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FÓRUM 1 Assunto: crise hipertensiva Olá! Sejam bem vindos ao SOI 3! 🤩❤ Durante o atendimento de um paciente com Crise Hipertensiva em uma Unidade Móvel de Atendimento, você pensaria em utilizar algum medicamento sublingual com efeito hipotensor? Participe aqui no fórum! DESENVOLVIMENTO Uma crise hipertensiva pode ser uma Urgência Hipertensiva (UH) ou uma Emergência Hipertensiva (EH). A UH é uma situação clínica grave sintomática de aumento acentuado da Pressão Arterial (PA) sem Lesão de Órgão Alvo (LOA) aguda e progressiva. A EH, apesar de também ser uma situação clínica grave sintomática de aumento acentuado da PA, possui LOA aguda e progressiva. Sendo que na UH não há risco iminente de morte, solicitando observação ambulatorial por sete dias. Já a EH tem risco iminente de morte necessitando internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Durante ambas as situações quando o paciente está em uma Unidade Móvel de Atendimento é optado por utilizar a administração por via sublingual de drogas não destinadas a essa via, como captopril, por conta do tecido mucoso ser uma via rápida de absorção, como "pré-cuidado" que antecede a chegada ao hospital. A medicação utilizada por via sublingual deve possuir caráter iônico, alta lipossolubilidade e importante mecanismo de primeira passagem (metabolismo hepático). REFERÊNCIAS Malachias MVB, Souza WKSB, Plavnik FL, Rodrigues CIS, Brandão AA, Neves MFT, et al. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83. QUEIROZ, Daniela Santos Silveira. Abordagem do paciente em crise hipertensiva. 2012. FÓRUM 2 Assunto: crise hipertensiva Um paciente de 78 anos, usuário de doxazosina 4 mg para tratamento de hiperplasia prostática benigna, refere que acorda várias vezes durante a noite para urinar e que, sentia tonturas frequentes ao levantar subitamente. Na noite passada, após episódio de forte tontura, teria sofrido queda ao lado da cama, culminando com uma fratura transtrocanteriana do fêmur esquerdo. Qual a provável explicação para o ocorrido? Participe aqui no fórum! DESENVOLVIMENTO Esse é um fármaco alfa bloqueador usado para hiperplasia prostática benigna e HAS pelo seu efeito vasodilatador que pode agir sob a resistência uretral e dos vasos. Esse tipo de medicação vem a causar hipotensão ortostática / postural que pode provocar tonturas, fraqueza e síncopes. Esses são fatores de risco para os idosos, já que se trata de uma população que já tem uma maior tendência a fraturas. REFERÊNCIA DA SILVA, M. L. DE JESUS, S. A. Alfa-agonistas centrais e antagonistas Alfa-1. Guia de cuidados para dispensação de medicamentos potencialmente perigosos, p. 324. FÓRUM 3 Assunto: suco de bacaba Suco de bacaba O que causou este surto desta doença? Como evitar este problema? Quais tipos de alimentos possuem risco potencial semelhante? (Clique abaixo)👇 Veja aqui o ocorrido! DESENVOLVIMENTO O surto de doença de Chagas foi causado pelo consumo do suco de bacaba contaminado pelo Trypanosoma cruzi, protozoário causador da doença. Essa contaminação provavelmente ocorreu durante o processamento pouco higiênico do suco com insetos ou restos de fezes destes misturados ao produto final de consumo. Apesar de alguns estudos confirmarem a eficácia de substâncias tripanocidas na eliminação do protozoário, a aplicação desses produtos ainda é pouco utilizada por pequenos e médios produtores. Portanto, tornando assim o método mais viável e eficaz para combater o problema a adoção de medidas de higienização prévias com os alimentos ou a pasteurização (intenso aquecimento e rápido resfriamento repetidamente) dos produtos. REFERÊNCIA PACHECO, L. V.; SANTANA, L. S.; BARRETO, B. C.; SANTOS, E. S.; MEIRA, C. S. Transmissão oral da doença de Chagas: Uma revisão de literatura. Research, Society and Development, v. 10, n. 2, p. 1-11, fev. 2021. https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2019/02/12/numero-de-casos-suspeitos-de-chagas-chega-a-79-apos-suco-contaminado-em-araguaina.ghtml FÓRUM 4 Assunto: adulto com dor no peito Paciente adulto com dor no peito aguda na unidade de emergência! Quais os tipos de dor precordial? Quais as causas possíveis? DESENVOLVIMENTO A dor no peito, também chamada de angina, pode ser de caráter estável (curta duração, surge com o esforço e desaparece com o repouso) ou instável (longa duração, surge sem o mínimo esforço e de forma súbita). Essa dor acontece quando o miocárdio não está recebendo oxigênio suficiente, mesmo com a carga de trabalho se mantendo alta. A falta dessa demanda pode ocorrer, por exemplo, com a falta de suprimento sanguíneo por aterosclerose nas artérias coronárias, já que é o sangue impedido que deveria levar o oxigênio para o músculo. REFERÊNCIAS CACCIATORE, L., et al. Angina pectoris. Drugs Exp Clin Res , v. 17, n. 4, pág. 225-35, 1991. SELLKE, F. W., et al. Coronary artery endothelial dysfunction: Basic concepts. UpToDate.com, 2020. MAHLER, S. A. Angina pectoris: Chest pain caused by fixed epicardial coronary artery obstruction. Retrieved February, v. 27, p. 2021, 2021. FÓRUM 5 Assunto: desafio clínico O que pode sugerir o exame das unhas deste paciente? Qual o nome desta lesão? DESENVOLVIMENTO Esse paciente pode portar endocardite, uma infecção na válvula cardíaca, pois apresenta um sinal clínico nas unhas chamado de hemorragia de estilhaço. Esse sinal surge a partir de danos provocados por vasculite ou pela presença de minúsculos coágulos nesses pequenos capilares. REFERÊNCIA Yarak, S.; Araújo, T. M. de A. Afecções ungueais nas doenças sistêmicas: o que as unhas podem dizer-nos. Revista Brasileira de Medicina (RBM), Biblioteca Virtual em Saúde, jun. 2009. FÓRUM 6 Assunto: diferencial de pressão arterial - caso clínico Paciente de 40 anos do sexo feminino com diferencial de pressão medida no membro superior esquerdo (cerca de 20 mmHg inferior ao registado no membro contralateral), com pulso radial muito débil à esquerda, sendo evidente palidez cutânea que surgia imediatamente após o esforço e/ou a elevação do membro homolateral. Hipertensão de longa data, com o exame abaixo descrito. Qual a causa provável? Veja exame abaixo:👇 DESENVOLVIMENTO Provavelmente a paciente tem arterite de Takayasu na fase fibrótica, pois já existem oclusões arteriais com alterações dos pulsos arteriais periféricos, diferença na pressão arterial em relação ao outro membro e palidez cutânea com o esforço do membro . Além também de considerar o fato da paciente ser hipertensa de longa data. REFERÊNCIA PANICO, M. D. B. et al. Arterite de Takayasu: aspectos clínicos e terapêuticos em 36 pacientes. Jornal Vascular Brasileiro, v. 7, p. 123-130, 2008. FÓRUM 7 Assunto: paciente com problema nas pernas Qual a patologia do paciente representada na foto abaixo? Por que ocorre? Participe aqui no fórum! DESENVOLVIMENTO A paciente tem Tromboflebite Superficial (TS), um sinal que indica a presença de trombo na luz de uma veia superficial associada a inflamação dérmica crônica do vaso pela ação leucocitária. Essa condição pode ser causada por reduçãodo suprimento sanguíneo, estase venosa, imobilizações significativas, dentre outras situações que alterem o funcionamento fisiológico da veia afetada. REFERÊNCIAS SOBREIRA, M. L. Prevalência de trombose venosa profunda e embolia pulmonar em tromboflebite superficial de membros inferiores: estudo prospectivo de 60 casos. Jornal Vascular Brasileiro, v. 9, p. 90-90, 2010. SOBREIRA, M. L.; YOSHIDA, W. B.; LASTÓRIA, S. Tromboflebite superficial: epidemiologia, fisiopatologia, diagnóstico e tratamento. Jornal Vascular Brasileiro, v. 7, n. 2, p. 131-143, 2008. FÓRUM 8 Assunto: BCG - intradérmico Quais as cinco contra indicações de realização do BCG-ID? Existe indicação de segunda dose? Existe indicação de primo-vacinação em maiores de 05 anos? Participe aqui no fórum! DESENVOLVIMENTO As contra-indicações ao uso da vacina BCG podem ser relativas / temporárias nos casos de: 1. RN com menos 2 kg; 2. Reações dermatológicas no local da aplicação; 3. Doenças graves; 4. Uso de drogas imunossupressoras. Ou também absolutas nos casos de: 5. Imunodeficiências adquiridas ou congênitas. Há evidências de que uma segunda dose da BCG não aumenta o seu efeito protetor, tanto que no Brasil a segunda dose foi retirada do calendário básico e só é realizada em alguns casos quando não há cicatriz vacinal após 6 (seis) meses da administração da vacina. A primo-vacinação em maiores de 05 anos não é indicada, pois a fase de maior propensão a adquirir a forma mais grave da doença já passou. REFERÊNCIAS BARRETO, M. L.; PEREIRA, S. M.; FERREIRA, A. A. Vacina BCG: eficácia e indicações da vacinação e da revacinação. Jornal de Pediatria, v. 82, n. 3, p. s45-s54, 2006. Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo. Calendário Nacional de Vacinação da Criança (PNI). 2016. FÓRUM 9 Assunto: desafio clínico Mulher de 69 anos de idade, com doença broncopulmonar obstrutiva crônica (DPBOC) foi assistida em um hospital de médio porte situado na serra gaúcha. Relatava à admissão, dispnéia ao esforço, tosse produtiva e emagrecimento (2 quilos nos últimos 2 meses). As queixas digestivas compreendiam anorexia e dificuldade de mastigação, somadas à eventuais dores abdominais. Ao exame físico, mostrava-se consciente, afebril e com pele ressecada. Os sinais vitais eram: FR = 20 rpm, FC = 86 estáveis, PA = 140 x 80 mmHg e tax = 36,6ºC. O hemograma mostrava-se dentro da normalidade. A medicação em uso domiciliar incluía prednisona na dose de 20mg diárias. A paciente foi hospitalizada com hipótese diagnóstica de doença broncopulmonar obstrutiva crônica associada ao broncoespasmo. A terapia iniciou-se com hidrocortisona 500mg injetável de 6 em 6 horas, sem obtenção de resposta. Passou-se, então, a administrar hidrocortisona 500mg injetável e prednisona 20mg comprimidos, em dias alternados. Os sintomas passaram a incluir rash cutâneo, sudorese, tosse, escarro sanguinolento e amarelado, e sibilância difusa, não responsiva às elevadas doses de corticóide. O hemograma mostrava intensa eosinofilia (24%) e o exame microscópico de escarro demonstrou a presença de numerosas larvas. Qual a patologia que acometeu a paciente acima? Como chegou à conclusão? Participe aqui no fórum! DESENVOLVIMENTO A paciente está sendo acometida por ascaridíase, doença provocada pelo Ascaris lumbricoides. Cheguei a essa conclusão devido ao emagrecimento por perda de nutrientes, dispneia ao esforço por obstrução das vias aéreas, tosse produtiva pela deglutição dos vermes, dores abdominais por alterações inflamatórias na mucosa intestinal, aumento do número de eosinófilos que participam da resposta imune as parasitoses e exame microscópico de escarro com a presença de numerosas larvas. REFERÊNCIAS ANDRADE JÚNIOR, F. P. de; ALVES, T. W. B.; BARBOSA, V. S. de A. Ascaridíase, himenolepíase, amebíase e giardíase: uma atualização. Educação, Ciência e Saúde, v. 7, n. 1, 2020. FACCIN, M. P.; GIMENEZ, F. L. Tratamento de parasitoses intestinais. Rev. med. Hosp. Univ, p. 45-51, 1997. MELO, Z. F. M. de. Complicações da ascaridíase em crianças: uma revisão literária. 2017. 23 f. Monografia (Graduação) - Faculdade de Ciências da Educação e Saúde, Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2017. FÓRUM 10 Assunto: drenagem torácica Olá! Drenagem torácica será o assunto trabalhado nesta semana! Participe no fórum da semana nas duas situações abaixo: DESENVOLVIMENTO O espaço pleural só possui uma pressão positiva quando há a entrada de ar por algum problema, por isso, esse tipo de procedimento visa o restabelecimento da negatividade ao evitar a entrada de ar. Apesar de ambos terem objetivos semelhantes, o sistema fechado sob selo d'água impede a entrada de ar no pulmão pela ponta livre do dreno submersa em soro fisiológico e necessita de cuidados com nível / posição, o que promove certa imobilização do paciente, portanto não é uma boa técnica para utilização extra-hospitalar. Já a toracocentese de alívio apresentada no vídeo funciona pela inserção de uma agulha com válvula do lado afetado e é uma boa opção para pacientes que precisam de maior mobilidade. Os familiares e o paciente, caso possível, devem entender o que será realizado, visando a colaboração em busca de um procedimento bem feito. Portanto, informações como importância da imobilidade na hora da inserção do dreno, posicionamento durante a limpeza das secreções e medicações a serem utilizadas devem ser dadas. REFERÊNCIAS BEYRUTI, R. et al. A válvula de Heimlich no tratamento do pneumotórax. Jornal de Pneumologia, v. 28, p. 115-119, 2002. CIPRIANO, F. G.; DESSOTE, L. U. Drenagem pleural. Medicina (Ribeirão Preto), v. 44, n. 1, p. 70-78, 2011. MARCONDES, B. F. Impacto da toracocentese de alívio sobre o sono em pacientes com derrame pleural volumoso. 2011. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. FÓRUM 11 Assunto: caso clínico - desafio Olá! Participe no fórum desta semana! Temos um caso clínico (desafio)! Perguntas norteadoras: Qual síndrome é essa? Qual a causa da miose e ptose palpebral? Caso: Paciente de 42 anos, masculino, preto, tabagista (58 maços/ano), com passado de etilismo e uso de drogas injetáveis, interna-se para investigar lesão expansiva no ápice pulmonar direito, com história de dor no hemitórax superior direito, irradiada para o ombro, tórax anterior ipsilateral e porção medial do membro superior direito (MSD) havia 20 dias. A dor era em queimação, constante, intensa, aliviada em decúbito lateral direito, agravada com os movimentos do tórax e do MSD e sem alívio com analgésicos. No mesmo período, iniciou tosse seca, sudorese noturna intensa, anorexia e emagreceu 3kg. Ao exame físico, apresentava extensas lesões herpéticas labiais, candidíase oral, anisocoria com pupila direita miótica, ptose palpebral à direita, hipoestesia no território ulnar do MSD, hipocratismo digital e linfonodos cervicais posteriores e supraclavicular direito e axilar esquerdo palpáveis. Sorologia para HIV positiva. DESENVOLVIMENTO Provavelmente a paciente está sendo acometida pela síndrome de Pancoast, mais comum em carcinoma de células não-pequenas.A miose e anidrose advém da síndrome de Horner, cujas características são danos que causam infuncionalidade do músculo dilatador da íris e das glândulas sudoríparas. REFERÊNCIAS FONTINELE E SILVA, J. BARBOSA, M. P.; VIEGAS, C. L. Carcinoma de pequenas células na síndrome de Pancoast. J Bras Pneumol, v. 35 n. 2, p. 190-193, 2009. FRÖHLICH, A. C.; CHIESA, D.; FRONSANI, M.; HENN, L. A.; MENNA BARRETO, S. S. Associação de carcinoma broncogênico com síndrome de Pancoast e síndrome de imunodeficiência adquirida. J Pneumologia, v. 26, n. 5, set. 2000. FÓRUM 12 Assunto: resposta à autoridade judiciária Ao realizar um plantão em uma unidade cirúrgica de emergência, um paciente com choque hemorrágico necessitou de hemotransfusão. Entretanto, por motivos religiosos, a família informou que é contra o procedimento. Qual sua conduta? Qual a justificativa para a família e para a Autoridade Judiciária? Participe aqui do fórum! DESENVOLVIMENTO O art. 3° da Constituição Federal de 1988 garante a liberdade de religião e direito à vida, assim sendo, o paciente tem o direito de negar a hemotransfusão, bem como o médico tem o dever de preconizar a sobrevivência do paciente. Em casos de paciente maior e capaz, detentor do direito de não aceitar a conduta, eu buscaria formas de amenizar a situação de acordo com a gravidade usando procedimentos como autotransfusão intra-operatória, circulação extracorpórea, hemodiálise e hemodiluição sem armazenamento. Já em pacientes inconscientes ou menores de idade eu usaria do princípio da beneficência para realizar o procedimento, já que em ambos os casos o paciente não tem autonomia para entender a gravidade da situação, registrando em prontuário todas as decisões. REFERÊNCIAS AZAMBUJA, L. E. O. de; GARRAFA, V. Testemunhas de Jeová antes o uso de hemocomponentes e hemoderivados. Rev Assoc Med Bras, v. 56, n. 6, p. 705-709, 2010. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Código de Ética Médica. Resolução CFM n° 2.217, de 27 de setembro de 2018, modificada pelas Resoluções CFM nº 2.222/2018 e 2.226/2019. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 2019. VIEIRA, T. R. Aspectos éticos e jurídicos da recusa do paciente Testemunha de Jeová em receber transfusão de sangue. Revista de Ciências Jurídicas e Sociais da Unipar, v. 6, n. 2, p. 221-234, 2003. FÓRUM 13 Assunto: malária grave Os quadros clínicos mais graves de Malária estão relacionados à infecção por qual parasita? O que explica a falência de alguns órgãos (cursando com anemia hemolítica e isquemia)? Participe aqui no fórum! DESENVOLVIMENTO Os quadros clínicos mais graves da malária estão relacionados ao Plasmodium Falciparum, mais comum no continente africano, tendo como reservatório natural aves silvestres. Nesse caso, a infecção é caracterizada como terçã maligna, pois esse tipo de plasmodium fica em contato, em seu reservatório, com hemácias micronucleadas, bem diferente das humanas, não conseguindo diferenciar a idade das hemácias na circulação de modo a invadir e provocar hemólise desenfreadamente. Essa destruição massiva de eritrócitos pode levar a uma anemia grave após o 2° ciclo febril, provocando a insuficiência de órgãos como os rins, por exemplo, que acabam por sofrer insuficiência renal fulminante pelos fragmentos de hemácias hemolisadas que acabam obstruindo a cápsula néfrica, podendo levar o paciente a óbito em cerca de uma semana. REFERÊNCIAS BULBOL, W. S. et al. Insuficiência renal aguda, em malária por Plasmodium falciparum. Rev. Inst. Med. Trop. São Paulo, p. 58-61, 1982. GOMES, Andréia Patrícia et al. Malária grave por Plasmodium falciparum. Revista brasileira de terapia intensiva , v. 23, p. 358-369, 2011. MALAGUARNERA, Lucia; MUSUMECI, Salvatore. The immune response to Plasmodium falciparum malaria. The Lancet infectious diseases, v. 2, n. 8, p. 472-478, 2002. FÓRUM 14 Assunto: células tronco da medula óssea Existem três tipos de células troncos que podem ser encontradas na medula óssea. Quais são eles e suas diferenças? Participe aqui no fórum. DESENVOLVIMENTO O termo célula-tronco diz respeito a células precursoras indiferenciadas que possuem a capacidade de diferenciação e auto-renovação ilimitadas, podendo dar origem a uma variedade de tipos teciduais. Nesse caso, existem 3 tipos que podem sem encontradas na medula óssea: Células-tronco embrionárias ou pluripotentes: presentes no embrião durante a fase de blastocisto, essas são células formam os três folhetos embrionários e em condições adequadas de cultivo in vitro, a partir da agregação celular, são transformados em corpos embrionários contendo células indiferenciadas que podem se transformar em qualquer tipo de célula adulta; Células-tronco adultas: células encontradas em várias partes do corpo do indivíduo adulto com baixa proliferação, cuja principal função é a capacidade de renovação fisiológica ou em resposta a problemas; Células-tronco induzidas: células adultas transformadas em embrionárias que são produzidas em laboratório com reprogramação do código genético a fim de aumentar a possibilidade de diferenciação em outros tipos de células. REFERÊNCIAS De Souza, V. F.; Lima, L. M. C.; Ramalho, L. M. P.; Reis, S. R. de A.; Santos, J. N. Células-tronco: uma breve revisão. Revista de ciências médicas e biológicas, v. 2, n. 2, p. 251-256, 2003. Seber, A.; Bonfim, C. M. S.; Daudt, L. E.; Gouveia, R. V.; Ginani, V. C.; Mauad, M.; Castro Jr, C. G. Indicações de transplante de células-tronco hematopoéticas em pediatria: consenso apresentado no I Encontro de Diretrizes Brasileiras em Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas-Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea, Rio de Janeiro, 2009. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 32, n. 3, p. 225-239, 2010. FÓRUM 15 Assunto: prurido, descamação e fissuras Existem três tipos de células troncos que podem ser encontradas na medula óssea. Quais são eles e suas diferenças? Um paciente de 45 anos procura atendimento médico devido a quadros recorrentes de prurido no prepúcio, com descamação, rachaduras e hiperemia. Informa que já passou em múltiplos médicos no último ano e já usou diversos cremes e comprimidos, que resolvem durante o uso, mas que o problema retorna em seguida. Como abordar esse problema (recidivas frequentes)? Qual sua sugestão? DESENVOLVIMENTO Provavelmente o paciente está sendo afetado por balanite, uma inflamação da glande do pênis frequentemente associada à fimose. Nesses casos, o paciente precisa usar pomadas antifúngicas, corticoides ou antibióticos a depender do tipo de microrganismo envolvido na inflamação. Entretanto, é necessário investigar se a inflamação não está sendo causada por produtos de higiene em uso, pois algum pode estar provocando alergia. Ainda assim, é necessário instruir o paciente a usar sempre sabonetes neutros com pH balanceado, realizar a correta higienização do órgão durante o banho e após urinar, higienizando as mãos antes e depois, além é claro, de fazer uso de preservativo em todas as relações sexuais para evitar IST’s. Nos casos de balanite causada porfimose, é necessário instruir o paciente a realizar a postectomia, priorizando bons hábitos de higiene para evitar o agravamento do caso que pode levar a incômodos e problemas urinários. REFERÊNCIAS Dionísio, M.; Gentile, L.; Damião, R. Dermatopatias genitais masculinas. Revista Eletrônica da Comissão de Ensino e Treinamento da SBU, São Paulo, v. 4, p. 21-31, 2016. Munhoz, A. M.; Aldrighi, C. M. S.; Aldrighi, J. M. Eficácia do tratamento tópico da balanite xerótica obliterante (fimose adquirida) com cremes de cortisona. Rev Assoc Med Bras , v. 52, n. 1, pág. 1-16, 2006. Sanches, M. L. M.; de Almeida, L. S.; Costa, J. B. BALANITE DE ZOON-REVISÃO DE 23 CASOS. Journal of the Portuguese Society of Dermatology and Venereology, v. 73, n. 3, p. 359-362, 2015. FÓRUM 16 Assunto: focomelia O medicamento citado neste vídeo ainda pode ser utilizado em situações especiais, apesar dos riscos. Quais são elas? Quais os cuidados que precisam ser tomados? Participe no fórum desta semana! Vídeo com legendas selecionáveis em português. https://www.youtube.com/watch?v=4wIBCoxuOJ0&feature=emb_title&ab_channel=TED-Ed DESENVOLVIMENTO A talidomida é um antialérgico derivado do ácido glutâmico que age como antiemético, sedativo e hipnótico. Uma medicação muito perigosa, mas que é muito importante no tratamento de pacientes com eritema nodoso hansênico, algumas ISTs, doenças crônicas degenerativas e mieloma múltiplo. Entretanto, vale destacar que o principal risco de uso da talidomida, é o seu efeito teratogênico, sendo contra indicada para mulheres grávidas e em idade fértil, podendo essas fazer o uso após exclusão de gravidez e uso contínuo de ao menos 2 métodos contraceptivos. Acerca da focomelia, essa é uma síndrome congênita que possui como característica a malformação dos membros por aproximação ou encurtamento, lembrando a semelhança de uma foca. REFERÊNCIA MINISTÉRIO DA SAÚDE. Talidomida Orientação para o uso controlado. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Distrito Federal, Brasília, 2014. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/talidomida_orientacao_para_uso_controlado.pdf>. Acesso em: 24 de maio de 2022. https://www.youtube.com/watch?v=4wIBCoxuOJ0&feature=emb_title&ab_channel=TED-Ed FÓRUM 17 Assunto: assasinato radiológico Olá! Qual foi a causa da morte do ex-espião russo Alexander Litvinenko? Por quê não foi facilmente detectada? Curiosidade (legendas selecionáveis em português):👇 https://www.youtube.com/watch?v=1FqcFaJEnh8&feature=emb_title&ab_channel=CBCNews DESENVOLVIMENTO O ex-espião russo Alexander Litvinenko veio a falecer no dia 23 de novembro de 2006 após ser envenenado com alta dose de polônio-210 (Po-210) no dia 1° de novembro, um radioisótopo fortíssimo de curto alcance que causa danos irreversíveis aos órgãos, o que provavelmente levou Litvinenko a falência múltipla de órgãos deixando também um rastro radioativo por Londres. Provavelmente a radiação não foi identificada tão facilmente pois a maioria dos detectores detectam particularmente radiações gama e o Po-210 é composto por radiação alfa REFERÊNCIAS Harrison, J.; Fell, T.; Leggett, R.; Lloyd, D.; Puncher, M.; Youngman, M. O envenenamento por polônio-210 do Sr. Alexander Litvinenko. Revista de proteção radiológica , v. 37, n. 1, pág. 266, 2017. RUBIN, G. James et al. Necessidades de informação pública após o envenenamento de Alexander Litvinenko com polônio-210 em Londres: pesquisa telefônica transversal e análise qualitativa. BMJ , v. 335, n. 7630, pág. 1143, 2007. https://www.youtube.com/watch?v=1FqcFaJEnh8&feature=emb_title&ab_channel=CBCNews
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