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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD APX3 – 2022.1 Disciplina: Língua Portuguesa na Educação 2 - Coordenadora: Cláudia Cristina dos Santos Andrade Aluno (a):_____________________________________Matr.: Polo: ____________________________________________- Caro(a) aluno(a), antes de realizar as questões, observe as seguintes instruções: . preste atenção ao que é solicitado no enunciado das questões; . procure não deixar nenhuma questão em branco; . utilize a modalidade padrão da língua, reconhecidamente a mais adequada a textos científicos, em textos claros, coerentes e coesos; . o texto é autoral, porém citações de textos de outros autores são permitidas, desde que corretamente referenciadas. O excesso de citações ou a falta de referência acarretará descontos progressivos na nota, dependendo da extensão. QUESTÃO 1 (3 pts) Na Aula 16 de nossa coletânea, há a análise da música “O estrangeiro”, em que se chama a atenção para os tipos de conhecimentos que usamos para compreender um texto. Para refletirmos sobre isso, leia o belíssimo texto “Dandara dos Palmares” de Jarid Arraes, disponível nas páginas 2 e 3 desta prova, e faça as questões abaixo. A) Que conhecimento(s) precisamos usar para analisar esse texto com nossos alunos (enciclopédico, de mundo, linguístico)? B) De que forma usamos esse(s) conhecimento(s)? Dê exemplos transcrevendo trechos do texto. C) Quando pensamos em uma prática em perspectiva discursiva, repensamos o lugar e as ações dos/as estudantes. De acordo com o que foi lido na disciplina, como você define o lugar do aprendiz na perspectiva discursiva? QUESTÃO 2.(7 pts) No texto ”Gêneros discursivos: uma reflexão necessária para o ensino de leitura e escrita na EJA”, Petroni e Arruda(2009)[footnoteRef:1] apresentam conceitos importantes da teoria da enunciação. [1: Texto disponível em https://www.ucs.br/ucs/extensao/agenda/eventos/vsiget/portugues/anais/arquivos/uma_reflexao_necessaria_para_o_ensino_de_leitura_e_escrita_na_eja.pdf] Afirmam os autores que “a compreensão de um enunciado, segundo Bakhtin, é dialógica porque implica um processo de interação social dos sujeitos com outros sujeitos”(p.10) e “se olhamos as palavras ou as orações, fora do contexto de comunicação, não entendemos os seus sentidos plenos”(p.12). Com base nessa afirmação e no que foi estudado em nossa disciplina, elabore uma sequência de atividades de análise textual para o texto, contemplando a dialogicidade, o contexto, a função social do texto e a importância dos elementos analisados para a produção de sentidos. Em sua atividade acrescente outro texto, de outra área do conhecimento, e defina os gêneros textuais (o que for escolhido por você e o da prova). Serão avaliados os seguintes itens: 1. A pertinência das atividades em relação à perspectiva discursiva dialógica – 2 pt 2. A descrição das atividades – 3 pts 3. A correta definição e caracterização dos gêneros textuais utilizados – 2 pt Siga o modelo para o seu plano de atividades: 1. Tema 2. Objetivos (podem ser utilizados descritores oficiais das Diretrizes Nacionais) 3. Atividade 1 3.1. Gênero utilizado e principais características 3.2. Descrição da atividade 4. Atividade 2 4.1. Gênero utilizado e principais características 4.2. Descrição da atividade 5. Atividade 3 - descrição ____________________________________________________________________________________ Cordel Dandara dos Palmares Jarid Arraes 2 Se você já ouviu falar Da história de Zumbi Peço então sua atenção Pro que vou contar aqui Talvez você não conheça Por incrível que pareça Por isso eu vou insistir. O quilombo dos Palmares Por Zumbi foi liderado E nesse mesmo período Dizem que ele foi casado Com uma forte guerreira Que tomou a dianteira Pelo povo escravizado. Foi Dandara o seu nome Que é quase como lenda Não há provas de sua vida E talvez te surpreenda Com um ar de fantasia De coragem e de magia Mas assim se compreenda. Não há dados registrados Sobre onde ela nasceu Se foi ela brasileira Ou na África cresceu Se ela tinha liberdade Ou se na dificuldade Ela livre se verteu. Com Zumbi teve três filhos E seus nomes vou citar: Motumbo, Aristogíton E Harmódio a completar Eram esses os rebentos De um casal muito sedento Que se uniu para lutar. Mas Dandara não queria Um papel limitador Ser a mãe que cozinhava Tendo um perfil cuidador As batalhas lhe chamavam E seus olhos despertavam Pelo desafiador. Guerrear pelo seu povo Era o que lhe motivava O sonho da liberdade Para todos cultivava Sendo muito decidida Era até envaidecida Pela força que ostentava. Um fator que se destaca Era o seu radicalismo Pois não aceitava acordo Com senhores do racismo Que ofereciam terras Para que acabasse a guerra No interesse do cinismo. Porque tinha bem certeira Uma baita opinião: Liberdade para poucos Não conforta o coração O quilombo que existia Para todos lutaria Sem abrir uma exceção. É por isso que Dandara Tinha fé no guerrear Confiava nas batalhas Para tudo transformar A paz só existiria Pelo que conquistaria Para a todos libertar. Liderava os palmarinos Lado a lado com Zumbi Entre espadas e outras armas Escutava-se o zunir Dos seus golpes tão certeiros Que aplicava bem ligeiros Pra ferir ou confundir. Certa vez, numa viagem Sugeriu a invasão Da cidade de Recife No meio de um sopetão E Zumbi ficou chocado Até mesmo impressionado Por tamanha ambição. Não chegaram a completar O seu plano audacioso Mas notamos nesse caso Um exemplo grandioso Da braveza que mostrava E Dandara assim reinava Com Palmares orgulhoso. Então vale imaginar As ações que aconteciam Que os guerreiros de Palmares Com Dandara concluíam As senzalas arrombavam Plantações até queimavam E em poder evoluíam. O quilombo dos Palmares Era assim tão majestoso Que os brancos despeitados Tinham um medo horroroso Planejavam o destruir Mas chegavam a ruir Sendo o ataque desastroso. Muitos anos desse modo Foi Palmares resistindo Até que um final ataque Acabou lhe destruindo E Zumbi traçou a fuga Para não largar a luta Pela mata foi partindo. Mas Dandara, encurralada Teve só uma opção Pra não ser capturada Nem cair na escravidão Atirou-se da pedreira Com convicção inteira De negar-se à prisão. Até mesmo a sua morte De heroísmo foi repleta E a mensagem que anuncia Entendemos bem completa: Rejeitar a rendição É a nossa condição Como um grito de alerta. Há quem diga que Dandara É um símbolo lendário Que está representando Um poder imaginário Heroína para a gente Como deusa que ardente Traz o revolucionário. Se existiu como se conta Ou se lenda representa Para mim tudo resume Essa luta que apresenta Baluarte feminina A guerreira palmarina Na memória se sustenta. Dia 20 de novembro Dia de lembrar Zumbi É também dessa Dandara Que devemos incluir O seu nome celebrado Sim, merece ser honrado E no peito se sentir.
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