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ROTEIRO DE PRÁTICA LABORATORIAL Nº 918087-3 1. Componente curricular: Projeto de Infraestrutura Urbana 2. Título do roteiro de aula prática: PROJETO DE COLETA DE ESGOTO SANITÁRIO. 3. Tempo previsto: 3 horas-aula 4. Objetivos • Construir conhecimentos referentes à elaboração de projetos de coleta de esgoto sanitário. 5. Referencial teórico Figura 1 – Exemplo de um sistema de coleta e transporte de esgoto sanitário O correto dimensionamento do projeto de coleta de esgoto de uma cidade é muito importante para que o transporte dos dejetos ocorra de forma adequada. Isso traz grandes benefícios para a saúde e a qualidade de vida da população. É responsabilidade do engenheiro civil projetar e executar esses sistemas hidráulicos. No dimensionamento das instalações de coleta de esgoto sanitário, deve-se seguir a metodologia que está exposta a seguir. a) Cálculo da vazão do trecho: Vazão máxima populacional do trecho → Qmax = (𝑃 ∗ 𝑞 ∗ 𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ 𝐶)/86400 Sendo: Qmax = vazão máxima de dimensionamento ( l/s ) P = população que será abastecida a jusante deste trecho (incluindo o trecho) q = consumo per capita (l/hab*dia) K1 = coeficiente de dia de maior consumo K2 = coeficiente de hora de maior consumo C = taxa de retorno Vazão mínima populacional do trecho → Qmin=(P*q*K3*C)/86400 Sendo: Qmin = vazão mínima de dimensionamento ( l/s ) P = população que será abastecida a jusante deste trecho (incluindo o trecho) q = consumo per capita (l/hab*dia) K3 = coeficiente mínima horária C = taxa de retorno Vazão de infiltração → Qinf = Σ (rede montante)*Ti Sendo: Qinf = vazão de infiltração (l/s) Ti = Taxa de infiltração = 0,1 l/s*km Vazão máxima de dimensionamento → Qmax dim = Qmax + Qinf Vazão mínima de dimensionamento → Qmin dim = Qmin b) O próximo passo é dimensionar a rede coletora de esgoto. A máxima altura da lâmina de água será de 75% do diâmetro para escoamento subcrítico e 50% do diâmetro para escoamento supercrítico. Para determinar a área da seção de escoamento da água e o raio hidráulico, utiliza- se a Tabela 1 Tabela 1 – Elementos geométricos da seção circular Sendo: y – altura da lâmina de água A – área da seção molhada D – Diâmetro do tubo Rh – Raio Hidráulico Q – Vazão da chuva Qp = Vazão à seção plena (seção cheia do tubo) Para determinar a vazão à seção plena utiliza-se a fórmula de maning : 𝑄 = ( 𝐴 𝑛 ) ∗ (𝑅ℎ 2 3) ∗ √𝐼 Sendo: Q – vazão da capacidade da calha (m³/s) A – Área da seção do tubo – 𝐴 = 𝜋∗𝐷2 4 (m²), sendo D o diâmetro do tubo. Rh – Raio Hidráulico - 𝑅ℎ = ( 𝐴 𝑃 ) (m), P – Perímetro Molhado – 𝑃 = 𝜋 ∗ 𝐷 – (m) I – Declividade do conduto (m/m) n – coeficiente de rugosidade de maning O próximo passo é determinar a relação : 𝑄 𝑄𝑝 Com o valor da relação de Q/Qp (onde Q é a vazão de coleta do esgoto e Qp a vazão do tubo a seção plena), pode-se extrair da Tabela 1 os valores de: Y/D = s A/D² = t Rh/D = u, O valor da área da seção molhada ou área da seção do escoamento (A esc) será: A esc = r*D² O valor do Raio Hidráulico para a seção do escoamento (Rh esc) será : Rh esc = u*D c) O próximo passo calcular a velocidade de escoamento 𝑉 = 𝑄 𝐴𝑒𝑠𝑐 d) O cálculo da velocidade crítica é realizada da seguinte maneira: 𝑉𝑐𝑟 = 6 ∗ √𝑔 ∗ 𝑅ℎ𝑒𝑠𝑐 Sendo: Vcr – velocidade crítica g – aceleração da gravidade Rhesc – raio hidráulico da seção de escoamento e) O próximo passo é determinar o valor do Rhmin. Inicialmente, determina-se a relação : 𝑄𝑚𝑖𝑛 𝑄𝑝 Com o valor da relação de Qmin/Qp (onde Qmin é a vazão mínima de coleta do esgoto e Qp a vazão do tubo a seção plena), pode-se extrair da Tabela 1 os valores de: Rhmin/D =x, O valor do Raio Hidráulico minimo para a seção do escoamento na condição de vazão mínima (Rhmin) será, então: Rhmin = x*D f) Para determinar a Tensão de Arraste, serão utilizados os parâmetros de escoamento na condição da vazão mínima. 𝑇𝑎 = 𝛾 ∗ 𝑅ℎ𝑚𝑖𝑛 ∗ 𝐼 Sendo: Ta – tensão de arraste, Rhmin – raio hidráulico para o escoamento na condição de vazão mínima. I – declividade do trecho analisado (m/m) ᵞ – peso específico da água (9.800 N/m³) 6. Equipamentos necessários 6.1 Para as aulas ministradas com projeto impresso Tabela 1 – Relação de equipamentos utilizados na aula prática com projeto impresso Item Quant. Descrição 1 1 / aluno * Calculadora científica 2 1 / aluno * Escalímetro 3 1 / aluno ** Prancheta (*) Material a ser trazido pelos alunos (**) Quantidade determinada pela diretriz institucional. Equipamento fornecido pelo polo. 6.2 Para as aulas ministradas com projeto digital Tabela 2 – Relação de equipamentos utilizados na aula prática com projeto digital Item Quant. Descrição 1 1 / aluno * Computador pessoal 2 1 / computador * Programa CAD 3 1 / computador * Programa MS Excel (*) Quantidade determinada pela diretriz institucional. 7. Insumos necessários Tabela 3 – Relação de insumos utilizados na aula prática (para cada grupo de até 3 alunos, segundo diretriz institucional) Item Quant. Descrição 1 1 Projeto urbanístico de um loteamento, preferencialmente em formato A3 8. Procedimentos experimentais O professor deverá dividir os alunos em grupos de até 3 alunos, que receberão a folha com o projeto urbanístico. Para melhor rendimento da aula e correção das atividades dos alunos, a planta urbanística deve conter a locação e a numeração dos poços de visita, além das cotas do terreno e dos lotes. a) De posse do traçado da rede coletora e da locação dos poços de visita, o próximo passo é numerar os trechos. Cada tubulação que interliga dois poços de visita será considerada um trecho. b) A seguir, é descrito o processo a ser desenvolvido para um único trecho. Este processo deve ser repetido para todos os trechos do projeto. c) À medida que os trechos forem sendo dimensionados, os resultados dos cálculos devem ser lançados na Tabela 4. Considerar que a tubulação do projeto será de PVC. Portanto, o valor de coeficiente de rugosidade de maning utilizado (n) será igual a n = 0,011. d) Roteiro para dimensionamento de um trecho d.1) Determinar a vazão máxima e mínima de dimensionamento de cada trecho. Lembrar sempre de considerar a população a montante de cada trecho. Em projetos de rede de coleta de esgoto, nenhuma vazão (tanto a vazão máxima com a vazão mínima) pode ser inferior a 1,5 l/s. Caso isso aconteça, adotar o valor da vazão igual a 1,5 l/s. d.2) A seguir, deve-se dimensionar o diâmetro, que será calculado pela seguinte fórmula: 𝐷𝑡𝑒𝑛𝑡 = ( 0,0353 ∗ 𝑄𝑚𝑎𝑥 √𝐼 ) 3 8 Onde: Qmax – vazão máxima de dimensionamento I – Declividade do trecho O diâmetro adotado (D) será o comercial com dimensão imediatamente acima do valor de Dtent. d.3) O Passo seguinte é determinar o valor de Qpleno. Com o valor do Qmax / Qpleno extrair os valores de y/D, A/D² e Rh/D. d.4) Determinar o valor da velocidade de escoamento e da velocidade crítica. Classifique da seguinte maneira: Se Vesc < Vcr, o regime de escoamento será Subcrítico e portanto deve ser atendida a seguinte condição: Y/D < 0,75. Caso esta condição não seja atendida, alterar o valor de D para um diâmetro comercial acima e retornar ao item c. Se Vesc > Vcr o regime de escoamento será Supercrítico e portanto deve ser atendida a seguinte condição: Y/D < 0,50.Caso esta condição não seja atendida, alterar o valor do D para um diâmetro comercial acima e retornar ao item c. d.5) O máximo valor de Vesc é igual a 5,00 m/s. Caso esta condição não seja atendida, retornar ao item C e alterar o valor da declividade do trecho, reduzindo o seu valor. d.6) O mínimo valor da Ta, sendo que : Ta> 1 Pa. Caso esta condição não seja atendida, retornar ao item C e alterar o valor da declividade do trecho, aumentado o seu valor. O dimensionamento estará finalizado quando todos os trechos da rede atenderem simultaneamente às condições dos itens d.3, d.4, d.5 e d.6. 9. Cálculos e análises de resultados Seguindo os procedimentos descritos no tópico 8, os alunos terão feito o dimensionamento de rede coletora de esgoto. Os valores calculados devem ser preenchidos na Tabela 4. Tabela 4 – Dimensionamento de Rede de Coleta de Esgoto Sanitário 9. Referências AZEVEDO NETO, JOSÉ M.D. Manual de Hidráulica. São Paulo: E. Blücher, 1982. TSUTIYA, M. T.; ALEM SOBRINHO, P. Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário. 2. ed. São Paulo: Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2000. BAPTISTA, MÁRCIO. Fundamentos de Engenharia Hidráulica. Belo Horizonte. UFMG. 2016 Elaboração do roteiro: Prof. Me. Cristiano Dorça Ferreira Data: 17/02/2018 Revisão: Prof. Me. Plauto Riccioppo Filho Data: 06/03/2018 Organização: Prof. Me. Plauto Riccioppo Filho Data: 06/03/2018
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