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próprio com qualidade formal e política, capaz de promover o desenvolvimento. Isso só é possível mediante pesquisa como estratégia de geração de conhecimento e de promoção da cidadania. “Pesquisa significa diálogo crítico e criativo com a realidade, culminando na elaboração própria e na capacidade de intervenção” (...) é “a atitude de aprender a aprender, faz parte de um processo educativo e emancipatório”, que implica “uma atitude processual cotidiana” (Demo, 1993, p. 128). A integração no tripé ensino, pesquisa e extensão é uma preocupação de Marques (2001, p. 134), como expressa sua afirmação: A pesquisa que imaginamos alma da universidade deve fazer-se presente em toda a universidade e informá-la por inteiro. Trata-se evidentemente de níveis diferenciados de pesquisa, cada qual com suas próprias exigências de articulação e de especialização. A universidade por inteiro a pensamos como abrangente articulação de linhas institucionais programáticas de pesquisa em que se insiram projetos específicos, plurais e diferenciados [...]. A função da universidade, portanto, vai muito além da que se lhe costuma atribuir, na prática, em nosso país, a de instituição dedicada, sobretudo, à formação profissional, no segmento do ensino superior. Esta é certamente uma de suas missões, contudo o papel social da universidade é muito mais amplo e fundamental. Tem de se mostrar capaz de exer- cer ações que explorem e ampliem as fronteiras do conhecimento, gerando condições para avanços do desenvolvimento econômico e humano. Não queremos uma universidade, como expressam Luckesi et al (1991, p. 39), que seja apenas escola, em que se faça apenas ensino repetitivo, verbalístico, desvinculado da reali- dade, que não identifica e não analisa problemas concretos, não exercita a criatividade, não desenvolve o espírito crítico. Não queremos uma universidade conservadora, que não propõe inovações e que repete verdades geradas há anos em outros países e em outros con- textos socioeconômicos, sem a devida adequação ao espaço geográfico e ao contexto cultu- ral em que atua. Rejeitamos a universidade em que o professor se constitui em único sujeito do proces- so ensino-aprendizagem, ditando verdades prontas e indiscutíveis, para alunos ouvintes, receptores passivos. EaD 47 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO Então, que universidade queremos? Queremos uma universidade, como bem expressam Luckesi et al (1991, p. 40), em que a pesquisa, em sentido amplo, a avaliação crít ica, o trabalho criativo, sejam suas preocupa- ções centrais. Buscamos uma universidade em que o ensino se realize com o máximo de informações atualizadas em todos os níveis, de forma que a realidade que nos circunda seja percebida, questionada, avaliada e entendida em todos seus ângulos e relações, com rigor científico, para que possa ser transformada. Queremos uma universidade, em que professores, alunos e funcionários, com maturi- dade, competência e responsabilidade, em clima de liberdade, de reflexão, de intercâmbio de idéias, de participação em iniciativas criativas, ajam sempre como sujeitos, nunca como objetos, no desempenho de suas respectivas funções. Cabe à escola em geral e, principalmente, à universidade como objetivo fundamental de todo seu trabalho, desenvolver nos alunos as competências essenciais do cidadão e do trabalhador atual: aprender a aprender e saber pensar, para intervir de modo inovador. Em outros termos, um cidadão que contribua para a construção da sociedade brasilei- ra que se deseja: Mais democrática, solidária, justa e próspera. Em síntese, as funções do ensino superior resumem-se no trinômio ensino, pesquisa e extensão (intervenção inovadora), realizados de forma integrada e simultaneamente, histo- ricamente situados. EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 48 Operacionalmente, à semelhança do que ocorre com os universitários que realizam qualquer outro curso de formação profissional, espera-se e exige-se do estudante de Admi- nistração que: a) adquira, elabore e sistematize os conhecimentos (conceitos, teorias, enfoques, modelos de análise) básicos de cada matéria que compõe seu curso; b) desenvolva habilidades para ler analiticamente como instrumentalização para obter, sis- tematizar, assimilar criticamente uma grande quantidade de informações sobre Adminis- tração e áreas contíguas do conhecimento; c) conheça e exercite técnicas administrativas, de tal modo a assimilá-las e ter facilidade para aplicá-las no exercício de sua profissão; d) desenvolva hábitos e atitudes como: espírito crítico perante a realidade, exigência de rigor científico ou gosto pela investigação e ação metódicas, responsabilidade, busca de aprimoramento constante, iniciativa e criatividade. Um bom profissional em Administração precisa possuir um conjunto de competências, em termos de: 1) conhecimento sobre a área; 2) habilidades e 3) atitudes. O que um estudante pode esperar e deve buscar num curso superior é uma sólida formação teórica, conhecimentos consistentes sobre conceitos, teorias e técnicas, que facili- tem a análise, a compreensão de situações práticas para que possa tomar decisões mais acertadas, mais eficazes e eficientes na realização de objetivos organizacionais e, em certos limites, pessoais. Em síntese, é preciso superar o senso comum e adotar um comportamento administra- tivo caracterizado por um alto grau de rigor científico. Num mundo de mudanças acelera- das e constantes, em que o volume de informações “dobra a cada 18 meses”, sempre teremos problemas novos pela frente. É preciso que se desenvolva a capacidade para enfrentá-los. É necessário aprender a definir e analisar problemas, a exercitar a observação para a coleta e a sistematização de dados originais e a discussão de alternativas de solução. EaD 49 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO Sugestões de atividades: 1) Ler e discutir o “Perfil do Profissional que o Curso Pretende Formar”, verificar mais infor- mações sobre o administrador no site do Conselho Federal de Administração (CFA) www.cfa.org.br 2) Responder individualmente às questões: Qual seu projeto de vida? O que você quer ser? Como você pretende se realizar? 3) Faça uma análise de como é você como estudante, considerando os seguintes aspectos: Nas aulas e nas leituras, você é ativo (crítico, criativo, interessado) ou passivo (preocupado em memorizar e reproduzir o que o professor diz, sem avaliar o que está sendo proposto, preocupado apenas em obter boas notas...)? Como você vê a relação entre teoria e prática? 4) Ler outros textos sobre proposta da universidade. Ex.: Nicolini, Alexandre. Educação: os novos desafios da universidade. RAE – Revista de Administração de Empresas, São Pau- lo, v. 44, n. 1, p. 130-131, jan./mar. 2004. 5) Tomar conhecimento, analisar o projeto da universidade em que você estuda e se possível de outras universidades, conhecer sua história, suas características. Mais informações da Unijuí podem ser obtidas no site www.unijui.edu.br Seção 3.2 Processos Acadêmicos Alguns processos didático-pedagógicos são intensamente empregados no ensino su- perior, como estudo individual da leitura, estudo de caso, vivências e pesquisa. Como pessoas que vivem na era da informação, em que o conhecimento desponta como principal recurso da atual sociedade precisamos ter a consciência que a educação ao longo da vida (Delors, 1999) deve nortear nossa condição de cidadãos do mundo globalizado. E como futuros profissionais em Administração é fundamental atualizar-se constantemen- te, como sugere Marin (2000) ao referi r-se a educação continuada. EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 50 3.2.1 – ESTUDO INDIVIDUAL Como estudante você já passou pelo menos 11 anos em sala de aula. Ao ingressar no curso de Bacharelado em Administração está se propondo a dedicar no mínimo mais quatro anos para sua formação acadêmica. Ao estudante compete principalmente