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da qualidade total usa-se 5W + 1H (What? Who? When? Where? Why? How?) Diante de um assunto qualquer indaga-se: o quê?, quem?, quando?, onde?, por quê?, como?, com que recursos?, para quê?, com que conseqüências? (1) O quê? Qual é o objeto de consideração? De que se trata? O objeto pode ser um fato, um ser, um grupo de seres ou de indivíduos, um ou mais dados, relações entre fatos ou realidades. A resposta a esta questão normalmente se constitui em conceituação ou definição do objeto. Às vezes, assume a forma de descrição. Nunca se insistirá bastante na importância fundamental de iniciar por esta indagação ao se abordar qualquer assunto. Quais os indica- dores da característica? Quais os componentes, quais as variáveis abrangidas pelo modelo? (2) Quem? Trata-se de identificar o sujeito ou agente do fato ou fenômeno considerado. É fácil perceber que um mesmo fato tem significação diferente em função de seu sujeito ou agente causador. (3) Por quê? Trata-se de identificar a causalidade ou, como se prefere falar em Ciências Sociais, os fatores condicionantes ou variáveis que contribuem para que o fenômeno observado ocorra. O que o impulsiona, o que o induz ou condiciona? Qual a razão? Quais as variáveis inde- pendentes? EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 72 (4) Para quê? É a questão da finalidade ou dos resultados (objetivos) desejados. É o problema da função em biologia e em Ciências Sociais. (5) Como e com que recursos? Quais os processos ou técnicas empregadas? Quais os passos ou fases sucessivas e de que modo se dá a sua interação? Quais os meios (recursos) utilizados? Qual a estratégia? (6) Onde e quando? São as circunstâncias de tempo e de lugar, que em certos assuntos podem ser muito significativas. O histórico, ou a evolução de um processo, ou fenômeno cabe neste tópico. (7) Conseqüências Quais as tendências, melhorias, mudanças, efeitos, avanços, retrocessos, resultados, reflexos? 3.3.1.2 – Comparação, mensuração ou avaliação ou crítica ou apreciação É a identificação de semelhanças e de diferenças entre duas realidades. Fala-se comumente em estabelecer paralelos. Implica padrões ou unidades de mensuração também denominados de critérios, os quais se compara a propriedade em avaliação. Compreende as muitas formas de mensuração e de avaliação. Exemplos: Os coeficientes na análise de balanços, todas as formas de mensuração, como as escalas nominais, ordinais, de intervalo e todos os sistemas de mensuração, o IDH, a avaliação de bancos para investimentos (por pagando questionários para QI, QE, QS). EaD 73 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO A comparação pode variar muito em dificuldades e amplitudes, como as que podemos estabelecer entre duas moedas e entre duas filosofias. Para ser proveitosa e motivadora para o exercício de pensamento, a comparação preci- sa ser feita sobre aspectos básicos das realidades consideradas. E para ser autêntica a crítica ou apreciação exige a identificação dos aspectos positivos e dos negativos, bem como a explicação das razões para as avaliações feitas. 3.3.1.3 – Classificação ou estratificação É o agrupamento de elementos de um determinado universo, de acordo com caracte- rísticas ou propriedades que tais elementos possuem e que são tomadas como critérios. A classificação sistematiza e ordena, pressupõe a análise e leva à síntese. Induz a identificar relações de semelhanças e de diferenças, proporciona clareza. Uma forma de classificação é o ordenamento dado à abordagem de um assunto e que é expressa pelo sumário. Outra forma de classificação muito utilizada é a matriz ou a tabela. Classificar de acordo com a importância é priorizar. As teorias ou os modelos são classificações dos fenômenos observados. Exemplos: Pi- râmide de Maslow, Teoria de Herzberg, Teoria X e Teoria Y, Liderança Situacional, Balanço Patrimonial. Grande número de modelos ou teorias na área da Administração e em outras áreas do conhecimento tem a estrutura da matriz ou tabela, ou plano de ordenadas cartesianas. 3.3.1.4 – Indução É o processo de atribuir ou negar sentido (relações) a um conjunto de elementos obti- dos mediante alguma forma de experiência. Assim, da correta interpretação de indicadores ou sintomas chega-se à identificação de uma causa ou à definição de uma lacuna ou pro- blema. As teorias e os paradigmas constituem-se em fundamentos para as interpretações. EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 74 A interpretação de dados leva a negar ou afirmar ou a propor uma hipótese. Dependendo da disponibilidade e validade de dados tem-se mais ou menos segurança na interpretação ou inferência. Por isto, muitas vezes nas interpretações são empregados advérbios, como “provavelmente”, “talvez”, “aparentemente”. Na interpretação é muito importante aprender a respeitar os fatos e a buscá-los quan- do os que temos nos parecem insuficientes. Mais do que o conhecimento de fatos é sua interpretação que traz avanços para o conhecimento, que enriquece e amadurece as pessoas. 3.3.1.5 – Dedução É também um processo de inferência. Não parte, porém, dos fatos individualizados, do particular, mas de princípios evidentes por si mesmos, ou de teorias e leis científicas compro- vadas, ou ainda de pressupostos aceitos como verdadeiros. É o processo de pensar aplicado principalmente nas ciências matemáticas . Por meio de intuição se captam os princípios, que são evidentes por si mesmos, e pela dedução se demonstram, como verdadeiras, proposições relacionadas entre si, como conseqüências ló- gicas dos primeiros princípios. O silogismo é a forma mais comum de dedução. No caso das outras ciências, a partir de leis ou teorias aceitas como verdadeiras, com base na observação ou experimentação (objetivação) deduzem-se hipóteses, ou proposições, que deverão ser confirmadas por meio da experiência ou da observação. 3.3.1.6 – Análise Decomposição, da realidade, do fenômeno, do processo em consideração, em seus ele- mentos constitutivos, nas partes de que se compõe, identificando-se as relações entre tais elementos ou partes. EaD 75 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO A análise é uma operação de pensamento fundamental e amplamente adotada. Está implícita em outras operações de pensamento. É o que fazem os técnicos e pesquisadores em seus laboratórios, identificando e me- dindo componentes de uma substância qualquer. É o que faz o estudante quando lê um texto e identifica as idéias nele contidas, bem como as relações estabelecidas entre elas, com a preocupação de entender a mensagem do autor. Fazemos análise quando ao ler ou ouvir uma notícia identificamos os personagens, suas ações e seus motivos. Quais os indicadores nas Ciências Humanas e Sociais? Quais os componentes, as variáveis? Em Administração, especialmente em gerenciamento da qualidade total, utilizam-se muito as técnicas “Gráfico de Pareto” e “Diagrama de causa e efeito” ou “espinha de peixe” para realizar a análise de problemas ou de resultados insatisfatórios de um processo qual- quer. Análise financeira ou de balanços é outra prática muito comum em Administração. Dificilmente se exagerará ao enfatizar a importância da análise como atividade men- tal. O progresso das ciências é paralelo ao progresso nos instrumentos, técnicas e processos de análise e observação. Os laboratórios, como templos de estudo e de desvelamento dos mistérios da realidade, têm tal poder e magia exatamente porque tornam possível a realiza- ção de análises cada vez mais detalhadas e minuciosas dessa realidade. Atente-se, por exem- plo, para o poder de observação e de análise de que dispõem os cientistas de hoje, por meio dos microscópios eletrônicos, dos poderosos telescópios e tantos outros s is temas informatizados de processamento, mensuração e análise de dados. 3.3.1.7 – Síntese É um processo com sentido oposto ao da análise. Tem duas acepções bastante diferen- tes. Pode ser entendida como