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semiologia respiratoria

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Nosso aparelho respiratório é formado por tubos e foles 
elásticas. traqueia é o tubo principal que leva ar para 
dentro dos pulmões. Ela sofre uma série de 
dicotomizações até chegar em bronquíolos terminais 
para bronquíolos respiratórios e unidades respiratórias 
(ductos alveolares e sacos alveolares), que é onde ocorre 
a troca respiratória. Essa estrutura não difere na criança 
e no adulto. 
Bom lembrar de uma diferença significativa. A resistência 
é inversamente proporcional ao raio. Ou seja, quanto 
menor o raio, maior a resistência. 
Temos um menor volume pulmonar na criança, já que 
a arvore respiratória está em crescimento. ela tem um 
diâmetro/raio de brônquio e bronquíolo muito menor do 
que no adulto. 
se temos um raio menor, a resistência ao fluxo aéreo vai 
ser maior. Fazendo com que criança seja mais propensa 
a complicações graves de infecções respiratórias. 
Crianças possuem respiração exclusivamente nasal, não 
sabem respirar pela boca principalmente os mais 
novinhos. Quando tem uma obstrução nasal em quadro 
gripal, podemos ter comprometimento da mecânica 
resp. 
membranas mucosas ligadas frouxamente, significa que 
há maior facilidade em colabarem, tanto a parte da arvore 
respiratória superior quanto posterior. 
(imagem da menina com letras) 
Alterações anatomofisiologicas 
A criança dessatura muito mais rápido que um adulto, 
isso porque ela tem um consumo mais alto de O2 e tem 
um metabolismo mais acelerado proporcionalmente a 
quantidade de massa que ela tem. 
Tem uma baixa reserva de oxigênio devido a questões 
fisiopatológicas, como o metabolismo acelerado explicado 
acima. 
risco maior de apneia, principalmente os RN, lactantes 
jovens e prematuros, em razão do controle centro 
respiratório, localizado no tronco cerebral, ainda imaturo. 
as crianças possuem uma resistência maior das vias 
aéreas quando comparadas ao adulto, devido ao pequeno 
calibre dos brônquios e bronquíolos. Além disso há 
aumento da tendencia ao colapso e aumento da 
complacência. O nosso organismo tem forças elásticas 
que mantem o pulmão tanto expandido quanto diminuído 
de volume quando necessário. A complacência é a 
tendencia do pulmão colapsar/colabar. A criança tem o 
pulmão altamente complacentes, ou 
 
 
seja, a via área está sempre tentando fechar, tendo esse 
movimento de retorno facilitado. 
A criança também uma capacidade residual funcional um 
pouco menor do que os adultos, tendo também uma 
redução da eficiência dos músculos respiratórios. A 
criança depende muito do diafragma e ela também tem 
uma alta complacência da parede torácica. Ela tem 
menos fibras Apo 1 na musculatura respiratória e tem 
costelas alinhadas mais horizontalmente. Isso tudo diminui 
a eficiência da musculatura respiratória acessória. 
Ou seja, isso significa que a criança tem um risco maior 
para insuficiência respiratória. Uma pneumonia que no 
adulto pode não gerar um comprometimento 
significativo, na criança pode gerar hospitalização, 
insuficiência respiratória e óbito. Uma das principais causas 
de mortalidade infantil são as doenças respiratórias, tanto 
as virais quanto bacterianas. 
Mãos 
Começamos a inspeção sempre pelas mãos! 
• Observar se há presença de hipocratismo digital. Nada 
mais é do que mudança do angulo entre a cutícula e a 
unha, que se torna maior quando encostamos um dedo 
no outro - Teste da janela de Schmroth. É um sinal 
muito significativo de doenças respiratórias mais graves 
que podem levar a hipóxia crônica. 
• Uma pessoa normal consegue encostar as duas 
falanges distais dos indicadores ou dos dedos médios, 
formando um discreto losango entre as falanges. Já 
quando a pessoa tem Baqueteamento digital esse 
–
2 
 
losango não é formado porque o angulo vai estar maior, 
mais aberto. 
 
Tórax: 
Vamos analisar se a criança tem um formato de tórax 
diferente do esperado. 
• Tórax atípico/normal: 
✴ RN: Discretamente arredondado 
✴ Lactante: Elíptico 
✴ A partir dos 7 anos: Cilíndrico. Igual do adulto. 
 Tórax típico/anormal: 
✴ Peito de pombo ou caraneiforme: Também chamado 
de tórax em quilha de navio ou Pectus carinatum. É uma 
deformidade normalmente congênita do esterno, 
adquirindo um formato mais protuso. Pode acarretar 
alguma alteração da dinâmica respiratória dependendo do 
grau de deformidade, sendo até passível de intervenção 
cirúrgica. 
 
✴ Sino: Mais comum em bebês. Podemos perceber que 
o tórax possui um diâmetro no polo superior bem menor 
no pulo superior e maior no polo inferior, se abrindo para 
a cavidade abdominal. Pode ser característico de distrofia 
muscular asfixiante, doença congênita que leva a uma 
dificuldade na expansão da caixa torácica por alterações 
das fibras musculares. Pode ainda ser causado por um 
aumento o volume abdominal, então se a criança tem 
uma hepatoesplenomegalia volumosa, vamos ter 
visualmente um tórax em formato de sino. 
✴ Barril ou tonel: Ocorre quando há aumento do 
diâmetro Antero-posterior do tórax. Característico 
de doença pulmonar obstrutiva no adulto (DPOC), que 
cursa com aprisionamento aéreo crônico. Crianças ou 
adolescentes com doenças respiratórias graves podem 
apresentar esse formato de tórax, como a fibrose cística, 
que tem caráter genérico, e causa destruição das 
paredes brônquicas e bronquiectasia, levando ao 
aprisionamento aéreo crônico. 
 
✴ Tórax em funil ou pectus escavado: É uma alteração 
anatômica da região esternal, normalmente congênita. Na 
maioria das vezes é leve, mas pode ser grave levando 
ao comprometimento da mecânica respiratória e ser 
passível de correção cirúrgica. 
 
✴ Assimetrias torácicas: Causadas principalmente por 
deformidades da coluna vertebral. Ex: Escoliose ou 
cifoescoliose muito significativas podem levar a uma 
assimetria torácica, que deve ser descrito no exame 
físico. 
 
Outra assimetria é a presença de nodulações na junção 
da parte óssea com a parte cartilaginosa das costelas, 
chamadas de rosário raquítico. É causada por uma 
hipovitaminose severa de vit D. Na foto ao lado as 
nodulações estão presente em praticamente todos os 
arcos costais, porém nem sempre isso acontece. É algo 
raro. 
O RN tem uma respiração periódica, ou seja, é muito 
comum que ele faça pausas respiratórias ao longo do seu 
ritmo respiratório. 
É importante diferenciar pausa respiratória x apneia. 
Pausa respiratória é uma alteração normal, fisiológica, do 
ritmo respiratório do RN, que chamamos de respiração 
periódica do RN. 
 
Alterações do ritmo resp. 
• Taquipneia: FC maior do que o habitual. 
• Dispneia suspirosa: O ritmo respiratório é normal, com 
um volume normal, mas as inspirações são forçadas, 
seguidas de expirações forçadas. Isso normalmente tem 
fundo psicogênico. 
3 
 
• Ritmo de Biot.: É um ritmo anárquico da respiração. O 
ritmo respiratório aumenta, depois diminui, podendo 
haver pausas e apneias. Normalmente está relacionado 
com lesões cerebrais graves que comprometem o 
funcionamento do centro respiratório. 
• Ritmo de Cantani: É uma hiperpneia, com uma 
hiperventilação constante. Normalmente é causada por 
uma acidose metabólica, que vai ativar o centro 
respiratório e numa tentativa de compensar aquela 
quantidade toda de H+ no organismo, o centro 
respiratório vai tentar lavar (ou levar?) o máximo de CO2 
possível através dessas hiperpneias. 
• Ritmo de Kussmaul: É bem característico da 
cetoacidose diabética, de alterações também de fundo 
metabólico. Também faz uma hiperpneia, mas entre uma 
inspiração e a expiração seguinte existe um período de 
pausa respiratória. 
• Cheyne- Stokes: Podemos perceber o aumento do 
volume corrente aos poucos, depois vai diminuindo e 
culmina as vezes com um período de apneia. Relacionado 
com lesões cerebrais e ICC graves. Não é um ritmo 
comum de encontrarmos em crianças. 
 Os ritmos de Cantani e Kussmaul encontramos mais 
frequentemente na pediatria por conta de alterações 
metabólicas. 
Frequência respiratória 
Ainda na inspeção, fazemos a análise das FR da criança. 
É importante fazer no início doexame, ainda com a 
criança no colo do responsável, principalmente em 
crianças menores, porque elas costumam chorar e isso 
prejudica a análise. Pedimos para o responsável levantar 
a blusa do bebê para que possamos fazer a contagem. 
A respiração da criança é predominantemente abdominal. 
A FR é variável de acordo com a idade. É importante 
contarmos durante 1min, olhando para o abdome da 
criança. Não podemos contar por 30seg e multiplicar por 
2. Isso porque há o período da pausa respiratória seguida 
de uma respiração mais rápida, e se pegarmos apenas 
alguma dessas partes a contagem da FR iria estar 
prejudicada. 
 
Essa tabela da OMS, mostra a frequência resp. quando 
eupneica, taqui pneica etc. 
A taquipneia é um sinal de extrema sensibilidade de 
acometimento do aparelho respiratório na criança. Existe 
alguns deadlines feitos pelo MS, para médicos de família 
que atuam em centros distantes, onde taquipneia é um 
forte sinal de pneumonia, sem levar em consideração 
qualquer outro sinal semiológico. Então a taquipneia é um 
sinal extremamente sensível, principalmente 
de pneumonia, mas também de qualquer acometimento 
respiratório na criança. Para avaliarmos essa FR, a criança 
precisa estar sem febre, porque se não ela aumenta a 
FR em uma tentativa de perder calor. 
Ex: Uma criança de 4 meses chega na emergência com 
39 de febre e 60 irem. Não podemos dizer que ela está 
taquipneica. Primeiro abaixamos a febre dela e só depois 
contamos a FR. Se ela continuar taquipneica as chances 
de ela ter pneumonia são grandes, mesmo que ela não 
tenha outro sinal semiológico de pneumonia. 
Esforço respiratório 
Analisado ainda durante a inspeção dinâmica. 
Corresponde ao acionamento da musculatura respiratória 
acessória. São sinais de sofrimento da criança, pois ela 
não está conseguindo respirar apenas como diafragma, 
os quais podem ser: 
• Batimento de aletas nasais: quando a criança inspira as 
aletas nasais se abrem mais e quando elas expiram se 
fecham mais, como se fossem asas de borboleta 
• Contração da musculatura subcostal: Chamada de 
Aragem ou retração costal 
• Contração da musculatura intercostal: Chamada de 
Aragem intercostal ou retração intercostal 
• Retração da fúrcula esternal: 
“Head bobbing” corresponde ao balanço da cabeça. 
Ocorre as vezes em um bebe muito pequeno, quando 
em cada respiração ele faz mais forca para levar o ar 
para dentro do aparelho respiratório e com isso balança 
a cabeça durante esse esforço. 
Estridor 
identificar algum um barulho na respiração da criança, 
sendo o estridor o principal barulho que conseguimos 
ouvir sem o auxílio do esteto. Esses ruídos respiratórios 
quando muito intensos podem ser observados na 
inspeção do aparelho respiratório. 
 É uma alteração anatômica ou infecciosa, da glote ou da 
subglote, podendo atingir a prega vocal, alguma estrutura 
da laringe, epiglote etc.) na qual gera um edema e 
diminuição do diâmetro para passagem de ar, gerando 
um ruído característico. O estridor pode ser inspiratório 
(mais comum), expiratório ou os dois. 
A laringe e a traqueia da criança são mais maleáveis, 
tendendo ao colapso. Em algumas crianças esse tecido 
pode ser ainda mais frágil/mole, podendo ter por 
exemplo uma Laringomalácia, onde a laringe é 
extremamente enfraquecida e com alteração de 
formato, fazendo com que a criança tenha estridor. Na 
4 
 
maioria das vezes ocorre de forma isolada (sem 
associação sindrômica), mas pode fazer parte de 
síndromes mais graves também, como 
meningoencefalites. 
Na maior parte das vezes a conduta é expectante, 
porque conforme a criança vai crescendo essas 
estruturas vão se fortalecendo e adquire o tamanho 
normal. Uma traqueostomia, somente seria indicada em 
casos mais graves, que leve a um colapso muito grande 
das vias aéreas, o que dificulta muito a respiração da 
criança. Mas normalmente isso apenas acontece quando 
está associada a algum distúrbio neurológico grave ou 
síndromes genéticas mais graves. 
Tosse 
A tosse faz parte da HDA, logo quando a criança da 
entrada na emergência ou no ambulatório com alguma 
queixa respiratória, é comum que a mãe relate que a 
criança está tossindo, sendo necessário perguntarmos as 
características dessa tosse. Ao longo do exame físico, 
vamos presenciar a criança tossindo e temos que tentar 
caracterizar essa tosse. É seca ou produtiva? Tem 
caráter espasmótico (em crise - a criança não para de 
tossir)? Temos que relatar no exame físico se 
presenciarmos. Tosse em guincho/tosse coqueluchoide: 
Características da coqueluche. É continua, seca, a criança 
as vezes não consegue respirar entre uma tosse e outra, 
vindo em crises. Pode ser associada a cianose perioral e 
apneia. 
 
 
Expansibilidade torácica 
De preferência a criança tem que ter capacidade de 
colaborar com o exame físico. Se a criança for muito 
pequena e estiver chorando muito, pode ser até bom, 
porque durante o choro ela fará várias inspirações 
profundas. Se for uma criança maior iremos dar os 
comandos de inspiração pelo nariz e expiração pela boca 
para ela fazer. 
O examinador irá analisar com as mãos apoiadas na parte 
superior e na parte inferior das faces anteriores e 
posteriores do tórax, se existe diferenças nos lados, ou 
seja, se um lado está expandindo mais do que o outro. 
Esse exame, com toda tecnologia que temos hoje, 
perdeu um pouco a validade. 
Dificilmente iremos observar diminuição da 
expansibilidade, mas isso pode acontecer, principalmente 
nos processos em que o paciente cursa com dor 
torácica ou tem preenchimento da cavidade pleural 
como em um derrame pleural volumoso; 
Frêmito toraco-vocal 
O FTV é a transmissão do som através da parede 
torácica que irá refletir na palma da mão do examinador. 
Em crianças que já estão na escola e em adolescentes, 
a pesquisa é feita da mesma forma que nos adultos. Com 
a palma das nossas mãos 
apoiadas no tórax do pct pedimos que ele fale “33”. O 
FTV nos lactentes é observado pelo choro. Sempre 
fazemos a análise comparando um lado com o outro. 
• FTV normal: FTV presente, bilateral e simétrico. 
• FTV diminuído ou ausente: É o que chamamos de 
hipofonia ou afonia. Causado por um obstáculo a 
propagação das vibrações ou diminuição da densidade 
do parênquima pulmonar. Se o paciente tem um alvéolo 
completamente colapsado 
- Atelectasia, que pode ter sido consequência de crises 
de asma grave, de uma pneumonia grave que cursou 
com rolha de secreção ou até mesmo por uma 
bronquiolite - pneumonia própria do lactente. Nesses 
casos os alvéolos se fecham completamente e há perda 
da troca gasosa. Ou seja, se temos um obstáculo na 
propagação dessa vibração, não teremos a transmissão 
do frêmito para a mão do examinador. 
• FTV aumentado: Normalmente acontece quando 
temos um aumento da densidade do parênquima 
pulmonar. Isso ocorre principalmente nas pneumonias de 
grandes extensões. O volume do parênquima vai estar 
aumentado. Os alvéolos que eram para estar cheios de 
ar, estão preenchidos por secreção (líquido), fazendo 
com que o som seja transmitido de maneira mais intensa. 
Síndromes de consolidação aumentam a percepção do 
FTV. 
O tórax da criança tem um volume reduzido, então em 
pneumonias muito pequenas é muito difícil conseguirmos 
perceber o FTV aumentado. 
Exame das mamas 
• Tumefação mamária: Os RN podem apresentar nos 
primeiros dias de vida um discreto aumento do volume 
mamário. Isso é fisiológico e ocorre em ambos os sexos 
em RN. Decorre da estimulação daquela região por 
hormônios maternos e regride com o tempo. Devemos 
orientar a família a não manipular o peito, pois alguns 
costumes populares falam que é preciso espremer o 
peito para sair leite. A manipulação desnecessária pode 
evoluir para mastite, uma infecção bacteriana do tecido 
5 
 
mamário, onde o RN deve ficar internado para receber 
antibióticos. 
• Telarca: Análise do aparecimento do broto mamário. 
Nas meninas aparece entre 8-11 anos. 
• Ginecomastia: Pode acontecer em adolescentes do 
sexo masculino, por volta dos 11-12anos, por estimulação 
hormonal (fases de flutuação hormonal). Devemos 
orientar que irá regredir espontaneamente com o 
crescimento do paciente. Se não regredir e se for de 
acordo com o desejo dele devemos encaminhar ao 
cirurgião plástico. 
Com um dedo, no máximo dois, iremos percutir o tórax 
do paciente com nosso indicador. Sempre avaliar toráx 
anterior e posterior, comparando um lado com o 
outro. Podemos obter: 
• Som claro pulmonar/ atimpânico: É o som normal de 
um pulmão sem nenhuma patologia. 
• Submaciço: 
• Maciço: 
• Hipersonoridade: 
• Timpânico: 
Se percutimos sobre a região do mediastino é comum 
que tenhamos um som maciço, pois ele não tem ar 
dentro dele e sim sangue. No restante dos segmentos 
pulmonares esperamos ouvir um som claro pulmonar. 
Em um pneumotórax (preenchimento anormal do 
espaço pleural por ar) teremos um som timpânico à 
percussão do tórax. O mesmo som que escutamos à 
palpação do abdômen inferior. 
Nas pneumonias muito extensas, com consolidação, um 
hemitórax opaco, podemos ter alteração na percussão, 
com ausculta de um som submaciço ou maciço. 
Normalmente é no derrame pleural que cursamos com 
som maciço à percussão torácica. As vezes 
conseguimos quantificar, delimitar o tamanho do DP 
somente pela percussão. 
Nas atelectasias podemos ter também som submaciço 
ou maciço, dependendo do grau da atelectasia. 
Fazer sempre em forma comparativa, escutando todas 
as partes do tórax, incluindo axilas, parte anterior, 
posterior etc. barra grega ou em X. devemos avaliar 
preferencialmente com respiração natural e tranquila. 
Em casos de pacientes obesos podemos ter murmúrios 
mais abafados, dado o aumento da espessura da parede. 
Nesses casos temos que pedir que o paciente inspire e 
expire mais profundamente. 
Respiração vesicular ou murmúrio vesicular (MV): 
Corresponde ao ruído normal que esperamos encontrar 
ao auscultar a 
criança. Mais do que tentar identificar os ruídos 
adventícios (anormais), devemos observar se o MV está 
assimétrico. É comum 
em crianças termos a diminuição do MV como um sinal 
semiológico de uma pneumonia, além da taquipneia. 
Temos diferença de intensidade do MV de acordo com 
a espessura da parede torácica (pacientes magros x 
obesos). 
 temos a relação do tempo inspiratório x expiratório. 
Sempre teremos uma expiração mais longa/devagar do 
que a inspiração. 
 1 inspiração para 3 ou 4 expirações nos escolares e 
adolescentes. Nos RN e lactentes jovens essa relação é 
um pouco diminuída, onde a expiração é um pouco 
menos longa. 
 
 
Ruídos adventícios (anormais) 
São divididos em: 
• Ruídos musicais ou contínuos 
✴ Sibilos 
✴ Roncos 
• Ruídos não musicais ou descontínuos. 
✴ Estertores finos 
✴ Estertores grossos. 
• Sons musicais ou contínuos: São sons contínuos; 
causados pela estenose ou obstrução parcial do ar 
dentro da via aérea por edema, secreção ou 
compressão. Dependendo da localização dessa 
obstrução teremos o surgimento de sibilos ou roncos. 
✴ Sibilos: São sons contínuos, finos e musicais causados 
pela passagem de ar por vias aéreas periféricas de 
pequeno calibre obstruídas parcialmente por constrição 
da musculatura, edema ou secreção. Ex: A asma ativa a 
bronca constrição (por liberação de IgE e degranulação 
mastocitária), que faz com que o calibre do brônquio 
diminua, além de haver também edema e secreção. 
6 
 
✴ Roncos: São sons baixos, grossos, causados pela 
obstrução de vias aéreas de médio a grande calibre, 
normalmente por secreção. Pode ocorrer em 
rinossinusites bacterianas que produzem bastante 
secreção, e em crianças com um resfriado muito intenso, 
com tosse produtiva e secreção nasal espessa e em 
grande quantidade. Outra situação que pode gerar o 
aparecimento de roncos na ausculta respiratória é 
infecção de VAS: aquela criança com resfriado muito 
intenso, tosse produtiva, secreção nasal espessa, 
amarelada e em grande quantidade. Podem desaparecer 
após a tosse! 
Se estivermos na dúvida durante o exame físico se a 
criança está com ronco ou algum outro ruído, uma das 
estratégias, se for uma criança maior, é pedir para ela 
tossir. A tendencia é o ronco desaparecer ou se mover 
após a tosse, pois assim conseguimos deslocar a 
secreção que estava obstruindo a passagem do ar. Já os 
estertores sub/crepitantes não se alteram com 
a tosse. É muito frequente a mãe chegar relatando que 
está sentindo o pulmão do bebê “chiar”. Chiado 
geralmente associamos à sibilo na prática médica, mas 
quando a mãe fala, na maioria das vezes é ronco o que 
ela está relatando. 
• Sons não musicais ou descontínuos: São causados pelo 
deslocamento das paredes alveolares durante a 
inspiração quando estes estão preenchidos por líquidos. 
Isso porque a pressão dos alvéolos vai aumentando até 
que eles conseguem se distender. Dependendo do local 
da interface ar-líquido teremos estertores finos, que 
refletem somente lesão alveolar, ou estertores grossos, 
que refletem lesão nos alvéolos e bronquíolos. 
 ∗ Estertores finos ou crepitantes: são 
predominantemente inspiratórios, finos, agudos e 
intermitentes, semelhantes a “atrito de cabelo próximos 
ao ouvido”. Indicam lesão alveolar em vias aéreas de 
pequeno calibre. A pneumonia (exsudato) é a causa mais 
comum na pediatria, onde o paciente vai ter o 
preenchimento dos sacos alveolares por secreção e na 
inspiração, quando chegar na pressão para o alvéolo 
encher, ele faz Apo uma bolha, como se fosse um "pop". 
No adulto, uma das causas que podem levar ao 
aparecimento desse som é o edema agudo de pulmão 
(transudato causado pela falência cardíaca). 
∗ Estertores grossos ou subcrepitantes são mais altos, 
mais longos e menos agudos que os estertores finos, 
semelhantes a “velcro descolando”, com um som um 
pouco mais grossa que os estertores finos ou crepitantes. 
Normalmente causado pela presença de secreção em 
brônquio ou bronquíolos. São ruídos brônquicos ou 
bronquiolares determinados pela passagem de ar nesses 
condutos, em mistura com líquido ali existente (em vias 
seres com calibre um pouco maior que nos estertores 
finos). Na pediatria as doenças que mais costumam causar 
esse som, som as 
bronquites crônicas e doenças supurativas pulmonares 
(Ex: fibrose cística). 
 A TC ao lado é de uma criança com fibrose cística. 
Observamos a presença de bronquiectasias, onde pode-
se ter secreção comprometendo a passagem de 
ar, levando ao surgimento dos estertores subcrepitantes. 
Essas setinhas brancas indicadas em vermelho na TC 
indicam a presença de sinal do anel de sinete. 
 
o Estertores finos! vias aéreas de pequeno calibre; lesão 
alveolar; pneumonia como causa mais comum. 
o Estertores grossos! vias aéreas de calibre maior; lesão 
bronquiolar; bronquite crônica e doenças supurativas 
como causas mais comuns. 
Ruídos não classificados: 
∗ Atrito pleural: Som semelhante ao “atrito de cabelo 
próximos ao ouvido”, causado pelo atrito entre uma 
pleura inflamada e outra. Pode estar presente também 
em neoplasias. São raros, pois as pleurites são incomuns 
em pediatria, a não ser adolescentes um pouco mais 
velhos que podem apresentar doenças reumatológicas. 
 ∗ Estridor ou cornagem: Som causado por espasmo, 
edema ou inflamação de VAS. Significa uma obstrução a 
passagem de ar a nível de glote ou subglote, Ex: 
laringomalácia, crupe, aspiração de corpo estranho. 
 ∗ Pectoriloquia: É a percepção de voz aumentada, 
ouvindo-se de maneira nítida as sílabas pronunciadas em 
voz alta. Quando o paciente fala e estamos auscultando, 
não conseguimos entender exatamente o que ele fala. 
Em algumas doenças temos essa transmissão de voz 
aumentada, como pneumonias e pneumonias cavitarias. 
 ∗ Gemidos ou gemência: Sinal ^pico de dificuldade 
respiratória grave.

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