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1.Introdução O adenocarcinoma de próstata tem alta prevalência e intenso impacto econômico. O câncer de próstata é considerado o câncer da 3ª idade. Raramente há ocorrência em pacientes com idade inferior a 45 anos. 2. Epidemiologia e fatores de risco Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata é o mais frequente em todas as regiões do Brasil. É o 2º em taxas de mortalidade no Brasil, superado apenas pelo câncer de pulmão. Alguns autores defendem que o consumo de dieta rica em gorduras e pobre em fibras esteja relacionado a maior incidência de câncer de próstata. Não há dúvida quanto à correlação entre câncer de próstata e hormônios, visto que, virtualmente, todo câncer de próstata apresenta algum grau de dependência andrógena. Em doenças localmente avançadas, o toque retal tem elevado índice de suspeição, com achados de nódulos endurecidos com limites imprecisos. Acometimento de órgãos vizinhos, particularmente o reto e a bexiga, provocando obstrução e sangramento, são comuns na fase avançada da doença. CÂNCER DE PRÓSTATA Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO 3. História natural e quadro clínico Há uma variação entre o câncer latente, clinicamente silente, que raras vezes resulta em qalquer morbidade e com frequência é diagnosticado apenas em exames de autópsia e o câncer clínico, que pode progredir para condições graves e até óbito caso não seja tratado de forma conveniente. Nas fases iniciais, quando o tumor ainda está na forma localizada e, portanto, curável, o câncer de próstata raramente é sintomático. O diagnóstico geralmente é feito com base em alterações do PSA ou toque retal. Com a evolução da doença, sintomas decorrentes do crescimento local do tumor começam a surgir, como diminuição do jato, esforço miccional, hematúria e hemospermia. Dor óssea, compressão medular por lesão vertebral e fraturas patológicas são comuns na fase avançada da doença, decorrentes de metástases. 4. Diagnóstico Todo homem com idade superior a 40 anos, mesmo assintomático, deve fazer avaliação prostática anual. O PSA (normal < 4 ng/mL), uma glicoprotéina produzida na próstata e secretada em altas concetrações no fluido seminal, é um marcador específico de alterações do parênquima prostático, podendo estar alterado em diversas doenças que acometem a próstata. Métodos auxiliares na interpretação da dosagem do PSA podem ser úteis na diferenciação entre doença benigna e câncer. O quociente entre o PSA sérico e o peso ou volume da próstata medido pela ultrassonografia é denomidado densidade do PSA (normal < 20%). 7. Tratamento a) Observação vigilante ou conduta expectante Idosos e/ou pacientes com comorbidades graves, quando portadores de tumores com características pouco agressivas, ou seja, escore de Gleason baixo e dosagem de PSA pouco elevada, é proposta a observação com avaliação periódica do PSA e toque retal. b) Prostatectomia radical A próstata é removida em bloco, junto com as vesículas seminais. Atualmente, a biópsia é realizada, na grande maioria dos centros, por via transretal e guiada por ultrassonografia. T1: tumor localizado - respeita os limites da cápsula. Geralmente, é produto de ressecção transuretral de próstata. Não tem nódulo palpável; T1a e b: achados incidentais em cirurgia de rotina para HBP; T1c: biópsia efetuada por elevação do PSA; T2: tumor localizado com nódulo palpável; T3: tumor localmente avançados, invade vesículas seminais ou estruturas extracapsulares; T4: invasão de órgãos vizinhos, como reto e bexiga. Os achados ultrassonográficos mais sugestivos de câncer de próstata são lesões nodulares hipoecogênicas com bordas irregulares (60%). A ressonância nuclear magnética com bobina endorretal é o exame radiológico que proporciona imagens melhores das lesões extraprostáticas e de acometimento dos feixes vasculonervosos que contêm o nervo eretor. O PSA não faz parte, mas auxilia no estadiamento clínico, uma vez que a grande maioria dos paciente com dosagens superiores a 50 ng/mL raramente apresenta tumores localizados, enquanto indivíduos com PSA menor que 10 ng/mL têm baixa probabilidade de metástases. CÂNCER DE PRÓSTATA Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO 5. Histologia e graduação O tipo histológico mais comum em câncer de próstata é o adenocarcinoma, que corresponde a mais de 95% das neoplasias. Tumor de células escamosas e/ou tumor de células transicionais são raros. Um achado frequente em biópsias prostáticas, não definido como câncer, é a neoplasia intraepitelial prostática (PIN). A PIN de alto grau, entretanto, é considerada lesão pré-maligna, e orienta-se uma nova biópsia em um período de 6 a 12 meses. Sistema de Gleason: a soma dos 2 padrões mais frequentes é chamada de escore de Gleason, que varia, portanto, de 2 a 10. 6. Estadiamento O exame digital da próstata mostrando a presença de múltiplos nódulos endurecidos ou a perda dos limites anatômicos é bastente sugestivo de doença localmente avançada. Castração cirúrgica pela orquiectomia bilateral; Agonistas parciais dos hormônios hipofisários (LHRH); Esteroides antiandrogênicos (glutamida, ciproterona); Estrogenoterapia. A via retropúbica é a mais frequentemente utilizada, com a vantagem de permitir a dissecção dos feixes vasculonervosos envolvidos no mecanismo da ereção. A incontinência urinária persiste como a mais temerosa complicação da prostatectomia radical e a disfunção erétil é a mais frequente. c) Radioterapia Frequentemente, a radioterapia é indicada a pacientes idosos e com tumores mais avançados e a braquiterapia em indivíduos com adenocarcinoma de próstata com glândulas de tamanho normal e sem antecedentes de manipulação cirúrgica. d) Crioterapia É utilizada para pacientes com tumores localizados, localmente avançados e em recidivas após radioterapia. e) Hormonoterapia O tratamento hormonal visa à interrupção direta da produção ou à redução do estímulo hipofisário para diminuir a produção de andrógenos. Os mecanismos utilizados para bloqueio são: Contudo, pela presença de células cancerosas hormônio-resistentes, essa forma de tratamento não é curativa. f) Quimioterapia Demonstraram-se benefícios da quimioterapia em portadores de câncer de próstata hormônio-resistente, utilizando docetaxel associado a estramustina ou prednisona. CÂNCER DE PRÓSTATA Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO