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Psicomotricidade e sensopercepção ⤳ Quando falamos em psicomotricidade, falamos basicamente de movimento. ↪ Ações voluntárias (expressões do psiquismo do paciente). ↪ Conscientes quanto à motivação e à finalidade. Alterações quantitativas patológicas (psicomotricidade): ● Hipercinesia ↪ Inquietação psicomotora: mais intensa que o habitual, mas menos que a agitação (quadros ansiosos). ↪ Agitação psicomotora: indivíduo não consegue sequer ficar sentado durante a sessão (mania, surto psicótico, intoxicação por substâncias). ● Hipocinesia (pacientes deprimidos; esquizofrenia apato-abúlica) ● Acinesia: movimentação voluntária cessa completamente (síndromes catatônicas). ● Apraxia: perda da capacidade de realizar uma atividade por vontade própria e que tenha um determinado fim (escovar os dentes, pegar um objeto); não há alteração muscular. ↪ Mais frequente nos casos neurológicos. ↪ Pode estar presente em pacientes com quadros demenciais. ⤳ A fala do paciente acaba sendo também uma expressão da sua psicomotricidade, assim como a sua expressão facial. Alterações qualitativas patológicas (psicomotricidade): ● Estereotipias: movimentos a princípios desprovidos de significado e que são repetidos pelo paciente. ↪ Quadros de deficiência intelectual; pacientes autistas. ↪ Os tiques também são classificados como estereotipia (existe um “quê” de involuntário no tique, mas existe também a necessidade de minimizar ou aliviar uma sensação de urgência). ● Maneirismos: movimentos esquisitos, diferentes, mas que têm função de comunicação; inadequados para o contexto (transtornos de personalidade; quadros psicóticos). ● Ecopraxia: repetição do movimento do examinados imediatamente após este o fazer (síndromes catatônicas; déficit intelectual). ● Perseveração: repetição de um movimento que tem sentido seguidas vezes (quadros catatônicos; déficit intelectual; autismo). ● Interceptação motora: reflexo do roubo de pensamento; paciente interrompe o PSICÓLOGA CONCURSEIRA movimento de forma abrupta (pacientes esquizofrênicos). ● Flexibilidade cérea: rara; abolição da atividade motora; paciente pode ficar parado por horas em posições desconfortáveis (quadros catatônicos). Exame da psicomotricidade: ➔ Observação da movimentação ao entrar na sala e durante o atendimento e da mímica do paciente. ⤳ A sensopercepção tem a ver com o reconhecimento do mundo. É uma função que tem muitas alterações. Precisamos pensar em duas etapas, apesar destas nunca ocorrerem de uma maneira bem dividida: 1. Sensação ● Cenestésicas (órgãos internos) ● Cinestésicas (movimento) ● Exteroceptivas (tato, paladar, olfato…) ⤑ Sinais enviados e que são sentidos pela periferia do nosso organismo. 2. Percepção ➔ Elaboração psíquica das sensações. ➔ Sofre influência das nossas experiências anteriores ⤏ construímos nossas percepções a partir daquilo que recebemos e do ambiente + aquilo que já temos registrado (memórias, experiências passadas). Existem dois tipos de imagem: 1. Imagem perceptiva ● Estabilidade ● Corporeidade ● Frescor sensorial ● Nitidez ● Extrojeção ● Ausência de influência pela vontade 2. Imagem representativa: ● Instabilidade ● Imprecisão ● Introjeção ● Bidimensionalidade ● Falta de frescor sensorial ● Possibilidade de influência pela vontade Alterações quantitativas patológicas (sensopercepção): ● Hiperesteria ⤷ Pacientes deprimidos sentem mais dor. Pacientes maníacos são capazes de enxergar e ter uma experiência do ambiente mais intenso. ● Hipoestesia ⤷ Pacientes deprimidos falam de uma hipoestesia para alguns estímulos (o gosto da comida não está tão forte, assim como os cheiros; ambiente “mais escuro”). ⤷ Anestesia é o extremo da hipoestesia (ex: quadros conversivos; quadros de estreitamento da consciência). Alterações qualitativas patológicas (sensopercepção): PSICÓLOGA CONCURSEIRA ● Ilusão: distorção da percepção de algo que está de fato no ambiente (interpretação errônea do estímulo). ⤷ Ocorre com frequência em indivíduos que não apresentam nenhum transtorno. Muito comum acontecer associada à desatenção e a alterações no nível da consciência (indo dormir/acordando). ⤷ Ilusões catatímicas: congruentes com o afeto, como humor. ⤷ Existem ilusões relacionadas ao delírio do paciente. ● Pareidolia: o paciente tem total consciência de que é uma ilusão (ex: ver figuras em nuvens, em sombras). ⤷ Por característica, não é patológica, a não ser em casos psicóticos. ● Sinestesia: o indivíduo experimenta um estímulo que está relacionado a uma modalidade sensorial em outra (ver sons, ouvir imagens). ⤷ Quadros de intoxicação por LSD. ● Macropsia/Micropsia: distorções nas imagens. ● Dismegalopsia: quadros psicóticos, principalmente no início deles; delirium tremens; intoxicação alcoólica; abstinência; dependência. ● Alucinação ⤷ Principal alteração da sensopercepção. ⤷ Experiência perceptiva na ausência do seu correspondente sensorial (percepção sem a sensação)⤏ não há nada no ambiente estimulando a percepção. ⤷ Pseudoalucinação: não apresenta todas as características de uma imagem perceptiva, ao contrário da alucinação verdadeira. Podem estar presentes em quadros de humor, em alguns transtornos de personalidade, embora não sejam o cerne do transtorno. Podem ocorrer em momentos mais difíceis, estressantes. ⤷ Alucinose: mais frequente em quadros neurológicos; tem características de uma alucinação verdadeira, mas é criticada na hora pelo indivíduo. Crianças costumam descrever pensamentos intrusivos como uma voz, ou seja, não é de fato uma alteração da sensopercepção. Exame da sensopercepção: ➔ Entrevista ➔ Observação: é a principal ferramenta ⤷ Ex: paciente desvia o olhar para algum ponto em que aparentemente não há nada; parece estar falando sozinho. ⤷ Crianças geralmente não falam que estão tendo experiência alucinatória, mas se comportam como tal. ⤳ As principais alucinações do paciente esquizofrênico são as auditivas. As visuais (muito frequentes em quadros orgânicos ou de intoxicação) são extremamente raras nestes pacientes. PSICÓLOGA CONCURSEIRA PSICÓLOGA CONCURSEIRA
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