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Metodologia da Pesquisa Karen Fernanda Bortoloti Aula 4 * Nesta aula... A Redação Científica * Redação Científica Presente no texto do projeto de pesquisa; Na comunicação dos resultados da pesquisa, seja na forma de relatório, artigo ou monografia; * * Redação Científica Linguagem da redação científica: lógica, objetiva, direta, clara, correta, imparcial, concisa e impessoal; Vocabulário: adequado ao contexto acadêmico e, particularmente, à área de conhecimento da pesquisa. * * Impessoalidade Não deve ser confundida com falta de envolvimento do pesquisador ou com indiferença; Corresponde ao caráter impessoal que deve predominar no trabalho científico; * Impessoalidade Recomenda-se redigir os textos do trabalho científico na terceira pessoa, evitando as referências pessoais, como meu artigo, meu relatório ou minha monografia; * Impessoalidade São mais apropriadas expressões como o presente artigo, este relatório ou esta monografia; Não significa que você deve deixar de “assumir a autoria de ideias originais, argumentos inovadores ou teses polêmicas, quando necessário”; * Impessoalidade Evitar o uso do pronome nós para indicar impessoalidade (CERVO & BERVIAN, 2002, p. 129). * Objetividade A objetividade, característica fundamental da redação científica, é resultado da própria natureza da ciência; * Objetividade Evitar no discurso científico pontos de vista pessoais que deixem transparecer impressões subjetivas, não fundadas, sobre dados concretos; Expressões como eu penso, parece-me, parece ser e outras violam frequentemente o princípio da objetividade. * Objetividade Linguagem subjetiva: a sala estava suja. Linguagem objetiva: o entrevistado, enquanto falava, deixou cair as cinzas do seu cigarro no chão. Viam-se restos de cigarros apagados e fragmentos de papel pelo chão. * Objetividade Linguagem subjetiva: a sala era grande e espaçosa. Linguagem objetiva: a sala media 12 m de comprimento e 8 m de largura. * Clareza A clareza se torna a primeira condição para uma boa redação científica; É preciso exprimir clara e organizadamente o pensamento; Para isso, é necessário ter “assimilado o assunto em todas as suas dimensões, em seu conjunto, como também em cada uma de suas partes ou dificuldades”; * Clareza Desse modo, “pensamento e expressão são interdependentes: ninguém pode exprimir em termos claros uma ideia ainda confusa em sua mente” (CERVO & BERVIAN, 2002, p. 129); * Clareza Quando for redigir a comunicação ou apresentação da sua pesquisa, lembre-se que: “tudo que for escrito deve ser perfeitamente compreensível pelo leitor, ou seja, este não deve ter nenhuma dificuldade para entender o texto”; * Clareza Recomendação: leia cuidadosamente o que escreveu como se fosse o próprio leitor; Tenha sempre em mente que um texto é claro quando não deixa margem a interpretações diferentes da que o autor quer comunicar; Uma linguagem muito rebuscada que utiliza termos desnecessários desvia a atenção de quem lê e pode confundir. * Precisão A linguagem científica deve ser informativa e técnica, distinguindo-se da linguagem coloquial e literária; * Precisão A linguagem científica foge do discurso retórico e do discurso com função expressiva; Não usa subjetividade e expressão de aspectos pessoais; * Precisão A linguagem científica é “firmada em dados concretos, a partir dos quais analisa, compara e sintetiza, argumenta, induz ou deduz e conclui”; Em vez de subjetiva e persuasiva, ela é objetiva e apoia-se em argumentos de ordem cognoscitiva e racional (CERVO & BERVIAN, 2002, p. 131); * Precisão Essas observações devem levar você a perceber que a linguagem científica deve ser caracterizada pela precisão; As palavras, as figuras, os gráficos, as tabelas, entre outros elementos, devem ser precisos e decodificados pelo leitor sem maiores dificuldades; * Precisão A seleção dos termos e a cautela no uso de expressões coloquiais devem estar sempre presentes na redação acadêmica; * Precisão Considere que “expressões como “nem todos”, “praticamente todos”, “vários deles” são interpretadas de formas diferentes e tiram força das afirmações”; * Precisão Nesses casos, é melhor utilizar expressões como: “cerca de 90%”, “menos da metade”, ou ainda com maior precisão: “93%”, “40%”, lembrando (...) que, ao utilizarmos medidas, precisamos estar baseados em dados”. * Modéstia e cortesia Cervo & Bervian (2002, p. 130) afirmam que “os resultados de um estudo ou pesquisa, quando cientificamente alcançados, impõem-se por si mesmos”; * Modéstia e cortesia Consequentemente, não haveria necessidade de o pesquisador “insinuar que os resultados de outros estudos ou pesquisas anteriores estejam cobertos de erros e incorreções, [pois] o próprio trabalho, por mais perfeito que seja, nem sempre está isento de erros”; * Modéstia e cortesia Tal constatação deveria levar à cortesia na forma de apresentar os resultados da pesquisa, principalmente “quando se trata de discordar dos resultados de outras pesquisas”; * Modéstia e cortesia A linguagem deve se limitar à descrição dos passos da pesquisa e à transmissão de seus resultados, testemunhando intrinsecamente a modéstia e a cortesia essenciais a um bom trabalho; * Modéstia e cortesia A finalidade da pesquisa “é expressar, e não impressionar”; Para sintetizar as observações sobre a linguagem científica, vale a pena conferir o quadro que Cervo & Bervian (2002, p. 133) propõem: * Linguagem científica * Referências CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia científica. 5. Ed. São Paulo: Pearson, 2002. CHATT, Cidinei Bogo. A Importância das Técnicas da Leitura, Fichamento, Resumo e Resenha na Produção de Textos Técnico-Científicos. Universo Jurídico. * * Referências GONSALVES, Elisa P. Iniciação à pesquisa científica. São Paulo: Alínea Editora, 2001. MARCONI, Marina de Andrade.; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 2010. * Metodologia da Pesquisa Karen Fernanda Bortoloti Atividade 4 * A redação científica deve possuir características que precisam ser levadas em conta para que a transmissão da informação e a sua compreensão por parte do leitor sejam eficazes. E nesse caso, é sempre bom considerar que o leitor, na maioria das vezes, pertence ao público interno, à própria comunidade acadêmica ou científica. * Nem sempre você escreverá para seus pares (pesquisadores, professores e estudantes), pois é possível que o público leitor seja externo, sendo, inclusive, formado por leigos que tenham interesse no assunto. Assim, se faz necessário seguir as recomendações que você viu aqui e escrever seu trabalho numa linguagem clara e bem cuidada.
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