de sua 
criação, ou seja, o ato está perfeitamente formado; 
o Imperfeitos: ainda não completaram todas as fases de 
sua criação; 
o Pendentes: já estão perfeitamente formados, mas 
dependemde alguma condição ou termo para gerarem 
seus efeitos; 
o Consumados: são aqueles que já produziram seus 
efeitos e estes se exauriram. 
 
ESPÉCIES 
Primeiramente precisa lembrar que espécies são diferentes de 
classificação de ato e vice e versa! Temos cinco espécies de atos 
elencadas abaixo, senão vejamos: 
• Normativos: expressam comandos gerais e abstratos, aspecto 
que no sentido material os equiparam a leis (decretos, 
instruções normativas, regimentos e resoluções); 
• Ordinatórios: são atos decorrentes do Poder Hierárquico, que 
visam disciplinar a conduta funcional dos agentes públicos e 
discorrer a respeito do funcionamento dos órgãos (instruções, 
circulares, avisos e portarias); 
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• Negociais: expressam uma vontade da Administração 
coincidente com os interesses de um particular (licença, 
autorização, permissão); 
• Enunciativos: por meio deles a Administração apenas atesta a 
existência de um fato ou emite opinião sobre algo (certidões, 
atestados, pareceres, apostilas); 
• Punitivos: representam sanções aplicadas pela Administração 
a servidores ou particulares que cometem infrações ou adotam 
condutas irregulares (multas, interdições, demolições). 
 
EXTINÇÃO 
O ato possui várias formas de extinção, sendo as mais conhecidas e 
cobradas em provas a anulação e a revogação, não sendo, pois, as únicas. 
 
 Anulação: A Administração deve anular atos eivados 
de vícios de legalidade. Tal ato tem força retroativa (ex 
tunc), pois todos os efeitos nocivos de um ato ilegítimo 
devem ser eliminados desde seu nascimento. Poderá 
ser decretada administrativamente ou judicialmente 
(esta última sempre observará apenas se o ato está de 
acordo com a legalidade). (Sum. 473 do STF). 
 Revogação: o ato é legítimo, mas a Administração tem 
a discricionariedade de revogá-lo ou não, em razão de 
conveniência e oportunidade. Desta forma, como não 
há nenhuma ilegalidade no ato, a revogação opera 
apenas efeitos futuros (ex nunc). A revogação não 
poderá incidir sobre atos vinculados, consumados, 
procedimento administrativo, declaratórios, 
enunciativos e procedimentos administrativos. 
 
 Caducidade: Quando um ato deixa de existir em 
virtude da entrada em vigor de lei que impeça a 
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permanência da situação anteriormente concedida 
pelo poder público. 
 Cassação: Extinção do ato administrativo quando o seu 
beneficiário deixa de cumprir os requisitos que deveria 
permanecer atendendo, como exigência para 
manutenção do ato e de seus efeitos. 
 Extinção subjetiva: Ocorre quando há 
desaparecimento ou falecimento do sujeito 
beneficiário. 
 Extinção objetiva: Ocorre quando, desaparecendo o 
objeto do ato, com ele se extinguem os efeitos do ato. 
 Contraposição: Ocorre na edição de ato com efeito 
contraposto ao ato anteriormente emitido. 
 Renúncia: Quando o beneficiário do ato 
administrativo renuncia a situação de desfrute que o 
ato reconhece a seu favor. 
 Extinção natural do ato: Desfaz um ato administrativo 
pelo mero cumprimento normal de seus efeitos. 
 
 
CONVALIDAÇÃO 
Conceito: 
Também chamada de sanatória, é o ato privativo da Administração 
Pública, dirigido à correção de vícios presentes nos atos administrativos, 
e, por conseguinte, mantendo-os “vivos” no mundo jurídico. 
Para a doutrina majoritária, a convalidação é ato vinculado; porém, 
poderá ser discricionária quando se tratar de vício de competência em ato 
de conteúdo discricionário. 
 
 
 
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Teorias: 
 Teoria Monista: O instituto da convalidação não deve ser aplicado 
no Direito Administrativo. Se o ato está eivado de vício, não há 
espaço para sua correção, devendo ser objeto de anulação. 
 Teoria Dualista: Teoria que prevalece. Defende a existência de dois 
tipos de nulidades: algumas, muito graves, correspondente a atos 
nulos (vícios insanáveis); outras, não tão graves assim, que se 
referem a atos anuláveis, para os quais não se afasta a possibilidade 
de correção dos vícios. A adoção da teoria dualista foi enfatizada na 
Lei 9.784/1999: 
“Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao 
interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem 
defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração”. 
 Teoria Ternária: Somam-se aos atos nulos e anuláveis os atos 
irregulares. São assim considerados os atos praticados com defeitos 
formais irrelevantes ou superficiais, exemplo da veiculação de edital 
1/2017 quando, na verdade, seria edital 2/2017. 
 Teoria Quaternária: Por fim, pela teoria quaternária, há quatro tipos 
de ilegalidades: os atos inexistentes, os nulos (devem ser anulados), 
os anuláveis (admitem a convalidação) e os irregulares (vício formal 
irrelevante que não acarreta a invalidade do ato). Fica o registro de 
que, enquanto a teoria dualista é a de previsão legal, a 
quaternária é a dominante pelas lições doutrinárias. 
 
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MUITO IMPORTANTE: O ato administrativo eivado de vício sanável será 
convalidado por autoridade superior hierarquicamente a que editou o ato. 
ATENÇÃO: Só cabe convalidação em vícios de COMPETÊNCIA E FORMA 
SANÁVEIS, desde que não aja prejuízo a terceiro ou a própria 
administração pública e extremo interesse da mesma em reaproveitar o 
ato. 
Pressupostos da Convalidação: 
a) Ausência de prejuízo a terceiros; 
b) Inexistência de dano ao interesse público; e 
c) Presença de defeitos sanáveis. 
Vícios Sanáveis e Insanáveis 
 Vício de competência: em regra, é convalidável; se a competência é 
exclusiva e o ato for praticado por outra autoridade, o ato é nulo. 
 Vício de finalidade: não é convalidável; o ato praticado desviado de 
sua finalidade não pode ser aproveitado. 
 Vício de forma: é convalidável, desde que não se trate de forma 
essencial. Por “forma essencial” entenda-se aquela necessária à 
validade do ato, isto é, a que seja expressamente estabelecida em 
norma. 
 Vício de motivo: não é convalidável. O vício de motivo ocorre 
quando a matéria de fato ou de direito é materialmente inexistente 
ou inadequada ao resultado pretendido. 
 Vício de objeto: não é convalidável, apesar de alguns autores 
entenderem pela admissibilidade. 
 
 
 
 
 
 
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PODERES ADMINISTRATIVOS 
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PODERES ADMINISTRATIVOS 
Os poderes aqui estudados nada têm a ver com os três poderes do Estado, executivo, 
legislativo e judiciário e sim, com os instrumentos usados pela administração pública 
no trato com seus agentes (poder hierárquico e disciplinar) e/ou com publico em geral 
(poder regulamentar e de polícia). 
Importa ressaltar também, que os poderes surgem como instrumentos através dos 
quais o poder público vai perseguir seu interesse coletivo, e serão usados para tal fim. 
 
Principais características: 
 é obrigatório. 
 é irrenunciável. 
 é um poder-dever. 
 deve obedecer aos limites das regras de competência, sob pena de 
inconstitucionalidade. 
Poder VINCULADO e DISCRICIONÁRIO 
 - Poder vinculado – estabelece um único comportamento possível a ser 
tomado pelo administrador diante de casos concretos, sem nenhuma liberdade 
para um juízo de conveniência e oportunidade (juízo de valores). 
 
 - Poder discricionário - neste poder o administrador também está 
subordinado à lei, diferencia do vinculado porque ele tem liberdade para atuar 
de acordo com um juízo de conveniência e oportunidade, de tal forma que, 
havendo duas alternativas o administrador pode optar qual delas, no seu 
entendimento, preserve melhor o interesse público. 
IMPORTANTE: Discricionariedade é diferente de arbitrariedade, aopasso que 
discricionariedade é a liberdade para atuar, para agir dentro dos limites da lei e 
arbitrariedade é a atuação do administrador além (fora) dos limites da lei. 
 ATENÇÃO – Ato arbitrário é sempre ilegítimo e inválido, logo, será nulo de pleno 
direito, devendo ser anulado pela própria administração ou pelo poder judiciário. 
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PODERES ADMINISTRATIVOS 
Poderes em Espécie 
→ HIERÁRQUICO (interno à Administração Pública) – é o que detêm a Administração 
para a sua organização estrutural, o que escalona seus órgãos e reparte suas funções, 
definindo, na forma da lei, os limites de competências de cada um; dele decorrem 
algumas prerrogativas: delegar e avocar atribuições, dar ordens, fiscalizar, editar atos 
internos e rever atividades de órgãos inferiores. 
→ DISCIPLINAR (interno à Administração Pública) – é aquele conferido ao 
administrador para apurar infrações e aplicar penalidades funcionais a seus agentes e 
demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa, como é o caso das que por ela são 
contratados. 
ATENÇÃO - É FUNDAMENTAL A EXISTÊNCIA DE VÍCULO (ato, lei, contrato) 
ENTRE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E A PESSOA ENVOLVIDA (PF ou PJ)!!! 
 
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PODERES ADMINISTRATIVOS 
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PODERES ADMINISTRATIVOS 
Poderes em Espécie 
→ REGULAMENTAR (externo à Administração Pública) – é a faculdade atribuída ao 
administrador (chefe do Executivo) para a expedição de decretos e regulamentos com 
o intuito de oferecer fiel execução à lei. 
Atenção: o decreto não pode contrariar, restringir ou ampliar o conteúdo de leis já 
existentes, mas tão-somente melhor explicitá-los, já que não é norma primária. Exceção 
feita ao chamado DECRETO AUTÔNOMO previsto no art. 84, VI, da CF/88. 
 
 
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PODERES ADMINISTRATIVOS 
Poderes em Espécie 
→ DE POLÍCIA (externo à Administração Pública) – atribuição conferida à 
Administração de impor limites ao exercício de direitos e de atividades individuais em 
função do interesse público primário; decorre da supremacia do interesse público em 
relação ao interesse do particular, resultando limites ao exercício de liberdade e 
propriedade deferidas aos particulares. 
A maneira correta de se interpretar tal poder é colocar a palavra FISCALIZAÇÃO no 
lugar de PODER DE POLÍCIA, para que não corra o risco de confundir com o poder 
estatal de segurança, o que lhe causará sérios problemas em provas de concurso. 
 
Conceito Legal de poder de Polícia - Art. 78 do CTN: 
Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de 
fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos 
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas 
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou 
ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando 
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do 
processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso 
ou desvio de poder. 
 
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DIREITO ADMINISTRATIVO 
Poder Administrativo 
Ciclo do Poder de Polícia 
 
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Conteúdo Programático 
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marcadores, portanto, acesse a barra de marcadores do seu leitor de PDF e navegue 
de maneira RÁPIDA e DESCOMPLICADA pelo conteúdo. 
 
Veja o exemplo abaixo: 
 
Buenas meu povo! Hoje observaremos o poder de polícia e seu ciclo, é importante 
que no decorrer do material você realize anotações. Lembre-se que seu esforço valerá 
a pena, juntos chegaremos em sua aprovação! 
 
Conteúdo Programático 
Conteúdo Programático .................................................................................................... 2 
Poderes da Administração ................................................................................................ 3 
Poder de Polícia ................................................................................................................................... 3 
Ordem de polícia ......................................................................................................................................................... 4 
Consentimento de polícia ........................................................................................................................................... 5 
Fiscalização de polícia ................................................................................................................................................. 5 
Sanção de polícia ......................................................................................................................................................... 5 
 
 
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Poderes da Administração 
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Poderes da Administração 
Poder de Polícia 
DE POLÍCIA (externo à Administração Pública) – atribuição conferida à Administração 
de impor limites ao exercício de direitos e de atividades individuais em função do 
interesse público primário; decorre da supremacia do interesse pública em relação ao 
interesse do particular, resultando limites ao exercício de liberdade e propriedade 
deferidas aos particulares. 
 
A maneira correta de se interpretar tal poder é colocar a palavra FISCALIZAÇÃO no 
lugar de PODER DE POLÍCIA para que não corra o risco de confundir com o poder 
estatal de segurança o que lhe causará sérios problemas em provas de concurso. 
 
O conceito do poder de polícia está no art. 78 do CTN, pois trata-se de um fato 
gerado por um tributo, que no caso é custeado por taxa. Vejamos o que dispõe a lei: 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em 
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à 
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de 
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando 
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do 
processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou 
desvio de poder. 
 
O professor Diogo de Figueiredo desenvolveu um ciclo de polícia e elenca 4 formas, 
sendo: 
• Legislação de polícia; 
• Concessão de polícia; 
• Fiscalização de polícia; e 
• Sanção de polícia. 
 
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 Indelegável / Delegável 
 
Exemplo: Uso do C.T.B do Código de trânsito Brasileiro, ele exige a existência das 
normas ou regras de trânsito, isto já é uma ordem de polícia. Para que um 
indivíduo ande de carro é preciso ter uma instrução mínima, uma prática, ou seja, 
é preciso fazer a CNH (consentimento de polícia). Se o indivíduo é pego 
dirigindo sem carteira irá sofrer uma sanção pela fiscalização. 
 
Ordem de polícia 
É um preceito legal básico, ou seja, a própria legislação, o qual dá validade à limitação 
prevista, para que não se pratique um ato que lesione o interesse público. Poderá 
vedarde maneira absoluta formas de exercício de atividades individuais ou uso da 
propriedade privada. (INDELEGÁVEL) 
Exemplo: A vedação de autorização de porte de arma de fogo de uso restrito às 
Forças Armadas. 
 
A vedação poderá existir de início, mas sendo possível, após uma avaliação, que a 
Administração permita o exercício de atividade ou uso de certa propriedade privada 
Exemplo: A licença para construir (onde se admite a construção quando é 
demonstrado que o projeto atende à legislação específica). 
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Consentimento de polícia 
É uma anuência de ambas as partes, ou seja, é um ato administrativo que confere 
anuência ao exercício de atividade, existe somente se for a segunda espécie de ordem 
de polícia. (PODE SER DELEGADO) 
 
Fiscalização de polícia 
É a verificação se as ordens de polícia estão sendo cumpridas, a regra é previa. (PODE 
SER DELEGADO) 
 
Sanção de polícia 
Verificada afronta à ordem de polícia, é aplicada a pena de polícia, ou seja, é a 
responsabilização pelo descumprimento da “legislação”. (INDELEGÁVEL) 
Exemplo: o indivíduo foi submetido a uma fiscalização, infringiu uma ordem de 
polícia e punido pela sanção de polícia. 
 
 
ATENÇÃO! No poder disciplinar não se aplica a sanção sem abrir o contraditório a 
ampla defesa. Já no poder de polícia, é possível aplicar sanção prévia, para depois 
aplicar o direito a ampla defesa. 
Exemplo: Um estabelecimento vende carnes estragadas, primeiramente será fechado o 
estabelecimento e depois será possível a defesa. 
 
Cara aluna e caro aluno, é importante que você realize exercícios para fixar o 
conteúdo, desta maneira, abaixo você encontra questões para resolver sobre o 
conteúdo. 
 
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FUNDATEC - CI/CIGA SC/2018 
De acordo com Diogo de Figueiredo Moreira Neto, “o exercício da função de polícia 
se desenvolve em quatro fases – o denominado ciclo de polícia”. Qual dessas fases 
corresponde ao ato administrativo de anuência que possibilita a utilização da 
propriedade particular ou o exercício da atividade privada? 
a) Ordem de polícia. 
b) Consentimento de polícia. 
c) Fiscalização de polícia. 
d) Sanção de polícia. 
e) Fomento de polícia. 
Gabarito: B 
 
IBADE - Ag Adm/CM Cacoal/2018 
Os poderes administrativos são prerrogativas instrumentais conferidas aos agentes 
públicos para que, no desempenho de suas atividades, alcancem o interesse público. 
(OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo. 5ª ed. SP: 
Método, 2017 pg.253) 
Considerando a temática Poderes Administrativos, assinale a alternativa correta. 
a) O exercício do poder de polícia compreende 4 fases distintas, denominadas de 
ciclos de polícia: ordem, consentimento, fiscalização e sanção. 
b) São características ou atributos do poder disciplinar: discricionariedade, 
coercibilidade e autoexecutoriedade. 
c) O poder de polícia é inerente apenas às atividades de polícia judiciária. 
d) Caracteriza-se desvio de poder a atuação do agente público que extrapola a 
competência delimitada na lei. 
e) Ao disciplinar determinada rotina administrativa interna, a Administração Pública 
está exercendo seu poder disciplinar. 
Gabarito: A 
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Cara aluna e caro aluno, finalizando o material, espero que tenha compreendido, 
realize questões, elas irão auxiliar em seu estudo e você fixará o conteúdo com maior 
facilidade. O sucesso nasce do querer, acreditar que é possível é um grande motivo 
para não desistir, fique firme, persista e assim, chegaremos em sua aprovação. 
 
Até mais! 
 
 
 
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PODERES ADMINISTRATIVOS 
 
Muita atenção para a DICA: (as “quatro” características do poder de polícia) 
D_______________________________________________________________ 
I________________________________________________________________ 
C________________________________________________________________ 
A________________________________________________________________ 
 
* Indelegabilidade – em regra as atividades do poder de polícia administrativa NÃO 
podem ser delegadas para entidades de direito privado! (STF) 
 O STJ tem aceitado a delegação para PESSOAS JURÍCAS DE DIREITO 
PRIVADO PERTENCENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, ou seja, não cabe 
delegação para concessionárias ou permissionárias (a não ser de 
atividades-meio), mas apenas para Empresas Públicas e Sociedades de 
Economia Mista. 
Assim, “somente os atos relativos ao consentimento e à fiscalização são 
delegáveis, pois aqueles referentes à legislação e à sanção derivam do poder de 
coerção do Poder Público”. 
*Discricionariedade - a lei concede ao administrador a possibilidade de decidir o 
momento, as circunstâncias para o exercício da atividade; concede-lhe oportunidade 
e conveniência a seu juízo. 
*Coercibilidade - ao particular a decisão administrativa sempre será cogente, 
obrigatória, admitindo o emprego de força para seu cumprimento. Aplica-se o 
chamado ius imperii, ou poder de império estatal. 
*Auto-executoriedade - o ato será executado diretamente pela Administração, não 
carecendo de provimento judicial para sua concretização. 
 
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PODERES ADMINISTRATIVOS 
 
Vejamos as diferenças entre Polícia Administrativa e Polícia Judiciária: 
 
 
 MUITO IMPORTANTE: do poder de polícia não pode decorrer a concessão de 
vantagens pessoais ou a imposição de prejuízos dissociados do atendimento 
do interesse público, por isso, há necessidade da observância da razoabilidade, 
da proporcionalidade e da adequação do ato regido por este poder, 
constituindo limites do poder de polícia. 
 
 O Poder de Polícia deve ser limitado pelos princípios da LEGALIDADE, 
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE, além de outros como: 
 DEVIDO PROCESSO LEGAL 
 DIREITOS FUNDAMENTAIS DO CIDADÃO 
 PRERROGATIVAS INDIVIDUAIS E COLETIVAS PREVISTAS NA CF/88 
 
ATENÇÃO - O fenômeno chamado de ABUSO DE PODER se verifica sempre que uma 
autoridade ou um agente público, embora competente para a prática de um ato, 
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ultrapassa os limites das suas atribuições ou desvia as finalidades anteriormente 
previstas. 
São espécies do gênero ABUSO DE PODER: 
 EXCESSO DE PODER – ultrapassa os limites da competência. 
 DESVIO DE PODER - desvia a finalidade prevista em lei ou do interesse 
público. 
 
MUITA ATENÇÃO – Tivemos alterações recentes em nossa legislação que 
trata do ABUSO DE AUTORIDADE, pois a LEI Nº 13.869/2019 alterou vários 
dispositivos que tratam sobre o assunto e mais, REVOGOU a Lei nº 4.898/1965 que 
tratava sobre as formas de abuso de autoridade. 
 
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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
CONCEITO 
Um conceito aberto, dito lato sensu, define Controle da Administração 
Pública como uma faculdade de vigilância, orientação e correção que UM 
PODER, ÓRGÃO OU AUTORIDADE exerce sobre a conduta funcional de 
outro. 
 
 
QUANTO À EXTENSÃO DO CONTROLE: 
 CONTROLE INTERNO: é todo aquele realizado pela entidade ou 
órgão responsável pela atividade controlada, no âmbito da própria 
administração. 
 Exercido de forma integrada entre os três Poderes. 
 
 Responsabilidade solidária dos responsáveis pelo controle interno, 
quando deixarem de dar ciência ao Tribunal de Contas sobre 
qualquer irregularidade. 
 
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 CONTROLE EXTERNO: ocorre quando o órgão fiscalizador se situa 
em Administração DIVERSA daquela de onde a conduta 
administrativa se originou. 
 Controle do Judiciário sobre os atos do Executivo em ações judiciais. 
 
 Exercício da função TÍPICA do Legislativo sobre o Executivo. . 
 
ATENÇÃO: Existe também o chamado CONTROLE EXTERNO POPULAR, 
pouco utilizado, mas possível de ser viabilizado. Âmbito municipal, por 
exemplo, temos que as contas dos Municípios ficarão, durante 60 dias, 
anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e 
apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. 
Poucos sabem disso, e os que sabem, não utilizam tal poder. 
 
QUANTO AO MOMENTO EM QUE SE EFETUA: 
 CONTROLE PRÉVIO OU PREVENTIVO: ocorre antes mesmo de se 
consumar o ato administrativo, como ocorre, por exemplo, com 
aprovação prévia, por parte do Senado Federal, de alguns cargos 
importantes da República. 
 CONTROLE CONCOMITANTE: acompanha a situação 
administrativa no momento em que ela se verifica. É o que ocorre, 
por exemplo, com a fiscalização de um contrato em andamento. 
 CONTROLE POSTERIOR OU CORRETIVO: tem por objetivo a 
revisão de atos já praticados, para corrigi-los, desfazê-los ou, 
somente, confirmá-los. Abrange atos como os de aprovação, 
homologação, anulação, revogação ou convalidação. 
 
QUANTO À NATUREZA DO CONTROLE: 
 CONTROLE DE LEGALIDADE: é o que verifica a conformidade da 
conduta administrativa com as normas legais que a regem. Esse 
controle pode ser interno ou externo. Vale dizer que a 
Administração exercita-o de ofício ou mediante provocação: o 
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Legislativo só o efetiva nos casos constitucionalmente previstos; e o 
Judiciário através da ação adequada, apenas se e quando 
provocado a fazê-lo. 
MUITA ATENÇÃO: Por esse controle o ato ilegal e ilegítimo somente pode 
ser anulado, e não revogado. 
 CONTROLE DO MÉRITO: é o que se consuma pela verificação da 
conveniência e da oportunidade da conduta administrativa. A 
competência para exercê-lo é da Administração, e, em raríssimos 
casos excepcionais, expressos na Constituição, ao Legislativo, mas 
não ao Judiciário. 
ATENÇÃO: O poder Judiciário pode adentrar ao MÉRITO ADMINISTRATIVO 
quando o ato ferir PRINCÍPIOS! Porém, essa análise será sempre de 
legalidade, pois, ao ferir princípios o ato se torna ilegal e, por consequência, 
poderá sim ser ANULADO pelo judiciário! 
 
QUANTO AO ÓRGÃO QUE O EXERCE: 
 CONTROLE ADMINISTRATIVO: é exercido pelo Executivo e pelos 
órgãos administrativos do Legislativo e do Judiciário, sob os 
ASPECTOS DE LEGALIDADE E MÉRITO, por iniciativa própria ou 
mediante provocação. 
Meios de Controle: 
 Fiscalização Hierárquica: esse meio de controle é inerente ao 
poder hierárquico e do próprio uso do princípio da AUTOTUTELA. 
 Supervisão Ministerial: APLICÁVEL nas entidades de administração 
indireta vinculadas a um Ministério; supervisão não é a mesma coisa 
que subordinação; trata-se de controle finalístico. Aqui se aplica o 
Poder de TUTELA. 
 Recursos Administrativos: são meios hábeis que podem ser 
utilizados para provocar o reexame do ato administrativo, pela 
PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Recursos Administrativos: em 
regra, o efeito É NÃO SUSPENSIVO. 
 
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 Representação: denúncia de irregularidades feita perante a própria 
Administração; 
 Reclamação: oposição expressa a atos da Administração que afetam 
direitos ou interesses legítimos do interessado; 
 Pedido de Reconsideração: solicitação de reexame dirigida à 
mesma autoridade que praticou o ato; 
 Recurso Hierárquico próprio: dirigido à autoridade ou instância 
superior do mesmo órgão administrativo em que foi praticado o ato; 
é decorrência da hierarquia; 
 Recurso Hierárquico Expresso: dirigido à autoridade ou órgão 
estranho à repartição que expediu o ato recorrido, mas com 
competência julgadora expressa. 
 
 CONTROLE LEGISLATIVO: Não pode exorbitar às hipóteses 
constitucionalmente previstas, sob pena de ofensa ao princípio da 
separação de poderes. O controle alcança os órgãos e as entidades 
do Poder Executivo, bem como, o Poder Judiciário (quando executa 
função administrativa), e outras instituições, como MP, DP e AP. 
 Controle Político: tem por base a possibilidade de fiscalização sobre 
atos ligados à função administrativa e organizacional. 
 Controle Financeiro: A fiscalização contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da 
administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, 
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será 
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exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo 
sistema de controle interno de cada Poder. 
 Campo de Controle: Prestará contas qualquer pessoa física ou 
jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou 
administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a União 
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza 
pecuniária. 
 
 
 
 
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Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder 
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; 
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e 
apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; 
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os 
atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; 
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: 
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não 
apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a 
abertura da sessão legislativa; 
 
Quanto ao controle político sob o aspecto financeiro, há importante 
disposição no art. 72 da CF/1988: 
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, 
diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de 
investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá 
solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco 
dias, preste os esclarecimentos necessários. 
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, 
a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a 
matéria, no prazo de trinta dias. 
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o 
gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, 
proporá ao Congresso Nacional sua sustação. 
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IMPORTANTE: Os Tribunais e Conselhos de Contas são órgãos auxiliares 
do Poder Legislativo, e não integram a estrutura do Poder Judiciário, por 
mais que se utilizam da nomenclatura de tribunal! Nunca se esqueça 
disso!!! 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido 
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, 
mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a 
contar de seu recebimento; 
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por 
dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, 
incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder 
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou 
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido 
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dosatos de admissão de 
pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as 
nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das 
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concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias 
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; 
 
Súmula Vinculante 3 
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o 
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação 
ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada 
a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, 
reforma e pensão. 
 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido 
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado 
Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de 
natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas 
unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e 
demais entidades referidas no inciso II; 
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo 
capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do 
tratado constitutivo; 
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União 
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a 
Estado, ao Distrito Federal ou a Município; 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido 
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por 
qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a 
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e 
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; 
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou 
irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, 
entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; 
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IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências 
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; 
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a 
decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; 
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos 
apurados. 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido 
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente 
pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder 
Executivo as medidas cabíveis. 
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de 
noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo 
anterior, o Tribunal decidirá a respeito. 
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou 
multa terão eficácia de título executivo. 
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e 
anualmente, relatório de suas atividades. 
 
 
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 CONTROLE JUDICIAL: é o poder de fiscalização que o Judiciário 
exerce ESPECIFICAMENTE sobre a atividade administrativa do 
Estado. Alcança, basicamente, os atos administrativos do Executivo, 
mas também examina os atos do Legislativo e do próprio Judiciário 
quando realiza atividade administrativa. 
ATENÇÃO: A regra é que ao Poder Judiciário é vedado apreciar o mérito 
administrativo e restringe-se ao controle da legalidade e da legitimidade do 
ato impugnado. 
 
Essas são algumas das ações cabíveis a titulo de controle de legalidade 
feito no âmbito do poder Judiciário. Importante lembrar que este tipo de 
controle só ocorre após a devida provocação, por isso, o destaque das 
ações judiciais anteriormente postadas. 
 
 
 
 
 
 
 
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SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
CONCEITO: para conceituar serviço público bastaria dizer que: SERVIÇO 
PÚBLICO É TUDO AQUILO QUE A LEI AFIRMAR QUE É! Claro que iremos 
desdobrar este conceito e para fins de prova responda o conceito abaixo: 
- É UMA ATIVIDADE MATERIAL; 
- DE CUNHO AMPLIATIVO; 
- PRESTADA PELO ESTADO OU POR QUEM LHE FAÇA AS VEZES; 
- REGIDA POR DIREITO PÚBLICO; 
- PARA SATISFAZER AS NECESSIDADES BÁSICAS E SECUNDÁRIAS 
DA COLETIVIDADE. 
 
 
ATENÇÃO: A essencialidade da atividade em si não importa para 
qualificá-la como serviço público, pois até mesmo a LOTERIA é classificada 
como serviço, e não é uma atividade vital para a sociedade. Por isso que 
reafirmamos o conceito bruto de serviço, sendo toda e qualquer atividade 
que a LEI definir como tal. Vejamos o que diz a nossa CF/88 sobre serviço 
público e atividade econômica: 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a 
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será 
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permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional 
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. 
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade 
econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de 
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para 
o setor público e indicativo para o setor privado. 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou 
sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a 
prestação de serviços públicos. 
 
 
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→ Serviços Gerais (ou "uti universi") – são os que não possuem 
usuários ou destinatários específicos, não podem ser individualizados, não 
cabendo, por conseguinte, qualquer forma de delegação. São 
remunerados via imposto e sua interrupção é questionável, dada a 
essencialidade da atividade e a aplicação do princípio da continuidade 
dos serviços públicos. (calçamento público, iluminação pública). 
→ Serviços Individuais (ou "uti singuli") – são os que possuem de 
antemão usuários conhecidos e predeterminados, cabendo assim a 
individualização do serviço e possibilitando a sua delegação ao meio 
privado. Sua remuneração se dá via taxa ou tarifa, e, dada a suas 
características, podem sofrer interrupção de continuidade pela 
inadimplência do usuário. (serviços de telefonia, luz, água, esgoto). 
→ Serviços Privativos – aqueles atribuídos a apenas uma esfera da 
federação (emissão de moeda e serviço postal – atribuídos à União -, gás 
canalizado – atribuído aos Estados -, transporte coletivo intramunicipal – 
atribuído aos Municípios). 
→ Serviços Comuns – são os que podem ser prestados 
concorrentemente por duas ou mais pessoas federativas (proteção ao 
meio ambiente, preservação das florestas). 
 
COMPETÊNCIA 
Competência Privativa – A União tem competência para prestar e 
regulamentar assuntos de interesse nacional; os Estados, de interesse 
regional; os Municípios, de interesse local; e o Distrito Federal, interesse 
cumulativo (regional e local). 
 União: prestação de serviços de telecomunicações, de energia 
elétrica, de transporte interestadual ou internacional, de 
radiodifusão sonora e de imagens (competência enumerada, rol 
taxativo). 
 Estados: prestação dos serviços de interesse regional. São serviços 
por exclusão, ou seja, de forma remanescente. 
 Municípios: prestação de serviços de transporte coletivo urbano 
(leia-se: intramunicipais), ensino infantil e fundamental e até 
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funerários. Este último serviço merece destaque, uma vez que não 
consta expressamente do texto constitucional, o que evidencia que 
a enumeração dos serviços na CF/1988 é meramente 
exemplificativa para os Municípios e os Estados. 
 Distrito Federal: prestação de serviços de competência dos 
Estados e dos Municípios, em razão da competência cumulativa. No 
entanto, nem todos os serviços de competência estadual são 
mantidos e organizados pelo Distrito Federal. 
Competência Comum – Possui natureza administrativa e é garantidora 
do exercício concomitante por todos os Entes Federados, de modo que os 
serviços públicos serão prestados de forma paralela. 
Art. 21. Compete à União: 
III - assegurar a defesa nacional; 
VII - emitir moeda; 
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou 
permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá 
sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros 
aspectos institucionais; 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou 
permissão: 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens e demais serviços 
de telecomunicações; 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento 
energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se 
situam os potenciais hidroenergéticos; 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros 
e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou 
Território; 
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e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de 
passageiros; 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou 
permissão: 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens e demais serviços 
de telecomunicações; 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento 
energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se 
situam os potenciais hidroenergéticos; 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros 
e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou 
Território; 
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de 
passageiros; 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o 
corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar 
assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços 
públicos, por meio de fundo próprio; (EC nº 104/19) 
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, 
geologia e cartografia de âmbito nacional; 
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e 
de programas de rádio e televisão; 
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de 
fronteiras; 
 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que 
adotarem, observados os princípios desta Constituição. 
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§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam 
vedadas por esta Constituição. 
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, 
os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de 
medida provisória para a sua regulamentação. 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios: 
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das 
pessoas portadoras de deficiência; 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, 
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os 
sítios arqueológicos; 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas 
formas; 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
 
PRINCÍPIOS 
Chamados de princípios informadores e servem para orientar os 
prestadores de serviço público na sua efetiva execução. 
 Continuidade do serviço público (ou permanência) – proíbe a 
interrupção do serviço, salvo por motivos de situação emergencial, 
ordem técnica ou de segurança e, em alguns casos, por 
inadimplência do usuário. 
 Atualidade – os serviços públicos devem ser continuamente 
atualizados, assimilando novas tecnologias e tendências, evitando-
se a obsolescência. A doutrina costuma denominá-los de princípio 
do aperfeiçoamento ou da adaptabilidade ou da mutabilidade. 
 Modicidade das tarifas – o prestador do serviço público deve ser 
remunerado de maneira razoável. Contudo, os usuários não devem 
ser onerados de maneira excessiva. 
 Cortesia – dever de o prestador do serviço tratar com civilidade e 
com urbanidade os usuários-cidadãos do serviço público. 
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 Segurança – os serviços públicos devem ser prestados sem riscos 
ao usuário, devendo o prestador adotar as providências necessárias 
para minimizar esses riscos. 
 Eficiência – o Poder Público poderá aperfeiçoar suas alocações de 
recursos, aportando verbas de maneira mais adequada entre o 
serviço a ser prestado e a demanda social. 
 Generalidade ou universalidade – os serviços públicos devem ser 
prestados, sem discriminação, a todos que satisfaçam as condições 
para sua obtenção, sendo imprescindível a observância de um 
padrão uniforme em relação aos administrados. 
 
 
MUITA ATENÇÃO: O CDC equipara o prestador de serviço público a 
"fornecedor" e o serviço a "produto", dispondo que "Os órgãos públicos, 
por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer 
outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços 
adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos". 
IMPORTANTE: A LEI Nº 13.460/17 dispõe sobre participação, proteção e 
defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos da administração 
pública, deve ser lida e relida mesmo se o edital não a tenha previsto 
expressamente! 
FORMAS DE PRESTAÇÃO 
 Serviços Centralizados – prestados diretamente pelo Poder 
Público, através de seus órgãos e agentes, ou através de empresas 
contratadas para tal fim, via licitação e contrato de prestação de 
serviços, mas sob o nome do Estado e sob sua exclusiva 
responsabilidade. (coleta de lixo). 
 Serviços Descentralizados – prestados por terceiros, para os quais 
o Poder Público transferiu a titularidade e o exercício (por lei - a 
pessoas jurídicas de direito público criadas pelo Estado) ou a 
possibilidade de execução por delegação (por contrato - concessão 
ou ato unilateral - permissão e autorização a pessoas jurídicas de 
direito privado). (serviço funerário). 
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 IMPORTANTE: a titularidade do serviço público sempre irá ficar na 
mão de uma pessoa jurídica de direito PÚBLICO. Assim, mesmo as 
estatais (EP e SEM) prestadoras de serviço público, como os 
CORREIOS, por exemplo, apenas detêm a sua execução, mas nunca a 
efetiva titularidade do serviço prestado. 
 IMPORTANTE: Na delegação há transferência da execução do 
serviço por contrato (concessão) ou ato negocial (permissão e 
autorização) sempre por prazo determinado; já na outorga, há a 
transferência da titularidade e exercício por prazo indeterminado, 
sendo efetuada via lei. 
 Para melhor entender esta situação de transferência de execução 
do serviço público, necessário se faz uma breve análise destes 
institutos: 
 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob 
regime de concessãoou permissão, sempre através de licitação, a prestação 
de serviços públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços 
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem 
como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou 
permissão; 
II - os direitos dos usuários; 
III - política tarifária; 
IV - a obrigação de manter serviço adequado. 
 
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E como esta distinção é importante e cai muito em prova, vamos delinear 
as diferenças básicas das duas principais formas de delegação de serviço 
público para que tu não confundas os conceitos de concessão e 
permissão. Ei-los: 
 
 
FORMAS DE EXTINÇÃO 
Várias são as formas de extinção de um serviço público, abordaremos de 
forma sucinta as principais, e voltadas ao serviço delegado via lei das 
Concessões, Lei nº 8.987/95: 
 Termo contratual – É uma forma de extinção dos contratos de 
concessão por força do término do prazo inicial previsto. Esta é a 
única forma de extinção natural. 
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 Encampação – É a retomada do serviço pelo poder concedente 
durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, 
mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da 
indenização à empresa prestadora do então serviço público. 
 Caducidade – É uma forma de extinção dos contratos de 
concessão durante sua vigência, por descumprimento de 
obrigações contratuais pelo concessionário. 
 Rescisão – É a forma de extinção do contrato, antes de encerrado o 
prazo, feita pelo concessionário por força do descumprimento de 
cláusulas contratuais pelo poder concedente. 
 Anulação – extinção do contrato antes do término do prazo, por 
razões de ilegalidade. 
 Falência – É uma forma de extinção dos contratos de concessão, 
durante sua vigência, por falta de condições financeiras do 
concessionário, cabendo tanto ao Poder Público com ao particular 
a promoção desta espécie de extinção. 
IMPORTANTE: Lembre-se que estas formas diferem um pouco do que 
prevê a lei de licitações e contratos, logo não confunda no dia da prova! 
 
 
 
 
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1 
LEI Nº 7.783/89 
Dispõe sobre o exercício do direito de greve, define as atividades essenciais, regula o 
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, e dá outras providências. 
 
Art. 10. São considerados serviços ou atividades essenciais: 
I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, 
gás e combustíveis; 
II - assistência médica e hospitalar; 
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; 
IV - funerários; 
V - transporte coletivo; 
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; 
VII - telecomunicações; 
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais 
nucleares; 
IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais; 
X - controle de tráfego aéreo e navegação aérea; (Lei nº 13.903/19) 
XI - compensação bancária. 
XII - atividades médico-periciais relacionadas com o regime geral de previdência social 
e a assistência social; (Lei nº 13.903/19) 
XIII - atividades médico-periciais relacionadas com a caracterização do impedimento 
físico, mental, intelectual ou sensorial da pessoa com deficiência, por meio da 
integração de equipes multiprofissionais e interdisciplinares, para fins de 
reconhecimento de direitos previstos em lei, em especial na Lei nº 13.146, de 6 de julho 
de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência); e (Lei nº 13.903/19) 
XIV - outras prestações médico-periciais da carreira de Perito Médico Federal 
indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. (Lei nº 
13.903/19) 
XV - atividades portuárias. (Lei nº 14.047/20) 
Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os 
trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a 
prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da 
comunidade. 
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2 
Parágrafo único. São necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas que, não 
atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da 
população. 
Art. 12. No caso de inobservância do disposto no artigo anterior, o Poder Público 
assegurará a prestação dos serviços indispensáveis. 
Art. 13. Na greve, em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou 
os trabalhadores, conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos 
empregadores e aos usuários com antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas 
da paralisação. 
 
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LEI Nº 13.460/17 
Dispõe sobre participação, proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos 
da administração pública 
 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas para participação, proteção e defesa dos 
direitos do usuário dos serviços públicos prestados direta ou indiretamente pela 
administração pública. 
§ 1º O disposto nesta Lei aplica-se à administração pública direta e indireta da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos do inciso I do § 3º do art. 
37 da Constituição Federal. 
§ 2º A aplicação desta Lei não afasta a necessidade de cumprimento do disposto: 
I - em normas regulamentadoras específicas, quando se tratar de serviço ou atividade 
sujeitos a regulação ou supervisão; e 
II - na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, quando caracterizada relação de 
consumo. 
§ 3º Aplica-se subsidiariamente o disposto nesta Lei aos serviços públicos prestados 
por particular. 
Art. 2º Para os fins desta Lei, consideram-se: 
I - usuário - pessoa física ou jurídica que se beneficia ou utiliza, efetiva ou 
potencialmente, de serviço público; 
II - serviço público - atividade administrativa ou de prestação direta ou indireta de 
bens ou serviços à população, exercida por órgão ou entidade da administração 
pública; 
III - administração pública - órgão ou entidade integrante da administração pública 
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a 
Advocacia Pública e a Defensoria Pública; 
IV - agente público - quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil 
ou militar, ainda que transitoriamente ou sem remuneração; e 
V - manifestações - reclamações, denúncias, sugestões, elogios e demais 
pronunciamentos de usuários que tenham como objeto a prestação de serviços 
públicos e a conduta de agentes públicos na prestação e fiscalização de tais serviços. 
Parágrafo único. O acesso do usuário a informações será regido pelos termos da Lei 
nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 . 
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Art. 3º Com periodicidade mínima anual, cada Poder e esfera de Governo publicará 
quadro geral dos serviços públicos prestados, que especificará os órgãos ou entidades 
responsáveis por sua realização e a autoridade administrativa a quem estão 
subordinados ou vinculados. 
Art. 4º Os serviços públicos e o atendimento do usuário serão realizados de forma 
adequada, observados os princípios da regularidade, continuidade, efetividade, 
segurança, atualidade, generalidade, transparência e cortesia. 
CAPÍTULO II 
DOS DIREITOS BÁSICOS E DEVERES DOS USUÁRIOS 
Art. 5º O usuário de serviço público tem direito à adequada prestação dos serviços, 
devendo os agentes públicos e prestadores de serviços públicos observar as seguintes 
diretrizes: 
I - urbanidade, respeito, acessibilidade e cortesia no atendimento aos usuários;II - presunção de boa-fé do usuário; 
III - atendimento por ordem de chegada, ressalvados casos de urgência e aqueles em 
que houver possibilidade de agendamento, asseguradas as prioridades legais às 
pessoas com deficiência, aos idosos, às gestantes, às lactantes e às pessoas 
acompanhadas por crianças de colo; 
IV - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de exigências, obrigações, 
restrições e sanções não previstas na legislação; 
V - igualdade no tratamento aos usuários, vedado qualquer tipo de discriminação; 
VI - cumprimento de prazos e normas procedimentais; 
VII - definição, publicidade e observância de horários e normas compatíveis com o 
bom atendimento ao usuário; 
VIII - adoção de medidas visando a proteção à saúde e a segurança dos usuários; 
IX - autenticação de documentos pelo próprio agente público, à vista dos originais 
apresentados pelo usuário, vedada a exigência de reconhecimento de firma, salvo em 
caso de dúvida de autenticidade; 
X - manutenção de instalações salubres, seguras, sinalizadas, acessíveis e adequadas ao 
serviço e ao atendimento; 
XI - eliminação de formalidades e de exigências cujo custo econômico ou social seja 
superior ao risco envolvido; 
XII - observância dos códigos de ética ou de conduta aplicáveis às várias categorias de 
agentes públicos; 
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XIII - aplicação de soluções tecnológicas que visem a simplificar processos e 
procedimentos de atendimento ao usuário e a propiciar melhores condições para o 
compartilhamento das informações; 
XIV - utilização de linguagem simples e compreensível, evitando o uso de siglas, 
jargões e estrangeirismos; e 
XV - vedação da exigência de nova prova sobre fato já comprovado em documentação 
válida apresentada. 
XVI - comunicação prévia ao consumidor de que o serviço será desligado em virtude 
de inadimplemento, bem como do dia a partir do qual será realizado o desligamento, 
necessariamente durante horário comercial. (Incluído pela Lei nº 14.015, de 2020) 
Parágrafo único. A taxa de religação de serviços não será devida se houver 
descumprimento da exigência de notificação prévia ao consumidor prevista no inciso 
XVI do caput deste artigo, o que ensejará a aplicação de multa à concessionária, 
conforme regulamentação. (Incluído pela Lei nº 14.015, de 2020) 
Art. 6º São direitos básicos do usuário: 
I - participação no acompanhamento da prestação e na avaliação dos serviços; 
II - obtenção e utilização dos serviços com liberdade de escolha entre os meios 
oferecidos e sem discriminação; 
III - acesso e obtenção de informações relativas à sua pessoa constantes de registros 
ou bancos de dados, observado o disposto no inciso X do caput do art. 5º da 
Constituição Federal e na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 ; 
IV - proteção de suas informações pessoais, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de 
novembro de 2011 ; 
V - atuação integrada e sistêmica na expedição de atestados, certidões e documentos 
comprobatórios de regularidade; e 
VI - obtenção de informações precisas e de fácil acesso nos locais de prestação do 
serviço, assim como sua disponibilização na internet, especialmente sobre: 
a) horário de funcionamento das unidades administrativas; 
b) serviços prestados pelo órgão ou entidade, sua localização exata e a indicação do 
setor responsável pelo atendimento ao público; 
c) acesso ao agente público ou ao órgão encarregado de receber manifestações; 
d) situação da tramitação dos processos administrativos em que figure como 
interessado; e 
e) valor das taxas e tarifas cobradas pela prestação dos serviços, contendo informações 
para a compreensão exata da extensão do serviço prestado. 
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VII – comunicação prévia da suspensão da prestação de serviço. (Incluído pela Lei nº 
14.015, de 2020) 
Parágrafo único. É vedada a suspensão da prestação de serviço em virtude de 
inadimplemento por parte do usuário que se inicie na sexta-feira, no sábado ou no 
domingo, bem como em feriado ou no dia anterior a feriado. (Incluído pela Lei nº 
14.015, de 2020) 
Art. 7º Os órgãos e entidades abrangidos por esta Lei divulgarão Carta de Serviços ao 
Usuário. 
§ 1º A Carta de Serviços ao Usuário tem por objetivo informar o usuário sobre os 
serviços prestados pelo órgão ou entidade, as formas de acesso a esses serviços e seus 
compromissos e padrões de qualidade de atendimento ao público. 
§ 2º A Carta de Serviços ao Usuário deverá trazer informações claras e precisas em 
relação a cada um dos serviços prestados, apresentando, no mínimo, informações 
relacionadas a: 
I - serviços oferecidos; 
II - requisitos, documentos, formas e informações necessárias para acessar o serviço; 
III - principais etapas para processamento do serviço; 
IV - previsão do prazo máximo para a prestação do serviço; 
V - forma de prestação do serviço; e 
VI - locais e formas para o usuário apresentar eventual manifestação sobre a prestação 
do serviço. 
§ 3º Além das informações descritas no § 2º, a Carta de Serviços ao Usuário deverá 
detalhar os compromissos e padrões de qualidade do atendimento relativos, no 
mínimo, aos seguintes aspectos: 
I - prioridades de atendimento; 
II - previsão de tempo de espera para atendimento; 
III - mecanismos de comunicação com os usuários; 
IV - procedimentos para receber e responder as manifestações dos usuários; e 
V - mecanismos de consulta, por parte dos usuários, acerca do andamento do serviço 
solicitado e de eventual manifestação. 
§ 4º A Carta de Serviços ao Usuário será objeto de atualização periódica e de 
permanente divulgação mediante publicação em sítio eletrônico do órgão ou entidade 
na internet. 
§ 5º Regulamento específico de cada Poder e esfera de Governo disporá sobre a 
operacionalização da Carta de Serviços ao Usuário. 
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Art. 8º São deveres do usuário: 
I - utilizar adequadamente os serviços, procedendo com urbanidade e boa-fé; 
II - prestar as informações pertinentes ao serviço prestado quando solicitadas; 
III - colaborar para a adequada prestação do serviço; e 
IV - preservar as condições dos bens públicos por meio dos quais lhe são prestados os 
serviços de que trata esta Lei. 
CAPÍTULO III 
DAS MANIFESTAÇÕES DOS USUÁRIOS DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
Art. 9º Para garantir seus direitos, o usuário poderá apresentar manifestações perante 
a administração pública acerca da prestação de serviços públicos. 
Art. 10. A manifestação será dirigida à ouvidoria do órgão ou entidade responsável e 
conterá a identificação do requerente. 
§ 1º A identificação do requerente não conterá exigências que inviabilizem sua 
manifestação. 
§ 2º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da 
apresentação de manifestações perante a ouvidoria. 
§ 3º Caso não haja ouvidoria, o usuário poderá apresentar manifestações diretamente 
ao órgão ou entidade responsável pela execução do serviço e ao órgão ou entidade a 
que se subordinem ou se vinculem. 
§ 4º A manifestação poderá ser feita por meio eletrônico, ou correspondência 
convencional, ou verbalmente, hipótese em que deverá ser reduzida a termo. 
§ 5º No caso de manifestação por meio eletrônico, prevista no § 4º, respeitada a 
legislação específica de sigilo e proteção de dados, poderá a administração pública ou 
sua ouvidoria requerer meio de certificação da identidade do usuário. 
§ 6º Os órgãos e entidades públicos abrangidos por esta Lei deverão colocar à 
disposição do usuário formulários simplificados e de fácil compreensão para a 
apresentação do requerimento previsto no caput , facultada ao usuário sua utilização. 
§ 7º A identificação do requerente é informação pessoal protegida com restrição de 
acesso nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 . 
Art. 11. Em nenhuma hipótese, será recusado o recebimentode manifestações 
formuladas nos termos desta Lei, sob pena de responsabilidade do agente público. 
Art. 12. Os procedimentos administrativos relativos à análise das manifestações 
observarão os princípios da eficiência e da celeridade, visando a sua efetiva resolução. 
Parágrafo único. A efetiva resolução das manifestações dos usuários compreende: 
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I - recepção da manifestação no canal de atendimento adequado; 
II - emissão de comprovante de recebimento da manifestação; 
III - análise e obtenção de informações, quando necessário; 
IV - decisão administrativa final; e 
V - ciência ao usuário. 
CAPÍTULO IV 
DAS OUVIDORIAS 
Art. 13. As ouvidorias terão como atribuições precípuas, sem prejuízo de outras 
estabelecidas em regulamento específico: 
I - promover a participação do usuário na administração pública, em cooperação com 
outras entidades de defesa do usuário; 
II - acompanhar a prestação dos serviços, visando a garantir a sua efetividade; 
III - propor aperfeiçoamentos na prestação dos serviços; 
IV - auxiliar na prevenção e correção dos atos e procedimentos incompatíveis com os 
princípios estabelecidos nesta Lei; 
V - propor a adoção de medidas para a defesa dos direitos do usuário, em observância 
às determinações desta Lei; 
VI - receber, analisar e encaminhar às autoridades competentes as manifestações, 
acompanhando o tratamento e a efetiva conclusão das manifestações de usuário 
perante órgão ou entidade a que se vincula; e 
VII - promover a adoção de mediação e conciliação entre o usuário e o órgão ou a 
entidade pública, sem prejuízo de outros órgãos competentes. 
Art. 14. Com vistas à realização de seus objetivos, as ouvidorias deverão: 
I - receber, analisar e responder, por meio de mecanismos proativos e reativos, as 
manifestações encaminhadas por usuários de serviços públicos; e 
II - elaborar, anualmente, relatório de gestão, que deverá consolidar as informações 
mencionadas no inciso I, e, com base nelas, apontar falhas e sugerir melhorias na 
prestação de serviços públicos. 
Art. 15. O relatório de gestão de que trata o inciso II do caput do art. 14 deverá indicar, 
ao menos: 
I - o número de manifestações recebidas no ano anterior; 
II - os motivos das manifestações; 
III - a análise dos pontos recorrentes; e 
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IV - as providências adotadas pela administração pública nas soluções apresentadas. 
Parágrafo único. O relatório de gestão será: 
I - encaminhado à autoridade máxima do órgão a que pertence a unidade de 
ouvidoria; e 
II - disponibilizado integralmente na internet. 
Art. 16. A ouvidoria encaminhará a decisão administrativa final ao usuário, observado o 
prazo de trinta dias, prorrogável de forma justificada uma única vez, por igual período. 
Parágrafo único. Observado o prazo previsto no caput , a ouvidoria poderá solicitar 
informações e esclarecimentos diretamente a agentes públicos do órgão ou entidade a 
que se vincula, e as solicitações devem ser respondidas no prazo de vinte dias, 
prorrogável de forma justificada uma única vez, por igual período. 
Art. 17. Atos normativos específicos de cada Poder e esfera de Governo disporão sobre 
a organização e o funcionamento de suas ouvidorias. 
CAPÍTULO V 
DOS CONSELHOS DE USUÁRIOS 
Art. 18. Sem prejuízo de outras formas previstas na legislação, a participação dos 
usuários no acompanhamento da prestação e na avaliação dos serviços públicos será 
feita por meio de conselhos de usuários. 
Parágrafo único. Os conselhos de usuários são órgãos consultivos dotados das 
seguintes atribuições: 
I - acompanhar a prestação dos serviços; 
II - participar na avaliação dos serviços; 
III - propor melhorias na prestação dos serviços; 
IV - contribuir na definição de diretrizes para o adequado atendimento ao usuário; e 
V - acompanhar e avaliar a atuação do ouvidor. 
Art. 19. A composição dos conselhos deve observar os critérios de representatividade 
e pluralidade das partes interessadas, com vistas ao equilíbrio em sua representação. 
Parágrafo único. A escolha dos representantes será feita em processo aberto ao 
público e diferenciado por tipo de usuário a ser representado. 
Art. 20. O conselho de usuários poderá ser consultado quanto à indicação do ouvidor. 
Art. 21. A participação do usuário no conselho será considerada serviço relevante e 
sem remuneração. 
Art. 22. Regulamento específico de cada Poder e esfera de Governo disporá sobre a 
organização e funcionamento dos conselhos de usuários. 
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CAPÍTULO VI 
DA AVALIAÇÃO CONTINUADA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS 
Art. 23. Os órgãos e entidades públicos abrangidos por esta Lei deverão avaliar os 
serviços prestados, nos seguintes aspectos: 
I - satisfação do usuário com o serviço prestado; 
II - qualidade do atendimento prestado ao usuário; 
III - cumprimento dos compromissos e prazos definidos para a prestação dos serviços; 
IV - quantidade de manifestações de usuários; e 
V - medidas adotadas pela administração pública para melhoria e aperfeiçoamento da 
prestação do serviço. 
§ 1º A avaliação será realizada por pesquisa de satisfação feita, no mínimo, a cada um 
ano, ou por qualquer outro meio que garanta significância estatística aos resultados. 
§ 2º O resultado da avaliação deverá ser integralmente publicado no sítio do órgão ou 
entidade, incluindo o ranking das entidades com maior incidência de reclamação dos 
usuários na periodicidade a que se refere o § 1º, e servirá de subsídio para reorientar e 
ajustar os serviços prestados, em especial quanto ao cumprimento dos compromissos e 
dos padrões de qualidade de atendimento divulgados na Carta de Serviços ao Usuário. 
Art. 24. Regulamento específico de cada Poder e esfera de Governo disporá sobre a 
avaliação da efetividade e dos níveis de satisfação dos usuários. 
CAPÍTULO VII 
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS 
Art. 25. Esta Lei entra em vigor, a contar da sua publicação, em: 
I - trezentos e sessenta dias para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
com mais de quinhentos mil habitantes; 
II - quinhentos e quarenta dias para os Municípios entre cem mil e quinhentos mil 
habitantes; e 
III - setecentos e vinte dias para os Municípios com menos de cem mil habitantes. 
 
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RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
CONCEITO 
A responsabilidade civil do Estado, estudada também sob outros títulos, 
quais sejam, a responsabilidade da Administração Pública, 
responsabilidade patrimonial ou responsabilidade extracontratual do 
Estado, consiste na obrigação a este imposta de reparar dano moral ou 
patrimonial causado a terceiro em decorrência de suas atividades ou 
omissões. 
CURIOSIDADE: Responsabilidade vem do latim re-spondere, que é a 
obrigação que alguém tem de assumir as consequências jurídicas de seus 
atos, baseada nas expressões neminem laedere ou alterum non laedere, 
as quais possuem o mesmo sentido, qual seja, “a ninguém ofender” e 
“não lesar a outrem”. 
Seguindo a doutrina pátria, Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que 
responsabilidade civil é a “Obrigação que incumbe ao Estado de 
reparar economicamente os danos lesivos à esfera juridicamente 
garantida de outrem e que lhe sejam imputáveis em decorrência de 
comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos, comissivos ou 
omissivos, materiais ou jurídicos”. 
MUITO IMPORTANTE: A licitude do ato é desconsiderada no caso de 
responsabilidade civil do Estado, dado que é possível ocorrer dano a 
terceiro por atos LÍCITOS, como verificado no conceito acima. 
IMPORTANTE: O dano deve ser a TERCEIRO que não possui vínculo com o 
Estado, porque se o agente, nesta qualidade, causar dano DIRETO ao 
Estado, já é ato ímprobo ou no mínimo infração disciplinarapurados via 
procedimento próprio que nada tem haver com ação civil de reparação 
de danos. Logo, muito cuidado na leitura da questão. 
 
 
 
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SÍNTESE DO CONCEITO DE DANO 
Dano jurídico Pressupõe a agressão a um bem tutelado pelo Direito, de 
natureza material ou não. 
Dano jurídico 
certo ou real, 
atual ou futuro 
O dano subsiste pelo pressuposto da sua certeza. É aquele 
real e efetivamente existente, que não tenha sido reparado 
pelo agente causador. 
Não se admite o dano meramente hipotético. 
Dano especial Aquele que onera a situação particular de um ou alguns 
indivíduos, não sendo um prejuízo genérico. 
Dano anormal Aquele que excede os agravos normais incidentes sobre o 
patrimônio do administrado. 
Dano 
patrimonial ou 
material 
Aquele que provoca uma redução no patrimônio econômico 
da vítima, sendo repartido em emergente (o dano efetivo) e 
em lucro cessante (aquilo que se deixa de ganhar). Deve ser 
comprovado pela vítima. 
Dano moral ou 
extrapatrimonial 
Aquele que atinge os direitos personalíssimos, como a 
honra, a imagem e a intimidade. Dispensa a vítima do ônus 
da prova. 
 
 
 
 
 
 
 
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Evolução histórica das Constituições e suas referências ao tema 
responsabilidade extracontratual do Estado: 
 
 
 
TEORIA DA IRRESPONSABILIDADE 
Teoria típica de Estados Absolutistas, onde o poder do Rei era supremo e 
quase divino. Nesse período era impossível condenar o Estado por algum 
erro, já que “The King can do not wrong” (O rei não erra nunca). 
Assim, várias concepções justificavam tal isenção, dentre as quais: o 
monarca ou o Estado não erram; o Estado atua para atender ao interesse 
de todos e não pode ser responsabilizado por isso; a soberania do Estado 
é poder incontrastável e impede seja reconhecida sua responsabilidade 
perante o indivíduo. 
 No Brasil, as duas primeiras Constituições, a Imperialista de 1924 e a 
primeira Republicana de 1891, trouxeram eu bojo a teoria da 
IRRESPONSABILIDADE ESTATAL, a qual perdurou anos até a 
publicação do então novo código civil, em 1916. 
 
O curioso, que tivemos entre uma constituição e outra, o primeiro grande 
caso de responsabilização do Estado julgado em 1873 na França, 
conhecido como Aresto Blanco. Este é o nosso leading case mundial, ou 
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seja, "uma decisão que tenha constituído em regra importante, em torno da 
qual outras gravitam" e ao nascer para o mundo jurídico "cria o precedente, 
com força obrigatória para casos futuros". 
IMPORTANTE: Há ainda hoje a aplicação de tal teoria no Brasil! É o caso 
de atos típicos dos poderes Legislativo e Judiciário, ou seja, leis, sentenças 
e acórdãos. 
 
TEORIA DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA 
Com o decorrer do tempo, ocorreu a passagem da teoria da 
irresponsabilidade, “para uma concepção civilista da responsabilidade 
estatal, fundada na culpa do funcionário e nos princípios da 
responsabilidade por fato de terceiro (patrão, preponente, mandante, 
representante)”. Estamos diante da chamada TEORIA DA CULPA, prevista 
em todo que qualquer código civil e, no Brasil, não foi diferente. 
O Código Civil de 1916, no seu artigo 15, foi o primeiro diploma legal a 
prever especificamente a responsabilização do Estado, estabelecendo 
que: 
 As pessoas jurídicas de Direito Público são civilmente responsáveis 
por atos dos seus representantes que nessa qualidade causem danos 
a terceiros, procedendo de modo contrário ao Direito ou faltando a 
dever prescrito por lei, salvo o direito regressivo contra os causadores 
do dano. 
 
Todavia, esta situação ainda se apresentava muito desvantajosa para o 
indivíduo, ficando este, muitas vezes, sem ser ressarcido ante a 
impossibilidade de se distinguir as duas espécies de atos - de império que 
não tinha responsabilização estatal; de gestão que tinha 
responsabilização estatal- em um caso concreto. Além disso, ainda que 
fosse possível separá-los, era preciso comprovar a culpa do agente 
administrativo, o que não raro resultava inviável. 
MUITO IMPORTANTE: A teoria SUBJETIVA ainda é aplicada hoje na 
AÇÃO REGRESSIVA, na OMISSÃO ESTATAL e para as EP e SEM QUE 
PRESTRAM ATIVIDADE ECONÔMICA. 
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TEORIA DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA 
Na última fase deste contexto evolutivo proclamou-se a responsabilidade 
objetiva do Estado, com base nos princípios da equidade e da igualdade 
de ônus e encargos sociais. Com base na teoria do risco, a sociedade 
deveria suportar o prejuízo causado pelo funcionamento do serviço 
público, não mais sendo necessário questionar-se da falta de seu agente 
ou do próprio serviço. 
ATENÇÃO: Para a adoção desta teoria, basta que o particular demonstre 
o nexo de causalidade entre o ato da Administração e o dano sofrido, e 
que para a ocorrência do dano não tenha contribuído o particular com 
atitude culposa, para gerar uma responsabilização estatal. 
IMPORTANTE: Aqui se prova apenas o ATO, o DANO e o NEXO CAUSAL, 
descartando-se, assim, qualquer questionamento em torno da culpa lato 
sensu do funcionário causador do dano, ou sobre a falta do serviço ou 
culpa anônima da Administração. 
 
 
 
Em suma, A responsabilidade civil objetiva surgiu, portanto, da 
necessidade da vítima de obter reparação do dano sem provar a culpa do 
agente. 
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A responsabilidade objetiva é baseada na TEORIA DO RISCO, elaborada 
por Léon Duguit, e aperfeiçoada para encaixar a responsabilidade estatal, 
e hoje adotada como regra pelo ordenamento jurídico brasileiro, 
chamada pela doutrina de TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVA. 
Tal teoria atribui ao Estado o dever de indenizar o particular, vítima de 
dano decorrente do exercício de suas funções, pelo risco criado pelo 
desenvolvimento da sua atividade administrativa. Logo, se reparte os 
ônus e encargos sociais por todos aqueles que são beneficiados pela 
atividade da Administração Pública. 
 
O Estado tem o dever de exercer a sua atividade administrativa, mesmo 
quando perigosa ou arriscada, com absoluta segurança, de modo a não 
causar dano a ninguém. Está vinculado, portanto, a um dever de 
incolumidade, cuja violação enseja o dever de indenizar 
independentemente de culpa. 
Há de se ter em mente que a teoria do risco administrativo permite ao 
Estado o afastamento de sua responsabilidade nos casos de exclusão do 
nexo causal:: 
 CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR 
 CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA 
 FATO DE TERCEIRO 
 
MUITA ATENÇÃO: Não se aplica, contudo, o fato de terceiro no caso de 
custódia de BENS e PESSOAS. E a culpa CONCORRENTE não exclui a 
responsabilidade estatal, apenas a atenua. 
Convém trazer a lume, ainda, a distinção entre teoria do risco 
administrativo e a do risco integral, apesar de alguns doutrinadores 
negarem essa distinção, arguindo tratar-se de uma questão de semântica. 
A TEORIA DO RISCO INTEGRAL parte da premissa de que o Estado deve 
indenizar em qualquer caso de dano sofrido pelo particular. Portanto, 
independentemente do nexo causal, estaria o Estado obrigado a ressarcir 
o dano sofrido pelo particular, mesmo que essa lesão sofrida tenha 
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decorrido de fato exclusivo da vítima, caso fortuito, força maior ou fato 
exclusivo de terceiro. 
 
A aplicação desta teoria é nada pacífica em nossa doutrina e 
jurisprudência pátria, mas, para fins de prova, temos três acidentes que 
sempre serão RISCO INTEGRAL: 
 ACIDENTE DE TRÂNSITO (com vítima) 
 ACIDENTE AÉREO (com fins terroristas) 
 ACIDENTE DE TRABALHO (com vínculo empregatício estatal) 
Assim, adotando tamanha medida, não se aceita quaisquer das 
excludentes, tornando o Estado sempre responsável por estas situações. 
Erro comum em prova, é alocar o acidente nucleare o acidente ambiental 
aqui no risco integral, dada a sua conhecida gravidade, mas, lembre-se 
que ambos aceitam excludentes, o que por si só retira-os do rol acima. 
 
ASSUNTOS PONTUAIS: 
# DA ILICITUDE DO ATO: O Estado responde por ato lícito que cause 
dano ao particular. Logo, a ilicitude do ato não importa para 
responsabilização estatal. 
# DA DENUNCIAÇÃO À LIDE: O STF tem rejeitado a tese de trazer o 
agente causador do dano à lide originária entre o Estado e o particular, 
pelo fato de ferir tanto o direito do agente, de ter sua condenação 
baseada na responsabilidade subjetiva, via ação regressiva, e do 
particular, que não precisa discutir a intensão do agente na ação contra o 
Estado, dado que esta é sob o manto da responsabilidade objetiva. 
# RESPONSABILIDADE DAS PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO: 
Após o advento da CF/88 todas as pessoas jurídicas que prestam serviço 
público, sendo de direito público ou não, devem responder perante 
usuário e não usuário de forma OBJETIVA. 
 
 
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Responsabilidade dos Agentes Públicos e o Direito de Regresso do 
Estado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	ESTADO, GOVERNO, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; CONCEITOS E FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
	ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
	PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS E IMPLÍCITOS
	AGENTE PÚBLICO
	ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
	Conteúdo Programático
	Poderes da Administração
	Poder de Polícia
	Ordem de polícia
	Consentimento de polícia
	Fiscalização de polícia
	Sanção de polícia
	CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
	SERVIÇOS PÚBLICOS
	RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

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