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Nathalia de Tarso Classificação do Tratamento Cirúrgico Definição ↣ De acordo com o momento operatório, a finalidade da cirurgia, o risco cardiológico ao qual o paciente é submetido, a duração da cirurgia e o potencial de contaminação. Momentos Operatórios A determinação do momento propício à realização da cirurgia depende da evolução do quadro clínico e da avaliação das vantagens e desvantagens da espera em relação às condições do paciente. ↣ Cirurgias de emergência: em virtude da gravidade do quadro clínico do paciente, exigem intervenção imediata. Como hemorragias, perfuração de vísceras por trauma, ferimento por arma branca ou arma de fogo. ↣ Cirurgias de urgência: intervenção mediata, podendo aguardar algumas horas, nas quais o paciente é mantido sob avaliação e observação clínica e laboratorial. Como em cirurgias de abdome agudo inflamatório e exérese de tumores. ↣ Cirurgias eletivas: procedimentos cirúrgicos que, mesmo sendo indicados para tratar a condição clínica do paciente, podem ser realizados em data pré-agendada. Como cirurgias de varizes de MMII e de adenoide. Finalidade da cirurgia ↣ Cirurgia paliativa: visa a melhorar as condições clínicas do paciente, contribuindo para a qualidade de vida, ou, ainda, aliviar a dor. ↣ Cirurgias radicais: em que ocorre a retirada parcial ou total de um órgão ou segmento corporal. ↣ Cirurgias plásticas: realizadas com finalidade estética ou corretiva. ↣ Cirurgias diagnósticas: pode-se citar algumas laparoscopias e as biópsias, que se caracterizam pela extração de fragmentos de tecidos para exame microscópico com fins diagnósticos. Risco cardiológico De acordo com o risco do paciente de perder fluido e sangue durante a cirurgia e, portanto, de apresentar complicações cardiológicas. ↣ Cirurgias de pequeno porte: há probabilidade reduzida de perda de fluidos e sangue. Por exemplo: cirurgias oftálmicas e otorrinolaringológicas. ↣ Cirurgias de médio porte: há probabilidade mediana de perda de fluidos e sangue. Por exemplo: prostatectomia, histerectomia, correções de fraturas. ↣ Cirurgias de grande porte: há maior probabilidade de perda sanguínea e de fluidos. Por exemplo: correção de aneurismas, cirurgias cardíacas e transplantes. Duração da cirurgia Geralmente, quanto maior a duração do procedimento, maior é o porte da cirurgia e maior o risco de o paciente apresentar complicações no período pós-operatório. ↣ Cirurgias de porte I: têm até 2 horas de duração. Por exemplo: hemorroidectomia, amigdalectomia, curetagem uterina. Nathalia de Tarso ↣ Cirurgias de porte II: média de 2 a 4 horas. Por exemplo: histerectomia, colecistectomia convencional, prostatectomia radical. ↣ Cirurgias de porte III: duração de 4 a 6 horas. Por exemplo: revascularização do miocárdio, colocação de prótese total de quadril, craniotomia. ↣ Cirurgias de porte IV: duração ultrapassa 6 horas. Por exemplo, transplantes, aneurismectomia, gastroduodenopancreatectomia. Potencial de contaminação De acordo com o risco de infecção ao qual o paciente é exposto. ↣ Cirurgias limpas: realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório local; cirurgias eletivas atraumáticas; cirurgias em que não ocorre penetração nos tratos digestório, respiratório e urinário. o O risco de infecção está entre 1,5 e 5,1%. Por exemplo: cirurgias cardíacas, neurocirurgias, vasculares, artroplastia de quadril. ↣ Cirurgias potencialmente contaminadas: realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana residente pouco numerosa ou em tecidos de difícil descontaminação, ou quando ocorre penetração nos tratos digestório, respiratório ou geniturinário, sem contaminação significativa. o Índice de infecção é de 7,7 a 10,8%. Por exemplo: histerectomia abdominal, colecistectomia, gastrectomia, prostatectomia. ↣ Cirurgias contaminadas: realizadas em tecidos traumatizados recentemente e abertos ou em tecidos colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação é difícil ou impossível. o Entram nesta categoria as cirurgias em que ocorreram falhas na técnica operatória, na antissepsia e/ ou na degermação. o Risco de infecção fica entre 15,2 e 16,3%. Por exemplo: colectomias, cirurgias dentárias, amigdalectomia, apendicectomia. ↣ Cirurgias infectadas: realizadas em qualquer tecido ou órgão, na presença de processo infeccioso com supuração local, tecido necrótico ou corpo estranho. o Índice de infecção é de 28 a 40%. o Por exemplo: cirurgias de reto e ânus com fezes ou pus, desbridamento de escaras, amputação de pé diabético, nefrectomia com infecção. Centro Cirúrgico Ambulatorial/ Hospital Dia ↣ É a unidade responsável por proporcionar condições materiais e humanas para a realização de procedimentos anestésico-cirúrgicos em pacientes externos, ou seja, aqueles que vieram diretamente de casa e que não estão internados na instituição hospitalar. Vantagens: o Redução de custos cirúrgicos, em virtude do menor uso dos serviços hospitalares; o Redução do tempo de afastamento do ambiente familiar, da escola e do trabalho; o Menor interferência na rotina diária do paciente e o Menor índice de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), anteriormente chamadas de Infecções Hospitalares. Desvantagens: o Redução do tempo para o estabelecimento da relação enfermeiro-paciente; o Redução da oportunidade para o ensino de cuidados pré-operatórios adequados; o Possibilidade de que os cuidados após a alta sejam realizados por pessoas despreparadas e o Antecipação do processo de alta pode proporcionar ônus maiores para os pacientes com os medicamentos e procedimentos prescritos para o período pós-operatório. Observação A percepção da Cirurgia para o paciente: a cirurgia exige um ato de extrema confiança à equipe que o assiste por: o Invadir sua intimidade nas esferas física, emocional e psicológica; o Fator causal de múltiplos medos: anestesia, dor, morte, desconhecido, destruição da imagem corporal, bem como separação da família e impossibilidade de desenvolver atividades rotineiras. Nathalia de Tarso Referência Bibliográfica Enfermagem em Centro Cirúrgico e Recuperação/ Capítulo 1 Inserção do Centro Cirúrgico no contexto hospitalar. (Org.) Rachel de Carvalho, Estela Regina Ferraz Bianchi. – 2.ed. – Barueri, SP: Manole, 2016. – (Série Enfermagem)
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