ANATOMIA E FISIOLOGIA ANIMAL HOMEOSTASE E FISIOLOGIA DA TERMORREGULAÇÃO Cindy Anne Klausberger Ximenes cindykximenes@gmail.com Zootecnista 2022 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 3 ESTRUTUTAS ANATOMICAS DA REGULAÇÃO TÉRMICA ................................................................ 4 EPIDERME .................................................................................................................................. 4 HIPOTÁLAMO ............................................................................................................................ 5 TERMORREGULAÇÃO .................................................................................................................... 6 HOMEOTERMIA ............................................................................................................................. 7 FONTES DE DISSIPAÇÃO DO CALOR ............................................................................................ 12 PRODUÇÃO DE CALOR ............................................................................................................. 13 PERDA DE CALOR ..................................................................................................................... 14 Eliminação do calor por evaporação ................................................................................... 15 Evaporação no aparelho respiratório.................................................................................. 16 Eliminação de calor corporal por convecção e condução ................................................... 16 Retenção de calor corporal ................................................................................................. 17 Faixa de conforto................................................................................................................. 18 Temperatura crítica superior – Hipertermia ....................................................................... 18 Temperatura e respostas fisiológicas .................................................................................. 21 EFEITO DA TEMPERATURA NO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE ....................................................... 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 24 INTRODUÇÃO Nos últimos anos com as mudanças climáticas, o número de pesquisas buscando o bem-estar animal têm se intensificado na tentativa de se minimizar as perdas econômicas decorrentes dos efeitos do clima sobre a produção animal nos trópicos. Dentre as variáveis climáticas, a elevada temperatura ambiental, a umidade do ar e a radiação solar direta são os principais responsáveis por causarem o desconforto fisiológico que leva os animais a adotarem medidas fisiológicas e comportamentais para manter a homeotermia, e que na maior parte das vezes culminam com a redução no desempenho produtivo (SOUZA et al., 2010). Os animais homeotérmicos devem manter a temperatura corporal dentro de limites estreitos ao longo das 24 horas do dia. Para tanto, deve haver um equilíbrio entre a termogênese (produção de calor) e a termólise (perda de calor) durante esse período. Esses processos são regulados através da modulação da termogênese e da intensificação de diferentes mecanismos de termólise (BARBOSA et al., 2004). Em temperaturas mais amenas, os animais dissipam calor sensível para o ambiente através da pele, por radiação, por condução e por convecção. Se o animal não conseguir dissipar o calor excedente através dos mecanismos citados, a temperatura retal aumenta acima dos valores fisiológicos normais e desenvolve-se o estresse calórico, responsável em parte pela baixa produtividade animal nos trópicos. A temperatura retal, a frequência respiratória e o nível de sudação cumprem um importante papel na termorregulação dos animais (NÓBREGA et al., 2011). De acordo com Randall (2010), estresse refere-se ao que acontece quando um organismo deixa de responder adequadamente às ameaças, o que pode trazer como consequências comprometimento da função imune, do ganho de peso e do desenvolvimento; tornando- se assim relevante a compreensão das interações bioquímicas que constituem a resposta ao estresse. Dessa forma é imprescindível o conhecimento da interação entre os animais e o ambiente, além do conhecimento da capacidade de adaptação das espécies e raças exploradas, para a tomada de decisões quanto aos sistemas de criação e estratégias de manejo a serem utilizadas para maximizar as respostas produtivas (NÓBREGA et al., 2011). Como visto, resultados de inúmeros estudos no âmbito do bem-estar e comportamento animal revelam as diversas implicações decorrentes do estresse térmico para os animais. Portanto, torna-se de fundamental importância o estudo dos componentes que interagem para manter o funcionamento adequado dos meios regulatórios, com o intuito de prover ambientes que proporcionem bem-estar e conforto térmico aos animais, além de elevar a produtividade. ESTRUTUTAS ANATOMICAS DA REGULAÇÃO TÉRMICA EPIDERME A epiderme é o maior órgão que temos em nosso corpo. Ela é responsável por diversas funções, entre elas: • Proteção contra agressões físicas e químicas • Evitar a dessecação ou penetração de água • Evitar a entrada de microrganismos e controle da flora da pele • Proteção contra radiação ultravioleta • Produção de vitamina D • Receber estímulos do meio ambiente • Regulação da temperatura corporal Para regulação da temperatura corporal, a epiderme é o órgão responsável por receber o sinal de estímulo externo (ambiente) e passar essa informação para o sistema nervoso. As estruturas receptoras de sinais nervosos na epiderme são conhecidas como corpúsculos de Krause, para frio, e órgão terminais de Ruffini, para calor. Corpúsculos de Krause São os receptores térmicos responsáveis pela sensação de frio. Situam-se nas regiões limítrofes da pele com as membranas mucosas, como ao redor dos lábios e dos genitais. Órgãos terminais de Ruffini Estão localizados nas camadas mais profundas da pele e nas cápsulas das articulações. São terminações que se adaptam muito pouco, sendo importantes para a sinalização de estados contínuos de deformação da pele e dos tecidos mais profundos, como sinais pesados e contínuos de tato e sinais de pressão. Nas articulações ajudam a sinalizar o grau de rotação delas. Dentre as estruturas da epiderme, temos as glândulas sudoríparas, sebáceas e folículos pilosos como estruturas importantes na regulação térmica. Glândula sudorípara écrinas Esse tipo de glândula está presente em toda a superfície do corpo. Origina-se de brotamentos da epiderme. O ducto sudoríparo desemboca diretamente na superfície da pele, e o hipotálamo estimula as glândulas através de terminações simpáticas colinérgicas. A acetilcolina é o neurotransmissor responsável pela sudorese. O fluido precursor, produzido pela porção secretora da glândula, tem características semelhantes às do plasma, porém, sem proteínas. Há modificações no fluido precursor à medida que percorre o ducto, sendo os íons sódio e cloreto reabsorvidos. A reabsorção depende do fluxo da secreção através do ducto. Quando esse fluxo é lento, ocorre maior absorção de íons sódio e cloreto, resultando na diminuição da pressão osmótica no interior do ducto. Ocorre também maior reabsorção de água, tornando o fluido mais concentrado. Os principais constituintes do suor são sódio, cloreto, potássio, ureia, lactato e glicose, e a principal função das glândulas sudoríparas écrinas é a termorregulação. Sistema piloso O sistema piloso tem como função: proteção, termorregulação, sensibilidade,