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* LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL UNIESP – 4º SEMESTRE – 2014 Prof. Paulo Faria * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013 (Nova Lei do Crime Organizado): Define organização criminosa; Dispõe sobre a investigação criminal; Dispõe sobre os meios de obtenção da prova; Dispõe sobre infrações penais correlatas; Dispõe sobre o procedimento criminal. Estrutura: 27 artigos em 3 capítulos. * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Revogou a Lei nº 9.034, de 3 de maio de 1995, modificada pela Lei n. 10.217, de 11 de abril de 2001. Alterou o art. 288 do Código Penal: “Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes” (Associação Criminosa); Antiga redação: “Associarem-se mais de 3 pessoas, em quadrilha ou bando, para fim de cometer crimes” (Quadrilha ou Bando). * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Lei nº 9.034/95: Primeira lei a tratar do tema no Brasil; Regulamentava a utilização de meios operacionais para a prevenção e repressão de ações praticadas por organizações criminosas; Não conceituava ou definia organização criminosa. * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Decreto nº 5.015/2004 promulgou a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, de 15/11/2000 (Convenção de Palermo). STF: a Convenção de Palermo, por não conter previsão de pena, não poderia ser utilizado para condenação por organização criminosa (art. 5º, XXXIX, CF – “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”). * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Lei nº 12.694/2012: dispunha sobre o processo e o julgamento colegiado de crimes praticados por organizações criminosas; Art. 2º - para os efeitos desta Lei, considera-se organização criminosa a associação, de três ou mais pessoas, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de crimes cuja pena máxima seja igual ou superior a quatro anos ou que sejam de caráter transnacional. * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Lei nº 12.850/2013: traz novo conceito de organização criminosa e tipifica a respectiva infração penal. Art. 1o § 1o – ”Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional”. * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Requisitos da organização criminosa: Mínimo de 4 pessoas associadas; Grupo estruturalmente ordenado (hierarquia); Divisão de tarefas; Finalidade: obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais (crimes/contravenções) cujas penas máximas sejam superiores a 4 anos, ou que sejam de caráter transnacional. * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Não confundir organização criminosa com associação criminosa. Associação criminosa: não há estrutura hierarquizada e rígida divisão de tarefas entre seus membros. Aplicação: infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional iniciada no país e resultado no estrangeiro; organizações terroristas internacionais cujos atos preparatórios ou de execução de ações terroristas ocorram em território nacional. * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Sujeito ativo: crime comum que pode ser cometido por qualquer pessoa. Crime de concurso necessário de condutas paralelas: envolvimento mínimo de 4 pessoas que colaboram mutuamente. Sujeito passivo: coletividade. Consumação: momento do acordo de vontades dos integrantes de formar a organização, independente da prática de crime (crime formal). * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Crime autônomo com relação aos crimes que serão praticados: Lei pune a situação de perigo que a organização criminosa representa para a sociedade. Crime permanente: enquanto o grupo não for desmantelado é possível a prisão em flagrante; Art. 303, CPP – Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência. * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Tentativa é inadmissível: Crime consome-se com a associação; Antes da associação há ato preparatório. Causas de aumento de pena – art. 2º: exercer o comando; emprego de arma de fogo; participação de criança ou adolescente; concurso de funcionário público; proveito do crime para o exterior; manter conexão com outras organizações criminosas independentes; transnacionalidade da organização. * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Ação Penal: pública incondicionada. Instrução criminal: rito ordinário (art. 396 a 405, CPP). Meios especiais de prova (art. 3º): colaboração premiada; captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos; ação controlada; acesso a registros, dados cadastrais, documentos e informações; infiltração, por policiais, em atividade de investigação. * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Colaboração premiada: Cooperação do acusado que, confessando seus crimes para as autoridades, evita que outras infrações sejam praticadas (colaboração preventiva); Auxilia concretamente as autoridades na tarefa de recolhimento de provas contra os demais integrantes da organização criminosa (colaboração repressiva). * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Captação ambiental: Gravação de sons ou imagens por meio da instalação sigilosa de câmeras, microfones, gravadores etc; Admitida em investigação criminal ou em instrução processual penal; Execução pressupõe a impossibilidade de se obter prova por outro meio disponível; Indícios razoáveis de autoria ou participação em organização criminosa. * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Ação controlada: Retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à ação praticada; Ação deve ser mantida sob observação e acompanhamento; Medida legal de se concretizar no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações; Prévia comunicação ao juiz competente que informará o Ministério Público. * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Acesso a registros, dados cadastrais, documentos e informações: Delegado de polícia e Ministério Público terão acesso: dados cadastrais de qualificação pessoal, filiação e endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito (exclusivamente e sem autorização judicial). * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Infiltração de policiais: Policial disfarçado convence membros de organização criminosa que pretende associar-se a eles; Finalidade: tomar conhecimento de provas e informações só acessíveis aos integrantes da organização criminosa; Requisitos: indícios de infração penal, impossibilidade de produção de provas por outros meios e autorização judicial. * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Características: prazo de 6 meses (renovação); poderá cometer crimes quando inexigível conduta diversa (excesso); assegurado sigilo da identificação; possibilidade de alteração da identidade e sustação se houver risco iminente. Colegiado em 1º grau de jurisdição: faculdade do juiz em decidir pela formação de colegiado (natural + 2 por sorteio) para prática de atos processuais inclusive decisórios, com reuniões sigilosas e decisões de todos, sem referência a votos divergentes. * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Crimes Ocorridos na investigação e na obtenção da Prova (art. 19): Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua prévia autorização por escrito; Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas; * ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Crimes (continuação): Descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a ação controlada e a infiltração de agentes; Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informações requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou do processo; Se apossar, propalar, divulgar ou fazer uso desses dados cadastrais, de forma indevida. * FIM
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