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NEOPLASIAS ➔ Conceitos ➢ É um processo de “novo crescimento” no qual células normais sofrem alterações genéticas irreversíveis, que as tornam não responsivas aos controles ordinários do crescimento exercidos a partir de células “transformadas” ou por células circundantes “normais”. ➢ Com a contínua proliferação as células se expandem além dos seus limites anatômicos normais ➢ Tumores benignos (“inofensivos”) não invadem o tecido circundante ou se disseminam para novas localizações anatômicas no interior do corpo ➢ Tumores malignos (“nocivos”), se deixados sem tratamento, invadem localmente, se disseminam através de metástases (“mudança de local”) e, finalmente, matam o animal ao interferirem com funções corporais fundamentais. ➔ Alterações pré-neoplásicas ➢ O desenvolvimento tumoral é um processo gradativo ➢ hiperplasia, hipertrofia, metaplasia e displasia ● indicam um aumento do risco ou da probabilidade de progressão para uma neoplasia no tecido afetado ➢ Anaplasia é o termo usado para descrever a perda da diferenciação celular e a reversão para características morfológicas celulares mais primitivas; a anaplasia frequentemente indica uma progressão irreversível para a neoplasia ● desdiferenciação ou perda de diferenciação estrutural e funcional das células normais. ➔ Características tumorais ➢ Diferenciação e Anaplasia ● A diferenciação refere-se à extensão na qual as neoplasias se assemelham às células parenquimatosas de origem, tanto morfologicamente como funcionalmente ● A perda da diferenciação é denominada anaplasia. ➢ Em geral, as neoplasias benignas são compostas por células bem diferenciadas que se assemelham estreitamente com suas contrapartes normais. ➢ Em tumores benignos bem diferenciados, normalmente as mitoses são raras e sua configuração é normal ➢ Neoplasias malignas, que são compostas por células indiferenciadas, são denominadas anaplásicos, uma característica que é um marcador confiável de malignidade ● Células Anaplásicas: ❖ Pleomorfismo ❖ Anormalidades nucleares, consistindo em extremamente hipercromáticos (coloração escura), com variação no tamanho e forma nuclear, nucléolo único ou múltiplos e proeminentes. ❖ O aumento do tamanho do núcleo pode resultar em aumento da proporção núcleo-citoplasma que pode se aproximar de 1:1, em vez do normal (1:4 ou 1:6). Os núcleos podem atingir tamanhos surpreendentes, às vezes aproximando-se do diâmetro dos linfócitos normais. ❖ Células tumorais gigantes podem ser formadas. Elas são consideravelmente maiores que suas vizinhas, podem apresentar um núcleo enorme ou vários núcleos. ❖ Mitoses atípicas, que podem ser numerosas. Múltiplos fusos anárquicos podem produzir figuras mitóticas tripolares ou tetrapolares ❖ Perda de polaridade, de forma que as células anaplásicas perdem a capacidade de reconhecer os padrões de orientação umas com as outras. ❖ As células anaplásicas são células pobremente diferenciadas com uma ampla variação do tamanho celular (anisocitose) e da forma (pleomorfismo). Em alguns tumores, células tumorais gigantes bizarras com núcleos muito grandes (cariomegalia) ❖ extrema variabilidade do tamanho nuclear (anisocariose) ❖ Os núcleos anaplásicos frequentemente possuem uma coloração escura (hipercromasia) ● células tumorais anaplásicas são menos propensas a manter as atividades funcionais especializadas ➢ Invasão local ● O crescimento dos cânceres é acompanhado por infiltração progressiva, invasão e destruição dos tecidos circundantes, enquanto a maioria dos tumores benignos cresce como massas expansivas coesas que permanecem localizadas nos seus locais de origem ● Como os tumores benignos crescem e se expandem lentamente, geralmente desenvolvem uma borda de tecido fibroso comprimido ● A encapsulação cria um plano de tecido que torna o tumor bem-definido, facilmente palpável, móvel (não fixo). ● Alguns tumores benignos não são encapsulados nem nitidamente definidos ● Juntamente com o desenvolvimento das metástases, a invasividade é a característica que distingue mais facilmente os cânceres dos tumores benignos ➢ Metástase ● disseminação de um tumor para locais que são anatomicamente distantes do tumor primário ● Em geral, quanto mais anaplásica e maior for a neoplasia primária, mais provável é a disseminação metastática ● s neoplasias malignas disseminam-se por uma das três vias: ❖ semeadura dentro das cavidades do corpo ❖ disseminação linfática ❖ Disseminação hematogênica. ● A disseminação linfática é mais típica dos carcinomas, enquanto a disseminação hematogênica é favorecida pelos sarcomas. ● O padrão de envolvimento dos linfonodos depende principalmente do local da neoplasia primária e das vias naturais de drenagem linfática local. ➔ Nomenclatura ➢ os tumores benignos são designados pelo acréscimo do sufixo -oma ao tipo celular do qual eles se originam ➢ Neoplasias malignas que se originam de tecidos mesenquimais “sólidos” ou seus derivados são chamadas sarcomas ➢ as neoplasias malignas das células epiteliais são chamadas carcinomas ➔ Tumores Benignos ➢ geralmente são expansivos e podem comprimir o tecido adjacente ➢ são compostos por células em proliferação ➢ Características morfológicas e função bem-diferenciadas ➢ Estrutura semelhante à do tecido de origem ➢ Pouca ou nenhuma anaplasia ➢ Expansão lenta e progressiva ➢ Raras figuras de mitose ➢ Figuras de mitose normais ➢ Pouca necrose ➢ Ausência de invasão ➢ Crescimento coeso e expansível ➢ Cápsula frequentemente está presente ➢ Ausência de metástase ➔ Tumores Malignos ➢ Os tumores malignos geralmente são invasivos. ➢ As alterações da adesividade, da motilidade e da produção de protease celular permitem que as células tumorais deixem a massa tumoral e penetrem no tecido circundante. ➢ independentes dos controles regulatórios de crescimento local e adquirir um suprimento sanguíneo independente ➢ Os tumores malignos possuem um potencial essencialmente ilimitado de replicação. ➢ são relativamente independentes das moléculas exógenas estimulatórias do crescimento e são insensíveis aos sinais inibitórios do crescimento provenientes do seu ambiente. ➢ estimulam uma acentuada angiogênese (a formação de novos vasos sanguíneos), o que assegura uma nutrição tumoral adequada e promove a invasão tumoral e as metástases. ➢ Características morfológicas e função pobremente diferenciadas ➢ Algumas vezes pouco claro qual o tecido de origem ➢ Graus variáveis de anaplasia ➢ Crescimento rápido ➢ Figuras de mitose frequentes ➢ Figuras de mitose anormais ➢ Necrose se houver um suprimento sanguíneo insuficiente ➢ Invasão local ➢ Crescimento infiltrativo ➢ Cápsula frequentemente ausente ou incompleta ➔ Diferenciação ➢ Morfologia ● Os tecidos neoplásicos perdem essas características diferenciadas maduras de morfologia e organização celular. ● As células neoplásicas frequentemente exibem uma considerável variabilidade morfológica quando comparadas ao tecido normal do qual se originaram ● As figuras mitóticas observadas nas células em divisão podem ser numerosas e figuras mitóticas atípicas podem estar presentes. ● Muitas células tumorais apresentam um citoplasma basofílico ● As células neoplásicas frequentemente exibem perdas de características citoplasmáticas tais como cílios ou pigmentos ● a organização do tecido normal é frequentemente perdida. ➢ Função ● A perda da função especializada frequentemente acompanha a perda das características morfológicas diferenciadas em tumores. ● Contudo, em alguns tumores, aspectos da função normal podem ser conservados. ● funções não são mais adequadamente reguladas porque as células neoplásicas perderam a sua responsividade e a dependência das vias regulatórias normais ➔ Proliferação ➢ Crescimento TUMORAL ● As células neoplásicas escapam dos limites normais da divisão celular, se tornam independentes do crescimento externo estimulatório e de fatores inibitórios, perdendo a sua susceptibilidade aos sinais apoptóticos. ● desequilíbrio entre a produção celular e a perda celular e em um aumentolíquido do tamanho tumoral ➢ Divisão Celular ● G1 (pré-síntese), S (síntese de DNA), G2 (pré-mitótico) e M (mitótico). ● As células quiescentes estão em uma condição fisiológica denominada G0 ● Em resposta à lesão do DNA, mesmo as células normais em divisão ativa sofrem parada do ciclo, geralmente em um dos vários pontos de verificação do ciclo celular. ● parada do ciclo celular é iniciada pelo produto do gene supressor funcional multifuncional p53 e dá à célula tempo para reparar o DNA ● uma vez que as células tumorais não sofrem parada do ciclo celular após a lesão do DNA, elas progressivamente acumulam lesões potencialmente mutagênicas do DNA ● os fatores de crescimento traduzem sinais que estimulam a progressão ordenada das células pelas várias fases do ciclo celular ● Os complexos CDK-ciclina fosforilam proteínas-alvo cruciais que conduzem as células adiante pelo ciclo celular. ● Os inibidores de CDK (CDKIs), dos quais há muitos, silenciam as CDKs e exercem controle negativo sobre o ciclo celular. ● Existem dois pontos de controle principais do ciclo celular, um na transição G1/S e o outro na transição G2/M, sendo cada um deles rigorosamente regulado por um equilíbrio entre fatores promotores do crescimento e fatores de supressão do crescimento, bem como por sensores de danos ao DNA ● Se forem ativados, esses sensores de dano ao DNA transmitem sinais que detêm a progressão pelo ciclo celular e, se o dano celular não puder ser reparado, iniciam a apoptose. ➔ Mutações ➢ As mutações condutoras alteram a função dos genes do câncer e, assim, contribuem diretamente para o desenvolvimento ou progressão de um determinado câncer ➢ as mutações passageiras são mutações adquiridas neutras em termos de adequação da célula cancerígena e que, portanto, podem não afetam o comportamento celular ➢ As mutações pontuais podem ativar ou inativar os produtos proteicos dos genes afetados, dependendo da sua posição precisa e consequência ● As mutações pontuais que convertem os proto-oncogenes em oncogenes geralmente causam ganho de função, a partir da alteração de resíduos de aminoácidos em um domínio que normalmente mantém a atividade da proteína sob controle. ➢ Os rearranjos de genes podem ser causados por translocações ou inversões cromossômicas ➢ As deleções consistem em outra anormalidade prevalente nas células tumorais. A eliminação de regiões específicas de cromossomos pode resultar na perda de determinados genes de supressão de tumor ➢ Os proto-oncogenes podem ser convertidos em oncogenes por amplificação de genes, com consequente superexpressão e hiperatividade de outras proteínas normais. ➢ Aneuploidia é definida como um número de cromossomos que não é um múltiplo do estado haplóide; ➢ Os genes supressores de tumor e os genes de reparo de DNA também podem ser silenciados por alterações epigenéticas, que envolvem alterações reversíveis e hereditárias na expressão gênica que ocorrem não por mutação, mas pela metilação do promotor. ➔ Carcinogênese ➢ processo de múltiplas etapas decorrente do acúmulo de inúmeras alterações genéticas que geram coletivamente o fenótipo transformado e todas as características associadas, discutidas mais adiante. ➢ Iniciação ● a introdução de uma alteração genética irreversível nas células normais através da ação de um agente iniciante ou iniciador. ● Os iniciadores são carcinógenos químicos ou físicos que danificam o DNA. ● pelo menos um único ciclo de replicação do DNA é necessário para que a alteração genética se torne permanente ● As células iniciadas podem ter um aspecto morfologicamente normal ➢ Promoção ● o crescimento das células iniciadas em resposta a estímulos seletivos. ● agentes de promoção ou promotores, resulta em proliferação ● Os promotores não são mutagênicos; ao invés disso, eles podem criar um ambiente proliferativo no qual as células iniciadas possuem uma vantagem de crescimento. ➢ Progressão ● um tumor benigno evolui em um tumor progressivamente maligno em um processo denominado transformação maligna ● envolve tanto alterações genéticas quanto epigenéticas nas células tumorais, assim como as alterações no ambiente tumoral que seleciona clones progressivamente mais malignos ➢ Autossuficiência nos sinais de crescimento ● A autossuficiência de crescimento que caracteriza as células cancerosas geralmente é fruto de mutações de ganho de função que convertem proto-oncogenes em oncogenes. ● Os oncogenes codificam proteínas chamadas oncoproteínas que promovem o crescimento celular, mesmo na ausência de sinais normais de promoção do crescimento. ➢ Insensibilidade aos sinais inibitórios de crescimento ● Os cânceres podem secretar seus próprios fatores de crescimento ou induzir células estromais a produzir fatores de crescimento no microambiente tumoral. ● Muitos dos inúmeros receptores do fator de crescimento funcionam como oncoproteínas quando são mutados ou apresentam superexpressão ● A consequência final da sinalização através de oncoproteínas, como a RAS ou a ABL, é estimulação inadequada e contínua de fatores de transcrição nucleares que impulsionam a expressão de genes que promovem o crescimento ➢ Alteração do metabolismo celular ➢ Evasão da apoptose ➢ Potencial replicativo ilimitado (imortalidade) ➢ Angiogênese sustentada ➢ Capacidade de invasão e metástase ➢ Evasão da vigilância imune
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