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1 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Caso 1 ID: L.G.S., 22 anos Q. P.: dor abdominal tipo cólica há 4h. H.M.A: G1P0A0, 38 semanas de gravidez, comparece à admissão da maternidade referindo dor abdominal tipo cólica de intensidade moderada a cada 3 min e perda de secreção espessa via vaginal. (Tampão mucoso). Refere que almoçou há 1h, porém nega náuseas ou vômitos. Ao exame constata-se: - TA = 100 x 60mmHg, Pulso= 88 bpm rítmicos, mucosas normocrômicas, Temp. 36,4ºC - Altura = 1,54m; IMC = 25,4 - Abdômen= globoso, distendido pelo útero gravídico, com fundo uterino a 35 cm da sínfise púbica, feto em situação longitudinal, posição esquerda, apresentação cefálica, insinuado, com BCF=140bpm em QIE, contrações uterinas presentes 03/10minutos. - Toque vaginal = colo uterino 80% apagado, amolecido, centralizado, dilatado 03 cm, bolsa amniótica integra, apresentação cefálica. A altura fetal não foi descrita em prontuário. Pergunta-se: 1- Qual o diagnóstico provável? Justifique com achados do exame clínico que confirmem seu diagnóstico? A paciente encontra-se em trabalho de parto, uma vez que já apresenta 3 contrações/10 minutos, de intensidade moderada, além de ter um colo uterino está 80% apagado e dilatado 3 cm. 2- Que características do binômio materno-fetal podem influenciar no Mecanismo do parto? As características que podem influenciar no mecanismo do parto são: - Morfologia da pelve óssea; - Apresentação fetal; - Estrutura musculo-aponeurótica. 3- Em que fase do Mecanismo do parto se encontra a paciente? Por quê? Que movimentos caracterizam esta fase? A fase do mecanismo de parto que a paciente se encontra é insinuação, uma vez que houve a passagem no maior diâmetro de apresentação pelo estreito superior da bacia. Os movimentos que caracterizam esta fase são: - Flexão fetal: movimentação do mento em direção ao esterno. 4- Em que fase clínica da Assistência ao parto a paciente se encontra? A paciente deve ser internada? O partograma deve ser aberto? Que orientação daria à paciente nesse momento? A paciente encontra-se na fase latente de assistência ao parto e como ela possui apenas 3 cm de dilatação, ela não necessita ainda ser internada e não é o momento para o partograma ser aberto. Nesse caso iremos internar a paciente na emergência e orientar mudar de posição, deambular, fazer dietas leves para estimular o processo. Após 4 horas, a paciente é reavaliada e apresenta 3 contrações em 10 min, BCF = 136 bpm, feto longitudinal, dorso à esquerda, cefálico, insinuado, com colo dilatado 06 cm, bolsa integra, altura = 0 de De Lee e variedade de posição, occipto esquerda anterior. Pergunta-se: 5- Que cuidados poderiam ser prestados a partir desse momento e o que devemos evitar? Como a paciente possui um colo dilatado em 6 cm, iriamos interna-la e solicitar: - Tipagem sanguínea e fator RH; - Avaliar se há infecção de HIV; - Realizar o VDRL; - Esclarecer a paciente sobre a condição atual e as possibilidades; - Fazer a ausculta do batimento fetal a cada 15-30 minutos; - Fazer o toque vaginal a cada 4 horas; - Bem como acompanhar o partograma; Não deveríamos realizar Cardiotocografia, uma vez que a gestação não é de risco, não deveríamos pegar acesso venoso, não fazer tricotomia, nem lavagem intestinal, não fazer amniotomia e nem aplicar ocitocina, bem como não há necessidade de realizar o cateterismo vesical. Além disso, como a paciente está na fase de dilatação cervical, iriamos: - Conversar sobre o posicionamento mais confortável, lembrando-se de orientar que a posição verticalizada tem alguns benefícios; - Conversar sobre a analgesia; - Oferecer suporte continuamente; - Iríamos evitar fornecer fluidos parenterais no momento; - Fazer a Ausculta fetal a cada 30 minutos e avaliar a mãe a cada 4 em 4 horas, coletando PA, pulso e temperatura e fazendo o toque. 6- Como caracterizar o término da primeira fase da assistência ao parto? O término da primeira fase de assistência ao parto ocorre quando há 10 cm de dilatação, ou seja, 10 cm. 7- A partir da segunda fase da assistência ao parto, espera-se que o feto esteja em que fase do Mecanismo do parto? Quais as fases do Mecanismo de parto que virão a seguir, na sequência adequada? A partir da segunda fase de assistência ao parto, ou seja, fase expulsiva, espera-se que o feto esteja na fase de descida e rotação interna, as quais serão seguidas pelo desprendimento da apresentação e rotação externa e desprendimento final. 8- A variedade de posição apresentada pelo feto é um fator relevante para o mecanismo de parto? Por quê? A variedade de posição é um fator importante sim no mecanismo do parto, uma vez que permite estimar o tempo de trabalho de parto e avaliar as possíveis dificuldades que possa ser enfrentada pelo parto, 9- Quais os cuidados que devem ser prestados na 2ª fase da assistência ao parto? (posição, episiotomia, ausculta fetal, hands on ou hands off) 2 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Na segunda fase de assistência ao parto, ou seja, fase expulsiva, iremos avaliar a vitalidade fetal, de modo a fazer uma ausculta intermitente a cada 5 minutos e Cardiotocografia contínua, caso não seja possível auscultar, além disso, iremos fazer a antissepsia e colocação de campos. Além disso, iremos fazer uma proteção do períneo por meio de uma massagem perineal e Manobra de Ritgen (proteção do períneo) e utilizaremos compressas mornas. Caso eu note que a rotação externa para a saída dos ombros esteja dificultada, podemos realizar para o lado de menor resistência, retirando primeiro o ombro anterior, fazendo a tração da cabeça fetal para baixo e depois para cima e retirando o ombro posterior, além de usar ocitocina após o desprendimento do ombro anterior e verificar se há circular. Ademais, iremos fazer o clampeamento e secção do cordão umbilical no momento em que este pare de pulsar. 10- Como deve ocorrer o delivramento quando considerar o delivramento como prolongado? O delivramento deve ocorrer com a mãe em decúbito dorsal, a fim de reduzir o risco de sangramento e dura cerca de 30 minutos. Nesse sentido, se superior a 30 min na presença de conduta ativa ou mais que 60 minutos com conduta fisiológica, é considerado delivramento prolongado. 11- Qual o 4º período da assistência ao parto? Qual a principal preocupação nesse momento? Que cuidados são importantes neste momento? O quarto período da assistência ao parto é a 1ª hora após o parto e a principal preocupação neste momento é em relação aos cuidados após a saída do bebe e da placenta, além de cuidados relativos a sangramentos. Nessa fase iremos: - Avaliar o tônus uterino e buscar pelo Globo de segurança de Pinard; - Avaliar loquiações; - Monitorizar os dados vitais; - Revisar o canal de parto, através de nova antissepsia, correção de lacerações e episiorrafia; - Reparar possíveis lesões.
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