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REANIMAÇÃO NEONATAL (Resumo SBP 2022)

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REANIMAÇÃO NEONATAL 
* a asfixia perinatal contribui com 30-35% das mortes neonatais, o que representa, em nível global, ao redor de 1 milhão de óbitos 
por ano. 
* no Brasil, a asfixia perinatal é a terceira causa básica de óbito de crianças abaixo de 5 anos, atrás apenas da prematuridade e 
anomalias congênitas 
* as intervenções para reduzir a morbidade e a mortalidade neonatal associadas à asfixia perinatal incluem: 
1) medidas de prevenção primária, com melhora da saúde materna, reconhecimento de situações de risco no pré-natal, 
disponibilização de recursos humanos capacitados para atender ao parto e reconhecer complicações obstétricas, entre outras; 
2) tratamento do evento, que consiste na reanimação neonatal imediata; 
3) tratamento das complicações do processo asfíxico, compreendendo o reconhecimento da asfixia, com terapia dirigida à 
insuficiência de múltiplos órgãos. 
!! O parto cesárea, mesmo no RN a termo sem fatores de risco antenatais para asfixia, também eleva a chance de que a ventilação 
ao nascer seja necessária. 
* é fundamental que pelo menos um profissional de saúde capaz de realizar os passos iniciais e a ventilação com pressão positiva 
(VPP) por meio de máscara facial esteja presente em todo parto 
 - esse profissional terá como única responsabilidade atender o RN 
* quando, na anamnese, identificam-se fatores de risco perinatais, podem ser necessários 2-3 profissionais treinados e capacitados 
a reanimar o RN de maneira rápida e efetiva, dos quais pelo menos um precisa ser médico apto a intubar e indicar massagem cardíaca 
e medicações (de preferência um pediatra) 
* no parto de gemelares é preciso dispor de equipe própria para cada criança 
 
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a presença do pediatra em todo nascimento 
 
Briefing 
* é a primeira ação da equipe que cuidará do RN 
* consiste em uma rápida reunião entre os membros da equipe para planejar o atendimento neonatal, antes do nascimento 
* permite a atuação coordenada e a comunicação efetiva em alça fechada 
- o que confere um atendimento com qualidade e segurança ao RN 
a. Anamnese materna (identificar fatores de risco de asfixia e necessidade de reanimação) 
b. Preparo do material para uso imediato na sala de parto 
c. Divisões de funções de cada membro da equipe – deixando claro quem será o líder nos procedimentos de reanimação 
 
Anamnese materna 
* fundamental para detectar a presença de condições 
perinatais associadas a possibilidade de o RN precisar de ajuda 
para fazer a transição respiratória e cardiopulmonar ao nascer 
 
-> polidrâmnio - associado a malformação sistema digestivo 
-> oligodrâmnio - malformação sistema urinário 
-> cianose inicial: ocorre nas extremidades ao longo de alguns 
minutos, se tornam rosadas. 
 
 
 
 
 
 
 
-> a presença de acrocianose (não é indicativa de hipóxia, podendo ser 
resultado apenas da exposição ao ar frio. Portanto, nenhuma medida de 
reanimação é necessária, nem O2 inalatório. 
 
Preparo do material para uso imediato na sala de parto 
* todo o material deve ser: testado, disponível em local de fácil acesso antes do nascimento 
* material para: a avaliação do paciente, manutenção da temperatura, aspiração das vias aéreas, ventilação e administração de 
medicamentos 
-> avaliação do paciente: oxímetro, estetoscópio, monitor cardíaco de 3 vias com eletrodos e bandagem elástica 
* este preparo inclui manter a temperatura da sala de parto entre 23-25°C 
 
Clampeamento do cordão umbilical do RN >34 semanas 
* é recomendado no RN com boa vitalidade o clampeamento tardio de no mínimo de 1 minuto até 3 minutos (ou até alguns minutos 
após cessar a pulsação do cordão) 
* o clampeamento tardio tem como benefícios: 
a. aumentar os níveis de Hb nas primeiras 24h de vida 
- pode elevar a frequência de policitemia 
- é necessário acompanhar a icterícia nos primeiros dias do RN 
 
b. aumento na contração de ferritina entre os 3 e 6 meses de vida 
- reduz a anemia no lactante 
- impacta positivamente no desenvolvimento infantil 
 
* enquanto aguarda-se para clampear e cortar o cordão, o neonato pode ser 
 posicionado no abdome ou tórax materno, tomando-se cuidado para evitar a 
perda da temperatura corporal. 
 
!! em RN que não começa a respirar logo após o nascimento, o clampeamento tardio do cordão retarda o início dos procedimentos 
de reanimação, assim não está recomendado!! 
 
-> No RN que não está com boa vitalidade ao nascer, sugere-se fazer o estímulo tátil no dorso, de modo delicado e no máximo duas 
vezes, para ajudar a iniciar a respiração antes do clampeamento imediato do cordão 
 
-> Ordenha cordão umbilical: as evidências existentes são insuficientes para recomendar a ordenha de cordão em RN ≥34 semanas, 
tanto naqueles com boa vitalidade quanto nos que não respiram ou se apresentam hipotônicos ao nascer 
 
RN com boa vitalidade ao nascer 
RN > 34 semanas que começa a respirar ou chorar e apresenta tônus muscular em flexão independentemente do aspecto do 
líquido amniótico 
* deve permanecer no contato pele-a-pele com a mãe depois do clampeamento tardio 
* na sala de parto, durante esse momento é preciso: 
a. prover calor 
* é preciso assegurar a normotermia do RN entre 36,5-37,5°C 
* temperatura ambiente da sala de parto entre 23-25°C 
* secar o corpo e o segmento cefálico do RN com compressas aquecidas 
* cobrir a cabeça com touca (se possível) 
b. assegurar que as vias aéreas do RN estão pérvias 
!! A aspiração de vias aéreas não deve ser realizada de rotina e, sim, reservada somente ao RN com excesso de secreções nas vias 
aéreas 
 
c. avaliar a vitalidade de maneira continuada 
- avaliar a FC com o estetoscópio no precórdio 
 
d. estimular o início da amamentação 
* passo 4 da Iniciativa Hospital Amigo da Criança, o contato pele-a-pele do RN com a mãe deve ser realizado imediatamente após o 
nascimento durante pelo menos por uma hora e as mães devem ser auxiliadas para iniciar a amamentação nos primeiros 30 minutos 
após o nascimento 
 
RN com boa vitalidade 
RN > 34 semanas que começa a respirar ou chorar e 
apresenta tônus muscular em flexão independentemente do 
aspecto do líquido amniótico. 
O movimento de secar o RN promove um 
estímulo tátil que, por meio de um arco reflexo 
desencadeado por mecanorreceptores, pode ajudar na 
transição respiratória após o nascimento 
Esses dois passos devem ser realizados 
em no máximo 30 segundos 
RN sem boa vitalidade ao nascer 
 
 
 
 
 
1. Manutenção da normotermia (36,5-37,5°C) 
2. Manter as vias aéreas pérvias 
3. Avaliação da respiração e da FC do RN 
 
* Esses passos iniciais da reanimação servem como estímulo sensorial para o início da respiração 
- 2 a cada 10 RNs não choram ou não respiram ao nascer 
- 1 a cada 10 RNs vão precisar de ventilação com pressão positiva (VPP) 
- 1-2 a cada 100 RNs vão precisar de intubação orotraqueal 
- 1-3 1000 RNs vão precisar de reanimação avançada (massagem cardíaca e/ou medicações) 
 
Manter a normotermia 
* a manutenção da temperatura do RN é um passo fundamental para a sua estabilização 
* deve-se ser mantida em 36,5-37,5°C (normotermia) do momento do nascimento até a admissão na unidade neonatal ou na 
enfermaria 
* a temperatura corporal é um forte preditor de mortalidade e morbidade em todas as idades gestacionais 
- é um indicador de qualidade de atendimento 
- a temperatura axilar deve ser mensurada de forma periódica e anotada no prontuário do RN na admissão na unidade neonatal ou 
na enfermaria -> indicador de qualidade de assistência ao parto 
 
a. pré-aquecer a sala de parto (23-25°C) 
b. evitar a circulação de ar (fechar as portas e diminuir a circulação de pessoas) 
c. ligar a fonte de calor radiante da mesa de reanimação antes do nascimento 
d. levar o RN a mesa de reanimação envolto por campos aquecidos 
e. posicioná-lo sob a fonte de calor radiante, em decúbito dorsal, com a cabeçavoltada 
para o profissional de saúde 
f. secar o corpo, a região da fontanela e se possível colocar um touquinha 
- o movimento de secar o RN estimula mecanorreceptores que levam a um arco reflexo -> auxilia na transição respiratória após o 
nascimento 
!! é preciso cuidar para evitar a hipertermia (>37,5°C) que configura risco de agravar lesões cerebrais em pacientes asfixiados 
 
Assegurar vias aéreas pérvias 
g. com o RN em decúbito na mesa de reanimação manter o pescoço em leve extensão 
- evitar a hiperextensão e a flexão do pescoço 
 
 
 
 
 
 
* em caso de excesso de secreção, é aspirado primeiro a boca e depois 
as narinas com sonda traqueal nº 8-10 de forma leve conectado com o 
aspirador a vácuo (pressão máxima 100mmHg) 
-> evitar aspirar a faringe posterior (estímulo vagal ao espasmo 
laríngeo com apneia e bradicardia) e a hipofaringe (pode levar a atelectasia, 
trauma e prejudicar o estabelecimento da respiração efetiva) 
 
a manutenção da temperatura e assegurar que as vias aéreas estejam pérvias devem ser executas em no máximo 30 segundos 
Se, ao nascimento, o RN tem idade gestacional ≥34 semanas, 
não está respirando ou chorando ou não inicia movimentos 
respiratórios regulares e/ou o tônus muscular está flácido Conduzir o RN para a mesa de 
reanimação e realizar os passos iniciais 
da estabilização 
A aspiração de bocas e narinas não é recomendada de rotina para 
RN >34 semanas independente do aspecto do líquido amniótico 
A aspiração de boca e narinas está reservada para RN com as vias aéreas 
superiores obstruídas por excesso de secreções 
Cuidado! 
Na vigência de líquido amniótico meconial, independentemente de sua 
viscosidade, se o RN ≥34 apresentar boa vitalidade (chora e respira bem e 
mantém tônus muscular em flexão) ele deve ser entregue a mãe para contato 
pele-a-pele enquanto aguarda o clampeamento tardio do cordão umbilical 
no RN com líquido amniótico meconial de qualquer 
viscosidade que, após os passos iniciais, apresenta apneia, 
respiração irregular e/ou FC <100 bpm, é fundamental 
iniciar a VPP com máscara facial e ar ambiente nos 
primeiros 60 segundos de vida sem a aspiração traqueal 
Líquido amniótico meconial 
* A presença de líquido amniótico meconial pode indicar sofrimento fetal e aumenta o risco 
de reanimação ser necessária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 * naqueles RN que não apresentam boa vitalidade (não respiram e não choram, apresentam movimentos respiratórios irregulares 
ou tônus muscular flácido) e que também apresentam a presença de líquido amniótico meconial durante a estabilização inicial é 
necessário levá-lo para a mesa de reanimação e 
iniciar os passos iniciais (manter a temperatura, via aérea pérvia e avaliar FC) 
 a aspiração de bocas e narinas está reservada para RNs 
 com obstrução por excesso de secreção nas vias aéreas 
 
 
 
 
 
!! nesses casos a laringoscopia direta imediata e a aspiração traqueal 
de rotina não devem ser realizadas 
- sob risco de síndrome de aspiração meconial, encefalopatia e hipóxia-isquêmica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação do RN durante a estabilização inicial 
* após assegurar a manutenção da temperatura e que as vias aéreas estão pérvias é 
preciso avaliar a FC e a respiração do RN 
h. determinar a FC por ausculta do precórdio, após os passos iniciais da estabilização 
- auscultar por 6 segundos e multiplicar o valor por 10 
i. observar o padrão respiratório 
- expansão torácica ou a presença de choro 
-> se a FC<100 bpm OU respiração não adequada (RN não chora, apresenta movimentos irregulares, gasping ou apneia) 
j. um profissional inicia a VPP e outro, simultaneamente, fixa o sensor do oxímetro (no braço direito – pré-ductal) e os três 
eletrodos do monitor cardíaco (mínimo 2 profissionais nessa etapa) 
k. determinar o boletim de APGAR no 1° e 5° minuto de vida 
 
!! o boletim de APGAR não deve ser utilizado para determinar o início da reanimação, contudo, sua aferição longitudinal permite 
avaliar, de forma retrospectiva, a resposta do RN às manobras de reanimação. 
*APGAR <7 no 5°minuto -> recomenda-se realizá-lo novamente a cada 5 minutos, até o 20° minuto de vida 
 
!! Na presença de líquido amniótico meconial – independente da viscosidade – em um RN 
sem boa vitalidade ao nascer a aspiração das vias aéreas não deve ser realizada no 
momento desprendimento do polo cefálico 
 
As decisões quanto à 
estabilização/reanimação dependem da 
avaliação simultânea da FC e da respiração. A 
SatO2 precisa ser monitorada no RN >34 
semanas que recebe VPP. 
No RN após a estabilização inicial apresentar 
FC >100 bpm e respiração espontânea regular, 
avaliar as condições clínicas gerais e, sempre 
que possível, colocar em contato pele-a-pele 
com a mãe, coberto com tecido de algodão 
seco e aquecido. 
 
Enquanto o RN está junto à mãe deve-se prover calor, 
assegurar as vias aéreas pérvias, avaliar a vitalidade de 
maneira continuada e estimular o início da amamentação 
 
No RN que recebeu os passos iniciais da 
estabilização e a avaliação a seguir mostrou 
bradicardia (FC<100 bpm) ou respiração ausente ou 
irregular, iniciar a VPP nos primeiros 60s após o 
nascimento e acompanhar a FC pelo monitor 
cardíaco e a SatO2 pelo oxímetro de pulso. 
Frequência cardíaca 
- é o principal determinante para indicar as manobras de reanimação 
- a FC deve ser avaliada de forma rápida, acurada e confiável -> ponto crítico na toma de decisão 
-> Métodos: palpação do cordão umbilical, ausculta do precórdio com o estetoscópio, detecção do sinal de pulso pela oximetria e 
verificação da atividade elétrica do coração pelo monitor cardíaco. 
- a palpação umbilical e a ausculta subestimam a FC 
- a oximetria detecta de forma continua a frequência de pulso, mas demora mais que o monitor cardíaco e subestima seu valor nos 
primeiros minutos de vida 
- o monitor cardíaco é mais acurado e rápido na detecção da FC 
 
!! está recomendado o uso do monitor cardíaco para avaliação da FC no 
RN >34 semanas que precisa de reanimação ao nascer 
-> durante a avaliação inicial com o monitor cardíaco o objetivo é determinar a FC e não avaliar possíveis ritmos anômalos no traçado 
eletrocardiográfico 
 
* considera-se adequada a FC do RN quando está é >100 bpm nos primeiros minutos de nascimento 
- bradicardia é definida como FC <100 bpm 
* além de ser um ponto crítico na avaliação da necessidade de reanimação neonatal, a FC também é o indicador mais sensível da 
eficácia da reanimação 
 
RESPIRAÇÃO 
* avalia-se a respiração do RN pela observação da expansão torácica ou presença de choro 
- quanto maior a nota no boletim de Silverman pior o desconforto respiratório 
Respiração adequada: respiração espontânea e adequada suficiente para manter a FC >100 bpm 
Respiração não adequada: presença de apneia, de movimentos respiratórios irregulares ou de gasping (suspiros profundos 
entremeados por apneias) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
!! lembrar que a avaliação clínica da respiração não possibilita conhecer efetivamente a mecânica pulmonar (capacidade residual 
funcional e oferta de volume corrente para uma troca gasosa efetiva) 
* Saturação de O2 
* a oximetria de pulso auxilia na tomada de decisões quanto ao manejo 
ventilatório do RN 
* deve ser monitorada de forma contínua, não invasiva e de fácil uso 
* a leitura confiável demora 1-2 minutos após o nascimento 
-> é preciso haver um débito cardíaco suficiente para a perfusão periférica 
* cuidado com a interpretação da SatO2 de RN com hipoxemia grave e movimentação excessiva dos membros 
 
!! lembrar que um RN saudável e com boa vitalidade demora 5 minutos para atingir uma SatO2>90% (processo de transição normal) 
* RN com boa vitalidade que não precisa de reanimação: 
SatO2 no 1° minuto -> 60-65% 
SatO2 no 5° minuto -> 87-90% 
A monitorização da SatO2 possibilita o uso criterioso e racional do O2 suplementar,quando necessário 
Todos os métodos que subestimam o valor da FC nos primeiros 
minutos de vida podem levar a um aumento desnecessário de 
intervenções na sala de parto 
RESUMÃO DA ESTABILIZAÇÃO INICIAL DO RN QUE NÃO APRESENTA BOA VITALIDADE AO NASCER 
1. Manter a normotermia do RN 
a. pré-aquecer a sala de parto (23-25°C) 
b. evitar a circulação de ar (fechar as portas e diminuir a circulação de pessoas) 
c. ligar a fonte de calor radiante da mesa de reanimação antes do nascimento 
d. levar o RN a mesa de reanimação envolto por campos aquecidos 
e. posicioná-lo sob a fonte de calor radiante, em decúbito dorsal, com a cabeça voltada para o profissional de saúde 
f. secar o corpo, a região da fontanela e se possível colocar um touquinha 
2. Manter as vias aéreas pérvias 
g. com o RN em decúbito na mesa de reanimação manter o pescoço em leve extensão 
- evitar a hiperextensão e a flexão do pescoço 
- realizar a aspiração da via aérea apenas em RN com obstrução da via aérea por excesso de secreção 
- em RN sem boa vitalidade e com líquido amniótico meconial não realizar a aspiração! 
3. Avaliação da FC e respiração do RN 
h. determinar a FC por ausculta do precórdio, após os passos iniciais da estabilização 
- auscultar por 6 segundos e multiplicar o valor por 10 
i. observar o padrão respiratório 
- expansão torácica ou da presença de choro 
-> se a FC<100 bpm OU respiração não adequada (RN não chora, apresenta movimentos irregulares gasping ou apneia) 
j. um profissional inicia a VPP e outro, simultaneamente, fixa o sensor do oxímetro (no braço direito – pré-ductal) e os três 
eletrodos do monitor cardíaco (mínimo 2 profissionais nessa etapa) 
k. determinar o boletim de APGAR no 1° e 5° minuto de vida 
- se APGAR < 7 no 5° minuto, continuar avaliando o RN a cada 5 minutos até o 20° minuto de vida. 
Expulsão completa do RN
RN com boa vitalidade 
(repiração regular, chora e apresenta tônus muscular em flexão 
independente do aspecto do líquido amniótico)
Clampeamentotardio
entre 1-3 minutos após a expulsão completa 
Durante a espera entregar o RN 
para a mãe 
* contato pele-a-pele
* cuidar da normotermia
* avaliar continuamente 
* incentivar amamentação
RN sem boa vitalidade
(sem movimentos respiratórios, sem choro e com tônus muscular flácido 
independente do aspecto do líquido amniótico)
Clampeamento imediato
Iniciar primeiros passos da estabilização do RN
Após a estabilização inicial avaliar 
RN
RN com FC>100 bpm e respiração regular 
Entregar para a mãe para o contato pele-a-
pele
RN com FC <100 bpm e respiração 
irregular/ausenrte
Iniciar ventilação com pressão positiva
1. Manter a normotermia do RN 
36,5-37,5°C
2. Assegurar que as vias aéreas estão 
pérvias 
Avaliar FC e respiração do RN
pode ser realizado um estímulo tátil 
delicado no dorso do RN por no máximo 
duas vezes para ajudar a iniciar a 
respiração antes do clampeamento 
imediato do cordão
VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA 
* a ventilação pulmonar é o procedimento mais importante e efetivo na reanimação do RN 
- promove a substituição do líquido que preenche sáculos e/ou alvéolos por ar durante o nascimento 
Mecanismos fisiológicos da transição respiratória ao nascimento 
Primeira fase: vias aéreas cheias de líquido e o suporte respiratório deve ser dirigido ao clareamento do líquido pulmonar das 
regiões responsáveis pela hematopoese 
Segunda fase: a maior parte da via aérea já se encontra preenchida por gás, mas o líquido pulmonar ainda se encontra no espaço 
intersticial e pode retornar ao espaço aéreo se esse não estiver corretamente expandido. 
Terceira fase: a troca gasosa assume o seu papel de importância na homeostase respiratória 
 
* para uma aeração pulmonar adequada é importante que 
a glote esteja aberta 
- a glote durante o período fetal fica fechada para manter 
o líquido pulmonar no interior dos alvéolos 
- RN em apneia ou com respiração irregular também 
apresentam a glote fechado 
- a VPP permite a abertura da glote, a aeração pulmonar e 
a transição cardiocirculatória 
 
* a expansão dos pulmões é um estímulo para a liberação 
de surfactante, que reduz a tensão superficial alveolar, 
aumenta a complacência e ajuda a manter uma capacidade 
residual funcional estável (quantidade de ar que fica no 
pulmão após uma expiração normal) 
 
* simultaneamente, a ventilação também auxilia na 
redução da resistência vascular pulmonar 
- A VPP promove a redução na PaCO2 e aumento no pH e na PaO2 -> o que também reduz a resistência vascular pulmonar 
* a depuração do líquido pulmonar, estabelecimento da capacidade residual funcional e diminuição da resistência vascular 
pulmonar associada com o aumento do fluxo sanguíneo facilita a ventilação e a oxigenação pós-natal 
* com o início da ventilação, o sistema circulatório fetal assume o padrão adulto 
 
Após os cuidados para manter a temperatura e as vias aéreas, se o RN apresenta FC <100 bpm e/ou apneia ou respiração irregular, 
há indicação da VPP que necessariamente precisa ser realizada em 60 segundos após o nascimento (minuto de ouro) 
 
a. a VPP deve ser iniciada com ar ambiente (O2 21%) 
- o uso de ar ambiente no início da VPP está associado com a redução da 
mortalidade intra-hospitalar 
b. uma vez iniciada a VPP é preciso monitorar a SatO2 pela oximetria de pulso 
- é ela que dirá a necessidade de fornecer ou aumentar o O2 suplementar 
 
-> caso a VPP em ar ambiente seja iniciada e o RN ainda não atinge a SatO2 alvo e/ou apresenta FC <100 bpm 
c. primeiro se verifica e corrige a técnica antes de fornecer O2 suplementar 
- não adianta nada fornecer O2 suplementar se a técnica de ventilação 
está incorreta 
 
d. aplicar a mistura de O2 por blender até atingir a saturação ideal 
- aumentar a concentração de O2 em 40% e aguardar 30 segundos 
- se não houver melhora da saturação (SatO2) aumentar para 60% e assim 
sucessivamente a cada 30 segundos 
!! Se compressões torácicas, medicação ou ambos são necessários, O2 a 100% está recomendado 
-> lembrar que é preciso evitar altas concentrações de O2 sempre que possível 
 
e. quando atingir a saturação alvo, reduzir para 20% de O2 de forma gradativa o mais rápido possível 
- de 80% para 60% e aguarda 30 segundos e assim sucessivamente até retornar para a concentração em ar ambiente 
-> a VPP ao nascimento pode ser realizada com balão autoinflável ou com VMM com peça T. 
* Se a opção for pelo uso do VMM com peça T, o balão autoinflável deve estar sempre disponível e pronto para uso, caso 
necessário. 
!! Não iniciar com VPP com máscara em casos de hérnia diafragmática = distensão estomacal 
devido à ventilação, visualizar abdome escavado (deslocamento das vísceras para o tórax). 
Nestes casos, seguir para IOT. 
 
 
 
 
 
 
 
Equipamentos para VPP 
* o equipamento ideal para exercer a VPP é aquele que possibilita o controle confiável da pressão inspiratória e seu tempo de 
administração, além de prover pressão expiratória final positiva 
 
Balão autoinflável 
- baixo custo 
- não precisa de eletricidade 
- único equipamento de ventilação que não precisa de fonte de gás comprimido 
- deve estar sempre disponível para uso em qualquer sala de parto 
- não é possível conhecer ou titular a concentração de O2 suplementar fornecido 
(mesmo quando o balão está acoplado a um blender) 
 
Barotrauma: quando a pressão inspiratória (força de compressão do balão) excede 40mmHg 
 
* o tempo inspiratório é determinado pela velocidade que o balão de ar é comprimido 
* a pressão inspiratória depende da força de compressão do balão 
* a frequência respiratória depende do número de compressões exercidas pelo profissional no balão em um intervalo de tempo 
 
Sinais de VPP efetiva 
* aumento da FC (indicador mais importante) 
- geralmente a FC começa a aumentar em 15s 
- melhora da cor e do tônus 
- início da respiração regular 
 
Ventilador mecânico manual com peça T 
- dispositivocontrolado a fluxo e limitado a pressão 
- para funcionamento do ventilador é preciso de uma fonte de 
ar comprimido 
- o fluxo de gás é dirigido ao RN quando o orifício da tampa da 
peça T é ocluído 
- a concentração de O2 suplementar fornecido é ajustável 
 
* é capaz de fornecer pressão de distensão contínua de vias 
aéreas (CPAP) e pressão expiratória final positiva (PEEP) 
-> o uso do ventilador mecânico fornece pressão inspiratória (determinada pelo fluxo de gás e pelo tempo de oclusão da peça T), 
volume corrente e tempo inspiratório de forma consistente e apresente menor potencial de causar barotrauma 
 
!! o uso do ventilador mecânico não é ausente de riscos 
- pode ocorrer elevada resistência inspiratória 
- contribui para a espiração incompleta 
 
 
 
 
 
O risco de morte ou morbidade aumenta em 16% a cada 30 segundos de 
demora para iniciar a VPP, de modo independente do peso ao nascer, da 
idade gestacional ou de complicações na gravidez ou no parto. 
 
Interfaces para VPP 
* máscara facial 
- interface mais utilizada na reanimação neonatal 
 
Dificuldades máscara facial: 
* escape de até 50-70% de ar pela região perioral 
* volume corrente irregular 
*reflexo trigeminal-cardíaco 
 
 
* máscara laríngea 
- atinge maior sucesso na reanimação neonatal do que a máscara facial 
- evita o escapa de gás entre a máscara e a face 
- inserção em até 5s 
- o ILCOR em 2022 sugere que é possível utilizar a máscara laríngea como interface para VPP 
no RN >34 semanas que necessita de reanimação após o nascimento 
 
!! SBP recomendação 2022: 
no contexto da reanimação neonatal a partir de 2022, recomenda-se iniciar a VPP com 
máscara facial em RN >34 semanas. 
 
- a máscara laríngea pode ser considerada como interface para a VPP antes da 
intubação traqueal, a depender da disponibilidade do material e da capacitação do 
profissional para a inserção da máscara laríngea e para a intubação traqueal. 
 
* cânula traqueal 
- interface para reanimação avançada do RN na sala de parto 
- sucesso da intubação depende da habilidade do médico 
!! a inabilidade de colocar corretamente a cânula pode levar a morte ou lesão 
hipóxico-isquêmica 
- múltiplas tentativas de colocar a cânula levam a: lesão glótica, subglótica e 
traqueal 
* objetivo da intubação é inserir a cânula traqueal de tal modo que sua extremidade distal 
fique localizada no terço médio da traqueia 
- não é possível confirmar com exames de imagem a correta colocação da cânula 
- recomenda-se para verificar se a cânula está posicionada de forma correta: 
 
 
usar a idade gestacional e o peso estimado para 
calcular o comprimento da cânula a ser inserido na 
traqueia, considerando a distância entre a ponta da 
cânula e a marca, em centímetros, a ser fixada no 
lábio superior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A cabeça do bebê tende a rolar durante a IOT, assim, 
estabilizá-la, torna a intubação mais rápida e fácil. 
(Difficult Neonatal Intubation - The Airway Jedi) 
https://airwayjedi.com/2018/06/04/difficult-intubation-in-a-newborn/
INÍCIO DA VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA 
* iniciar a VPP com máscara facial – tanto no uso de balão autoinflável quanto no uso da ventilação mecânica 
 
antes de iniciar a VPP 
- verificar se o pescoço do RN está em leve extensão e aplicar 
a masca facial no sentido do queixo para o nariz 
 
!! o ajuste entre a máscara e a face é crítico para o sucesso da 
ventilação 
 
início da VPP 
Balão autoinflável 
* ventilar na frequência de 40-60 movimentos/ minuto, de 
acordo com a regra prática “aperta/solta/solta” 
* à pressão a ser aplicada, esta deve ser individualizada para que 
o RN alcance e mantenha FC >100 bpm. 
* iniciar com pressão inspiratória ao redor de 25 cmH2O, 
- pressões de 30-40 cmH2O são raramente necessárias (apenas 
em pacientes com pulmões doentes) 
* após as primeiras 3-5 ventilações, reajustar a pressão inspiratória de modo a visualizar o movimento torácico leve e auscultar a 
entrada de ar nos pulmões. 
- é recomendável monitorar a pressão oferecida pelo balão com o manômetro 
- a válvula de escape deve estar funcionando durante a VPP 
 
!! Lembre-se: iniciar a VPP sempre com ar ambiente. 
- na prática, é prudente deixar o balão conectado à fonte de O2, caso este seja necessário, mas manter o fluxômetro desligado 
 
* o indicador mais importante de que a VPP está sendo efetiva é o aumento da FC, 
- geralmente ocorre nos primeiros 15 segundos de ventilação 
 
 a cada 10 RN que recebem VPP com máscara facial ao nascer 9 melhoram e não precisam de outros procedimentos de reanimação 
 
Falha da VPP: FC < 100 bpm OU RN não retorna à respiração espontânea rítmica e regular 
a. primeiro verifica-se o ajuste da máscara, se as vias aéreas estão pérvias (aspirando secreções e mantendo a boca aberta) e 
aumentar a pressão inspiratória 
b. verificar também se o equipamento (balão ou ventilador mecânico) estão funcionando de forma adequada 
-> apenas após a correção da técnica é que se inicia o O2 suplementar 
c. iniciar a suplementação de O2 de forma gradativa 
 
!! em neonatos que necessitem de VPP por um período prolongado é recomendado o uso de sonda orogástrica para diminuir a 
distensão gástrica e proporcionar a expansão adequada dos pulmões 
 
-> se o RN ainda assim não melhorar está indicado o uso de uma interface alternativa para a VPP 
Máscara laríngea: 
* posicionar de forma correta no RN 
* verificar se há melhora da FC (>100 bpm) e respiração espontânea regular 
SIM? Retirar o dispositivo 
NÂO? Iniciar IOT 
 
Cânula traqueal (endotraqueal) 
Indicações: 
- VPP com máscara não efetiva (FC < 100 bpm após correção de problemas) 
- VPP com máscara prolongada (RN não retoma a respiração normal de forma espontânea) 
- necessidade de aplicação de massagem cardíaca 
- RN com hérnia diafragmáticas (nesses casos a IOT deve ser realizada imediatamente, sem o uso de VPP por máscara) 
 
* por ser um processo de emergência não é possível realizar acesso venoso para administração de analgésicos antes da IOT na sala 
de parto 
 
!! o melhor indicador de que a cânula está na traqueia é o aumento da FC 
- na prática costuma verificar a posição da cânula pela inspeção do tórax, ausculta e FC (isso pode demorar até 60 segundos) 
- assim, recomenda-se a detecção de CO2 exalado (confirma a posição da cânula em 10 segundos) 
a detecção de CO2 exalado é mais acurada e rápida do que a detecção clínica da posição da cânula 
 
uma vez iniciada a ventilação com cânula traqueal, após 30 segundos avaliar: FC, respiração e SatO2. 
RN com FC >100 bpm, movimentos respiratórios espontâneos e regulares? 
SIM: ventilação é suspensa e o RN extubado. 
 
NÃO: verificar a posição da cânula, se as vias aéreas estão pérvias e a pressão que está sendo aplicada no balão ou no VMM com 
peça T, corrigindo o que for necessário. 
-> Se o RN mantém apneia ou respiração irregular, continuar a VPP por cânula traqueal e titular o O2 suplementar de acordo com a 
SatO2 pré-ductal alvo 
 
* a não melhora do RN com a VPP por cânula traqueal ou uma breve melhora seguida de piora súbita deve alertar para: 
- deslocamento ou obstrução da cânula traqueal 
- mau funcionamento do balão ou do VMM com peça T 
- desconexão do dispositivo de ventilação da interface ou da fonte de gases 
- pneumotórax 
 
-> se após tudo isso o RN apresentar FC < 60 bpm -> INICIAR MASSAGEM CARDÍACA COORDENADA COM A VENTILAÇÃO 
 
MASSAGEM CARDÍACA 
* a asfixia no RN pode levar a vasoconstrição periférica, hipoxemia tecidual, diminuição da contratilidade miocárdica, bradicardia e, 
eventualmente, assistolia -> a correta ventilação corrige esse quadro na maioria dos pacientes 
* em casos em que a VPP não consegue sozinha reverter o quadro, muito provavelmente, a hipóxia e acidose metabólica do RN 
estejam levando a: 
insuficiência do fluxo sanguíneo para as coronárias -> comprometimentoda função miocárdica -> comprometimento do fluxo 
sanguíneo pulmonar -> hematose ineficiente durante a ventilação mecânica -> piora da hipóxia 
 
* para reverter esse quadro é necessário realizar a massagem cardíaca (que aumenta a pressão sob a aorta para manter o débito 
cardíaco sistêmico e promovendo o fluxo de sangue para as coronárias) junto com a ventilação mecânica e, assim, restaurar o fluxo 
de sangue oxigenado para o músculo cardíaco. 
* a massagem cardíaca diminui a eficácia da VPP 
!! lembre-se: a ventilação é a ação mais efetiva na reanimação neonatal 
- é preciso, antes de iniciar a massagem cardíaca, garantir que a expansão e ventilação pulmonar estejam bem estabelecidas (com a 
via aérea assegurada) 
- se for necessário a massagem cardíaca é preciso elevar a concentração de O2 suplementar para 100% 
 
ex: RN com FC de 50 bpm e respiração irregular logo após o nascimento. 
-> independentemente se a FC é <60 bpm logo após o nascimento só será iniciada a massagem cardíaca após a avaliação inicial 
(secar, garantir normotermia, aspirar via aérea), VPP com máscara facial e IOT com ventilação mecânica e uso de O2 suplementar em 
altas concentrações com falha na reversão do quadro e FC sustentadamente <60 bpm 
* a compressão cardíaca é realizada no terço inferior do esterno (logo abaixo da linha 
intermamilar e poupando o apêndice xifoide) com a técnica dos polegares ou a técnica 
dos dois dedos com o médico que vai realizar a massagem localizado atrás da cabeço do 
RN 
- a técnica de dois polegares é mais eficiente 
gera maior pico de pressão sistólica e de perfusão coronariana, além de ser menos cansativa 
 
Nessa situação, a equipe de reanimação deve contar, no mínimo, com 
três profissionais de saúde: um para aplicar a VPP por cânula traqueal, 
outro para a massagem cardíaca e o terceiro para fazer o cateterismo e 
administrar as medicações 
- na técnica de dois polegares é melhor utilizar os polegares sobrepostos e não justapostos 
polegares sobrepostos geram maior pico de pressão e pressão de pulso e os polegares justapostos podem causar mais lesões 
pulmonares e hepáticas 
 
 
 
 
 
 
Complicações massagem cardíaca: 
- fratura de costelas 
- pneumotórax 
- hemotórax 
- laceração do fígado (ocorre quando há compressão do apêndice xifoide) 
 
* é preciso realizar a massagem cardíaca de forma síncrona com a ventilação 
- são 3 massagens cardíacas para 1 movimento de ventilação (3:1) 
- com frequência de 120 eventos por minuto (90 massagens cardíacas e 30 ventilações) 
 
!! a coordenação entre a massagem cardíaca e a ventilação assegura a expansão plena pulmonar 
 
Início massagem cardíaca 
a. garantir VPP eficiente e via aérea pérvia 
b. ofertar O2 100% 
c. iniciar massagem cardíaca 
- com a técnica dos dois dedões sobrepostos em sincronia com a ventilação numa proporção de 3:1 em 60 segundos (120 eventos) 
- 60 segundos é o tempo mínimo para a massagem cardíaca restabelecer a pressão de perfusão coronariana 
 
* é importante garantir a qualidade da massagem cardíaca 
localização: terço inferior do esterno (logo abaixo da linha intermamilar e poupando o apêndice xifoide) 
profundidade: 1/3 da dimensão anteroposterior do tórax 
- após a compressão é importante liberar a pressão para permitir o enchimento das câmeras ventriculares e das coronárias (tempo 
de diástole) 
ritmo: devem ser aplicadas contrações rítmicas e síncronas com a ventilação (90 compressões em 60 segundos) 
- interrompendo a massagem apenas para realizar a ventilação (3:1) 
 
d. após 60 segundos, avaliar a FC do neonato 
FC > 60 bpm? 
SIM: RN apresenta melhora, interromper a massagem 
- se o RN apresentar FC>100 bpm e respiração regular -> interromper VPP 
-> a decisão quanto a extubação deve ser individualizada em relação ao quadro clínico 
 
NÃO: manter massagem cardíaca e ventilação 3:1 e iniciar o uso de adrenalina e expansor de volume (se necessário) 
 
 
 
 
MEDICAÇÕES NA REANIMAÇÃO NEONATAL 
* a bradicardia neonatal, em geral, é resultado na insuflação pulmonar insuficiente e/ou hipoxemia profunda 
- por isso que a ventilação adequada é o passo mais importante para corrigir a bradicardia ao nascer 
 
!! se a reanimação neonatal seguir a ordem de eventos já descritos a necessidade de usar algum tipo de medicação para melhora do 
quadro do RN com asfixia ao nascer é de 1-3 para cada 1000 nascidos vivos 
Adrenalina 
* indicada quando a FC< 60 bpm após 60 segundos de massagem cardíaca adequada e sincronizada com ventilação mecânica, cânula 
traqueal e O2 suplementar a 100%. 
* catecolamina endógena 
* promove aumento da perfusão coronariana 
- eleva a FC, a velocidade de condução do estímulo e a contratilidade miocárdica 
- promove a vasoconstrição periférica 
 
a dose da adrenalina no neonato é de 0,1 mg/mL para uso na reanimação 
é preciso diluir 1 mL de adrenalina (1 mg/mL) em 9 mL de soro fisiológico {1mg/10mL} 
* administração preferencial da adrenalina é pela via endovenosa 
- na presença de colapso cardiovascular, não é recomendado tentar obter um acesso venoso periférico 
 
- a adrenalina endovenosa é aplicada na dose 
de 0,02 mg de adrenalina/kg 
-> utilizar a seringa de 1 mL e aplicar 0,2 mL/kg 
(seria 0,02 mg de adrenalina por quilograma) 
 
* via preferencial no RN é o cateterismo da 
veia umbilical 
 
 
 
 
*a via intraóssea, com efeito hemodinâmico similar à administração endovenosa 
- realizar quando não é possível fazer o cateterismo umbilical 
- é uma via alternativa (só quando não é possível realizar o cateterismo umbilical) 
-> presenta risco de complicações graves 
(fratura óssea, isquemia de membros, osteomielite, extravasamento de fluidos, síndrome compartimental e amputação) 
 
* é possível realizar a administração da adrenalina pela via traqueal 
-> apenas para a adrenalina 
- administrar a dose de adrenalina no interior da cânula traqueal 
- dose 0,1 mg/kg 
-> utilizar a seringa de 5 mL e aplicar 1 mL/kg 
(seria 0,1 mg de adrenalina por quilograma) 
 
!! não realizar flush de salina para empurrar a adrenalina para os pulmões 
 
enquanto o cateterismo venoso umbilical de emergência está sendo realizado, pode-se administrar uma única dose de 0,1 mg/kg de 
adrenalina por via traqueal 
 
-> a absorção da adrenalina por via pulmonar, mesmo em doses elevadas, é lenta, imprevisível e a resposta, em geral, é insatisfatória 
 
!! bicarbonato de sódio e naloxone (antagonista de opioide) não estão recomendados para uso em RN na sala de parto 
- o bicarbonato diminui a resistência vascular (hipernatremia e aumento da PaCO2) -> piorando a perfusão coronariana 
Expansor de Volume 
* utilizar em neonatos com hipovolemia 
Quando suspeitar que o neonato em reanimação está com hipovolemia? 
- bradicardia não responsiva após todas as medidas de reanimação 
(avaliação inicial, VPP, O2 suplementar, massagem cardíaca e adrenalina) 
- perda de sangue 
- sinais de choque hipovolêmico 
(palidez, má perfusão e pulsos débeis) 
 
É preciso cautela na indicação do expansor de 
volume, pois pode ser deletério se há lesão 
miocárdica induzida pela asfixia 
 
com o uso do expansor de volume, espera-se o aumento 
da FC e a melhora dos pulsos e da palidez 
 
!! sempre suspeitar quando: 
* deslocamento prematuro da placenta 
* laceração placentária 
* prolapso ou nó do cordão umbilical 
* perda sanguínea pelo cordão 
 
Solução de cristaloide SF 0,9% 
- 10 ml/kg lentamente em 5-10 minutos 
* se, após o uso de expansor de volume, o neonato ainda não apresentar resposta é preciso: 
- revisar toda a técnica 
- após a correção iniciar mais 10mL/kg de SF0,9% 
!! lembrar que o RN pode não estar melhorando devido a presença de pneumotórax

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