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Apostila 04_2012

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Introdução à Engenharia 61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 METODOLOGIA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA 
 
 
4.1 Introdução 
 
 As competências profissionais desejáveis de um engenheiro, em suas 
diferentes modalidades, vai muito além de um conjunto de conhecimentos 
técnicos envolvendo matemática, física, e suas aplicações a sistemas técnicos. O 
exercício profissional de um engenheiro, descrito pelo artigo 1º da RESOLUÇÃO 
Nº 218, de 29/06/1973, designa as seguintes atividades para os engenheiros: 
 
Atividade 01: Supervisão,orientação e coordenação técnica; 
Atividade 02: Estudo, planejamento, projeto e especificação; 
Atividade 03: Estudo de viabilidade técnica-comercial; 
Atividade 04: Assistência, assessoria e consultoria; 
Atividade 05: Direção de obra e serviço técnico; 
Atividade 06: Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico; 
Atividade 07: Desempenho de cargo e função técnica; 
Atividade 08: Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação téc 
 nica; experimentação; 
Atividade 09: Elaboração de orçamento; 
Atividade 10: Padronização, mensuração e controle de qualidade; 
Atividade 11: Execução de obra e serviço técnico; 
Atividade 12: Fiscalização de obra e serviço técnico; 
Atividade 13: Produção técnica e especializada; 
Atividade 14: Condução de trabalho técnico; 
 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 62 
 
 
 
 
Atividade 15: Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo 
 ou manutenção; 
Atividade 16: Execução de instalação, montagem e reparo; 
Atividade 17: Operação e manutenção de equipamento e instalação; 
Atividade 18: Execução de desenho técnico. 
 
 Como se pode constatar, para exercer a profissão em sua plenitude, os 
engenheiros precisam ter as seguintes competências: 
 
• Comunicação e expressão 
• Postura profissional 
• Metodologia científica e tecnológica 
• Propriedade intelectual 
 
 
4.2 Ciência e tecnologia 
 
4.2.1 Ciência 
 
 Ciência significa conhecimento. É a atividade que propõe a aquisição 
sistemática de conhecimentos sobre a natureza biológica, social e tecnológica 
com a finalidade de melhoria da qualidade de vida, intelectual ou material. 
 
4.2.2 Conhecimento científico 
 
 No conhecimento científico, o pensar deve ser sistemático, verificando 
uma hipótese (ou conjunto de hipóteses), atribuindo o rigor na utilização de 
métodos científicos. Dessa forma, o trabalho científico configura-se na produção 
elaborada a partir de questões específicas de estudo. 
 Segundo Galliano (1986, p. 26), “ao analisar um fato, o conhecimento 
científico não apenas trata de explicá-lo, mas também busca descobrir suas 
relações com outros fatos e explicá-los.” 
 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 63 
 
 
 
 Existem pelo menos quatro níveis de conhecimento fundamentais: 
empírico, científico, filosófico e teológico. 
 Cabe lembrar que, na universidade, você utilizará somente o 
conhecimento científico, porém é necessário conhecer todos, para entendê-lo 
melhor. 
 
 Empírico: é o conhecimento popular (vulgar), guiado somente pelo que 
adquirimos na vida cotidiana ou ao acaso, servindo-nos da experiência do outro, 
às vezes ensinando, às vezes aprendendo, num processo intenso de interação 
humana e social. É assistemático(1), está relacionado com as crenças e os 
valores, faz parte de antigas tradições. Como exemplo de conhecimento empírico, 
você já deve ter ouvido o dito popular de que tomar chá de macela, mais 
conhecida como marcela, cura dor de estômago, mas ela precisa ser colhida na 
Sexta-feira Santa, antes do sol nascer. 
 
 Científico: é o conhecimento real e sistemático(2), próximo ao exato, 
procurando conhecer além do fenômeno em si, as causas e leis. Por meio da 
classificação, comparação, aplicação dos métodos, análise e síntese, o 
pesquisador extrai do contexto social, ou do universo, princípios e leis que 
estruturam um conhecimento rigorosamente válido e universal. Neste, são feitos 
questionamentos e procuradas explicações sobre os fatos, através de 
procedimentos que possam levar ao resultado com comprovação. 
 
 Filosófico: procura conhecer a realidade em seu contexto universal, 
sem soluções definitivas para a maioria das questões; busca constantemente o 
sentido da justificação e a possibilidade de interpretação a respeito do homem e 
de sua existência concreta. A tarefa principal da filosofia resume-se na reflexão. 
 
 
assistemático(1) – Não há controle; adquire-se independentemente de estudos, pesquisas 
ou aplicações de métodos e investigações. 
 
sistemático(2), - Controlado por registros e observações, fazendo-se controles do observa 
dor e do observado. 
 
 
. 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 64 
 
 
 
 
 Teológico: é o estudo de questões referentes ao conhecimento da divin 
dade, implicando sempre em uma atitude de fé diante de revelações de um 
mistério(3) ou sobrenatural, interpretados como mensagem ou manifestação 
divina. Esse conhecimento está intimamente relacionado a um Deus, seja este 
Jesus Cristo, Buda, Maomé, um ser invisível, ou qualquer entidade entendida 
como ser supremo, dependendo da cultura de cada povo, com quem o ser 
humano se relaciona por intermédio da fé religiosa. 
 Exemplo disso são os conhecimentos adquiridos e praticados pelos 
homens tendo como base os textos da Bíblia Sagrada ou quaisquer outros livros 
sagrados. 
 
4.2.3 Objetivos da ciência 
 
 A ciência tem por função “o aperfeiçoamento do conhecimento em todas 
as áreas para tornar a existência humana mais significativa”. 
 
 Na área da tecnologia a ciência tem por objetivo estabelecer conceitos, 
definições e parâmetros a partir de novas descobertas experimentais de 
materiais, componentes e métodos, possibilitando a aplicação destes 
conhecimentos científicos na produção e obtenção de novos produtos e 
processos. 
 Nas áreas, industrial, comercial e de serviços, a ciência tem uma função 
vital, possibilitando o aumento da competitividade empresarial e a conseqüente 
melhoria dos serviços produtivos. As novas descobertas originam novos produtos 
e processos, que beneficiam a humanidade tanto nas áreas da saúde, educação, 
transporte, comunicação como em qualquer outra que esteja relacionada a vida 
cotidiana. 
 
mistério(3) - Tudo o que é oculto, que provoca curiosidade e busca; pode estar ligado a 
dados da natureza, da vida futura, da existência do absoluto, entre outros. 
 
 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 65 
 
 
 
 
4.2.4 Classificação da ciência 
 
 A ciência tem diversas formas de classificação distintas. A seguir, serão 
apresentadas algumas classificações utilizadas na literatura. 
 
4.2.4.1 Quanto ao objeto de estudo 
 
• Ciências formais: Estudam as idéias, ou seja, o estudo de 
processos puramente lógicos e matemáticos. São objetos de 
estudo das ciências formais e sistemas formais, como por 
exemplo, a lógica, matemática, teoria dos sistemas e os aspectos 
teóricos da ciência computacional, teoria da informação,microeconomia, teoria da decisão, estatística e lingüística. 
• Ciências factuais: Também chamadas de ciências reais, fáticas ou 
empíricas, se encarregam de estudar os feitos auxiliando-se na 
observação e na experimentação. Essas ciências estudam feitos 
que ocorrem na realidade e, conseqüentemente, precisam usar o 
exame de evidência empírica para comprová-los. Dividem-se em: 
• Ciências naturais: Estudam o universo, que é entendido 
regulado por regras ou leis de origem natural, ou seja, os aspectos 
físicos e não humanos. Isso inclui os subcampos astronomia, 
física, biologia, química, geografia e ciência da terra. 
• Ciências sociais: Estudam os aspectos sociais do mundo 
humano, ou seja, a vida social de indivíduos e grupos humanos. 
Isso inclui antropologia, estudos da comunicação, economia, 
geografia humana, lingüística, ciências políticas, psicologia e 
sociologia. 
 
 
 
 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 66 
 
 
 
4.2.5 Classificação quando a finalidade do estudo 
 
 Quando a finalidade do estudo as ciências são assim classificadas: 
 
• Ciências puras (ou ciências fundamentais): São a parte da ciência que 
descreve os mais básicos objetos, forças e relações entre eles e as leis 
que os governam, como por exemplo que todos os outros fenômenos 
podem ser em princípio ser derivados desses, seguindo a lógica ou 
reducionismo científico. 
• Ciências aplicadas: Visam a aplicação do conhecimento para a solução 
de problemas práticos. As ciências aplicadas são importantes para o 
desenvolvimento tecnológico. Seu uso no cenário industrial é 
normalmente referenciado como pesquisa e desenvolvimento (P&D). 
 
 Há uma diferença entre ciência pura e ciência aplicada. As ciências 
puras, em contraste com as ciências aplicadas, são definidas como o conhe 
cimento básico que elas desenvolvem. A ciência básica é o coração de todas as 
descobertas, e o progresso é feito em experimentos bem controlados. A ciência 
pura é dependente de deduções a partir de verdades demonstradas, ou estudos 
sem preocupação com aplicações práticas. 
 
 
4.2.5.1 Classificação quando ao grau de precisão dos resultados 
 
 Esta classificação divide as ciências de acordo com o grau de precisão 
dos seus resultados: 
 
• Ciências exatas: É qualquer campo da ciência capaz de expressões 
 quantitativas e predições precisas e métodos rigorosos de testar 
 
 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 67 
 
 
 
hipóteses, especialmente os experimentos reprodutíveis envolvendo 
predições e medições quantificáveis. Matemática, Física, Química, assim 
como partes da Biologia, Psicologia e Economia podem ser consideradas 
ciências exatas nesse sentido. 
• Ciências inexatas: Em geral são os campos da ciência baseados no 
uso de definições e análise qualitativas para testar hipóteses propostas. 
Desta forma, os resultados não são muito precisos, pois muitas vezes em 
experimentos que não podem ser reproduzíveis de forma idêntica. 
 
 A Engenharia de um modo geral, está relacionada as ciências factuais, 
naturais, aplicadas e exatas. O quadro abaixo mostra uma classificação geral das 
ciências: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Antropologia, Comunicação, 
Administração, Economia, 
Sociologia, Psicologia, etc. 
 
Engenharia, Informática, 
Geologia, Astronomia, etc. 
 
Bioquímica, Farmácia, 
Físico-Química, etc. 
 
Medicina, Enfermagem, 
Botânica, Zoologia, 
Veterinária, Agricultura, 
Ecologia, etc. 
Física 
Química 
Biologia 
Filosofia 
Matemática 
 Sociais 
Naturais 
Factuais 
Ciências Aplicadas 
Formais 
Ciências Puras 
Introdução à Engenharia 68 
 
 
 
4.3 Método de pesquisa 
 
 Para realizar uma pesquisa é preciso promover um confronto entre os 
dados, as evidências, as informações coletadas sobre determinado assunto e o 
conhecimento teórico acumulado a respeito dele. Trata-se de construir uma 
porção do saber. Esse conhecimento é não só fruto da curiosidade, da 
inquietação, da inteligência e da atividade investigativa do pesquisador, mas 
também da continuação do que foi elaborado e sistematizado pelos que já 
trabalharam o assunto anteriormente . 
 A primeira fase do processo de elaboração de uma pesquisa consiste na 
determinação do seu tema. 
 
 
4.3.1 O tema da pesquisa 
 
 Qualquer assunto da atualidade poderá ser objeto de uma pesquisa 
científica. O pesquisador experiente saberá descobrir assuntos aparentemente 
banais e os transformará em pesquisas fecundas. Mas, para isso, será preciso ter 
muita experiência e enxergar o que os outros não conseguem ver. 
 A escolha do tema deve basear-se em critérios de relevância 
(importância científica e contribuição para o enriquecimento das informações 
disponíveis), de exeqüibilidade (ou seja, acesso à bibliografia e disponibilidade de 
tempo) e de oportunidade (contemporaneidade da pesquisa), - além da 
adaptabilidade do autor, que já deve ter os conhecimentos prévios sobre o 
assunto e sobre a área de trabalho proposta. 
 Deve-se levar em consideração a especialização profissional, e eleger 
um assunto para ser abordado em profundidade, o que está estreitamente 
relacionado à especificidade. 
 
 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 69 
 
 
 
4.3.2 Linha de pesquisa 
 
 
 Antes de escrever um projeto, o pesquisador deve decidir qual corrente 
epistemológica o orientará e estudar - dentro do quadro escolhido - as 
aproximações ao fenômeno. Isto significa revisar o conhecimento acumulado até 
o momento. Deve-se realizar uma interpretação do fenômeno - histórica ou 
atualizada - analisando suas diversas perspectivas, mediante referência ao que já 
se escreveu. A partir daí é que o pesquisador formulará o problema, as hipóteses, 
e dirá quais serão as suas contribuições, teóricas e práticas. 
 
 
4.3.3 O problema 
 
 A definição do problema é parte decisiva do planejamento de umapesquisa, pois nos obriga a uma profunda reflexão. Do empenho na formulação 
do problema resulta o bom planejamento que facilitará a elaboração do trabalho. 
 
 
4.3.4 A hipótese 
 
 O papel fundamental das hipóteses na pesquisa é sugerir explicações 
para os fatos. Podem ser verdadeiras ou falsas, mas, sempre que bem 
elaboradas, conduzem à verificação empírica - que é o propósito da pesquisa 
científica. Entretanto, o modelo de explicação causal não é adequado às ciências 
sociais, em virtude do grande número e da complexidade das variáveis que 
interferem na produção desses fenômenos. 
 Por essa razão, os filósofos da ciência propõem modelos menos rígidos 
para a construção de hipóteses. De modo geral, as hipóteses elaboradas nas 
ciências sociais não são rigorosamente causais, apenas indicam a existência de 
algum tipo de relação entre variáveis. 
 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 70 
 
 
 
4.3.5 Tipo de pesquisa 
 
 Pesquisas exploratórias: Pesquisas exploratórias tem como principal 
finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos, com vistas à formulação 
de problemas ou hipóteses pesquisáveis. Apresentam menor rigidez no 
planejamento. 
 Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema 
escolhido é pouco explorado e torna-se difíciI sobre ele formular hipóteses 
precisas e operacionalizáveis. O produto final deste processo é um problema mais 
esclarecido, passível de investigação mediante procedimentos sistematizados. 
 
 Pesquisas descritivas: As pesquisas deste tipo tem como objetivo a 
descrição das características de determinada população ou fenômeno, ou o 
estabelecimento de relações entre variáveis. Uma de suas características mais 
significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. 
 Dentre as pesquisas descritivas salientam-se as que tem por objetivo 
estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, 
procedência, nível de escolaridade, opiniões, atitudes, crenças, etc. 
 As pesquisas descritivas são, juntamente com as exploratórias, as que 
habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação 
prática. São também as mais solicitadas por organizações como instituições 
educacionais, empresas comerciais, partidos políticos, etc. 
 
 Pesquisas explicativas: São pesquisas que tem como preocupação 
identificar fatores que determinam a ocorrência de fenômenos. 
 As pesquisas explicativas, nas ciências naturais, valem-se do método 
experimental. Nas ciências sociais, recorre-se a outros métodos, sobretudo ao 
observacional. Entretanto, nem sempre se torna possível a realização de 
pesquisas rigidamente explicativas em ciências sociais. 
 
 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 71 
 
 
 
4.3.6 Métodos e técnicas 
 
 Todas as acepções da palavra “método” registradas nos dicionários 
estão ligadas à origem grega methodos - que significa “caminho para chegar a um 
fim”. 
 Define-se método como a observação sistemática dos fenômenos da 
realidade através de uma sucessão de passos, orientados por conhecimentos 
teóricos, buscando explicar a causa desses fenômenos, suas correlações e 
aspectos não-revelados. 
 A característica essencial do método científico é a investigação 
organizada, o controle rigoroso das observações e a utilização de conhecimentos 
teóricos. 
 A observação deve ser exata, completa, sucessiva e metódica, e, 
sobretudo imparcial. Pode ser: 
 
 Observação assistemática (ou não estruturada): Sem controle anterior 
mente elaborado e sem instrumental apropriado. 
 
 Observação sistemática (ou planejada): Requer um planejamento prévio 
para seu desenvolvimento. É estruturada e realizada em condições controladas, 
com objetivos e propósitos previamente definidos. 
 
 O método de abordagem caracterizar-se-ia por uma abordagem ampla, 
em nível de abstração elevado, dos fenômenos da natureza e da sociedade. 
Englobaria: 
 
 Método indutivo: que caminha para planos mais abrangentes, indo das 
constatações particulares às leis e teorias gerais, em conexão ascendente. 
 
 Método dedutivo: Parte das leis e teorias e prediz a ocorrência de 
fenômenos particulares, em conexão descendente. 
 
 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 72 
 
 
 
 Método hipotético-dedutivo: inicia-se pela percepção de uma lacuna nos 
conhecimentos, formula-se uma hipótese e, pelo processo dedutivo, testa a 
predição da ocorrência de fenômenos. 
 
 Método dialético: penetra o mundo dos fenômenos através de sua ação 
recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que 
ocorre na natureza e na sociedade. 
 
 Temos ainda as seguintes técnicas, que compõem a observação direta 
extensiva: 
 
 Questionário: Uma série de perguntas que devem ser respondidas por 
escrito, sem a presença do pesquisador. 
 
 Formulário: é um roteiro de perguntas enunciadas pelo entrevistador e 
preenchidas por ele com as respostas do pesquisado. 
 
 Medidas de opinião e de atitudes: é um instrumento de padronização que 
visa a assegurar a equivalência de diferentes opiniões e atitudes, com a finalidade 
de compará-las. 
 
 Testes: são instrumentos utilizados com a finalidade de obter dados que 
permitam medir o rendimento, a freqüência, a capacidade ou o comportamento de 
indivíduos, de forma quantitativa. 
 
 Sociometria: é uma técnica quantitativa que procura explicar as relações 
pessoais entre indivíduos de um grupo. 
 
 Análise de conteúdo: Técnica que permite a descrição sistemática, 
objetiva e quantitativa do conteúdo da comunicação. 
 
 História da vida: Tenta obter dados relativos à experiência pessoal de 
alguém que tenha significado importante para o conhecimento do objeto para 
 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 73 
 
 
 
de estudo. 
 
 Pesquisa de mercado: visa obtenção de informações sobre o mercado, 
para ajudar o processo decisivo nas empresas. 
 
 Tanto métodos quanto técnicas de pesquisa devem adequar-se ao 
problema a ser estudado, às hipóteses levantadas, ao tipo de informantes com 
que se vai entrar em contato. Dependerão do objeto da pesquisa, dos recursos 
financeiros, da equipe humana e de outros elementos da investigação. 
 A descrição faz a ponte entre a fase de observação dos dados e a fase 
de interpretação. Por isso, combina técnicas e métodos de análise. A descrição 
implica em: 
 
• Tratamento estatístico, ou seja, fazer tabulações para encontrar 
concentrações, freqüências e tendências na documentação coletada; 
 
• Assegurar o domínio sobre a massa de dados coletados, identificando e 
selecionando fatos de significação para o tratamento analítico; e 
 
• Conseguir um conhecimento prévio das possibilidades da documenta 
 ção, em relação aos objetivos da investigação. 
 
 
4.3.7 Análise de conteúdo 
 
 Análise de conteúdo é uma técnica de pesquisa para a descrição 
objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo evidente da comunicação.4.4 Organização de pesquisa 
 
 O que é um projeto? 
 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 74 
 
 
 
 Projeto, do latin pro-jicere: literalmente é colocar adiante. 
 
• A elaboração de qualquer projeto depende de dois fatores 
fundamentais: 
• A capacidade de construir uma imagem mental de uma situação 
futura; 
• A capacidade de conceber um plano de ação a ser executado em 
um tempo determinado que vai permitir sua realização. 
 
 
4.4.1 Projeto de pesquisa 
 
 O projeto é uma das etapas componentes do processo de elaboração, 
execução e apresentação da pesquisa. Esta necessita ser planejada com extremo 
rigor, caso contrário o investigador, em determinada altura, encontrar-se-á perdido 
num emaranhado de dados colhidos, sem saber como dispor dos mesmos ou até 
desconhecendo seu significado e importância. 
 Em uma pesquisa, nada se faz ao acaso. Desde a escolha do tema, 
fixação dos objetivos, determinação da metodologia, coleta dos dados, sua 
análise e interpretação para a elaboração do relatório final (monografia, 
dissertação e tese), tudo é previsto no projeto de pesquisa. 
 Um projeto de pesquisa deve, portanto, responder às clássicas questões: 
 
 O que fazer? 
 Porque fazer? 
 Para quem fazer? 
 Onde fazer? 
 Como, com que, quanto e quando fazer? 
 Com quanto fazer e como pagar? 
 Quem vai fazer? 
 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 75 
 
 
 
 A seguir exemplificamos um Modelo de Plano de Ação – Método aplicado 
à pesquisa: 
 
Modelo de Plano de Ação – Método aplicado à pesquisa 
 
Tipo Método Descrição 
Assunto O quê? 1. TÍTULO 
Objetivo Para quê? 2. OBJETIVO 
2.1 OBJETIVO GERAL 
 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 LISTAR OS OBJETIVOS OPERACIONAIS 
Justificativa Por quê? 3 JUSTIFICATIVA 
Formulação do 
problema 
 4 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 
Hipóteses 5 HIPÓTESES 
Método Como? 6 METODOLOGIA 
6.1 MÉTODOS DE ABORDAGEM 
6.2 MÉTODOS DE PROCEDIMENTOS 
6.3 TÉCNICAS 
Local Onde? 7 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA 
Rio de Janeiro – UniverCidade/RJ – Curso, Laboratório, 
enfim, o local onde a pesquisa vai ser feita ou realizada 
Seqüência Quando? 8 CRONOGRAMA 
Custo Quanto? 9 ORÇAMENTO 
Valor Orçamento Total 
 
 Com a ferramenta acima, você está pronto para sintetizar sua idéia para a 
construção da monografia/dissertação/tese/TCC. 
 
 
 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 76 
 
 
 
 
4.4.2 Estruturação do projeto 
 
 Definindo o tema e título (O quê?) 
 
 O tema é o assunto que se deseja provar ou desenvolver. Pode surgir de 
uma dificuldade prática enfrentada pelo coordenador, da sua curiosidade 
científica, de desafios encontrados na leitura de outros trabalhos ou da própria 
teoria. Pode ter surgido pela entidade responsável, portanto, “encomendado”, o 
que, no entanto não lhe tira o caráter científico. 
 Independente de sua origem, o tema é, nessa fase, necessariamente 
ampla, precisando bem o assunto geral sobre o qual se deseja realizar a 
pesquisa. 
Do tema é feita a delimitação que deve ser dotada de um sujeito e um objeto. 
 O título, acompanhado ou não por subtítulo, difere do tema. Enquanto 
este último sofre um processo de delimitação e especificação, para torná-lo viável 
à realização da pesquisa, o título sintetiza o conteúdo da mesma. 
 
 Objetivos (Para quê?) 
 
 Atenção: Os objetivos devem ser sempre expressos em verbos de ação: 
 Geral: Está ligado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-
se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das idéias 
estudadas. Vincula-se diretamente à própria significação da tese proposta pelo 
projeto. Deve iniciar com um verbo de ação. 
 
 Específicos: Apresentam caráter mais concreto. Tem função intermediária 
e instrumental, permitindo de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar 
este a situações particulares. 
 
 Exemplo de objetivo geral: 
 
 Desenvolver um modelo científico de estúdio de produção em rádio, para 
ser utilizado como referencial básico para novas implantações e a readequação 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 77 
 
 
 
dos existentes em cursos de comunicação social, em instituições de ensino 
superior, visando a melhoria e otimização da organização do trabalho e 
usabilidade do sistema à aprendizagem. 
 
 Exemplos aplicáveis a objetivos: 
 
 a) quando a pesquisa tem o objetivo de conhecer: 
 Apontar, citar, classificar, conhecer, definir, descrever, identificar, 
reconhecer, relatar; 
 b) quando a pesquisa tem o objetivo de compreender: 
Compreender, concluir, deduzir, demonstrar, determinar, diferenciar, discutir, 
interpretar, localizar, reafirmar; 
 c) quando a pesquisa tem o objetivo de aplicar: 
 Desenvolver, empregar, estruturar, operar, organizar, praticar, 
selecionar, traçar, otimizar, melhorar; 
 d) quando a pesquisa tem o objetivo de analisar: 
 Comparar, criticar, debater, diferenciar, discriminar, examinar, 
investigar, provar, ensaiar, medir, testar, monitorar, experimentar; 
 e) quando a pesquisa tem o objetivo de sintetizar: 
 Compor, construir, documentar, especificar, esquematizar, formular, 
produzir, propor, reunir, sintetizar; 
 f) quando a pesquisa tem o objetivo de avaliar: 
 Argumentar, avaliar, contrastar, decidir, escolher, estimar, julgar, 
medir, selecionar. 
 
 Justificativa (Por Quê?) 
 
 É o único item do projeto que apresenta respostas à questão por quê? 
De suma importância, geralmente é o elemento que contribui mais diretamente na 
aceitação da pesquisa pela(s) pessoa(s) ou entidades que vai financiá-la. 
 A justificativa consiste em uma exposição sucinta, porém completa, das 
 
 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 78 
 
 
 
razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática que tornam importante a 
realização da pesquisa. 
 Deve enfatizar: 
 1 - o estágio em que se encontra a teoria respeitante ao tema; 
 2 - as contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer: confirmação 
geral, confirmação na sociedade particular em que se insere a pesquisa, 
especificação para casos particulares, clarificação da teoria, resolução de pontos 
obscuros; 
 3 - a importância do tema do ponto de vista geral; 
 4 - a importância do tema para casos particulares em questão; 
 5 - possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade abarcada 
pelo tema proposto; 
 6 - descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares. 
 
 A justificativa difere da revisão da bibliografia e, por este motivo, não 
apresenta citações de outros autores. 
 
 
4.4.3 Formulação do problema 
 
 A formulação do problema prende-se ao tema proposto: ela esclarecea 
dificuldade específica com a qual se defronta e que se pretende resolver por 
intermédio da pesquisa. 
 Para ser cientificamente válido, um problema deve passar pelo crivo das 
seguintes questões: 
 
 - Pode ser enunciado em forma de pergunta? 
 - Corresponde a interesses pessoais (capacidade), sociais e científicos, 
isto é, de conteúdo e metodológicos? Esses interesses estão harmonizados? 
 - Constitui-se o problema em questão científica, ou seja, relacionam-se 
entre si pelo menos duas variáveis? 
 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 79 
 
 
 
 - Pode ser objeto de investigação sistemática, controlada e crítica? 
 - Pode ser empiricamente verificado em suas conseqüências? 
 
 O problema, assim, consiste em um enunciado explicitado de forma 
clara, compreensível e operacional, cujo melhor modo de solução ou é uma 
pesquisa ou pode ser resolvido por meio de processos científicos. Concluem-se 
disso que perguntas retóricas, especulativas e afirmativas (valorativas) não são 
perguntas científicas. 
 
 
4.4.4 Hipóteses 
 
 As hipóteses constituem “respostas” supostas e provisórias ao problema. 
A principal resposta é denominada hipótese básica, podendo ser complementada 
por outras, que recebem a denominação de secundárias. 
 
 
4.4.4.1 Enunciado das hipóteses 
 
• É uma suposição que se faz na tentativa de explicar o problema; 
• Como resposta e explicação provisória, relaciona duas ou mais variá 
veis do problema levantado; 
• Deve ser testável e responder ao problema; 
• Serve de guia na pesquisa para verificar sua validade. 
 
4.4.4.2 Características das hipóteses 
 
 Consistência lógica, verificabilidade, simplicidade, relevância, clareza; 
apoio teórico, especificidade, plausibilidade, profundidade, fertilidade e originali 
dade. 
 
 
 
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Introdução à Engenharia 80 
 
 
 
4.4.5 Método científico (Como?) 
 
 A investigação científica depende de um “conjunto de procedimentos 
intelectuais e técnicos” para que seus objetivos sejam atingidos: os métodos 
científicos. 
 
 Método científico é o conjunto de processos ou operações mentais que 
se deve empregar na investigação. É a linha de raciocínio adotada no processo 
de pesquisa. 
 
 
4.4.6 Classificação das pesquisas 
 
4.4.6.1 Quanto a natureza 
 
 Pesquisa Básica: Objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o 
avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses 
universais. 
 Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática 
dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses 
locais. 
 
 
4.4.6.2 Quanto a abordagem 
 
 Pesquisa Quantitativa: Considera que tudo pode ser quantificável, o que 
significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e analisá-
los. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, 
moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, 
etc...). 
 Pesquisa Qualitativa: Considera que há uma relação dinâmica entre o 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 81 
 
 
 
mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a 
subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação 
dos fenômenos e a atribuição de significados são básicos no processo de 
pesquisa qualitativa. Não requer os uso de métodos e técnicas estatísticas. O 
ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o 
instrumento chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados 
indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de 
abordagem. 
 
 
4.4.6.3 Quanto aos objetivos 
 
 Pesquisa Exploratória: Visa proporcionar maior familiaridade com o 
problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolvem 
levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências 
práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a 
compreensão. Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e 
Estudos de caso. 
 Pesquisa Descritiva: Visa descrever as características de determinada 
população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. 
Envolvem o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e 
observação sistemática. Assume, em geral, a forma de Levantamento. 
 Pesquisa Explicativa: Visa identificar os fatores que determinam ou 
contribuem para a ocorrência dos fenômenos. aprofunda o conhecimento da 
realidade porque explica a razão, o “porquê” das coisas. Quando realizada nas 
ciências naturais requer o uso do método experimental e nas ciências sociais 
requer o uso do método observacional. Assume, em geral, a formas de Pesquisa 
Experimental e Pesquisa Ex-post-facto. 
 
 
 
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Introdução à Engenharia 82 
 
 
 
4.4.6.4 Quanto aos procedimentos técnicos 
 
 Pesquisa Bibliográfica: Quando elaborada a partir de material já 
publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente 
com material disponibilizado na Internet. 
 Pesquisa Documental: quando elaborada a partir de materiais que não 
receberam tratamento analítico. 
 Pesquisa Experimental: quando se determina um objeto de estudo, 
seleciona-se as variáveis que seriam capazes de influenciá- lo, define-se as 
formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. 
Levantamento: quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo 
comportamento se deseja conhecer. 
 Estudo de caso: quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou 
poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado 
conhecimento. 
 Pesquisa Ex-Post-Facto: quando o “experimento” se realiza depois dos 
fatos. 
 Pesquisa ação: quando concebida e realizada em estreita associação 
com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e 
participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de 
modo cooperativo ou participativo. 
 Pesquisa Participante: quando se desenvolve a partir da interação entre 
pesquisadores e membros das situações investigadas. 
 
 
4.4.7 Embasamento teórico (Como?) 
 
 Respondendo ainda à questão como? Aparecem aqui os elementos de 
fundamentação teórica da pesquisa e, também, a definição dos conceitos 
empregados. 
 
Centro Universitário da Cidade - UniverCidade / 2010 
Introdução à Engenharia 83 
 
 
 
 1 – Teoria de Base: A finalidade da pesquisa científica não é apenas um 
relatório ou descrição de fatos levantados empiricamente, mas o desenvolvimento 
de um caráter interpretativo, no que se refere aos dados obtidos. Para tal, é 
imprescindível correlacionar a pesquisa com o universo teórico, optando-se por 
um modelo que serve de embasamento à interpretação do significado dos dados 
e fatos colhidos ou levantados.Todo projeto de pesquisa deve conter as premissas ou pressupostos 
teóricos sobre os quais o pesquisador (o coordenador e os principais elementos 
de sua equipe) fundamentará sua interpretação. 
 
 2 - Revisão Bibliográfica: Pesquisa alguma parte hoje da estaca zero. 
Mesmo que exploratória, isto é, de avaliação de uma situação concreta 
desconhecida, em um dado local, alguém ou um grupo, em algum lugar, já deve 
ter feito pesquisas iguais ou semelhantes ou mesmo complementares de certos 
aspectos da pesquisa pretendida. Uma procura de tais fontes, documentais ou 
bibliográficas, torna-se imprescindível para a não-duplicação de esforços, a não 
“descoberta” de idéias já expressas, a não-inclusão de “lugares-comuns” no 
trabalho. 
 A citação das principais conclusões a que outros autores chegaram 
permite salientar a contribuição da pesquisa realizada, demonstrar contradições 
ou reafirmar comportamentos e atitudes. Tanto a confirmação, em dada 
comunidade, de resultados obtidos em outra sociedade quanto a enumeração das 
discrepâncias são de grande importância. 
 
 3 - Definição dos Termos: A ciência lida com conceitos, isto é, termos 
simbólicos que sintetizam as coisas e os fenômenos perceptíveis na natureza, no 
mundo psíquico do homem ou na sociedade, de forma direta ou indireta. Para que 
se possa esclarecer o fato ou fenômenos que se está investigando a ter 
possibilidade de comunicá-lo, de forma não ambígua, é necessário defini-lo com 
precisão. 
 
 
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Introdução à Engenharia 84 
 
 
 
 Os termos precisam ser especificados para a compreensão de todos. 
 
 
4.4.8 Cronograma (Quando?) 
 
 A elaboração do cronograma responde à pergunta quando? A pesquisa 
deve ser divida em partes, fazendo-se a previsão do tempo necessário para 
passar de uma fase a outra. Não esquecer que, se determinadas partes podem 
ser executadas simultaneamente, pelos vários e interpretação, cuja realização 
depende da codificação e tabulação, só possíveis depois de colhidos os dados. 
 
Exemplo de um Cronograma de seis meses: 
 
Etapa/mês 01 02 03 04 05 06 
Escolha do tema de pesquisa. X 
Seminário do projeto (justificativa, objetivos, problema- 
tica, metodologia, estrutura do trabalho). X 
 
Definição dos capítulos (sumário preliminar). X 
Revisão da Literatura (enquadramento teórico). X X 
Seminário–desenvolvimento da proposta. X X 
Redação preliminar. X X X 
Ajustes metodológicos, conceituais e formatação. X 
Preparação para defesa – Pré-defesas. X X 
Apresentação do trabalho final – defesa. X 
 
 
4.4.9 Orçamento (Com quanto?) 
 
 Respondendo à questão com quanto?, o orçamento distribui os gastos 
por vários itens, que devem necessariamente ser separados. Inclui: 
 
 
 
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Introdução à Engenharia 85 
 
 
 
 a) pessoal – Do coordenador aos pesquisadores de campo, todos os 
elementos deve ter computados os seus ganhos, quer globais, mensais, 
semanais ou por hora/atividade, incluindo os programadores de computador; 
 b) material, subdivididos em: 
 b.1) elementos consumidos no processo de realização da pesquisa, 
como papel, canetas, lápis, cartões ou plaquetas de identificação dos 
pesquisadores de campo, hora/computador, datilografia, Xerox, encadernação 
etc.; 
 b.2) elementos permanentes, cuja posse pode retornar à entidade 
financiadora, ou serem alugados, computadores, calculadoras, etc.. 
 
 
4.5 O plano de pesquisa 
 
 O que é um projeto? 
 Escolher um bom tema: nunca iniciar uma pesquisa sem um bom tema e 
sem ter as questões de pesquisa bem precisas. 
 O plano de pesquisa serve para guiar a pesquisa, dá um sentimento de 
segurança e permite um trabalho modularizado, customizado. 
 O plano é diferente do desenvolvimento da pesquisa (o grosso do 
trabalho) e da redação dos resultados (documento final para defesa e publicação). 
 A monografia/dissertação/tese apresenta o resultado para uma audiência 
determinada Para começar, faça um brainstorming: escreva rapidamente em um 
papel as palavras-chave e sobre cada uma, desenhe, faça esquemas. 
 Lembrar que o orientador (a) não é a única pessoa que pode ajudá-lo, 
procurar sempre quem pode ajudá-lo com questões precisas. 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução à Engenharia 86 
 
 
 
4.6 Elaboração de um projeto 
4.6.1 Preparação 
 
 Começar por 2 – 3 artigos/obras que contenham um sobrevôo da 
disciplina ou tema. 
 Não leia bastante sobre o tema, deve-se parar quando a mesma 
informação surge, se possuir pouco tempo, fixe-se somente em uma abordagem. 
 Antes de se concentrar numa tarefa específica, identifique os pontos 
mais importantes. 
 Elimine de sua cabeça as idéias improdutivas (fora do contexto 
específico do trabalho) se forem pertinente, guarde-as para trabalhos futuros. 
 
 
4.6.2 A redação 
 
 Definido o tema, objetivos, problemática e hipóteses, recomenda-se fazer 
um sumário preliminar que servirá para delimitação das partes do trabalho e que 
será modificado ao longo de sua realização. 
 Lembre-se, o projeto transformar-se-á no capítulo de introdução da 
dissertação/tese. 
 Nessa etapa não esqueça de documentar tudo. 
 
 
4.7 Organização do trabalho e formatação 
 
 Lembre-se sempre que para seu trabalho existem três tipos de leitores: o 
leitor rápido, o leitor que acredita no que escreveu e o leitor que quer “saber”, 
aprender. 
 Em termos de estrutura e organização do trabalho, siga as normas da 
 
 
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Introdução à Engenharia 87 
 
 
 
redação científica. É melhor não inovar na apresentação do trabalho. 
 Não perca tempo com formatagens eternas utilize folhas de estilos 
(templates(4)) que já instituem as partes do trabalho, estilos, fontes, parágrafos, 
etc. 
Evite muitos níveis de seções (ex. 10. 2.4.3) isto torna difícil a orientação em 
relação ao conjunto. 
 Se o texto de uma seção for muito longo, pode-se introduzir títulos sem 
números ou numerações com a) 1). Uma seção numerada para cada tema 
importante, mas muitas subseções cortam o texto. 
 Não esqueça que os títulos indicam o conteúdo de uma seção e devem 
ser curtos e objetivos. 
 Faça parágrafos curtos e evite frases longas. 
 A introdução, assim como a conclusão é a parte mais importante do seu 
trabalho no plano retórico. As pessoas lêem primeiro e decidem se querem ver o 
resto. O leitor deve ver o que contém o seu trabalho em termos da questão, da 
linguagem utilizada (conceitos, definições), a estratégia (metodologia e sua 
estruturação). 
 Regra geral, a introdução deve conter: a problemática da pesquisa e as 
questões de pesquisa decorrentes, uma discussão sobre a pertinência e sobre a 
importância do trabalho dentro de um contexto histórico, social, cultural, 
tecnológico local e além. 
 Não esquecer as definições mais importantes, notadamente as que se 
encontram expressas no título do trabalho e na introdução do objeto do trabalho.Descrever as partes...(ajuda do template) 
 A fundamentação... 
 O desenvolvimento/aplicação. 
 ..a metodologia e organização do trabalho. 
 Nas conclusões, ressalte os resultados principais da pesquisa. 
 Apresentação à banca examinadora (outras recomendações). 
 
templates(4) – arquivos em anexo. 
 
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Introdução à Engenharia 88 
 
 
 
4.8 Como elaborar o resumo 
 
 Um resumo é um tipo de redação informativo-referencial que se ocupa 
de reduzir um texto a suas idéias principais. Em princípio, o resumo é uma 
paráfrase e pode-se dizer que dele não devem fazer parte comentários e que 
engloba duas fases: a compreensão do texto e a elaboração de um novo. A 
compreensão implica análise do texto e checagem das informações colhidas com 
aquilo que já se conhece. 
 
 Sendo o RESUMO um texto, ele deve ser: UNO, COERENTE e COESO. 
 
 Deve ter UNIDADE: Interligação entre suas partes, que deverão convergir 
para um direcionamento único 
 
 Deve ter COERÊNCIA: As idéias apresentadas devem ser coerentes e 
não contraditórias. 
 
 Deve ter COESÃO: Os elementos da frase devem estabelecer os nexos 
entre as partes do texto. 
 
 O RESUMO deve considerar o contexto, transmitindo uma informação de 
forma clara e eficaz. Seu autor objetiva alcançar o entendimento e a compreensão 
do leitor. 
 
 O RESUMO se relaciona com outros textos (hipertextos): existe um texto 
anterior que dá origem ao RESUMO. Esse texto será apresentado como uma 
paráfrase, propondo uma problematização. 
 
 
4.8.1 Para que serve o resumo? 
 
 O RESUMO deve responder a duas perguntas: O que o autor pretende 
demonstrar? De que trata o texto? 
 
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Introdução à Engenharia 89 
 
 
 
 Portanto, devem constar do RESUMO: 
 
 O assunto do texto. 
 O objetivo do texto. 
 A articulação das idéias. 
 As conclusões do autor do texto objeto do resumo. 
 
 
4.8.2 O que deve conter o resumo? 
 
 O RESUMO deve responder a duas perguntas: O que o autor pretende 
demonstrar? De que trata o texto? 
 
 Portanto, devem constar do RESUMO: 
 
 O assunto do texto. 
 O objetivo do texto. 
 A articulação das idéias. 
 As conclusões do autor do texto objeto do resumo. 
 
 
4.8.3 O que deve informar o resumo? 
 
 Tratando-se do resumo de uma pesquisa iniciada, em andamento 
ou concluída, ele deve informar: 
 
 A natureza da pesquisa realizada. 
 Os resultados parciais ou finais. 
 As conclusões ou novos direcionamentos. 
 
 
 
 
 
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Introdução à Engenharia 90 
 
 
 
 
4.9 Linhas de pesquisa 
 
 As linhas de pesquisa atualmente existentes nos cursos de Engenharia 
da Universidade Gama Filho são as seguintes: 
 
Uma proposta de renovação do Armazém 8 do Cais do Porto do Rio de Janeiro 
Priscila Pereira de Campos e Liane Flemming 
 
Uma análise das praças públicas da Tijuca: Perspectiva do usuário 
Luciana Braga e Liane Flemming 
 
Comportamento do concreto reforçado com fibras plásticas produzidas com 
garrafas Pet 
Rodolfo Augusto Cardoso Ribeiro, Cristiane Silva Rocha Damasceno, Sergio 
Gavazza e Maria Smith Borges de Alencastro Graça 
 
Projeto tijolo plástico - fundamentos 
Maria Smith Borges de Alencastro Graça, Sergio Gavazza, Pedro Paulo Voto Akil 
e Cristiane Silva Rocha Damasceno 
 
Caracterização eletro-eletrônica do aparelho de eletroporação M.E.S. e avaliação 
quanto a sua adequação a norma NBR IEC 60601 Emenda nº 1, para aparelhos 
eletromédicos 
Luis Felipe de Andrade Chalar da Silva, Teresa Cristina Andréia de Carvalho e 
Marcelo de Almeida Duarte 
 
Dimensionamento e instalação de Sistemas de Geração Fotovoltaicos 
Genilson Cesar Pereira 
 
 
 
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Introdução à Engenharia 91 
 
 
 
 
Tanques de ondas virtuais e reais: aplicações didáticas 
 
Alexandre Gabriel Inácio da Silva, Antonio Dias de Macedo Filho, Fábio 
Magalhães de Jesus, Nelson Gomes Teixeira e Ricardo Pereira de Oliveira Reis 
 
Modelagem computacional do efeito de um absorvedor de impacto sobre uma 
blindagem de aço 
Amândio Marques da Costa Junior 
 
Conceitos em fluidodinâmica através da equação Geral do movimento dos fluidos 
em regime permanente 
Wairy D.Cardoso 
 
As linhas de pesquisas relacionadas acima estão disponíveis na Revista de 
CIENCIA E TECNOLOGIA – Pró-Reitoria de Ciências Exatas e Tecnologia (Vol. 1, 
nº 1 – 2010). 
 
Também disponível no site 
 http://www.ugf.br/files/revistaprocet/revista-ciencia-e-tecnologia-01.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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