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CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Níveis de Atenção à Saúde no Brasil Apresentação do curso A Figura 1, abaixo, apresenta o conteúdo deste curso, que segue a seguinte estrutura: Figura 1 - Visão sistêmica do curso Fonte: ICSF (2021). O profissional, ao final dos estudos deste curso: a. saberá como se estruturam os atendimentos prestados aos pacientes do SUS; b. compreenderá o que são os Níveis de Atenção à Saúde; c. entenderá o que é a Atenção Primária, Secundária e Terciária à Saúde; d. compreenderá a dinâmica de um atendimento realizado, na prática, em cada Nível de Atenção à Saúde; e. aprenderá os conceitos de descentralização, regionalização e hierarquização no âmbito do SUS; f. terá uma visão geral sobre a gestão dos Níveis de Atenção à Saúde; g. conhecerá os tipos de profissionais, estabelecimentos e procedimentos realizados em cada Nível de Atenção à Saúde; h. saberá o que é uma Central de Regulação e suas operações sistemáticas; i. compreenderá o conceito de promoção e prevenção à saúde; j. conhecerá a integração dos três Níveis de Atenção à Saúde. Níveis de atenção à saude Os Níveis de Atenção à Saúde são a forma como o Sistema Único de Saúde (SUS) organiza os atendimentos aos pacientes no Brasil. A Portaria de Consolidação nº 3, de 28 de setembro de 2017, que fundamenta as normas sobre as redes do Sistema Único de Saúde (SUS), em seu Anexo I, item 3.5, define os níveis de atenção da seguinte forma: [...] Fundamentais para o uso racional dos recursos e para estabelecer o foco gerencial dos entes de governança da RAS, estruturam-se por meio de arranjos produtivos conformados segundo as densidades tecnológicas singulares, variando do nível de menor densidade (APS), ao de densidade tecnológica intermediária, (atenção secundária à CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU saúde), até o de maior densidade tecnológica (atenção terciária à saúde). (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017, [n. p.], grifos nossos). O acesso da população à unidade de saúde que fará o atendimento e o serviço a ser prestado ocorre observando as necessidades do paciente, sejam elas para tratamento e/ou prevenção. A divisão do tipo e da complexidade do atendimento é feita levando em conta a capacidade que a unidade de saúde possui para a prestação da assistência em cada Nível de Atenção à Saúde. Sistema Único de Saúde (SUS) e sua Estrutura de Atendimentos O Sistema Único de Saúde (SUS) possui princípios doutrinários que norteiam as assistências realizadas aos pacientes. O Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (CES-RJ) define os princípios doutrinários do SUS da seguinte forma: Princípios Doutrinários Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais. Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior. Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos. (CES-RJ, [n. d., n. p.], grifos nossos). Para que o atendimento ocorra de forma efetiva e satisfatória, objetivando a assistência efetiva ao paciente, o SUS define suas diretrizes, no que se refere à oferta das ações e serviços em saúde à população, estruturadas em níveis de atenção. A estrutura de atendimentos do SUS, a partir dos Níveis de Atenção à Saúde, passa pelas responsabilidades de cada ente das esferas do governo, tipos e estrutura dos CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU estabelecimentos, capacidade tecnológica e profissionais atuantes, até chegar à assistência ao paciente, foco de todo o processo de serviços do SUS. Níveis de Atenção à Saúde no SUS O SUS está estruturado em três Níveis de Atenção à Saúde: 1. Atenção Primária à Saúde (APS) ou Atenção Básica; 2. Atenção Secundária à Saúde ou Média Complexidade; 3. Atenção Terciária à Saúde ou Alta Complexidade. A Atenção Primária é caracterizada no documento “Qualificação de Gestores do SUS” conforme segue: [...] A atenção primária ou atenção básica constitui-se no primeiro ponto de atenção à saúde e tem, como um de seus objetivos, o alcance de certo grau de resolução de problemas, que possa, além de prevenir, evitar a evolução de agravos, com vistas à redução de situações mórbidas que demandem ações de maior complexidade [...]. (FIOCRUZ, 2009, p. 99). A Unidade Básica de Saúde (UBS) é um tipo de estabelecimento que pode realizar atendimentos na Atenção Primária. O Programa Mais Médicos, do Governo Federal, apresenta a UBS da seguinte forma: As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo desses postos é atender até 80% dos problemas de saúde da população, sem que haja a necessidade de encaminhamento para outros serviços, como emergências e hospitais [...]. (BRASIL, [n. d., n. p]). As ações realizadas na Atenção Primária são voltadas, fundamentalmente, para a redução do risco de doenças e para a proteção da saúde. A seguir, apresentamos alguns exemplos de ações que podem ser realizadas na Atenção Básica: 1. visita domiciliar por Agente Comunitário de Saúde; 2. consulta pré-natal; 3. consulta básica com médico de saúde da família; CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU 4. aferição de pressão arterial; 5. procedimentos em odontologia; 6. realização de curativos simples. O segundo Nível de Atenção à Saúde do Sistema Único de Saúde, chamado de Média Complexidade, é assim caracterizado no documento “O SUS de A a Z”: [...] É um dos três níveis de atenção à saúde, considerados no âmbito do SUS. Compõe-se por ações e serviços que visam a atender aos principais problemas de saúde e agravos da população, cuja prática clínica demande disponibilidade de profissionais especializados e o uso de recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico [...]. (BRASIL, 2009, p. 206-207). São exemplos de unidades que realizam atendimentos de Média Complexidade: 1. Policlínicas; 2. Hospitais; 3. Laboratório de Análises Clínicas. As unidades que atuam na Atenção Secundária realizam alguns tipos de assistências que necessitam de uma estrutura tecnológica de maior densidade em comparação com a Atenção Básica. Vejamos abaixo alguns exemplos de serviços realizados: 1. consulta especializada (dermatologista, pneumologista, ortopedista etc.); 2. exames de radiografias; 3. procedimentos em ortopedia; 4. biópsias etc. Na publicação “O SUS de A a Z”, do Ministério da Saúde, o terceiro Nível de Atenção, Alta Complexidade, é descrito como: [...] Conjunto de procedimentos que, no contexto do SUS, envolve alta tecnologia e alto custo, objetivando propiciar à população acesso a serviços qualificados, integrando-os aos demais níveis de atenção à saúde (atenção básica e de média complexidade). As principais áreas que compõem a alta complexidade do SUS, e que estão organizadas em “redes”, são: assistência ao paciente portador de doença renal crônica (por meio dos procedimentos de diálise); assistência ao paciente oncológico; cirurgia cardiovascular; cirurgia vascular. Os procedimentos da alta complexidade encontram-se relacionados na tabela do SUS, em sua maioria, no Sistemade Informação Hospitalar do SUS, e estão também no Sistema de Informações Ambulatorial em pequena quantidade, mas com impacto financeiro extremamente alto, como é o caso dos procedimentos de diálise, da quimioterapia, da radioterapia e da hemoterapia [...]. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009, p. 32-33). CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU São exemplos de unidades que realizam atendimentos de Alta Complexidade: 1. clínicas especializadas (Terapia Renal Substutiva, radioterapia etc.); 2. hospitais gerais; 3. hospitais de referência em especialidades. As unidades da Atenção Terciária, que realizam atendimentos de Alta Complexidade, possuem estrutura de alto custo e de alta tecnologia, incluindo profissionais especializados, conforme o nível de abrangência do atendimento a que se propõem. São exemplos de atendimentos realizados nas unidades de Alta Complexidade: 1. exames de tomografia e ressonância magnética; 2. cirurgias com alto grau de complexidade; 3. transplantes. No que tange às assistências realizadas, as unidades de saúde levam em conta a capacidade disponível para atender os pacientes. Ou seja, a estrutura física, a densidade tecnológica e os profissionais atuantes é que nortearão o perfil assistencial da unidade e, consequentemente, as ações que poderão ser realizadas. Com relação à codificação dos atendimentos prestados, a Tabela de Procedimentos do SUS apresenta características que delimitam os procedimentos, correlacionando-os aos níveis de atenção. Dessa forma, a codificação das assistências, para posterior registro nos sistemas de captação de dados, é feita vinculando: 1. o procedimento executado no paciente; 2. seu código correspondente, observando o que consta na Tabela de Procedimentos do SUS; e 3. o nível de atenção ao qual a unidade de saúde está enquadrada. Descentralização, Regionalização e Hierarquização das Ações do SUS Figura 2 - A descentralização e a hierarquização CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Fonte: Freepik (2019). Os serviços de saúde prestados pelo SUS são direcionados pelos princípios da regionalização, hierarquização e descentralização, na medida em que fazem um balanceamento entre as responsabilidades, diretrizes e divisões dos atendimentos em Níveis de Atenção à Saúde, que se diferenciam, principalmente, pelas distintas densidades tecnológicas que os caracterizam em cada esfera. Conforme disposto no Art. 8º da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990: [...] As ações e serviços de saúde executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente [...]. (BRASIL, 1990, [n. p.]). Quanto à organização das assistências prestadas aos pacientes, o SUS está estruturado de forma regionalizada e hierarquizada. O Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (CES-RJ) define regionalização e hierarquização da seguinte forma: [...] Regionalização e Hierarquização: os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser atendida. A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando ao comando unificado dos mesmos. Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região [...]. (CES-RJ. [n. d., n. p.]). CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Já a descentralização, segundo a publicação “O SUS de A a Z”: [...] É o processo de transferência de responsabilidades de gestão para os municípios, atendendo às determinações constitucionais e legais que embasam o SUS e que definem atribuições comuns e competências específicas à União, estados, Distrito Federal e municípios [...]. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009, p. 111-113). Interoperacionalidade dos Princípios de Descentralização, Regionalização e Hierarquização A dispensação dos serviços do SUS, estruturada de forma descentralizada e regionalizada, além de completar-se na execução das ações em saúde, visando à integralidade de assistência, apoia-se mutuamente no sentido de divisão de responsabilidades, facilitando a oferta dos atendimentos e o acesso dos pacientes aos tratamentos que necessitam. A interoperacionalidade dos princípios de descentralização, regionalização e hierarquização ocorre de forma planejada, sendo essencial para que a proposta do SUS de atendimento integral à população tenha o alcance necessário e produza os efeitos desejados em todas as suas necessidades, independente da complexidade dos tratamentos aos quais os pacientes precisem ter acesso. Alciris Marinho Rodrigues define que: [...] Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente, dispostos numa área geográfica delimitada e com a definição da população a ser atendida. Isto implica na capacidade dos serviços em oferecer a uma determinada população todas as modalidades de assistência, bem como o acesso a todo tipo de tecnologia disponível, possibilitando um ótimo grau de resolubilidade (solução de seus problemas). O acesso da população à rede deve se dar através dos serviços de nível primário de atenção que devem estar qualificados para atender e resolver os principais problemas que demandam os serviços de saúde. Os demais, deverão ser referenciados para os serviços de maior complexidade tecnológica. A rede de serviços, organizada de forma hierarquizada e regionalizada, permite um conhecimento maior dos problemas de saúde da população da área delimitada, favorecendo ações de vigilância epidemiológica, sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além das ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade [...]. (RODRIGUES, [n. d.], p. 2). Responsabilidades da União, Estados e Municípios Quanto aos Níveis de Atenção Levando em consideração o Brasil, país com dimensões continentais, e a diversidade de condições habitacionais, regionais, socioeconômicas, culturais etc., que influenciam nas condições de saúde e no possível desenvolvimento de patologias, quanto mais próximo CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU e efetivo for o acompanhamento das condições de saúde da população, mais eficaz e menos custoso será para que o Ministério da Saúde possa diagnosticar, implantar e monitorar políticas de saúde que se adequem às necessidades dos pacientes. A responsabilidade de cada ente da gestão do SUS, seja ele municipal, estadual ou federal, está de acordo com o grau de resolubilidade alcançável, observando os recursos disponíveis em cada esfera, no que concerne à tecnologia e ao custo a ser empregado, levando em conta a complexidade dos problemas de saúde da população adscrita. A Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências, define as competências da união, estados e municípios, no que se refere às complexidades dos atendimentos, da seguinte forma: [...] Art. 16. À direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) compete: III. definir e coordenar os sistemas: de redes integradas de assistência de alta complexidade; XVII. acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais; Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete: I. promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde; II. acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de Saúde (SUS); III. prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamenteações e serviços de saúde; IV. coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços: a) de vigilância epidemiológica; b) de vigilância sanitária; c) de alimentação e nutrição; e d) de saúde do trabalhador; CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU VIII. em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde; IX. identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional; X. coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua organização administrativa; XI. estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e serviços de saúde; Art. 18. À direção municipal do Sistema Único de Saúde (SUS) compete: I. planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde; II. participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual; XII. normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito de atuação [...]. (BRASIL, 1990, [n. p.], grifos nossos). O município não tem a responsabilidade de realizar todos os serviços da Atenção Secundária, dos quais necessitam seus habitantes. No entanto, tem o dever de garantir o acesso aos tratamentos e procedimentos enquadrados na média e alta complexidades. Se não conseguir garantir todo atendimento com seus recursos próprios, pode recorrer à região de saúde, através das pactuações. A Resolução nº 1, de 29 de setembro de 2011, no que se refere às regiões de saúde, define que: Art. 2º As Regiões de Saúde serão instituídas pelos Estados em articulação com os Municípios, nos termos do disposto no Decreto nº 7.508, de 2011, e conforme o disposto nesta Resolução. § 1º Considera-se Região de Saúde o espaço geográfico contínuo constituído por agrupamento de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde. § 2º As Regiões de Saúde interestaduais, compostas por Municípios limítrofes de mais de um Estado, serão instituídas por ato conjunto CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU dos respectivos Estados em articulação com os Municípios. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011, [n. p.], grifo nosso). Os municípios, por sua vez, têm foco voltado mais para a atuação no planejamento, implantação, coordenação e resolutividade dos serviços no âmbito da Atenção Básica. Complementaridade dos Níveis de Atenção à Saúde Figura 3 - A união das esferas de governo na prestação dos serviços do SUS Fonte: Freepik (2016). A Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, “[...] dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências [...].” (BRASIL, 1990, [n. p.]). No seu artigo 7º, inciso II, menciona que a “[...] integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema [...]” (Ibidem). Nesse contexto, o Ministério da Saúde, em sua publicação intitulada “ABC do SUS: Doutrinas e Princípios”, cita o que segue: [...] QUEM É O RESPONSÁVEL PELO ATENDIMENTO AO DOENTE E PELA SAÚDE DA POPULAÇÃO? O principal responsável deve ser o município, através das suas instituições próprias ou de instituições contratadas. Sempre que a complexidade do problema extrapolar a capacidade do município resolvê-lo, o próprio serviço municipal de CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU saúde deve enviar o paciente para outro município mais próximo, capaz de fornecer a assistência adequada, ou encaminhar o problema para suportes regionais e estaduais nas áreas de alimentação, saneamento básico, vigilância epidemiológica e vigilância sanitária. Deverá haver, sempre que possível, uma integração entre os municípios de uma determinada região para que sejam resolvidos os problemas de saúde da população. Conforme o grau de complexidade do problema, entram em ação as secretarias estaduais de saúde e/ou o próprio Ministério da Saúde [...]. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1990, p. 7). É importante destacar, tendo em vista o esforço necessário por parte dos entes federal, estadual e municipal para atender às necessidades dos pacientes do SUS, o papel fundamental da Programação Pactuada e Integrada (PPI), um dos recursos do Ministério da Saúde para alcançar a integralidade de assistência. A Portaria de Consolidação nº 5, do Ministério da Saúde, define a PPI e aponta seus objetivos gerais: CAPÍTULO VIII DA PROGRAMAÇÃO PACTUADA E INTEGRADA DA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE Art. 630. A Programação Pactuada e Integrada da Assistência em Saúde seja um processo instituído no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) onde, em consonância com o processo de planejamento, são definidas e quantificadas as ações de saúde para a população residente em cada território, bem como efetuados os pactos intergestores para garantia de acesso da população aos serviços de saúde. (Origem: PRT MS/GM 1097/2006, Art. 1º) Parágrafo Único. A Programação Pactuada e Integrada da Assistência em Saúde tem por objetivo organizar a rede de serviços, dando transparência aos fluxos estabelecidos, e definir, a partir de critérios e parâmetros pactuados, os limites financeiros destinados à assistência da população própria e das referências recebidas de outros municípios. (Origem: PRT MS/GM 1097/2006, Art. 1º, Parágrafo Único) Art. 631. A Programação Pactuada e Integrada da Assistência em Saúde orientar-se-á pelo Manual de "Diretrizes para a Programação Pactuada e Integrada da Assistência em Saúde", a ser disponibilizado pelo Ministério da Saúde. (Origem: PRT MS/GM 1097/2006, Art. 2º) CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Art. 632. Os objetivos gerais do processo de Programação Pactuada e Integrada da Assistência em Saúde são: (Origem: PRT MS/GM 1097/2006, Art. 3º) I - buscar a equidade de acesso da população brasileira às ações e aos serviços de saúde em todos os níveis de complexidade; (Origem: PRT MS/GM 1097/2006, Art. 3º, I) II - orientar a alocação dos recursos financeiros de custeio da assistência à saúde pela lógica de atendimento às necessidades de saúde da população; (Origem: PRT MS/GM 1097/2006, Art. 3º, II) III - definir os limites financeiros federais para a assistência de média e alta complexidade de todos os municípios, compostos por parcela destinada ao atendimento da população do próprio município em seu território e pela parcela correspondente à programação das referências recebidas de outros municípios; (Origem: PRT MS/GM 1097/2006, Art. 3º, III) IV - possibilitar a visualização da parcela dos recursos federais, estaduais e municipais, destinados ao custeio de ações de assistência à saúde; (Origem: PRT MS/GM 1097/2006, Art. 3º, IV) V - fornecer subsídios para os processos de regulação do acesso aos serviços de saúde; (Origem: PRT MS/GM 1097/2006, Art. 3º, V) VI - contribuir na organização das redes de serviços de saúde; e (Origem: PRT MS/GM 1097/2006, Art. 3º, VI) VII - possibilitar a transparência dos pactos intergestores resultantes do processo de Programação Pactuada e Integrada da Assistência e assegurar que estejam explicitados no "Termo Compromisso para Garantia de Acesso", conforme Anexo LVI . (Origem: PRT MS/GM 1097/2006, Art. 3º, VII). (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017, [n. p.], grifos nossos). A Programação Geral das Ações e Serviços de Saúde (PGASS) é uma rediscussão da pactuação trazidapela PPI e tem como base o Decreto nº 7.508, do Ministério da Saúde, de 28 de junho de 2011. O site PROGRAMASUS define a PGASS da seguinte forma: Programação Geral das Ações e Serviços de Saúde - PGASS A PGASS consiste em um processo de negociação e pactuação entre os gestores, em que são definidos os quantitativos físicos e financeiros das ações e serviços de saúde a serem desenvolvidos, no âmbito regional, partindo da realidade municipal. Possui articulação com a Programação Anual de Saúde (PAS) de cada ente presente na região, dando visibilidade aos objetivos e metas estabelecidos no CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU processo de planejamento regional integrado, bem como os fluxos de referência para sua execução. Como resultado desse amplo processo de discussão e identificação de necessidades é possível a priorização de investimentos necessários para a conformação da Rede de Atenção à Saúde. Do ponto de vista metodológico, a PGASS foi subdivida em três etapas, possibilitando a melhor operacionalização da proposta de modo sistêmico, conforme sua abrangência e escopo: Diretrizes – Registro das diretrizes, objetivos e metas dos planos de saúde, harmonizado no âmbito regional; Rede de Atenção – Modelagem da Rede de Atenção à Saúde e Mapa de Investimentos; Programação – Programação Geral das Ações e Serviços de Saúde, com explicitação dos pactos de gestão e programação por estabelecimento de saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, [n. d., n. p.], grifos nossos). Necessidade da Divisão do Atendimento nos Níveis de Atenção e as Vantagens para a População Tomando por princípio que, como vimos anteriormente, o atendimento do SUS aos seus pacientes se faz de forma setorizada, observando a regionalização e a hierarquização, para que os serviços ofertados à população possam ser eficientes e alcancem 100% dos seus objetivos, faz-se necessário que haja também, por parte dos usuários, responsabilidade quando houver a necessidade da utilização das ações e serviços do SUS. A conscientização da população em buscar assistência no lugar correto pode gerar benefícios como a diminuição do tempo de espera de exames e cirurgias. A FIOCRUZ destaca a importância da hierarquização das ações com a finalidade de obter um sistema de saúde mais eficiente. [...] O atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), direito garantido a qualquer cidadão brasileiro, se dá a partir de um modelo baseado na hierarquização das ações e serviços de saúde por níveis de complexidade. A proposta é que casos de menor urgência possam ser resolvidos em instâncias que não cheguem a centros especializados de alta complexidade, melhorando a eficiência e a eficácia de todo o sistema [...]. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, [n. d., n. p.], grifos nossos). Neste sentido, a divisão do atendimento no SUS pressupõe também uma organização, a partir das características das unidades, observando o tipo de assistência que cada uma realiza. CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU O site UNA-SUS (2014, [n. p.]) apresenta algumas unidades de saúde, dentre as quais destacamos o tipo de serviço realizado, que não contempla a internação hospitalar: [...] A rede de urgência e emergência do País foi estruturada e organizada pela Política Nacional de Urgência e Emergência, com o objetivo de integrar a atenção às urgências. Conheça o que cada unidade de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) está habilitada para atender e os locais certos para buscar atendimento. Unidades Básicas de Saúde (UBS) As UBS são locais onde os usuários do SUS podem receber atendimento médico para diagnóstico e tratamento de cerca de 80% dos problemas de saúde. São nessas unidades que a população tem acesso a medicamentos gratuitos e vacinas, faz atendimento pré- natal, acompanhamento de hipertensos e diabéticos e de outras doenças, como tuberculose e hanseníase. As UBS são a porta de entrada do SUS, contribuindo para o aumento da qualidade de vida e para a redução dos encaminhamentos aos hospitais. Unidades de Pronto Atendimento (UPA) As Unidades de Pronto Atendimento (UPA) funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana e podem resolver grande parte das urgências e emergências, como pressão e febre alta, fraturas, cortes, infarto e derrame. A estrutura simplificada, com raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação, colabora para a diminuição das filas nos prontos-socorros dos hospitais. Quando o paciente chega às unidades, os médicos prestam socorro, controlam o problema e detalham o diagnóstico. Nas localidades em que estão em pleno atendimento, as unidades têm capacidade para atender sem necessidade de encaminhamento ao pronto-socorro hospitalar em mais de 90% dos pacientes. Estas unidades estão ligadas diretamente ao SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) Ao discar o número 192, o cidadão estará ligando para uma central de regulação que conta com profissionais de saúde e médicos treinados para dar orientações de primeiros socorros por telefone. CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU São estes profissionais que definem o tipo de atendimento, ambulância e equipe adequado a cada caso. Há situações em que basta uma orientação por telefone. O SAMU/192 atende pacientes na residência, no local de trabalho, na via pública, ou seja, através do telefone 192 o atendimento chega ao usuário onde este estiver. (UNA-SUS, 2014, [n. p.], grifos da publicação). Além disso, dentro dos tipos de unidades de saúde que realizam atendimentos no SUS, podemos citar como exemplo o hospital, que possui como perfil assistencial a internação hospitalar. De acordo com o art. 3º, Capítulo I, anexo XXIV, da Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017, que institui a Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS): [...] Art. 3º Os hospitais são instituições complexas, com densidade tecnológica específica, de caráter multiprofissional e interdisciplinar, responsável pela assistência aos usuários com condições agudas ou crônicas, que apresentem potencial de instabilização e de complicações de seu estado de saúde, exigindo-se assistência contínua em regime de internação e ações que abrangem a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação. Art. 4º Os hospitais que prestam ações e serviços no âmbito do SUS constituem-se como um ponto ou conjunto de pontos de atenção, cuja missão e perfil assistencial devem ser definidos conforme o perfil demográfico e epidemiológico da população e de acordo com o desenho da RAS loco-regional, vinculados a uma população de referência com base territorial definida, com acesso regulado e atendimento por demanda referenciada e/ou espontânea. § 1º Os hospitais, enquanto integrantes da RAS, atuarão de forma articulada à Atenção Básica de Saúde, que tem a função de coordenadora do cuidado e ordenadora da RAS, de acordo com a Portaria nº 2.488/GM/MS, de 21 de outubro de 2011, que aprovou a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) [...]. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017, [n. p.], grifos da publicação). As portas de entrada do SUS estão sempre abertas para atender a população, observando o tipo de assistência que a unidade pode realizar dentro de sua capacidade profissional e tecnológica. No entanto, se todas as vezes que um paciente quiser aferir a pressão arterial, sem estar em condições de risco de morte, procurar uma unidade CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU hospitalar, estará contribuindo para que outro atendimento que necessite de maior rapidez na solução possa agravar-se, podendo até levar o paciente que necessite desse atendimento à morte. Ser consciente de seus direitos e informado das possibilidades de atendimento nas unidades de saúde do SUS pode fazer toda a diferença em favor da própria população que aspira poratendimento digno e na velocidade que precisa para se manter saudável. Então, os usuários do SUS, ao buscarem assistência, devem ir na direção do rol de ações assistenciais disponíveis em sua região de saúde, observando, principalmente, o fluxo adotado pela gestão da saúde para acesso a essas ações através da Central de Regulação. Exercendo um importante papel na regulação e no acesso assistencial do SUS, a Central de Regulação recebe as demandas das unidades de saúde sobre as necessidades de tratamento dos pacientes, promove a oferta de serviços da rede de saúde e disponibiliza o atendimento ao paciente, indicando a unidade de saúde que pode realizar a assistência que ele necessita. Questão 1 Completo Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Marque a opção CORRETA, considerando a estrutura do SUS quanto aos Níveis de Atenção à Saúde: Escolha uma opção: a. A estrutura do SUS, quanto aos Níveis de Atenção à Saúde, é composta por: Atenção Primária à Saúde, Atenção Primária Média, Complexidade Secundária e Alta Complexidade Complexidade. b. São 3 os Níveis de Atenção à Saúde no SUS: Atenção Primária à Saúde, Atenção Secundária à Saúde e Atenção Superior. c. O SUS está organizado quanto aos Níveis de Atenção à Saúde da seguinte forma: Atenção Primária à Saúde, Atenção Intermediária Complexa e Alta Complexidade. d. Os Níveis de Atenção à Saúde no SUS são: Atenção Primária à Saúde, Atenção Secundária à Saúde e Atenção Terciária à Saúde. CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU e. A estrutura do SUS, quanto aos Níveis de Atenção à Saúde, é composta da seguinte forma: Atenção Primária à Saúde, Atenção Primária Intermediária, Atenção Secundária e Alta Complexidade. Feedback Sua resposta está correta. Questão 2 Completo Atingiu 0,50 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Considerando o atendimento realizado pelas unidades de saúde do SUS em cada nível de atenção, analise as sentenças e marque a(s) alternativa(s) CORRETA(S): Escolha uma ou mais: a. O hospital deve ser procurado nos casos em que há risco iminente à vida. b. O hospital é a unidade mais indicada todas as vezes que o paciente necessitar aferir a pressão arterial, pois atua também através da Equipe de Saúde da Família (eSF). c. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) somente devem ser procuradas em último caso, já que não podem ajudar a população em seus tratamentos. d. Nenhuma das alternativas está correta. e. Sempre que possível, procurar atendimento inicialmente nas UBS, que, em geral, podem atender até 80% dos problemas de saúde. Feedback Sua resposta está parcialmente correta. Você selecionou corretamente 1. Questão 3 Completo Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Texto da questão Considerando as responsabilidades das três esferas de governo quanto ao atendimento à população, e observando a demanda em cada nível de complexidade, assinale F para a(s) sentença(s) falsa(s) e V para a(s)verdadeira(s). Em seguida, marque a alternativa CORRETA: ( ) O município não tem a responsabilidade de realizar todos os serviços da Atenção Secundária, dos quais necessitam seus habitantes. ( ) O Estado atua diretamente na Atenção Básica. ( ) A grande maioria dos serviços de Alta Complexidade, normalmente, fazem parte do rol de assistências realizadas nos municípios. ( ) O município tem foco voltado mais para os serviços da Atenção Básica. Escolha uma opção: a. V, V, F e V. b. V, V, V e V. c. V, F, V e F. d. F, V, V e V. e. V, F, F e V. Feedback Sua resposta está correta. Questão 4 Completo Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão “É o processo de transferência de responsabilidades de gestão para os municípios, atendendo às determinações constitucionais e legais que embasam o SUS e que definem atribuições comuns e competências específicas à União, Estados, Distrito Federal e Municípios.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009, p. 111-113). O enunciado acima apresenta o conceito de: CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Escolha uma opção: a. Regionalização. b. Gestão de comando único. c. Hierarquização. d. Descentralização. e. Mais de uma alternativa está correta. Feedback Sua resposta está correta. Questão 5 Completo Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Das opções abaixo, assinale a que melhor define a integralidade da assistência à saúde: Escolha uma opção: a. Conjunto de ações e serviços preventivos ou integralizados. b. Ações de saúde preventivas e curativas regionalizadas por série. c. “Conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, art. 7º da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990). d. Nenhuma das alternativas está correta. e. “Ações individuais e/ou coletivas apenas nas complexidades de Atenção Básica e Média Complexidade.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, art. 11 da Lei nº 8.853, de 19 de setembro de 1996). Feedback Sua resposta está correta. CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Questão 6 Completo Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Com relação à competência para realização das ações abaixo, faça a correlação das atividades, em seguida, marque a alternativa CORRETA: (1) Direção Nacional do SUS. (2) Direção Estadual do SUS. (3) Direção Municipal do SUS. ( ) Definir e coordenar os sistemas de redes integradas de assistência de Alta Complexidade. ( ) Promover a descentralização, para os municípios, dos serviços e das ações de saúde. ( ) Prestar apoio técnico e financeiro aos municípios e executar supletivamente ações e serviços de saúde. ( ) Participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual. ( ) Acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais. Escolha uma opção: a. 1, 2, 1, 1 e 3. b. 2, 1, 3, 1 e 1. c. 1, 2, 2, 3 e 1. d. 1, 2, 3, 2 e 1. e. 1, 2, 2, 1 e 1. Feedback Sua resposta está correta. CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Questão 7 Completo Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Observando o que menciona a Portaria de Consolidação PRC nº 2, de 28 de setembro de 2017, em seu Anexo XXIV, que trata da Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) no âmbito do SUS, coloque V para a(s) sentença(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). Em seguida, marque a alternativa CORRETA: ( ) Os hospitais são instituições que funcionam exclusivamente em regime de 40h semanais. ( ) Os hospitais são instituições complexas, com densidade tecnológica específica, de caráter multiprofissional e interdisciplinar. ( ) Os hospitais prestam ações e serviços no âmbito do SUS e constituem-se como um ponto ou conjunto de pontos de atenção. ( ) Os hospitais são unidades de saúde que atuam de forma independente das outras unidades da sua região, e somente atendem a chamados da central de regulação se houver médicos disponíveis para atender pacientes extras, considerando os pacientes hospitalizados já internados na unidade. ( ) Os hospitais, enquanto integrantes da RAS, atuarão de forma articulada à Atenção Básica. Escolha uma opção: a. F, V, V, F e V. b. V, F, V, V e V. c. F, V, F, F e F. d. F, V, V, V e V. e. F, V, F, F e V. Feedback Sua resposta está correta. CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Questão 8 Completo Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Considerando as características dos três Níveis de Atenção à Saúde: Primária, Secundária e Terciária, marque V para a(s) sentença(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). Em seguida, assinale a alternativaCORRETA: ( ) As unidades que atuam na Atenção Básica realizam cirurgia de risco. ( ) As unidades de Pronto Atendimento (UPA) podem realizar atendimentos de urgência e emergência, como infarto e derrame. ( ) A partir das UBS a população tem acesso a medicamentos gratuitos e vacinas. Escolha uma opção: a. V, V e F. b. V, V e V. c. F, V e V. d. F, F e V. e. F, V e F. Feedback Sua resposta está correta. Atenção primária à saúde Figura 4 - Atenção Básica CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Fonte: Freepik (2019). A Atenção Primária à Saúde (APS) compreende o primeiro segmento dos atendimentos do SUS, que trata de ações em saúde que não detenham risco iminente à vida do paciente. Principais Características da Atenção Primária à Saúde O anexo XXII da Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017, que consolida as normas sobre as políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde, define a Atenção Básica e apresenta suas características da seguinte forma: Art. 2º A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 2º) § 1º A Atenção Básica será a principal porta de entrada e centro de comunicação da RAS, coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 2º, § 1º) § 2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e gratuitamente a todas as pessoas, de acordo com suas necessidades e demandas do território, considerando os determinantes e condicionantes de saúde. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 2º, § 2º) [...] CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Art. 3º São Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a serem operacionalizados na Atenção Básica: (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º) I - princípios: (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, I) a) universalidade; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, I, a) b) equidade; e (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, I, b) c) integralidade. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, I, c) II - diretrizes: (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II) a) regionalização e hierarquização; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, a) b) territorialização; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, b) c) população adscrita; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, c) d) cuidado centrado na pessoa; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, e) resolutividade; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, e) f) longitudinalidade do cuidado; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, g) coordenação do cuidado; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, g) h) ordenação da rede; e (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, h) i) participação da comunidade. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017, [n. p.]). Profissionais que Atuam nas Unidades da Atenção Primária à Saúde Figura 5 - Profissionais de saúde CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Fonte: Freepik (2018). Os profissionais que realizam atendimentos nas unidades de Atenção Básica possuem um perfil técnico específico. Abaixo, apresentamos algumas das especialidades contidas no segmento da Atenção Básica. A seguir, o Quadro 3 apresenta uma lista contendo alguns profissionais que atuam na Atenção Primária. Quadro 3 - Alguns profissionais que atuam na Atenção Básica Fonte: Tabela de procedimentos do SUS (2020). CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Tipos de Estabelecimentos que Prestam Serviços no Âmbito da Atenção Primária à Saúde O item 3.2 do anexo 1 do anexo XXII, que versa sobre a operacionalização da Política Nacional de Atenção Básica, publicada na Portaria de Consolidação nº 2 de 28 de setembro de 2017, apresenta os tipos de unidades que prestam serviços na Atenção Básica: [...] 3.2. Tipos de unidades e equipamentos de Saúde São considerados unidades ou equipamentos de saúde no âmbito da Atenção Básica: a) Unidade Básica de Saúde; [...] b) Unidade Básica de Saúde Fluvial; [...] c) Unidade Odontológica Móvel [...] (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017, [n. p.]). Tipos de Equipes Existentes na Atenção Primária à Saúde A atuação dos profissionais na Atenção Básica normalmente é realizada através de equipes específicas, criadas pelo Ministério da Saúde, e que estão vinculadas a estabelecimentos de saúde. Essas equipes estão definidas na Portaria nº 99, de 7 de CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU fevereiro de 2020, que “redefine registro das Equipes de Atenção Primária e Saúde Mental no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020, [n. p.]). A seguir, o Quadro 4 apresenta alguns tipos de equipes da Atenção Básica. Quadro 4 - Alguns tipos de equipes da Atenção Básica Fonte: CNES (2020). O fato de o SUS ter em seu rol de estrutura da atenção básica vários tipos de equipe, não significa que todas as unidades da Atenção Básica contenham todas as equipes citadas acima. Acontece que a gestão da saúde, seja federal, estadual ou municipal, realiza os investimentos na estruturação das unidades de saúde analisando uma série de fatores como quantidade e perfil epidemiológico da população na área do entorno de onde está instalada a unidade, para depois, levando em conta as necessidades dos possíveis usuários, alocar os recursos que irão definir os tipos de equipes que atuarão em determinadas unidades. Procedimentos Realizados na Atenção Primária à Saúde Os procedimentos realizados no Sistema Único de Saúde (SUS) são divididos em categorias de complexidade. Destacamos abaixo o conceito de complexidade, conforme descrito no Manual Técnico Operacional do Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS – SIGTAP versão WEB: [...] Complexidade: Identifica o nível de atenção à saúde no qual é possível à realização do procedimento. Em cada nível estão ações e serviços cuja prática clínica demande disponibilidade de profissionais especializados e recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico, organizadas em redes regionalizadas, com base nos dados epidemiológicos, métodos e técnicas, exigência de alta tecnologia e/ou alto custo, para atender aos problemas e agravos de saúde da população. CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Básica: Identifica um conjunto de ações, de caráter individual e coletivo, situadas no primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde, voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, tratamento de problemas de saúde que não exigem infra-estrutura tecnológica ou especializada e cujos profissionais atuam nas áreas básicas da saúde pública. Estes procedimentos devem existir em todos os municípios do país [...]. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011, p. 13, grifos nossos). Quanto aos atendimentos ocorridos nas unidades de Atenção Primária à Saúde (APS), são passíveis de registro os procedimentos enquadrados na Complexidade Básica. A Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS, que indica todos os procedimentos que podem ser registrados no SUS, contém os grupos de procedimentos no nível de Atenção Básica, conforme descrito na Tabela 1 a seguir. Tabela 1 - Grupos de procedimentos da Atenção Básica Fonte: Tabela de Procedimentos do SUS (2020). A seguir, a Figura 6 apresenta um exemplo de procedimento de Atenção Básica, segundo a classificação da Tabela de Procedimentos do SUS. Figura 6 - Procedimento de aferição de pressão arterial CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Fonte: Tabela de Procedimentos doSUS (2020). Destacamos abaixo alguns procedimentos realizados na Atenção Primária: 1. administração de medicamentos; 2. cateterismo vesical de alívio e de demora; 3. coleta de material para exames laboratoriais e citopatológicos; 4. consulta pré-natal e puerperal; 5. consultas médicas e de enfermagem; 6. inalação/nebulização; 7. pequenas cirurgias; 8. retirada de corpo estranho; 9. serviços básicos de Odontologia; 10. terapia comunitária, yoga e oficina de massagem; 11. visitas domiciliares por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde. Os procedimentos acima citados são realizados, prioritariamente, nas Unidades de Atenção Básica. Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde A Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, no seu Art. 2º e §1º, define que: [...] garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU promoção, proteção e recuperação [...]. (BRASIL, 1990, [n. p.], grifo nosso). O esforço empenhado pelo Estado em assegurar a saúde da população promove um congraçamento entre os níveis de atenção, de forma que o esgotamento de capacidade assistencial de um é sequenciado complementarmente pela competência do outro, e, desta forma, a junção das ações realizadas por cada nível de atenção é capaz de promover o conjunto total de assistências de que os usuários do SUS necessitam. O inciso III do art. 5º, da Lei 8.080 confirma essa união de forças: [...] a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas [...]. (BRASIL, 1990, [n. p.], grifo nosso). A promoção, proteção e recuperação da saúde são peças-chave para a condução da gestão do SUS. O entendimento, por parte dos usuários, da importância do cuidar de sua saúde pode ser o caminho para alcançar longevidade e qualidade de vida. Além disso, a utilização dos serviços médicos em sentido rotineiro para acompanhamento de sua saúde pode contribuir, por exemplo, com a diminuição dos gastos para a realização de tratamentos que envolvam maior estrutura e densidade tecnológica. Segundo o art. 2º, da seção I, do capítulo I, da Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017, as políticas gerais de promoção, proteção e recuperação da saúde no SUS são: [...] Art. 2º São políticas gerais de promoção, proteção e recuperação da Saúde: I - Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), na forma do Anexo I; II - Política Nacional de Vigilância em Saúde; III - Política Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados, instituída pela Lei nº 10.205, de 21 de março de 2001; IV - Política de Saúde Mental, instituída pela Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, na forma do Anexo II; V - Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), na forma do Anexo III; VI - Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, instituída pelo Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006, na forma do Anexo IV; CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU VII - Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-SUS), na forma do Anexo V. A publicação intitulada O SUS de A a Z coloca a promoção da saúde como uma das estratégias de produção de saúde, que seria "um modo de pensar e de operar que, articulado às demais estratégias e políticas do SUS, contribui para a construção de ações que possibilitem responder às necessidades sociais em saúde." Produzir saúde por meio da perspectiva da promoção da saúde significa comprometer-se com sujeitos e coletividades que expressem crescente autonomia, crescente capacidade para gerenciar satisfatoriamente os limites e os riscos impostos pela doença, pela constituição genética e pelo contexto sócio-político- econômico-cultural, enfim pela vida. (CAPONI, 2003 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009, p. 293). De acordo, ainda, com a publicação, em razão de ser definida como produção social que possui múltiplas determinações: A saúde exige uma estratégia que implique participação ativa de todos os sujeitos envolvidos em sua produção (usuários, movimentos sociais, profissionais da saúde, gestores do setor sanitário e de outros setores), na análise e na formulação de ações que visem à melhoria da qualidade de vida. A um só tempo, comprometer-se e co-responsabilizar-se pelo viver e por suas condições são marcas e ações próprias da clínica, da política, da atenção e da gestão, ratificando esses planos de atuação como indissociáveis. Na perspectiva da promoção da saúde, a gestão sanitária envolve, fundamentalmente, o estabelecimento de uma rede de com-promissos e co-responsabilidades em favor da vida e da criação das estratégias necessárias para que ela exista. A promoção da saúde coloca a necessidade de que o processo de produção do conhecimento e das práticas, no campo da saúde, e, mais ainda, no campo das políticas públicas, faça-se por meio da construção e da gestão compartilhada. Promover saúde é, portanto, ampliar o entendimento do processo saúde/adoecimento, de modo que se ultrapasse a tensão que coloca indivíduo e coletivo em antagonismo, pela conjugação clínica e política, atenção e gestão. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009, p. 293-294, grifo nosso). Perceba que o fundamento da promoção, proteção e recuperação da saúde é o cuidado. Se de um lado temos o Estado com o dever de proporcionar condições para que os cidadãos tenham uma vida saudável, por outro, atuando no mesmo sentido do cuidar, os usuários do SUS, através do acompanhamento regular, podem monitorar sua saúde no intuito de evitar doenças graves. Ou seja, a manutenção da saúde é um conceito que deve ser praticado e que impõe responsabilidades mútuas: o provimento das ações assistenciais (Estado) deve ser o ponto de partida para manutenção da vida (usuários). CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU O usuário deve ser protagonista e tem responsabilidade para que seu tratamento aconteça de forma adequada. Contribuição da Atenção Primária à Saúde para a Diminuição do Risco de Doenças e a Redução de Custos nas Atenções Secundária e Terciária à Saúde O investimento em Atenção Básica traz benefícios, ainda que aparentemente tardios, extremamente salutares, tanto para o usuário, diminuindo o tempo de espera para exames e cirurgias de Média e Alta complexidades, quanto para a gestão do SUS que administra as demandas da população. Quanto mais se investe em Atenção Básica, maior a possibilidade de reduzir custos de Média e Alta complexidades. A matéria jornalística a seguir reforça as estratégias de atuação na Atenção Primária à Saúde (APS): [...] Antes mais presente nos municípios menores, a APS passou a ser priorizada também nas capitais. A partir do incentivo do Ministério da Saúde, cidades como Florianópolis, com 100% de cobertura da população por serviços de APS, e Rio de Janeiro, que chegou a 70% em dezembro do ano passado, passaram a ter sistemas de saúde centrados na APS. Os gestores públicos viabilizam esse tipo de estratégia por dois motivos: a população passa a se consultar em unidades próximas às residências, sem necessidade de longos deslocamentos, e evita a ida a serviços de emergências por situações que podem ser resolvidas nas próprias Unidades Básicas de Saúde como resfriados, febre, hipertensão, diabetes, dores que aparecem repentinamente, pré-natal, entre outros problemas bastante frequentes na população e que podem ser resolvidos pelas equipes da Saúde da Família, promovendo melhores cuidados e desafogando os hospitais e outros serviços de urgência e emergência. Outra vantagem é o acompanhamento feito pelo médico de família e equipe multidisciplinar, que ao longo do tempo pode controlar e evitar vários problemasque provocariam queda da qualidade de vida das pessoas, além de evitar internações, cirurgias complexas e outros procedimentos com custos elevados. “Se o paciente tem um médico de família e comunidade que o acompanha ao longo do tempo, este vínculo e conhecimento da história da pessoa evita medidas como ‘check-ups’ anuais desnecessários, uso de medicamentos que interagem de forma negativa, aumentando efeitos colaterais, além de reduzir o número de consultas com especialistas focais.” [...]. (DIÁRIO INDÚSTRIA E COMÉRCIO, 2017, [n. p.], grifos nossos). Na reportagem intitulada “Investimento em Atenção Primária à Saúde pode reduzir internações e gerar economia de até R$ 400 milhões”, podemos verificar ainda com mais evidência a importância do investimento na Atenção Primária à Saúde (APS): CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU [...] A Atenção Primária à Saúde (APS), na qual o indivíduo (e não a doença) é o foco, pode contribuir para redução de cerca de 5% do total de internações, segundo levantamento da UNIDAS (União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde). Pelo menos 5,2% de todas as internações ocorridas no sistema de saúde foram classificadas como evitáveis (Pesquisa UNIDAS – 2018). Em números absolutos, esse total é de mais de 20 mil internações que representam o montante financeiro de quase R$ 400 milhões (ano). Na prática, a APS é um acompanhamento do paciente de maneira periódica, estimulando atividades e ações que previnam doenças, contribuindo para evitar exames e internações desnecessárias. As principais causas de internações hospitalares potencialmente evitáveis são: gastroenterite infecciosas e complicações (17,2%), infecção no rim e trato urinário (13%) e doenças cerebrovasculares (12,7%). Investir em APS é um benefício para o paciente, em especial os mais idosos, que sofrem mais com internações e doenças relativas à idade. A taxa de internação da última faixa, considerada de 59 anos ou mais, é atualmente de 20%, ou seja, seriam 4 mil internações a menos no sistema. O total de exames também seria impactado. Os beneficiários com 59 anos ou mais costumam fazer em média 37,7 exames por ano [...]. (SAÚDE BUSINESS, 2019, [n. p.], grifos nossos). Assim sendo, ressalta-se que a APS deve ser efetivamente utilizada pela população e celebrada com a devida atenção pela gestão do SUS. Correta Utilização dos Serviços da Atenção Primária à Saúde Como citado anteriormente, a procura correta dos pacientes às unidades básicas de saúde, sempre que possível, poderá desafogar o atendimento nas unidades de emergência. E não apenas isso, mesmo algumas consultas especializadas e exames de complexidade média e/ou alta podem ser evitados e/ou reduzidos se, antes da execução desses, o paciente for a uma consulta com um médico generalista, por exemplo, numa Unidade Básica de Saúde (UBS) ou mesmo utilizando os serviços da Equipe de Saúde da Família (eSF). Tomando por base, então, que os atendimentos realizados pela rede de atenção à saúde no SUS são hierarquizados, levando em conta o que as unidades ofertam de serviços de saúde e as questões que assolam os pacientes, apresentamos, a seguir, os atendimentos realizados nas unidades básicas de saúde, observando o que apresenta o Programa Mais Médicos do Governo Federal: [...] Que atendimentos posso encontrar em uma Unidade Básica de Saúde? CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Antes de qualquer coisa, pense na UBS como um lugar onde você pode obter orientações e atendimentos que buscam um tratamento integral: para promover hábitos saudáveis, receber orientações de saúde, prevenir doenças e recuperar a saúde, caso tenha ficado doente. Na UBS você pode cuidar de uma urgência de baixa complexidade, pode tomar vacinas, pode ter acesso a métodos contraceptivos, e as gestantes podem realizar o pré-natal. Para quem já tem uma doença crônica, como diabetes ou hipertensão, a UBS oferece o acompanhamento necessário para o controle do seu estado de saúde, de modo que o seu quadro não se agrave. Também são realizadas nas UBSs consultas médicas com capacidade de resolver cerca de 80% dos problemas de saúde que levam as pessoas a procurar um serviço de saúde. São, ainda, realizadas inalações, injeções, curativos, coleta de exames laboratoriais, encaminhamento para especialistas e fornecimento de medicamentos gratuitos. Em quais casos não devo procurar uma Unidade Básica de Saúde? Em casos de urgências graves, como atendimento a pessoas acidentadas ou um infarto, por exemplo. Nas UBSs também NÃO são realizados procedimentos como: cirurgias; consultas típicas de ambulatórios de atenção especializada como com o cardiologista e para tratamento de câncer; transfusões de sangue; realização de exames diagnósticos como raio-X, teste de esforço, tomografia etc. Mas, com exceção dos casos de urgência, nos quais se deve buscar um serviço de urgência e emergência ou chamar o Serviço Móvel de Urgência (SAMU), é fundamental que a pessoa procure atendimento na UBS, pois é lá que sua equipe, seu médico, enfermeiro e dentista irão identificar e avaliar sua condição e, se necessário, encaminhar- lhe para uma consulta especializada, para um exame ou mesmo uma internação. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, [n. d., n. p.], grifos nossos). Exemplo Prático da Utilização dos Serviços da Atenção Primária à Saúde Vamos acompanhar um exemplo prático do dia a dia dos usuários do SUS (pacientes) sobre a procura por atendimentos nas Unidades de Saúde da Atenção Básica. Exemplo: O paciente poderia solucionar sua necessidade indo a uma Unidade Básica de Saúde (UBS), mas foi ao hospital. O sr. Roberto tem diabetes e monitora, em sua própria residência, regularmente, a variação da sua taxa glicêmica. Por falta de material em casa para a averiguação diária, foi a um hospital para executar tal ação. Chegando à unidade, a porta de entrada da emergência estava lotada, e mesmo tendo acesso à fila preferencial, haja vista sua idade, teve que aguardar por mais de uma hora para ser atendido. CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Ao pensarmos, pura e simplesmente, na resolução do problema, o sr. Roberto alcançou seu objetivo. No entanto, a forma por ele utilizada não foi a mais adequada. Acontece que próximo à casa do sr. Roberto há uma Unidade Básica de Saúde, que poderia facilmente, e bem mais rapidamente, resolver o seu problema. O sr. Roberto, além de ter ficado esperando por um bom tempo no hospital, ainda aumentou o tempo de espera dos demais pacientes que aguardavam atendimento. Será que isso ocorre com frequência na realidade brasileira? Fica a reflexão. Por parte da gestão do SUS, é necessário que se façam divulgações periódicas e esclarecedoras, em todas as esferas, informando as possibilidades de atendimento que a população tem a seu dispor, com seu devido nível de intensidade, em cada unidade, no que condiz à complexidade dos atendimentos que essas unidades podem realizar. Para a população, cabe a busca por informações da rede de atendimentos à qual pode ter acesso e a efetiva utilização do que lhe está disponível de forma correta. Questão 1 Completo Atingiu 0,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Considerando os Níveis de Atenção à Saúde no SUS e o procedimento de Aferição de Pressão Arterial, indique a sentença que melhor atende no tocante à realização desse procedimento: Escolha uma opção: a. Nenhuma das alternativas apresentadas contém a resposta correta. b. É passível de ser executado apenas nas unidades de Atenção Básica e Média Complexidade. CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU c. É realizável apenas nas unidades de Média Complexidade. d. Pode ser realizado em unidades que atendam na Atenção Básica e na Média e Alta Complexidades. e. Somente pode ser feito nas unidades que realizam atendimento na Atenção Básica. Feedback Sua resposta está correta. Questão 2 Completo Atingiu 1,00de 1,00 Marcar questão Texto da questão Entre as sentenças apresentadas abaixo, assinale aquela que NÃO apresenta uma característica da Atenção Primária à Saúde (APS): Escolha uma opção: a. É a principal porta de entrada e centro de comunicação da RAS, coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede. b. Conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas. c. Realiza ações com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido. d. Realizar procedimentos de ultrassonografias. e. Suas ações envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde. Feedback Sua resposta está correta. Questão 3 Completo Atingiu 1,00 de 1,00 CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Marcar questão Texto da questão Antônio, logo que acordou pela manhã, sentia uma leve dor de cabeça e, devido a isso, resolveu buscar atendimento médico para aferir a pressão arterial. Apesar de, próximo à residência dele, existir uma Unidade Básica de Saúde (UBS), Antônio resolveu dirigir- se a um hospital. Analisando a decisão tomada pelo paciente, e considerando a forma mais indicada de buscar atendimento médico no SUS, é CORRETO afirmar que: Escolha uma opção: a. Nenhuma das alternativas está correta. b. Ele fez o correto indo direto ao hospital. c. O mais correto seria ir ao hospital buscar um encaminhamento para ser atendido na UBS próxima à sua casa. d. Ele deveria aguardar o Agente Visitador de Endemias em Saúde (AVES) em sua residência. e. O mais indicado seria buscar atendimento na UBS, antes de dirigir-se ao hospital. Feedback Sua resposta está correta. Questão 4 Completo Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Dentre as equipes listadas abaixo, as que atuam na Atenção Básica são: Escolha uma opção: a. Equipe dos Consultórios na Rua (eCR). b. Equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Primária (eNASF-AB). CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU c. Todos os tipos de equipes mencionados são atuantes na Atenção Básica. d. Equipe de Atenção Primária Prisional (eAPP). e. Equipe de Saúde da Família (eSF). Feedback Sua resposta está correta. Questão 5 Completo Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Assinale, entre os profissionais abaixo, aqueles que, normalmente, NÃO realizam atendimento na Atenção Básica: Escolha uma ou mais: a. Fonoaudiólogo. b. Enfermeiro. c. Médico nutrologista. d. Cirurgião dentista buco-maxilo-facial. e. Médico acupunturista. Feedback Sua resposta está correta. Questão 6 Completo Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Aponte, entre as unidades listadas abaixo, quais são utilizadas na Atenção Básica: CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Escolha uma ou mais: a. Unidade Básica de Saúde Fluvial. b. Unidade Básica de Saúde. c. Unidade Odontológica Móvel. d. Hospital Geral. e. Policlínica. Feedback Sua resposta está correta. Questão 7 Completo Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Entre as opções abaixo, qual apresenta uma característica da Atenção Primária à Saúde (APS): Escolha uma opção: a. Conjunto de ações de saúde que abrange internação clínica. b. Possui o serviço de radiografias em seu rol de atendimentos. c. Oferta de serviços de Média Complexidade quando a própria Atenção Básica não consegue suprir suas necessidades. d. Realiza atendimentos, especialmente a partir das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e suas equipes de saúde vinculadas, quando existem. e. Atende apenas casos emergenciais da Atenção Básica. Feedback Sua resposta está correta. CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Atenção secundária à saúde Figura 7 - Atenção Secundária à Saúde Fonte: Freepik (2016). A Média Complexidade é definida pelo Manual Técnico Operacional do Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS – SIGTAP versão WEB da seguinte forma: [...] Identifica um conjunto de ações e serviços ambulatoriais ou hospitalares que visam a atender os principais problemas de saúde da população, cuja prática e clínica demandem a disponibilidade de profissionais com certo grau de especialização e a utilização de recursos tecnológicos de apoio [...]. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011, p. 13). A seguir, apresentamos alguns exemplos de como pode ser a utilização dos serviços da Média Complexidade: 1. O paciente pode ser encaminhado da Atenção Básica para uma unidade de Média Complexidade, por exemplo: o médico da Unidade Básica de Saúde indica uma consulta com um oftalmologista em um Ambulatório de Especialidades; 2. O paciente pode procurar diretamente uma unidade de Média Complexidade que possua atendimento caracterizado como porta aberta, por exemplo: o usuário procura um hospital para realizar uma consulta em caráter de urgência e emergência; 3. O paciente pode ser encaminhado para fazer acompanhamento em decorrência de procedimentos realizados na Alta Complexidade, por exemplo: Após uma internação para tratamento de um Infarto Agudo do Miocárdio, o paciente irá consultar regularmente com o cardiologista em um Ambulatório de Especialidades; CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU 4. O paciente, após um atendimento em caráter de urgência e emergência, pode ter o seu caso inserido em uma Central de Regulação para ser encaminhado a um estabelecimento preparado para atender às suas necessidades. Por exemplo: O paciente é atendido em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) devido a uma queda. Após ser avaliado e realizar exames, foi constatada uma fratura na tíbia com necessidade de intervenção cirúrgica. O médico responsável pelo seu atendimento irá inserir os dados na Central de Regulação solicitando uma vaga para internação em um hospital habilitado para realizar o referido procedimento. As unidades de saúde que realizam atendimentos na Média Complexidade atuam considerando as demandas espontânea e referenciada. Segundo o Repositório de Terminologias em Saúde (RTS) do Ministério da Saúde (2020, [n. p.]), a demanda espontânea pode ser definida como uma situação na qual o “indivíduo chega ao serviço de saúde por iniciativa própria ou acompanhado por um responsável, sem encaminhamento formal de outro serviço.” Já a demanda referenciada representa uma situação na qual o paciente é “[...] encaminhado por outro serviço, seja por insuficiência de tecnologia, insuficiência de capacidade, para continuidade do cuidado ou pela condição de saúde do indivíduo.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020, [n. p.]). Desta forma, quando um usuário do SUS busca atendimento, deve levar em conta o tipo de demanda adotado pela instituição de saúde. Se a demanda for espontânea, pode conseguir atendimento. Caso a unidade funcione atendendo a partir da demanda referenciada, o paciente, obrigatoriamente, deverá obter um encaminhamento de um outro estabelecimento de saúde para conseguir atendimento. Principais Características da Atenção Secundária à Saúde A Constituição Federal de 1988, ao alterar o sistema de saúde vigente até então, adotando um sistema baseado na integralidade e se afastando de um modelo desorganizado, que atendia apenas parte da população, com uma proposta voltada para a recuperação da saúde de forma individual e fragmentada, passa a exigir uma reorganização de todo o modelo assistencial, através dos princípios da universalidade, da descentralização, da gestão e do atendimento integral às necessidades de saúde. Essa nova organização da assistência à saúde estabelece a inter-relação entre os níveis de atenção voltados para atender às necessidades com prioridades. Essa inter-relação se afasta do antigo modelo visualizado em pirâmide para um modelo organizado em redes de atenção. Como aponta o Decreto no 7.508, de 28de junho de 2011, Art. 2º item CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU VI: “[...] Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde [...]”. (BRASIL, 2011, [n. p.]). Esse modelo possibilita uma maior resolutividade da Média Complexidade, organizada para atender à demanda, e não o inverso, respeitando as diferenças locais e regionais, e voltado para resultados sanitários, através da realização das ações dos serviços de saúde ofertados conforme planejamento da gestão. Cabe à Média Complexidade o importante papel de qualificar o acesso da população à atenção integral à saúde, ao articular-se com a Atenção Primária e a Alta Complexidade, em um movimento mutuamente amparado. A Média Complexidade realiza alguns tipos de assistências que, por necessitarem de maior densidade tecnológica, não estão contemplados nos serviços realizados pela Atenção Básica. Por outro lado, a Média Complexidade possui um limite alcançável de capacidade, que lhe permite realizar assistências até certo grau de resolutividade. Ou seja, quando os recursos da Média Complexidade são insuficientes para realizar a assistência requerida pelo paciente, há a necessidade da utilização dos recursos da Alta Complexidade. Quando um paciente procura uma UBS para buscar tratamento, sempre que esse tratamento necessite de um exame que dependa de uma tecnologia mais apurada, o paciente é encaminhado a uma unidade que possua atendimento de Média Complexidade para a continuação do seu tratamento. Procedimentos diagnósticos, como exames de imagens, são um exemplo disso. É baseado na complementaridade de serviços que se inicia a relação entre a Atenção Básica e a Média Complexidade, sequenciada pelos níveis de atuação de cada um, observando suas competências e abrangências. Com relação aos procedimentos realizados na Atenção Secundária, estão enquadrados, em sua maioria, na Média Complexidade, de acordo com a Tabela de Procedimentos do SUS. A Média Complexidade realiza assistências em um nível satisfatório de resolutividade, contribuindo para que não haja uma sobrecarga de atendimentos na Alta Complexidade. Profissionais que Atuam nas Unidades da Atenção Secundária à Saúde Figura 8 - Profissionais de saúde CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Fonte: Freepik (2019). A variedade de especificidades dos profissionais que atendem na Média Complexidade é bem mais abrangente em comparação com a Atenção Básica, devido a uma maior diversidade de serviços realizados. A seguir, o Quadro 5 apresenta alguns profissionais que atuam na Atenção Secundária à Saúde. Quadro 5 - Alguns profissionais que atuam na Atenção Secundária à Saúde Fonte: Tabela de Procedimentos do SUS (2020). CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Tipos de Estabelecimentos que Prestam Serviços no Âmbito da Atenção Secundária à Saúde Apresentamos alguns tipos de unidades, conforme classificação do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), existentes no SUS, que prestam serviços enquadrados como Média Complexidade: 1. Centro de Atenção Psicossocial; 2. Clínica/Centro de Especialidade; 3. Hospital Especializado; 4. Hospital Geral; 5. Hospital-Dia – Isolado; 6. Policlínica; 7. Pronto Atendimento; 8. Pronto-Socorro Geral. Procedimentos Realizados na Atenção Secundária à Saúde Abaixo, a Tabela 2 apresenta, de acordo com a Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS, os grupos de procedimentos faturáveis na Média Complexidade. Tabela 2 - Grupos de procedimentos da Média Complexidade Fonte: Tabela de Procedimentos do SUS (2020). CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU A seguir, a Figura 9 apresenta um exemplo de procedimento de Média Complexidade na Tabela de Procedimentos do SUS. Figura 9 - Curativo grau II com ou sem debridamento Fonte: Tabela de Procedimentos do SUS (2020). Apresentamos, listados abaixo, alguns procedimentos enquadrados na Média Complexidade: 1. consultas em especialidades médicas; 2. exames laboratoriais; 3. biópsias; 4. pequenas cirurgias; 5. exames de imagens. Gestão Eficiente dos Serviços da Atenção Secundária à Saúde como Premissa para um Melhor Gerenciamento da Atenção Terciária à Saúde A Média Complexidade realiza assistências para acompanhar, tratar, e, nos casos possíveis, recuperar o paciente. Contudo, há situações em que se faz necessária uma CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU intervenção médica de maior complexidade, no caso, a Alta Complexidade. Quando isso ocorre, o paciente é encaminhado para o setor, ou outro estabelecimento de saúde, que tenha o recurso necessário para continuar o atendimento. Para que os atendimentos na Média Complexidade ocorram de forma satisfatória, é imprescindível que as unidades estejam bem estruturadas com equipamentos, profissionais de saúde e insumos, permitindo que os serviços executados tenham um grau mínimo de resolutividade. Além disso, a rede de saúde deve oferecer aos pacientes oportunidades de acesso a consultas e exames em tempo hábil para que doenças e diagnósticos sejam detectados de forma prematura, possibilitando um tratamento preventivo, e não somente curativo. Acompanhar preventivamente os pacientes pode impedir o avanço de doenças que, se tratadas no início, poderiam possibilitar, em alguns casos, uma utilização mais branda dos recursos da Média Complexidade, e, por vezes, sem a necessidade de intervenção, mesmo que mínima, dos recursos da Alta Complexidade. Exemplo Prático da Utilização dos Serviços Dispensados pela Atenção Secundária à Saúde Apresentamos, abaixo, exemplos práticos do dia a dia dos usuários do SUS para atendimentos nas unidades de Média Complexidade. Exemplo 1: Um paciente realizou uma consulta de rotina em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), devido a queixa de alteração em sua visão. O médico, após a avaliação, indicou a continuidade do tratamento, encaminhando o paciente para realizar uma avaliação com um especialista. A UBS, então, direcionou a necessidade do paciente à Central de Regulação do município, que agendou uma consulta com um médico oftalmologista em um Serviço de Ambulatório. No dia e horário marcados, o paciente compareceu à consulta, recebeu atendimento e iniciou o tratamento apropriado. Exemplo 2: Em casa, um paciente sente fortes dores no lado esquerdo do peito. Por sua condição de hábitos não saudáveis no dia a dia, fica preocupado e procura um hospital geral caracterizado como porta aberta. Chegando ao hospital, ele é atendido e após alguns exames o médico o acalma, informando não se tratar de nada preocupante, mas dá algumas recomendações para que o paciente se cuide melhor no dia a dia, a fim de evitar complicações futuras em sua saúde. O paciente tem alta e é encaminhado para a Atenção Primária a fim de iniciar tratamento preventivo. Questão 1 Completo Atingiu 1,00 de 1,00 CURSO SUS 03 - CÁSSIO VILELA KOMATSU Marcar questão Texto da questão Assinale abaixo as características que correspondem ao Nível de Atenção de Média Complexidade: Escolha uma ou mais: a. A Policlínica é um tipo de unidade que atua na Média Complexidade. b. Seus atendimentos ocorrem somente nos hospitais gerais. c. Demanda a disponibilidade de profissionais especializados para a prestação dos serviços. d. Nenhuma das alternativas está correta. e. Realiza alguns procedimentos que não estão contemplados na Atenção Básica. Feedback Sua resposta está correta. Questão 2 Completo Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Considerando os serviços dispensados pela Média Complexidade, assinale a(s) alternativa(s) INCORRETA(S): Escolha uma ou mais: a. A Atenção Secundária qualifica o acesso da população à atenção integral ao articular-se com a Atenção Primária e a Atenção Terciária.
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