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AULA 02 - DIREITO CIVIL II - TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

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DIREITO CIVIL II 
 
TEORIA GERAL DO CONTRATO 
 
AULA 2 
 
Professor Eduardo Galante 
 BRASÍLIA 
 
2015 
1 
 
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Leitura obrigatória: 
 
 Artigos 421 a 480 do Código Civil; 
 
 Doutrina: livros de qualidade. Sebastião Neto por exemplo. 
 
 Jurisprudência: 
 
- Súmulas STF: 
- Súmulas STJ: 
 
- Informativos STF: 
- Informativos STJ: 
 
 
2 
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
3 
CLÁUSULAS CONTRATUAIS 
 
 As cláusulas contratuais classificam-se em essenciais, naturais e 
acidentais. 
 
 As cláusulas essenciais são aquelas sem as quais o contrato não pode 
subsistir. 
 
 Ex: na compra e venda, essas cláusulas são as referentes ao preço, à 
coisa e ao consentimento. 
 
 Cláusulas naturais são as que decorrem da própria natureza do 
negócio, razão pela qual independem de expressa menção, 
encontrando-se subentendidas no contrato. 
 
 Ex: Na compra e venda, essas cláusulas consistem na obrigação de o 
vendedor entregar a coisa e do comprador pagar o preço. 
CLÁUSULAS CONTRATUAIS 
4 
 As cláusulas acidentais, por sua vez, são as que visam modificar 
as consequências naturais do contrato. São as que dizem respeito 
à condição, termo ou encargo. 
 
 Só existem quando inseridas expressamente no contrato. 
 
 Finalmente, vale a pena lembrar das chamadas cláusulas de 
estilo, que são aquelas proposições invariáveis, comumente 
impressas nos contratos realizados por escrito. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
5 
ELEMENTOS ESSENCIAIS À FORMAÇÃO DO CONTRATO 
 
 O acordo de vontades é o requisito essencial à existência do 
contrato. Sem esse mútuo consentimento, o contrato não existe; 
não se forma o vínculo. 
 
 Dá-se o mútuo consentimento com a aceitação da proposta. Em 
regra, portanto, o contrato se forma com a aceitação da proposta. 
 
 Todavia, os contratos reais exigem ainda mais um requisito, qual 
seja, a entrega da coisa. 
 
 No tocante aos contratos solenes, que exigem forma especial, 
cumpre salientar que a sua existência depende apenas do acordo 
de vontades, pois a observância da forma atua como requisito de 
validade do negócio. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
6 
A DECLARAÇÃO DE VONTADE 
 
 A declaração de vontade, isto é, a exteriorização do querer, pode se dar através 
de forma escrita, falada e mímica. 
 
 Esta última hipótese verifica-se, por exemplo, em leilão, quando o licitante, 
com um sinal, revela o seu propósito de oferecer o maior lance. 
 
 De fato, o art. 107 admite que a declaração de vontade não dependerá de 
forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. Nada obsta, 
portanto, a declaração de vontade tácita. 
 
 O silêncio, porém, em regra, não constitui uma declaração de vontade tácita. 
Sob o prisma jurídico, quem cala não consente. 
 
 Excepcionalmente, o silêncio vincula a pessoa. 
 
 É o chamado silêncio conclusivo ou circunstanciado ou qualificado. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
7 
 O silêncio é conclusivo ou eloquente, isto é, implica em consentimento, quando: 
 
a) a lei lhe atribui esse efeito. Tal ocorre, por exemplo, na doação pura, pois, 
nesse caso, o silêncio do donatário caracteriza aceitação (art. 539). 
 
b) as circunstâncias ou os usos lhe atribuem esse efeito. 
 
 A propósito, dispõe o art. 111 que “o silêncio importa anuência, quando as 
circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de 
vontade expressa.” 
 
 Exemplo: o comerciante que recebe, de freguês habitual, encomenda de 
mercadoria de sua especialidade, pelo preço corrente no mercado, com prazo de 
entrega determinado. Nesse caso, o comerciante deve comunicar de pronto sua 
recusa ao cliente, sob pena de se haver por aceita a proposta. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
8 
FASES DA FORMAÇÃO DO CONTRATO 
 
 Em regra, os contratos, para se formarem, percorrem três fases, a 
saber: 
 
- negociações preliminares; 
- proposta ou policitação; 
- aceitação. 
 
 Saliente-se, porém, que os contratos reais, para consolidarem sua 
existência, exigem mais uma fase, qual seja, a entrega da coisa. 
 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
9 
NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES 
 
 Raramente, o contrato surge subitamente, isto é, sem uma conversação 
prévia. 
 
 Geralmente, verifica-se um período pré-contratual em que os 
contratantes realizam sondagens e discussões que, aos poucos, os 
conduzem ao acordo final. 
 
 Negociações preliminares ou fase da puntuação ou tratativas são 
conversações anteriores à proposta, que visam preparar as bases do 
futuro contrato. 
 
 É, pois, o período pré-contratual, configurando-se independentemente 
da minuta. 
 
 Esta fase não é disciplinada pelo Código Civil. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
10 
 A fase das negociações preliminares, ainda que já haja uma 
minuta, não vincula os contratantes, porque o contrato só surge 
com o ajuste definitivo dos pontos essenciais, ao passo que na 
minuta há um ajuste parcial sobre pontos não essenciais do 
contrato. 
 
 De fato, se houver o ajuste sobre pontos essenciais é porque o 
contrato já se formou. 
 
 Acrescente-se também que a parte que abandona as negociações 
preliminares não tem a obrigação de indenizar a outra, a não ser 
que a tenha induzido à crença de que o contrato seria celebrado, 
levando-a a realizar despesas ou a não contratar com terceiro, 
causando-lhe dano. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
11 
 Nesse caso, a desistência injustificada dos tratativos acaba gerando 
uma responsabilidade civil extracontratual. 
 
 Este dever de indenizar depende de três requisitos: 
 
a)induzimento à crença de que o contrato se realizaria; 
b)prejuízo; 
c)desistência sem motivo justo. 
 
 Não obstante a obrigação de indenizar, o desistente não é obrigado 
a celebrar o contrato, porquanto as negociações preliminares não 
vinculam as partes. 
 
 Finalmente, cumpre frisar que nem todo contrato tem negociações 
preliminares, pois às vezes a proposta surge subitamente. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
12 
PROPOSTA OU POLICITAÇÃO OU OBLAÇÃO OU OFERTA 
 
 Proposta ou policitação é a declaração de vontade dirigida a alguém com 
quem se quer contratar, contendo todas as cláusulas essenciais do negócio, 
de modo que com a simples aceitação o contrato já se aperfeiçoa. 
 
 A proposta, para ser válida, deve ser completa, séria e dirigida a pessoa 
determinada ou determinável. 
 
 Com efeito, a proposta deve ser completa, isto é, conter as cláusulas 
essenciais do negócio. 
 
 Na compra e venda, por exemplo, a proposta deve descrever a coisa e 
mencionar o preço. Se não for completa, a proposta é nula. 
 
 Aquele que declara estar disposto a vender o carro, mas não fixa o preço, a 
rigor, não fez nenhuma proposta. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
13 
 A proposta é ato unilateral receptício, porque deve ser dirigida a 
uma pessoa determinada ou determinável. 
 
 A proposta aberta ao público é dirigida a pessoa determinável. 
 
 Tal proposta é a veiculada através de jornal, rádio, televisão, 
outdoors, folhetos etc. 
 
 O art. 429 do CC dispõe que “a oferta ao público equivale a 
proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo 
se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos”. 
 
 Portanto, a proposta aberta ao público é plenamente válida como 
qualquer outra proposta. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
14 
 Por outro lado, a proposta não se confunde com as negociações 
preliminares. 
 
 Preliminares não passam de uma sondagem, pois os estudos e discussões 
porventura realizados não têm caráter definitivo, ao passo que a 
proposta revela a vontade definitiva de contratar,não estando mais 
sujeita a estudo e discussões, porque as cláusulas essenciais já foram 
definidas. 
 
 Aliás, o iniciador das negociações preliminares não é necessariamente o 
proponente. 
 
 Com efeito, considera-se proponente a pessoa que tomou a iniciativa de 
emitir a declaração contendo as cláusulas essenciais do negócio. 
 
 O proponente é também chamado de policitante. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
15 
PRINCÍPIO DA IRREVOGABILIDADE DA PROPOSTA 
 
 Em regra, a proposta é obrigatória, isto é, não pode ser revogada 
unilateralmente pelo proponente. 
 
 Saliente-se, ainda, que nem a morte ou interdição do proponente 
tem a condão de revogar a proposta. 
 
 Em tais situações, os herdeiros ou o curador continuam 
responsáveis pelo cumprimento da proposta, a não ser quando se 
tratar de contrato intuitu personae, que encerra uma obrigação de 
fazer personalíssima, quando, então, a morte e a interdição 
provocam a extinção da proposta. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
16 
 O princípio da irrevogabilidade ou obrigatoriedade da proposta 
comporta algumas exceções. 
 
 A primeira delas ocorre quando a falta de obrigatoriedade resultar 
dos próprios termos da proposta, isto é, o policitante ressalva que 
a proposta não é definitiva (art. 427). 
 
 No tocante à proposta aberta ao público, preceitua o parágrafo 
único do art. 429 do CC que “pode revogar-se a oferta pela mesma 
via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na 
oferta realizada”. 
 
 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
17 
 A segunda ocorre quando a falta de obrigatoriedade resultar da 
natureza do negócio (art. 427). 
 
 Assim, a proposta aberta ao público, por sua própria natureza, está 
condicionada à disponibilidade do estoque e à ressalva quanto à 
escolha da outra parte. 
 
 A terceira ocorre quando a falta de obrigatoriedade deriva das 
circunstâncias do caso (art. 427). Tais circunstâncias estão previstas 
no art. 428 do CC. São as seguintes: 
 
a) contrato com declaração consecutiva. Verifica-se esse contrato 
quando a proposta é feita sem prazo a pessoa presente. Nesse 
caso, se a proposta não for aceita imediatamente, ela deixa de ser 
obrigatória. É pegar ou largar, sob pena de a proposta caducar. 
 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
18 
 Acrescente-se que considera-se também presente a pessoa que 
contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante 
(art. 428, I, do CC). 
 
 Convém salientar que se a proposta for feita com prazo, o 
policitante só se desvincula após o decurso do prazo sem a 
aceitação. 
 
 Quanto ao contrato eletrônico, isto é, pela internet, poderá ser 
entre presentes ou ausentes, conforme o caso concreto. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
19 
b) contrato com declarações intervaladas. 
 
 Verifica-se esse contrato na proposta feita sem prazo a pessoa 
ausente. Nesse caso, a proposta deixa de ser obrigatória se a 
resposta não chegar dentro do chamado prazo moral, que é fixado 
pelo juiz. 
 
 considera-se ausente a pessoa que contrata por mensageiros ou 
núncios, isto é, intermediários, outrossim, por correspondência 
epistolar. 
 
 Em contrapartida, reputa-se presente aquele que contrata através 
de procurador com poderes especiais, de modo que não é exigível 
a presença física, bastando a presença jurídica. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
20 
ACEITAÇÃO 
 
 Aceitação é a adesão total à proposta. É, pois, a resposta afirmativa 
a uma proposta de contrato. 
 
 A aceitação, para fechar o ciclo contratual, gerando a formação do 
contrato, deve ser total e esboçada dentro do prazo estipulado. 
 
 Com efeito, a aceitação parcial, isto é, que altera os termos da 
proposta, bem como a integral, mas exteriorizada fora do prazo, a 
rigor, não são aceitação, e sim contraproposta. 
 
 Igualmente, a aceitação condicional, equivale a nova proposta. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
21 
 Se o oblato falecer ou se tornar incapaz, após a aceitação, o 
contrato já estará formado, de modo que esse fato é irrelevante. 
 
 Em contrapartida, se o falecimento ou incapacidade ocorrerem 
antes da aceitação, os herdeiros ou curador não poderão aceitar a 
proposta, ainda que queiram e lhes restem prazo. 
 
 Quanto à forma, a aceitação pode ser expressa e tácita. 
 
 A primeira é a esboçada por escrito ou verbalmente; a segunda 
consiste na prática de um ato positivo revelador da adesão total da 
proposta, como, por exemplo, o pagamento da primeira prestação 
da mercadoria recebida. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
22 
 O silêncio, isto é, a falta de resposta, em regra, não configura 
aceitação tácita, a não ser em dois casos (art. 432): 
 
a)quando se tratar daqueles negócios em que não se costuma 
exigir a aceitação expressa. 
 
b)quando o proponente tiver dispensado a aceitação. Em tal 
situação, o silêncio implica em aceitação, se a recusa não chegar a 
tempo, porque as próprias partes a dispensaram. 
 
 Em suma, o silêncio implica em aceitação, quando assim o 
determinar o costume entre as partes ou quando estas a 
dispensaram expressamente. 
 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
23 
 Por outro lado, em sendo a proposta alternativa, como ensina 
Maria Helena Diniz, o oblato, isto é, o aceitante deverá indicar, na 
resposta, a sua opção, pois do contrário o ofertante poderá 
entender que consentiu em qualquer delas. 
 
 Quanto ao prazo para a resposta, se a proposta não o fixou, 
significa que a aceitação deve ser feita imediatamente, quando se 
tratar de contrato entre presentes. 
 
 Em se tratando de contrato entre ausentes, se o proponente não 
fixou prazo, é porque a aceitação deve ser dada no prazo moral, 
que é o tempo suficiente para que a resposta chegue ao 
conhecimento do ofertante. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
24 
 Saliente-se, porém, que se a aceitação chegar tarde ao 
conhecimento do proponente, por circunstância imprevista, este 
comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder 
por perdas e danos (art. 430). 
 
 Essa obrigação do proponente comunicar ao aceitante o seu desejo 
de não contratar, só se faz necessária quando a aceitação é 
expedida dentro do prazo, mas, por razões imprevistas, acaba 
chegando fora do prazo. 
 
 Se foi expedida fora do prazo, o proponente não tem o dever de 
comunicar ao aceitante o seu propósito de não celebrar o contrato. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
25 
 No tocante à retratação, em regra não se admite, porque com a 
aceitação o contrato se aperfeiçoa. 
 
 Excepcionalmente, porém, o Código a permite, desde que o 
aceitante se retrate antes ou concomitante à chegada da aceitação 
ao proponente (art. 433). 
 
 Em caso de retratação, a aceitação será tida como inexistente. 
 
 Em suma, com a aceitação, o contrato se aperfeiçoa, salvo: 
 
a) se a aceitação chegar tarde ao conhecimento do proponente, 
embora expedida a tempo; 
 
b) se antes da aceitação, ou com ela, chegar ao proponente a 
retratação do aceitante. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
26 
A ACEITAÇÃO NOS CONTRATOS POR CORRESPONDÊNCIA EPISTOLAR OU 
TELEGRÁFICA 
 
 Referentemente ao momento da formação do contrato por correspondência 
epistolar ou telegráfica, desenvolveram-se duas teorias, a saber: 
 
a) teoria da informação ou do conhecimento ou cognição. 
 
De acordo com essa concepção, o contrato só se aperfeiçoa quando o 
proponente toma conhecimento do conteúdo da aceitação. 
 
b) teoria da declaração ou agnição. 
 
De acordo com essa teoria, o contrato se aperfeiçoa no momento em que o 
aceitante manifesta sua anuência à proposta. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
27 
Aludida teoria desdobra-se em três, a saber: 
 
b.1) teoria da declaração propriamente dita. 
 
Segundo essa concepção, o contratose forma no momento em que a aceitação é 
redigida. 
 
b.2) teoria da expedição ou transmissão. 
 
De acordo com essa teoria, o contrato se aperfeiçoa no instante em que a carta de 
aceitação é expedida, por via postal ou através de outra pessoa. 
 
b.3) teoria da recepção. 
 
De acordo com essa teoria, o contrato se forma no momento em que a aceitação 
chega até o proponente, mesmo que este não a leia. 
 
 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
28 
 O Código Civil adotou a teoria da expedição, que é um subtipo da teoria 
da declaração ou agnição. 
 
 Com efeito, dispõe o art. 434 que os contratos entre ausentes tornam-se 
perfeitos, desde que a aceitação é expedida. Assim, não basta escrever a 
carta de aceitação, pois é mister expedí-la. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
29 
LUGAR DA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO 
 
 Dispõe o art. 435 do CC que “reputar-se-á celebrado o contrato no lugar 
em que foi proposto”. 
 
 No plano interno, o lugar do contrato não se reveste de grande 
relevância, porque, em matéria contratual, o foro competente é o do 
domicílio do réu (art. 94 do CPC), a não ser que haja foro de eleição, 
atribuindo a competência ao lugar do contrato, caso em que deverá ser 
entendido como tal o local de onde emanou a proposta. 
 
 No plano do direito internacional, porém, a determinação do lugar do 
contrato é de suma importância. Nesses contratos, em que a proposta é 
feita num País a pessoa que se encontra noutro país, por meio de carta, o 
lugar do contrato passa a ser o da residência do proponente. 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
30 
 Em suma, nos contratos celebrados no Brasil, o lugar do contrato é 
aquele em que houve a proposta. 
 
 Nos contratos internacionais, o lugar do contrato é o da residência 
do proponente. 
QUESTÕES OBJETIVAS 
31 
01 - Assinale a alternativa correta sobre a formação dos contratos. 
 
a) Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar de domicílio do proponente. 
 
b) Considera-se existente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao 
proponente a retratação do aceitante. 
 
c) Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação seja 
expedida, ainda que o proponente se houver comprometido a esperar resposta. 
 
d) A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará na 
continuação da mesma proposta. 
 
e) A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos 
termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. 
QUESTÕES OBJETIVAS 
32 
02 - Cícero enviou proposta de celebração de contrato de prestação de serviços para 
Célio, estabelecendo um prazo de cinco dias para a resposta. Fez constar da proposta 
que o contrato estará celebrado na hipótese de Célio deixar de emitir resposta no 
prazo assinalado. Caso Célio realmente não responda à proposta, pode- se afirmar 
que: 
 
a) não houve formação do contrato. 
 
b)houve formação do contrato em decorrência da manifestação presumida da vontade 
de Célio. 
 
c) houve formação do contrato em decorrência da manifestação tácita da vontade de 
Célio. 
 
d)houve formação do contrato em decorrência da manifestação expressa da vontade de 
Célio. 
 
e) apesar da formação do contrato em virtude da manifestação tácita da vontade, o 
negócio é relativamente ineficaz perante Célio. 
QUESTÕES OBJETIVAS 
33 
03 - Quando da formação do contrato: 
 
I. Deixa de ser obrigatória a proposta se, feita sem prazo à pessoa presente, não foi imediatamente 
aceita; 
 
II. Os contratos entre ausentes deixam de ser perfeitos se, antes da aceitação, ou com ela, chegar ao 
preponente a retratação do aceitante; 
 
III. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, mesmo se o 
preponente não houver ser comprometido a esperar a resposta; 
 
IV. A proposta é obrigatória quando, feita com prazo à pessoa ausente, tiver decorrido tempo 
suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do preponente. 
 
São verdadeiras as afirmativas: 
 
a) I e II, somente. 
b) III e IV, somente. 
c) I, II e III, somente. 
d) II e III, somente. 
QUESTÕES OBJETIVAS 
34 
04 - Com relação à formação dos contratos, é CORRETO afirmar: 
 
a) Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. 
 
b) Considera-se celebrado o contrato no momento em que o proponente tomar 
conhecimento da aceitação do aceitante. 
 
c) A aceitação vincula o aceitante ainda que, juntamente com ela, chegue ao 
conhecimento do proponente a retratação. 
 
d) No tocante ao momento de celebração do contrato, foi adotada pelo Código Civil 
Brasileiro, como regra geral, a teoria da recepção. 
QUESTÕES OBJETIVAS 
35 
05 - No âmbito da formação dos contratos, deixa de ser obrigatória a proposta: 
 
a) se, feita com prazo a pessoa presente, foi imediatamente aceita. 
 
b) se, feita com prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para 
chegar a resposta ao conhecimento do proponente. 
 
c) se, feita a pessoa ausente, tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado. 
 
d) se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a 
retratação do proponente. 
QUESTÕES OBJETIVAS 
36 
06 - A respeito da formação dos contratos, assinale a afirmativa incorreta. 
 
a) Considera-se celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. 
 
b) A proposta deixa de ser obrigatória se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi 
imediatamente aceita. 
 
c) Será considerada nova proposta a aceitação fora do prazo, com adições, 
restrições, ou modificações. 
 
d) A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos 
termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. 
 
e) Continua sendo obrigatória a proposta mesmo se, antes dela, ou 
simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do 
proponente. 
QUESTÕES OBJETIVAS 
37 
07 - Quanto à formação dos contratos, é INCORRETO afirmar que: 
 
a) proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos 
termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. 
 
b)deixa de ser obrigatória proposta se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi
 imediatamente aceita. Considerase também presente a pessoa que contrata p
or telefone ou por meio de comunicação semelhante. 
 
c)reputar-se-á celebrado o contrato no lugar de sua execução. 
 
d)considerase inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao pro
ponente a retratação do aceitante. 
QUESTÕES OBJETIVAS 
38 
08 - De acordo com as disposições do Código Civil e da jurisprudência dos tribunais pátrios, 
assinale a opção correta no que se refere a contratos, obrigações e capacidade para os 
negócios jurídicos. 
a) Constitui requisito especial na formação dos contratos a colheita do acordo de vontades, 
que deve ser livre e espontâneo, não sendo, em nenhuma hipótese, aceito o silêncio como 
forma de manifestação tácita. 
 
b) Diante de uma obrigação alternativa, deve-se respeitar a vontade dos contratantes e, na 
falta de estipulação ou de presunção contrária, a escolha entre as alternativas caberá ao 
credor. 
 
c) É válido e irrecobrável o pagamento espontâneo, feito por maior de idade, para cumprir 
obrigação de dívidas inexigíveis, como as prescritas ou as de jogo. 
 
d) É válido o ato praticado por pessoa declarada incapaz caso se comprove que essa pessoa 
estava lúcida no momento em que praticou o ato. 
 
e) Em razão da tradicional proibição do pacta corvina, é defeso aos pais, por ato entre vivos, 
partilhar o seu patrimônio entre os descendentes. 
QUESTÕES OBJETIVAS 
39 
09 - Assinale a opção correta a respeito do contrato preliminar. 
 
a) De acordocom entendimento do STF, o compromisso de compra e venda de imóveis não 
enseja a execução compulsória. 
 
b) Nos termos do Código Civil, o contrato provisório constitui avença na qual os contratantes 
prometem complementar o ajuste futuramente, no contrato definitivo, não se exigindo a 
outorga uxória de contraentes casados, pois, no contrato provisório, não se perquire a 
aptidão para validamente alienar. 
 
c) Não se exige que o pactum de contrahendo seja instrumentalizado com os mesmos 
requisitos formais do contrato definitivo a ser celebrado, ainda que se exija, para este último, 
a celebração por escritura pública. 
 
d) De acordo com a jurisprudência pretoriana, para se exigir, perante o outro contraente, pré-
contrato irretratável e irrevogável, é imprescindível que este seja levado ao registro 
competente. 
 
e) Tratando-se de compra e venda de imóvel, o adquirente só poderá propor ação de 
adjudicação compulsória do bem registrado em nome do promitente vendedor se ocorrer o 
prévio registro do pacto preliminar. 
QUESTÕES OBJETIVAS 
40 
10 - Um famoso escritório de advocacia pediu a Heitor, artista plástico conhecido, que 
fizesse uma escultura a ser colocada no hall de entrada do prédio onde está instalado. 
 
Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta. 
 
a) Ainda que não tenha sido formalizado contrato por escrito, é possível presumir o 
consentimento implícito de Heitor. 
 
b) Considerando a natureza do serviço a ser prestado, se não tiver sido estipulada 
remuneração, presume-se a gratuidade. 
 
c) Se a escultura entregue não corresponder à pretensão esperada, o recebedor poderá 
obstar o pagamento do serviço, ainda que a simples prestação enseje o pagamento. 
 
d) Constando do contrato que a remuneração será paga na entrega da obra, mas não tendo 
sido estipulado o valor, presume-se aceito o preço a ser cobrado pelo artista. 
 
e) Caso Heitor não saiba ler nem escrever, o contrato firmado será válido se tiver sido 
assinado por representante ou procurador. 
GABARITO 
41 
01 – E 
02 – A 
03 – A 
04 – A 
05 – D 
06 – E 
07 – C 
08 – C 
09 – C 
10 – A 
 
EXERCÍCIOS 
42 
1) Qual a distinção entre negócios jurídicos unilaterais e bilaterais? 
2) O que é contrato? 
3) Qual a distinção entre contrato e pacto? 
4) Qual é o elemento estrutural do contrato? 
5) Em que consiste o elemento funcional do contrato? 
6) Disserte sobre o contrato consigo mesmo. Há diferença entre procuração em causa própria 
e procuração para contrato consigo mesmo? 
7) Quais os requisitos de validade do contrato? 
8) Os incapazes podem celebrar contratos? 
9) O menor pode alienar bens imóveis? 
10) O que é legitimação? 
EXERCÍCIOS 
43 
 
11) O estrangeiro pode adquirir imóveis urbanos e rurais no Brasil? Justifique. 
12) A impossibilidade física é causa de nulidade absoluta ou relativa do contrato? 
13) Em regra, os contratos são formais ou informais? 
14) O que é consentimento expresso? 
15) O que é consentimento tácito? 
16) O silêncio é uma forma de consentimento tácito? 
17) Qual a distinção entre forma e prova? 
18) A nulidade do instrumento anula o contrato? 
19) O que é assinatura autógrafa? 
20) O que é assinatura hológrafa? 
EXERCÍCIOS 
44 
21) Qual a distinção entre contrato ad solemnitatem e ad probationem tantum? 
22) O que são cláusulas essenciais, naturais, acidentais e de estilo? 
23) O que é silêncio conclusivo? 
24) Quais as fases de formação do contrato? 
25) O que são negociações preliminares? 
26) Qual a diferença entre proposta e tratativa? 
27) A desistência das negociações preliminares gera responsabilidade civil? 
28) O que é proposta e quais seus requisitos? 
29) O que é proposta aberta ao público? 
30) A morte ou a interdição extinguem a proposta? 
EXERCÍCIOS 
45 
31) Quais as exceções ao princípio da irrevogabilidade da proposta? 
32) O que é contrato com declaração consecutiva? 
33) O que é contrato com declaração intervalada? 
34) O que é proposta entre ausentes e proposta entre presentes? 
35) A proposta admite a retratação? 
36) O que é aceitação? 
37) A aceitação da proposta pode ser parcial e condicional? 
38) Se o oblato falecer antes ou após a aceitação da proposta o contrato estará formado? 
39) A aceitação pode ser tácita? 
40) Qual o prazo para a aceitação se a proposta não fixou prazo algum? 
GABARITO 
46 
 
47

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