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Métodos de Alfabetização APRESENTAÇÃO Diante do histórico percorrido pela educação até os dias atuais, podemos afirmar que foram instituídos diferentes métodos de ensino para a aprendizagem inicial da leitura e escrita. Com a necessidade de aprimorar esse processo, surgem os métodos de alfabetização, cada qual com suas características e especificidades, para impor algumas regras e determinações a serem seguidas pela criança, com o objetivo de atingir a condição de alfabetizada. É importante, contudo, compreender as transformações educacionais, econômicas e sociais implicadas nestes processos para, posteriormente, discutir acerca das metodologias, didáticas e especificidades de cada método individual. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar acerca dos principais métodos de alfabetização utilizados ao longo da história, que partem dos sintéticos e analíticos para o método misto e, finalmente, o construtivista. Além disso, serão apresentados e especificados outros métodos decorrentes que surgiram a partir dos sintéticos e analíticos e que possuem características diversas. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os principais métodos de alfabetização.• Analisar as especificidades do método sintético de alfabetização.• Reconhecer as especificidades do método analítico de alfabetização.• DESAFIO Ao falarmos em alfabetizar crianças e adultos no Brasil, podemos nos referir a práticas diversas de ensino da leitura e escrita, desde aquelas vinculadas ao ensino das letras, sílabas e palavras com base em métodos [...] até as que buscam inserir os alunos em práticas sociais de leitura e escrita (ALBUQUERQUE, 2012, p. 6). Pensando nisso, responda ao desafio a seguir e reflita sobre os métodos e as propostas utilizadas na alfabetização dos anos iniciais. Você é professor em uma escola da rede pública. Desde que se formou em Pedagogia, atua na alfabetização de crianças a partir da proposta do construtivismo, cujo foco principal é alfabetizar letrando. Após alguns anos trabalhando na rede pública, você recebeu uma proposta para atuar em uma escola da rede particular também no bloco de alfabetização, mais especificamente com uma turma de 1o ano. Quando foi conversar com a equipe diretiva e conhecer a proposta pedagógica da instituição, a coordenadora informou que a alfabetização das crianças acontece partindo dos métodos sintéticos e que, devido à pressão da comunidade por um ensino mais convencional, a direção achou mais pertinente investir na proposta sugerida e, inclusive, criou apostilas para os alunos, descrevendo o que e como os professores deveriam trabalhar as palavras, frases e textos em sala de aula. INFOGRÁFICO Os métodos sintéticos e analíticos se diferem no que diz respeito às unidades da língua que serão utilizadas para iniciar o trabalho de alfabetização. O infográfico a seguir pretende apresentar as principais diferenças entre os dois métodos ao se alfabetizar as crianças, visto que em ambos a concepção de leitura e escrita era vista como um processo de decodificação e codificação. CONTEÚDO DO LIVRO As situações que permeiam a educação, a prática pedagógica, a relação entre o ensino e a aprendizagem, como ocorre a alfabetização de crianças e adultos e de que forma esse processo pode ser efetivado, são discussões recorrentes de professores e profissionais da educação há décadas e se estendem até os dias atuais. Da mesma forma, a busca por um método infalível que seja efetivamente capaz de ensinar as crianças a ler e escrever também acompanha essas discussões. No capítulo Métodos na alfabetização, do livro Alfabetização e letramento, será abordada a trajetória dos principais métodos de alfabetização utilizados ao longo da história, descrevendo sua evolução com o passar dos anos, na medida em que os conhecimentos precisaram acompanhar os avanços da sociedade e das demandas sociais. O estudo parte dos métodos sintéticos, analíticos e mistos para o construtivista, sendo os dois primeiros mais aprofundados e especificados. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO Fabiola dos Santos Kucybala Métodos de alfabetização Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os principais métodos de alfabetização. Analisar as especificidades do método sintético de alfabetização. Reconhecer as especificidades do método analítico de alfabetização. Introdução Com a necessidade de aprimorar o processo de aprendizagem da leitura e da escrita, os métodos de alfabetização, cada qual com suas características e especificidades, foram criados com o objetivo de impor algumas regras e determinações a serem seguidas pela criança para atingir a condição de alfabetizada. Como você pode imaginar, os métodos foram evoluindo com o passar dos anos, na medida que os conhecimentos precisaram acompanhar os avanços da sociedade e das demandas sociais. Neste capítulo, você vai estudar os principais métodos de alfabetiza- ção utilizados ao longo da história. Eles partem dos sintéticos e analíticos para o método misto e, finalmente, o construtivista. Além disso, você vai conhecer outros métodos decorrentes que surgiram a partir dos sintéticos e analíticos e que possuem características diversas. São eles: alfabético, fônico, silábico, palavração, sentenciação e global de contos/textos. Os principais métodos de alfabetização Para conhecer os principais métodos de alfabetização, você precisa conhecer paralelamente o período histórico em que os métodos foram aplicados. Por esse motivo, é importante compreender as transformações educacionais, econômicas e sociais implicadas nesses processos para, posteriormente, discutir acerca das metodologias didáticas e especifi cidades de cada método. No entanto, antes de você se aprofundar no assunto, é importante notar que há muitos anos o cenário pedagógico e as preocupações com o ensino e a C02_Metodos_alfabetizacao.indd 1 21/05/2018 17:33:01 aprendizagem da leitura e da escrita fazem parte das discussões de educadores, que relacionam esse processo à utilização de métodos e à busca pelo melhor ou o mais eficaz deles. Mas, afinal, você sabe o que são métodos? Recorrendo ao dicionário Houaiss, entre tantos significados apresentados, se destaca este: métodos são um “conjunto de regras e princípios normativos que regulam o ensino, a prática de uma arte etc”. Ou ainda: “processo organizado, lógico e sistemático de pesquisa, instrução, investigação, apresentação etc” (MÉTODO, 2009). Diante desses apontamentos, se você pensar nos métodos na perspectiva da alfabetização, pode considerar que eles se baseiam em indicar metodologias específicas que devem ser seguidas pela criança para aprender a codificar e decodificar a leitura e a escrita. A partir dessas discussões, você pode conhecer, então, os métodos que foram utilizados ao longo dos anos para alfabetizar as crianças. Araújo (1996) destaca que os métodos sintéticos e analíticos, criados entre os séculos XVI e XVIII e se estendendo até meados de 1960, surgiram para se opor aos métodos de soletração, predominantes na Antiguidade e na Idade Média. Esses métodos de soletração eram considerados difíceis e contribuíam para os grandes índices de fracasso escolar na fase de alfabetização. Os métodos sintéticos, segundo Frade (2005), são procedimentos que partem das unidades menores para as unidades maiores. Ou seja, inicia-se pelo ensino das letras, da memorização, da decoração e do domínio do alfabeto para, posteriormente, passar às sílabas, às palavras, às frases e aos textos. Esse método em específico impossibilita que a criança avance para uma nova fase de conhecimento se não tiver, primeiro, dominado e passado por todas as etapas anteriores. Isto é, está em jogo um processo no qual a criança aprende das partes para o todo. É, portanto, um método que foca seuensino na decifração e na leitura mecânica, dando ênfase à correspondência entre o som e a grafia e utilizando como estratégia principal a percepção auditiva, por meio de exercícios de leitura em voz alta e ditados feitos pelos professores. Por ser um método de decoração e memorização, ele traz suas regras já estabelecidas, o que torna o ensino cansativo, desmotivador e com pouco significado para a criança. Afinal, as palavras utilizadas nas cartilhas já eram determinadas, apresentando pouca relevância na percepção da leitura e da escrita. O aluno, nessa concepção de alfabetização, recebe o conhecimento pronto. Porém, na maioria das vezes não compreende e possui dificuldades para produ- zir textos devido ao restrito vocabulário a que foi exposto. Em contrapartida, acredita-se que o método sintético seja positivo, devido à grande exposição da criança às repetições e regras impostas, pois ela alcança a ortografia perfeita Métodos de alfabetização2 C02_Metodos_alfabetizacao.indd 2 21/05/2018 17:33:01 mais rapidamente, visto que já conhece e domina as palavras que necessita escrever em suas atividades. Já os métodos analíticos, diferentes dos sintéticos, “[...] partem do todo para as partes e procuram romper radicalmente com o princípio da decifração” (FRADE, 2007, p. 26). Esses métodos ensinam a criança partindo das unida- des maiores para as unidades menores, ou seja, a leitura é vista como um ato global. Assim, os métodos analíticos visam a propor atividades que “[...] vão do texto à frase, da frase à palavra, da palavra à sílaba” (FRADE, 2007, p. 26). Do ponto de vista da alfabetização, o método analítico favorece que a criança se aproxime um pouco mais de sua realidade. Afinal, em vez de reconhecer primeiro as letras e as sílabas fora de contexto, o aluno tem a oportunidade de aprender a partir das palavras emitidas de forma inteira e não apenas das partes ou pedaços delas. Nessa perspectiva, os textos podiam ter sentido um pouco maior, pois a leitura não era realizada por meio da silabação. Em contrapartida, há as duas faces da moeda, visto que, por ser um método que parte da leitura de palavra por palavra, pode também trabalhar a partir de elementos isolados e com poucos significados, impossibilitando que a criança veja o texto na sua totalidade. Além disso, diferente do método sintético, no analítico os professores não exigiam que os alunos fizessem a correspondência sonora entre a fala e o texto escrito. Na maioria das atividades, eram propostos exercícios orais em que as crianças deveriam reconhecer a palavra sem pronunciá-la oralmente e eram instigadas a realizar cópias e leituras silenciosas, o que também as desestimulava e tornava o trabalho cansativo e pouco produtivo. De acordo com Mortatti ([2006]), iniciaram-se, por volta da década de 1920, os embates contrários aos métodos analíticos. Buscava-se um ensino que contemplasse o aprendizado da leitura e da escrita ao mesmo tempo. Surge então o método misto, que varia entre o analítico e o sintético e destaca-se tanto pelo ensino do todo quanto pelo ensino das partes, de forma conjunta. Nesse método, o professor escolhe se as atividades partirão das palavras, das frases ou dos textos. Mortatti ([2006]) ainda destaca que o método misto se tornou especial- mente relevante a partir de 1934, quando foram criadas as bases psicológicas de alfabetização contidas no livro Testes ABC, escrito por M. B. Lourenço Filho. Esse autor verificava a maturidade necessária para a criança aprender o processo de leitura e escrita e classificava os alunos, organizando-os em classes homogêneas, com vistas à eficácia da alfabetização. A partir dessa proposta, o ensino volta a ser visto como tradicional. O trabalho do professor, por sua vez, se baseava na produção de manuais prontos 3Métodos de alfabetização C02_Metodos_alfabetizacao.indd 3 21/05/2018 17:33:01 e cartilhas, que visavam a interligar a habilidade da leitura com a habilidade da caligrafia e da ortografia. Nessa fase, instaurou-se também o período preparatório, no qual a criança era envolvida em atividades de prontidão, de discriminação auditiva e visual, além de realizar atividades que testavam a coordenação motora por meio de exercícios com identificação e traçado das letras. Tal proposta tinha como objetivo medir as habilidades e conhecimentos das crianças relativos à leitura e à escrita. Além disso, as separava conforme a sua maturidade. Em todos os métodos apresentados, tanto nos sintéticos quanto nos analí- ticos e mistos, predominava a utilização das cartilhas, cuja proposta principal era apresentar às crianças letras, sílabas soltas, palavras, frases e textos com pouca relevância e significado no contexto em que os alfabetizandos estavam inseridos. Da mesma forma, o objetivo das cartilhas visava a abordar apenas a codificação (escrita) e a decodificação (decifração) e pouco agregava co- nhecimentos aos envolvidos. A aprendizagem do código alfabético acontecia por meio da transmissão do ensino, cuja proposta era iniciar a alfabetização partindo das unidades mais fáceis para, em seguida, apresentar as mais difíceis. Nessas concepções de métodos, acreditava-se que o aluno chegava à escola com pouco ou quase nada de conhecimento a respeito da língua. Portanto, a escola teria o papel de iniciar o processo da leitura e da escrita por meio do ensino de letras, sílabas e palavras, passando para os alunos, que eram meros receptores, as informações prontas e fora do contexto. A partir desse período, Mortatti ([2006]) destaca que houve uma descrença muito grande nos métodos para se alfabetizar. Isso ocorreu, pois os altos índices de fracasso escolar e reprovação, assim como a aprendizagem superficial a que as crianças eram submetidas, tornaram-se pontos de discussão entre os educadores que buscavam respostas e caminhos para alfabetizar de forma mais efetiva. O processo de ensino e aprendizagem passou a ser debatido e pensado sob um novo enfoque. Iniciaram-se as discussões acerca do construtivismo como forma de desmetodizar a alfabetização. Esse campo foi muito estudado por Jean Piaget, que é apontado como um dos precursores da teoria construtivista. A aprendizagem, nessa concepção, é vista como um processo contínuo de desenvolvimento, em que o conhecimento é construído pelo próprio sujeito na sua interação com o mundo, na medida em que é envolvido em situações de aprendizagens relevantes e significativas. Em meados de 1980, seguindo a linha construtivista, surgem os estudos e pesquisas de Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1985) acerca da psicogênese da língua escrita. Esses estudos reforçam que a escrita alfabética não é um Métodos de alfabetização4 C02_Metodos_alfabetizacao.indd 4 21/05/2018 17:33:01 código que se aprende a partir de métodos e atividades de memorização. Pelo contrário: a criança elabora e formula diferentes hipóteses sobre a escrita, sendo este um processo gradativo que acontece em momentos diferenciados do seu desenvolvimento. Além disso, outra questão levantada é que os processos de aprendizagem acontecem antes mesmo do ingresso da criança na escola. Isso se dá por meio da sua inserção em ambientes letrados e da sua participação em vivências e práticas sociais de leitura e escrita, de forma que o aluno interage com diferentes tipos de textos nas mais variadas atividades desenvolvidas. O ponto de partida do letramento é a convivência, o contato e a experimentação com o mundo da cultura escrita, que podem ser adquiridos nas mais variadas situações que as crianças trazem quando chegam à escola. Isso evidencia que elas estão inseridas em um contexto comunicativo de produção e compreensão das funções da língua escrita e contribui para que a escola desperte, nas novas gerações, a necessidade de utilizar a escrita socialmente, de acordo com a função para a qual foi criada. Diante dessas questões, é fundamental que você reflita que não existem métodos perfeitos, tampoucoteorias milagrosas que farão a criança aprender de forma plena. Cada indivíduo concebe o conhecimento ao seu tempo e da sua maneira. O importante é que sejam desenvolvidas metodologias de ensino que auxiliem a criança a refletir sobre a escrita alfabética, tornando-a pensante, crítica, reflexiva e questionadora. Frade (2005, p. 15) destaca que “Muitas vezes, à própria menção da palavra método, temos um comportamento intolerante, porque pensamos que essa palavra se refere a apenas um caminho para alfabetizar ou a uma fórmula inflexível”. Para que não haja retrocessos, é preciso combater aquele ensino a partir de métodos rígidos em que os professores ficam presos à mesma forma de ensinar e às mesmas práticas pedagógicas. Nesse sentido, Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1985, p. 29) destaca: “O método (enquanto ação específica do meio) pode ajudar ou frear, facilitar ou dificultar [...] A obtenção do conhecimento é um resultado da própria atividade do sujeito”. Assim, é importante que a escola pense em intervenções que ajudem a criança a aprender de forma conjunta, tornando-a um sujeito capaz de formular hipóteses, discutir e ser “intelectualmente ativo”. 5Métodos de alfabetização C02_Metodos_alfabetizacao.indd 5 21/05/2018 17:33:02 É necessário, portanto, relacionar o momento atual da educação às discus- sões de problemática social que permeiam o cenário educacional. Isso princi- palmente no que diz respeito ao fato de que não existe uma ideia definitiva ou limitada acerca das metodologias, apenas a busca por caminhos que levem a criança a se alfabetizar a partir de conteúdos mais complexos e significativos. As especificidades do método sintético de alfabetização Albuquerque (2012) destaca que o método sintético de ensino surgiu por volta do século XVII. Nesse período, a leitura e a escrita passaram a ter maior importância frente às mudanças históricas que a sociedade vivia. Como a grande maioria da população não dominava o código escrito, iniciaram-se as discussões acerca de um método que contemplasse a decodifi cação como forma de expandir a escolarização ao restante da população, focando, assim, na prática escolar da leitura. Surge aí o método sintético, que se baseia no ensino da leitura e da deci- fração de forma mecânica. O objetivo principal desse processo é que a criança faça a correspondência entre o oral e o escrito por meio do aprendizado de unidades menores para unidades maiores (FERREIRO; TEBEROSKY, 1985). O aluno, nesse contexto, aprende primeiro as letras, partindo para as sílabas e as letras dentro de cada sílaba, para depois, finalmente, chegar à leitura da palavra. Até que todo esse processo aconteça, a criança é submetida a uma gama de atividades de memorização e decoração de letras e traçados, como forma de garantir um aprendizado mais efetivo. As cartilhas ou livros utilizados durante esse período eram um dos princi- pais recursos que o professor tinha à sua disposição, sendo também o primeiro contato da criança com algum material impresso. Para compreender melhor o método sintético, você deve conhecer as três fases distintas que são carac- terizadas a partir dos métodos alfabético, fônico e silábico. Método alfabético No método alfabético, também chamado de método de soletração e método ABC, a unidade partia do ensino, da decoração e da memorização oral das letras do alfabeto. Primeiro, as letras eram apresentadas na ordem alfabética, depois no sentido inverso e, posteriormente, havia o reconhecimento das letras isoladas. Métodos de alfabetização6 C02_Metodos_alfabetizacao.indd 6 21/05/2018 17:33:02 A etapa seguinte era apresentar a forma gráfica das letras. Conforme ia aumentando o conhecimento da criança, as sequências iam atingindo graus maiores de dificuldade. Partia-se então para o estudo e a formação das sílabas que eram soletradas e decoradas pelos alunos para fazer as combinações silá- bicas. Nessa etapa, a criança apenas memorizava e não estabelecia a relação entre a escrita e a fala. Segundo Frade (2007), as famílias silábicas eram apresentadas para as crianças de forma que elas pudessem fazer todas as combinações possíveis. Havia também a estratégia de que as letras e sílabas fossem cantadas e me- morizadas. Assim, o processo se tornava lento e pouco representativo para a criança. Carvalho (2005, p. 22) ainda complementa que o método alfabético “[...] baseia-se na associação de estímulos visuais e auditivos, valendo-se da memo- rização como estímulo didático — o nome da letra é associado à forma visual, as sílabas são aprendidas de cor e com elas se formam palavras isoladas”. Nesse sentido, você pode considerar que as palavras eram apresentadas e trabalhadas fora do contexto, sem haver relação entre elas. De acordo com os estudos de Frade (2007), até os dias de hoje, regiões como o Nordeste, por exemplo, utilizam esse método para alfabetizar. Seja na alfabetização doméstica, realizada pelos familiares, seja na educação levada a cabo por professores leigos e com pouca formação, ainda há o emprego e os estudos repetitivos que partem das cartas de ABC e que possuem como fundamento o ensino partindo das letras. Método fônico No método fônico, a unidade de ensino parte dos sons e tem como principal objetivo estabelecer a relação entre a letra e o som que ela representa. A união da consoante com a vogal auxilia a criança a trabalhar a pronúncia das sílabas que estão sendo formadas, relacionando a palavra falada à escrita. Num primeiro momento, por possuírem nomes e sons iguais, eram tra- balhadas as vogais, depois palavras formadas apenas por elas. No segundo momento, eram apresentadas as consoantes e as formas mais complexas dos seus sons dentro da palavra. Para Frade (2007, p. 23), o objetivo do método fônico é fazer a relação de que: “Cada letra (grafema) é aprendida como um fonema (som), que, junto a outro fonema, pode formar sílabas e palavras”. A partir da formação das palavras, surgem as frases e os textos. Esse método é muito utilizado nos dias de hoje e possui suas vantagens e desvantagens. Entre as vantagens está o fato de que, se o aluno compreender 7Métodos de alfabetização C02_Metodos_alfabetizacao.indd 7 21/05/2018 17:33:02 a relação entre as letras e os fonemas, haverá uma correspondência direta que será decifrada mais rapidamente, sem oferecer maiores dificuldades. Isso se dá principalmente quando é preciso escrever palavras com P, B, T, D e V, por exemplo, nas quais os fonemas representam a escrita das letras. Em contrapartida, algumas consoantes, para terem seus sons identificados, precisam do apoio de uma vogal, mesmo que ela fique oculta na hora da pronúncia. Um exemplo é o fonema /m/, que necessita de um mê para ser referenciado. Entre as desvantagens está o fato de que as letras podem apresentar dife- rentes sons e fonemas conforme a posição que ocupam na palavra. Assim, esse processo de transição até que a criança chegue ao nível ortográfico se torna mais lento. Outra questão são as variações quanto à pronúncia das palavras, que trazem confusões na hora da escrita, pois uma mesma palavra é falada de uma forma e escrita de outra. Como você sabe, o sotaque e as variações da língua conforme cada região do país influenciam essas inconstâncias. O método fônico, nesse sentido, tem o objetivo de fazer com que a criança demonstre compreensão dos padrões regulares de correspondência entre o som e a soletração, entre os fonemas e os grafemas. A ideia é que, a partir desse domínio, possa identificar os sons e realizar a leitura de palavras. Método silábico O método silábico ou de silabação, segundo Frade (2005), tinha como ponto de partida a união entre a consoante e a vogal para formar as sílabas. No entanto, como em métodos anteriores, as unidades eram apresentadas à criança das mais fáceis para as mais difíceis. Iniciava-se pelo ensino das vogais e encon- tros vocálicos, e os professores faziam as relações entre a letra e as palavrascomeçadas com ela a partir de ilustrações. Por exemplo, “A de árvore”, “E de escada”. Posteriormente, eram sistematizadas as sílabas simples, também utilizando o mesmo enfoque, porém agora no destaque das sílabas iniciais dentro da palavra, como “PA de panela”, “MA de maçã”. A partir dessa introdução, eram trabalhadas as famílias silábicas da sílaba que estava em destaque na palavra, ou seja, se a sílaba que estava sendo aprendida era PA de panela, partia-se para o estudo da família pa/pe/pi/po/pu e para a formação de novas palavras. Nesse sentido, quando a criança era instigada a escrever alguma palavra, ela precisava primeiro se remeter à família silábica que a representava. Por exemplo, ao escrever a palavra “banana”, ela deveria pensar na família do B (ba/be/bi/bo/bu) e na família do N (na/ne/ni/no/nu). Métodos de alfabetização8 C02_Metodos_alfabetizacao.indd 8 21/05/2018 17:33:02 O ensino das famílias silábicas compostas por essas letras era apresentado à criança de forma que a sílaba era indicada e estudada sistematicamente. A partir do estudo das famílias, partia-se para a formação de palavras, frases e textos que continham as sílabas já trabalhadas anteriormente. Hoje, o método silábico é utilizado, por exemplo, nos silabários simples, que servem para a fixação das famílias silábicas pelas crianças (Figura 1). Figura 1. Silabário simples. Fonte: Plano... (2016). Os apoiadores do método silábico acreditavam que o processo acontecia de forma mais concreta e rápida, pois se estabelecia a relação entre os seg- mentos da fala e da escrita. As cartilhas com o método silábico tinham como conteúdo palavras que partiam da sílaba trabalhada. Dentro dessa letra, eram apresentadas então várias palavras, frases e textos em que a sílaba ensinada 9Métodos de alfabetização C02_Metodos_alfabetizacao.indd 9 21/05/2018 17:33:02 ganhava destaque. Essas palavras, na maioria das vezes, não tinham sentido dentro do texto, pois a preocupação maior era que as famílias silábicas pudes- sem ser trabalhadas e evidenciadas pelas crianças. Os textos e histórias eram artificiais, sem relação com os usos sociais, e tinham o propósito de trabalhar e treinar o ensino das sílabas de forma mecanizada. Nesse sentido, os métodos sintéticos, sejam eles alfabéticos, fônicos ou silábicos, têm como proposta a progressão das unidades menores para as mais complexas. Além disso, privilegiam a aprendizagem das partes para o todo por meio da decodificação, da análise fonológica e da relação entre letras e sons. Você pode perceber, no entanto, que os métodos da marcha sintética são inflexíveis e tendem a desconsiderar os usos e funções sociais da escrita, dando pouca importância ao sentido que os textos têm no contexto da criança. As especificidades do método analítico de alfabetização No combate aos métodos sintéticos de alfabetização, surgem os métodos analíticos. Sua fi nalidade é romper com o princípio da decifração e ensinar a criança a perceber do todo para as partes, ou seja, a analisar de forma global a palavra, a frase ou o texto para, posteriormente, considerar e decompor as unidades menores. A principal estratégia perceptiva dos métodos analíticos, segundo Frade (2007), é a visual. A ideia é que o aluno compreenda o sentido de um texto, utilize a pontuação e a ortografia e tenha como ponto de partida um contexto mais próximo da sua realidade. Quando considerada essa totalidade, o processo de alfabetização deixa de ser abstrato e se tornar mais significativo. Assim, o professor deve apresentar às crianças as palavras, frases ou textos explorando-as o maior tempo possível, para só depois analisar e decompor as partes. Para entender melhor o método analítico, veja a seguir as três fases distintas desse método: palavração, sentenciação e global de contos. Método da palavração É um método que se inicia a partir da apresentação da palavra, normalmente ilustrada e vinculada ao universo da criança. O objetivo disso é estabelecer relações entre a grafi a e a representação da imagem. Quando o método era aplicado, as palavras eram lidas e escritas diversas vezes até serem memorizadas. Somente a partir dessa escrita é que elas eram divididas Métodos de alfabetização10 C02_Metodos_alfabetizacao.indd 10 21/05/2018 17:33:02 silabicamente, estudadas e relacionadas a palavras novas que contivessem as sílabas vistas anteriormente. Com base nas palavras e no estudo das sílabas, partia-se para a relação entre grafema e fonema, em que a criança percebia os sons que representavam cada unidade. A etapa seguinte era a formação das frases com essas palavras e de textos com as frases trabalhadas. A diferença entre o método da palavração e o método silábico de marcha sintética, segundo Frade (2005), é que as palavras não têm a obrigatoriedade de ser decompostas no início do processo. Pelo contrário, elas primeiro precisam ser compreendidas e reconhecidas para depois serem esmiuçadas. Além disso, na palavração não existia a lógica de que deveria iniciar-se a alfabetização pelas palavras mais fáceis. O que se levava em consideração era se as palavras apresentavam sentido e significado para os alunos. Para exemplificar o método da palavração, considere a palavra “boca”. Num primeiro momento, a palavra será analisada em sílabas (bo-ca). A partir dessa análise, é desenvolvido o trabalho com as famílias silábicas perten- centes à palavra (ba/be/bi/bo/bu), chegando-se enfim à aprendizagem das letras (b-o-c-a). Frade (2005) aponta, entre as desvantagens da palavração, as dificuldades enfrentadas pelos alunos para escrever palavras novas, visto que não era incentivada a análise e o reconhecimento das partes. Método da sentenciação Frade (2007) aponta que, no método de sentenciação, a aprendizagem toma como partida a utilização da sentença ou da frase que, depois de contextua- lizada, é dividida e decomposta em palavras. Posteriormente, são abordados os elementos mais simples e as unidades menores, as sílabas. As frases, assim como no método da palavração, são formadas e levam em consideração o contexto do aluno. Depois de as frases serem apresentadas, ocorre a leitura e a escrita delas, o que envolve um processo de memorização. Dentro de cada sentença, observa-se as semelhanças entre as palavras, comparando-as entre si, tendo como objetivo a formação de grupos com novas palavras. Somente depois desse processo é que são introduzidas as sílabas e as relações entre fonemas/grafemas. Método global de contos O método global de contos, textos ou historietas, segundo Frade (2007), toma como ponto de partida o reconhecimento global do texto, que, assim 11Métodos de alfabetização C02_Metodos_alfabetizacao.indd 11 21/05/2018 17:33:03 como nos métodos anteriores, precisa ser memorizado durante um período de forma que seja lido, escrito e compreendido. Para isso, eram apresentados aos alunos cartazes ou pré-livros com partes de um texto ou textos completos que fossem signifi cativos para eles. Após essa apresentação e um convívio maior do aluno com o texto, este era desmembrado em frases ou sentenças, partindo-se para o reconhecimento das palavras e, fi nalmente, das sílabas e letras. Todo esse processo acontecia de forma mais lenta, pois, caso esse método fosse apresentado apressadamente, as unidades menores poderiam não ter sentido para a criança. Nesse método, por haver a necessidade de trabalhar iniciando-se pelos textos, as cartilhas foram deixadas em segundo plano. Os textos deveriam ser escolhidos a partir de temas relevantes para o universo infantil, considerando, nesse sentido, o “todo” como algo concreto e palpável de ser apreendido. Iniciou-se então a produção de livros e cartazes que serviriam como material de apoio para o trabalho do professor. Há quem diga que o método global proporciona à criança maior reconhe- cimento e uma aprendizagem mais significativa, visto que o ensino da leitura acontece antes mesmo de a criançaconhecer as partes menores ou o nome das letras. Em contrapartida, há também quem defenda que nesse método a criança não aprende realmente a ler; ela apenas decora os textos trabalhados em sala de aula, descobrindo o que está escrito. No que diz respeito à tentativa de a criança decodificar e realizar a leitura, acreditava-se que era um processo que acontecia com mais rapidez por partir de palavras conhecidas e que tinham como foco a memorização global. No entanto, alguns questionamentos surgiam, principalmente quando se pensava na aprendizagem efetiva dos alunos, pois o professor deveria saber identificar se o processo de leitura está realmente acontecendo, ou se aula está apenas servindo como um momento para decorar textos e histórias ou recitar palavras. Pensando, então, nos métodos de marcha analítica estudados até aqui, é importante você notar que todos têm como enfoque a compreensão do sen- tido da aprendizagem a partir do reconhecimento do todo. Assim, têm como vantagem a possibilidade de a criança realizar, desde seu primeiro contato com o processo de escolarização, a leitura de palavras, frases ou textos que tenham significado para ela. Como você pode imaginar, se não for conduzido e orientado corretamente pelo professor, esse processo pode tornar-se um ponto de dificuldade para o aluno, correndo-se o risco de perder o sentido diante da apresentação de novas palavras. Métodos de alfabetização12 C02_Metodos_alfabetizacao.indd 12 21/05/2018 17:33:03 ARAÚJO, M. C. de C. S. Perspectiva histórica da alfabetização. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 1996. ALBUQUERQUE, E. B. C. de. Concepções de alfabetização: o que ensinar no ciclo de alfabetização. In: BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Pacto Nacional pela Alfabe- tização na Idade Certa: currículo na alfabetização: concepções e princípios: ano 1: unidade 1. Brasília: MEC, 2012. CARVALHO, M. Alfabetizar e letrar: um diálogo entre a teoria e a prática. Rio de Janeiro: Vozes, 2005. FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985. FRADE, I. C. A. da S. Métodos de alfabetização, métodos de ensino e conteúdos da alfabetização: perspectivas históricas e desafios atuais. Educação Santa Maria, v. 32, n. 1, 2007. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/index.php/reveducacao/article/ viewFile/658/469>. Acesso em: 17 maio 2018. FRADE, I. C. A. da S. Métodos e didáticas de alfabetização: história, características e modos de fazer de professores: caderno do professor. Belo Horizonte: Ceale, 2005. Disponível em: <http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/files/uploads/Col.%20 Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o%20e%20Letramento/Col%20Alf.Let.%2008%20Meto- dos_didaticas_alfabetizacao.pdf>. Acesso em: 17 maio 2018. MÉTODO. In: HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. MORTATTI, M. R. L. História dos métodos de alfabetização no Brasil. [2006]. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/alf_mortattihisttextalfbbr. pdf>. Acesso em: 17 maio 2018. PLANO de aula e silabário simples. In: Alfabetização e letramento. 2016. Disponível em: <http://alfabetizacaoeletramentouva.blogspot.com.br/2016/04/silabario-simples. html> Acesso em: 17 maio 2018. Leituras recomendadas MENDONÇA, O. S. Percurso histórico dos métodos de alfabetização: conteúdo e di- dática de alfabetização. 2011. Disponível em: <https://acervodigital.unesp.br/han- dle/123456789/40137>. Acesso em: 17 maio 2018. SOARES, W. Quando os especialistas pararem de gritar uns com os outros, o problema da alfabetização estará resolvido. Nova Escola, mar. 2017. Disponível em: <https:// novaescola.org.br/conteudo/4850/alfabetizacao-polemicas-metodo-fonico-idade- -certa>. Acesso em: 17 maio 2018. 13Métodos de alfabetização C02_Metodos_alfabetizacao.indd 13 21/05/2018 17:33:03 DICA DO PROFESSOR Na Dica do Professor, você vai conhecer um pouco sobre a trajetória dos métodos de alfabetização na educação. Serão também destacados os períodos em que cada método foi utilizado, bem como a forma como acontecia o processo de leitura e escrita, além das especificidades e diferenças entre si. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Diante do histórico percorrido pela educação até os dias atuais, podemos afirmar que foram instituídos diferentes métodos de ensino para a aprendizagem inicial da leitura e escrita. Marque a alternativa correta que destaca quais métodos de alfabetização estiveram presentes no cenário educacional: A) Analítico, fônico e psicogênese da língua escrita. B) Sintético, alfabético, fônico e silábico. C) Sintético, analítico, misto e construtivismo. D) Palavração, sentenciação e global de contos. E) Silábico, global e construtivismo. 2) Sobre os métodos analíticos, é correto afirmar que: A) os métodos partem do todo para as partes e rompem os princípios da decifração. B) visam estabelecer a memorização, a decoração e o domínio de letras e palavras fora de contexto. C) partem das unidades menores para as unidades maiores, ou seja, inicia-se pelo ensino das letras, sílabas, palavras, frases e textos. D) iniciam-se partindo das palavras mais fáceis para as mais complexas. E) utilizam exclusivamente as cartilhas e têm como estratégia a percepção auditiva. 3) O período preparatório envolvia a criança em atividades de prontidão, de discriminação auditiva e visual, além das que testavam a coordenação motora por meio de exercícios com identificação e traçado das letras. Assinale a alternativa que destaca corretamente o objetivo deste período: A) Padronizar o ensino e facilitar a utilização das cartilhas. B) Ensinar a criança a escrever corretamente as palavras. C) Aprimorar e incentivar as práticas de leitura e escrita. D) Avaliar somente a maturidade da criança para avançar para as etapas posteriores. E) Medir as habilidades e osconhecimentos das crianças relativos a leitura e escrita. 4) Até meados de 1980, a discussão acerca dos métodos mais eficazes para se alfabetizar voltava-se para os sintéticos, analíticos e mistos. No que se baseava a concepção de leitura e escrita para todos eles? A) Aprendizagem de práticas sociais de letramento. B) Decodificação e codificação, a partir do recebimento de informações prontas. C) Uso social e significativo da cultura escrita. D) Inserção da criança em ambientes alfabetizadores. E) Promoção de atividades diversificadas que estimulem a intepretação oral e escrita. 5) O método sintético é considerado um dos métodos mais antigos de alfabetização. No que se fundamenta a sua proposta? A) Na utilização de palavras significativas pertencentes ao contexto da criança. B) No ensino da leitura e da decifração de forma mecânica. C) Na correspondência entre o todo e as partes, tendo como ponto de partida as unidades maiores. D) A criança elabora e formula diferentes hipóteses sobre a escrita. E) Os processos de aprendizagem acontecem antes mesmo do ingresso da criança à escola. NA PRÁTICA A partir da criação dos métodos sintéticos e analíticos, surgiu a necessidade de se pensar em um material que servisse como apoio ao trabalho do professor e que ensinasse a leitura e a escrita. Como muitas crianças não tinham contato com livros em casa, era na escola que elas poderiam manusear e experimentar os materiais escritos. As cartilhas, nessa perspectiva, surgem como um modo de trabalho, compostas por lições e atividades que deveriam ser resolvidas pelo aluno, mas que apresentavam um nível superficial da linguagem, visto que tinham como objetivo a codificação e decodificação. Diante desses apontamentos, serão apresentadas algumas das cartilhas utilizadas ao longo da história dos métodos e que serviram como base para a alfabetização inicial de muitas crianças e adultos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto,veja abaixo as sugestões do professor: Revista Nova Escola: entrevista com a professora Catherine Snow, de Harvard A revista Nova Escola realiza uma entrevista com a professora de Harvard Catherine Snow, que defende que superar as polêmicas sobre os métodos de ensino é fundamental para garantir a aprendizagem. Além disso, ela fala sobre a melhor idade para alfabetizar e o que cabe à pré- escola na alfabetização. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Das primeiras letras aos multiletramentos: caminhos da história O infográfico Das primeiras letras aos multiletramentos: caminhos na história brasileira convida à retomada das tendências e práticas do ensino-aprendizado da língua escrita em nossa história, desde o advento da República (final do século XIX). Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Percurso histórico dos métodos de alfabetização Neste artigo é possível traçar os caminhos que o ensino da língua inicial e os métodos percorreram, além de perceber as peculiaridades e especificidades em cada momento distinto. A autora, neste sentido, aponta os quatro períodos em que essa história é dividida, descrevendo-os detalhadamente. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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