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1 ALTERAÇÃO DE FUNÇÕES PSÍQUICAS Atenção Sensopercepção Memória Orientação Consciência Pensamento Linguagem Inteligência Afetividade Conduta ATENÇÃO FORMAS DE ATENÇÃO Figura 1 - Fatores que exercem influência no processo de atenção PSICOPATOLOGIA DA ATENÇÃO Conceito Processo de dirigir nossa atividade psíquica para determinadas estímulos (internos e externos) que despertam nosso interesse. A direção da consciência, o estado de concentração da atividade mental sobre determinado objeto. (Dalgalarrondo, 2000) Espontânea •Estímulo externo, sem intervenção da nossa vontade. •O objeto impõe-se aos nossos sentidos e, mais ainda, ao nosso psiquismo Voluntária •A atenção que se produz mediante a intervenção da vontade do indivíduo, quem, por sua própria iniciativa concentra-se num objeto. ESTÍMULO interno ou externo CAPACIDADE DE CONCENTRAÇÃO DO PSIQUISMO Tenacidade é a capacidade de manter a atenção voltada de modo persistente sobre um objeto. HIPERTENAZ – HIPOTENAZ Vigilância é a capacidade de dirigir a atenção para um novo objeto. HIPERVIGIL - HIPOVIGIL DISTRAÇÃO •Impossibilidade de manter constante e concentrada a atenção Disprosexia •Lentidão e debilidade da atenção Aprosexia •Falta absoluta de atenção. Depende de fatores tóxicos, afetivos e traumáticos Hiperprosexia •Aumento quantitativo de atenção. Refere-se a uma superatividade da atenção Hipoprosexia •Diminuição global da atenção Paraprosexia •Diminuição da intensidade e clareza das demais percepções, quando a atenção se acha dirigida para um só objeto Distrabilidade •Ao contrário da distração, um estado patológico que se exprime por instabilidade marcante e mobilidade acentuada da atenção voluntária 2 SENSOPERCEPÇÃO SENSAÇÃO: O trajeto que vai desde a percepção sensorial do estímulo até sua chegada a célula cortical. PERCEPÇÃO: A transformação que este estímulo sofre ao converter-se em fenômeno psíquico. PSICOPATOLOGIA DA SENSO- PERCEPÇÃO PERTURBAÇÕES QUANTITATIVAS PERTURBAÇÕES QUALITATIVAS CLASSIFICAÇÃO Segundo o momento de produzir-se: Hipnagógicas – antes do sono Hipnopômpicas – após sono Segundo o seu conteúdo: Elementares – Quando são indiferenciadas (chama, ruídos, murmúrios...) Complexas – Quando são diferenciadas (visão de objetos, palavras, frases, pessoas...) Segundo o órgão ou sistema afetado: Visuais – o paciente crê ver algo que não existe LILIPUTIANAS: vê uma série de personagens minúsculos, isolados ou acompanhados de pequenos animais em movimento AUTOSCÓPICAS: percebe a sua imagem corporal como se estivesse diante de si próprio EXTRACAMPINA: vê objetos, pessoas, animais, que se encontram fora do seu campo visual Auditivas – os pacientes ouvem ruídos, sons ou vozes, que podem ser elementares ou complexas Táteis – os pacientes sentem sobre a pele pequenos animais como baratas, pulgas, piolhos Gustativas e Olfativas – são mais raras. Apresentam-se quase sempre associadas. O paciente é perseguido por sensações repugnantes de mau Conceito Processo pelo qual o indivíduo torna-se consciente dos objetos e relações no mundo circundante, na medida em que essa consciência depende de processos sensoriais HIPERESTESIA •Por aumento do número de intensidade •Todos os sons parecem altos, todas as cores parecem vivas. HIPOESTESIA •Por diminuição do número de intensidade •Tudo parece escuro, cinzento, os alimentos já não têm mais sabor ANESTESIA OU ANALGESIA •Por abolição da sensibilidade •Grau extremo de hipoestesia ILUSÃO •É a percepção deformada de um objeto, ela existe e é real, o indivíduo interpreta- a erroneamente ALUCINAÇÃO •É a percepção sem objeto “As sensações representam as condições prévias para a percepção. Sem as sensações não existiriam percepções” 3 odor ou gosto estranho. As vezes são sabores e gostos que não podem ser identificados Motoras CINESTÉSICAS, CINÉTICAS OU MOTORAS - Relacionadas ao equilíbrio. O paciente crê efetuar um movimento, sente-se erguido ou assinala que lhe estão levantando um membro. CENESTÉSICAS - Estão relacionadas com sensações anormais em diferentes partes do corpo. O paciente pode reclamar que seu estômago está podre, que seus olhos estão aumentados... (também conhecida como alucinação somática). MEMÓRIA É a faculdade de fixar determinado estímulo, conservar durante um longo tempo, evocar quando necessita ou crê conveniente e por último reconhecê-lo ou identificá-lo. ETAPAS DO PROCESSO MNÊMICO FIXAÇÃO – Pelo ato da fixação se estabelece a disposição mnêmica, ou seja, a potencialidade de recordar o fixado. Na prática distinguimos três modalidades de fixação: CONSERVAÇÃO – Alguns autores negam a existência desta fase. Notando falhas no relato temos dificuldades em concluir se isso decorre de insuficiência conservação ou de defeito de evocação. EVOCAÇÃO OU RECONHECIMENTO – A evocação é a memória propriamente dita. É a capacidade de reconhecer a representação evocada como um componente previamente fixado e não como uma experiência nova da consciência. A evocação exige a existência de um evocador. Conceito Função do ego responsável pelo armazenamento de conhecimento adquirido, permitindo que o indivíduo tenha capacidade de evocar estes dados quando necessário. Fixação Conservação Evocação Esquecimento MECÂNICA •O texto fixado é repetido literalmente (decorado) RACIONAL •Ao fixar procuramos integrar os fatos ao nosso cabedal intelectual MENMOTÉCNICA •Acontece quando criamos relações esdrúxulas para facilitar a disposição mnêmica. 4 ESQUECIMENTO (oposto da evocação) – Se dá por 3 vias: PSICOPATOLOGIA DA MEMÓRIA QUANTITATIVAS Referem-se ao número de representações mnêmicas. Classificam-se em: QUALITATIVA Também chamadas de PARAMNÉSIAS ou FALSOS RECONHECIMENTOS, ou seja, reconhecimento que não correspondem à realidade. ORIENTAÇÃO TIPOS DE ORIENTAÇÃO: Esquecimento normal, fisiológico: por desinteresse do indivíduo ou por desuso; por condição clínica Esquecimento por repressão (Freud) •Quando se trata de material desagradável ou pouco importante para o indivíduo, podendo ainda, o sujeito, por esforço próprio, voltar a recordar certos conteúdos reprimidos; Esquecimento por recalque (Freud) •Certos conteúdos mnêmicos, devido ao fato de serem emocionalmente insuportáveis, são banidos da consciência, podendo ser recuperados apenas em circunstâncias especiais. HIPERMNÉSIA •Assim denomina-se o aumento simples da memória, não constituindo por si só um fato patológico, mas a capacidade para um grau exagerado de lembranças. DISMNÉSIA •O paciente esquece alguns fatos em forma total e absoluta, outros em forma fragmentadas e outros não esquecem. HIPOMNÉSIA •É a diminuição do número de lembranças evocáveis na unidade de tempo. AMNÉSIA •É a perda total da memória (de fixação ou anterógrada; de evocação ou retrógrada; total ou retro anterógrada). “Déja vu” •Impressão de já ter vivenciado antes o que na realidade é visto pela primeira vez. Fenômeno do Nunca Visto •O paciente acredita nunca ter visto algo que na realidade já vivenciou Ilusão de Memória •(ilusões mnêmicas - Criptomnésia) •É um falseamento da memória Trata-se de evocação deformada ou com detalhes imaginários. Alucinação de Memória •(alucinações mnêmicas - Confabulação) •É a evocação de algo que nunca se fixou nem conservou. Consistem no relato de coisas fantásticas que, na realidade, nunca aconteceram. Há incapacidade do paciente de reconhecer como falsas as imagens produzidas pela fantasia. São “invenções”, produtos da imaginação do paciente que preenchem umvazio da memória. Ecmnésia •Consiste na revivência muito intensa, às vezes de duração breve, de lembranças anteriores que pareciam esquecidas. Conceito É o processo pelo qual apreendemos o ambiente e nos situamos em relação a ele. Autopsíquica •Mundo interior •Noção de "eu" Alopsíquica •Tempo •Espaço 5 PSICOPATOLOGIA DA ORIENTAÇÃO CONSCIÊNCIA DEFINIÇÃO NEUROPSICOLÓGICA: emprega o termo no sentido de estado vígil, estar desperto, acordado, lúcido. Tem sido definida como aspecto característico da vida mental. Ela é sinônimo da qualidade de estar atento e de ter conhecimento. ORIENTAÇÕES DA CONSCIÊNCIA CONSCIÊNCIA DO EU – conhecimento que temos de existirmos como individualidade distinta das demais coisas do mundo. CONSCIÊNCIA DOS OBJETOS - tudo que é aprendido e que se encontra no campo da consciência – seja uma percepção, uma representação, ou um conceito. NÍVEIS DA CONSCIÊNCIA CLAREZA – Grau de lucidez - expressa o nível de clareza de imagem subjetiva que resulta da síntese da atividade psicológica consciente de um instante mais a consciência que a pessoa tem de si mesma e das suas circunstâncias. AMPLITUDE – O alcance do campo da consciência - a capacidade de apreender, simultaneamente, determinado número de objetos com clareza e precisão (percepção, representação ou conceito). INTEGRAÇÃO – Capacidade associativa. ALTERAÇÕES NORMAIS DESORIENTAÇÃO AMNÉSIA •Quando há transtornos de memória presente. DESORIENTAÇÃO DELIRANTE •Quando decorre de ideias delirantes DESORIENTAÇÃO CONFUSA •Decorre de um obscurecimento da consciência (em estados tóxicos ou infecciosos) DESORIENTAÇÃO APÁTICA •Existe falta de interesse de energia psíquica insuficiente, embora o paciente esteja completamente lúcido DESORIENTAÇÃO COMPLETA Quando atinge ambos os casos Conceito Definição Psicológica: a soma total das experiências conscientes de um indivíduo em um determinado momento quando não há alteração de consciência Lucidez é a perda das conexões existentes entre os processos psíquicos Confusão 6 SONO – É um estado especial da consciência, que ocorre de forma recorrente e cíclica, um estado comportamental e uma fase fisiológica normal e necessária do organismo. SONHO – É a maneira do pensamento se manifestar durante o sono – pode ser denominado de pensamentos oníricos. Durante o sono, o pensamento liberta-se das referências lógicas e ambientais que o dirigem e regulam, e passam a flutuar livremente e manifestar ideias em forma de imagens oníricas. ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS ALTERAÇÕES QUANTITIVAS Rebaixamento do nível de consciência desde um estado vígil, desperto até o coma profundo. ALTERAÇÕES QUALITATIVAS Estados alterados os quais se têm uma alteração parcial ou focal do campo da consciência. (Neurologistas: transtornos focais ou do conteúdo da consciência – psiquiatras: alterações qualitativas da consciência) PENSAMENTO OBNUBILAÇÃO •(ou turvação da consciência) – Rebaixamento da consciência em grau leve e moderado. Caracteriza-se, essencialmente, pela diminuição do grau de clareza do sensório, com lentidão da compreensão , dificuldade de concentração. SOPOR (ou torpor) •É um estado de marcante turvação da consciência, podendo ser definido como sono doentio ou forte sonolência patológica. COMA •Estado mais acentuado de perda de consciência com desaparecimento total da atividade motora. DELÍRIO ONIRÓIDE •(ou estado onírico) – alteração da consciência na qual, paralelamente à turvação da consciência e à confusão mental, o indivíduo entra em um estado semelhante a um sonho muito vívido, acompanhado de uma carga emocional marcante. (doenças febris – intoxicação – doenças cerebrais orgânicas) DELIRIUM •(ou síndromes confusionais agudas) – Quadros com rebaixamento leve a moderado do nível de consciência acompanhados de desorientação temporo-espacial, dificuldade em concentrar-se e agitação ou lentificação psicomotora ESTADOS CREPUSCULARES •Redução acentuada da amplitude do campo da consciência, com a conservação de uma atividade psicomotora mais ou menos coordenada, permitindo a ocorrência de atos automáticos DISSOCIAÇÃO DA CONSCIÊNCIA (estado segundo) •Fragmentação ou divisão do campo da consciência, ocorrendo perda da unidade psíquica comum do ser humano. TRANSE •Estado de dissociação da consciência que se assemelha a um sonho acordado, mas dele difere pela presença da atividade motora automática e estereotipada acompanhada de suspensão parcial dos movimentos voluntários. ESTADO HIPNÓTICO •É um estado de consciência reduzida e estreitada e de atenção concentrada que pode ser induzido por outra pessoa. É um estado de consciência semelhante ao transe, no qual a sugestionalidade do indivíduo está aumentada, a sua atenção concentrada sobre o hipnotizador. Conceito Aspecto funcional da vida psicológica, mediante a qual os dados elaborados do conhecimento selecionam-se e orientam-se ao redor de um propósito, seguindo-se as vias estabelecidas pelo processo associativo. 7 Julgar, abstrair, conceber, raciocinar, recordar, prever e de certo modo, imaginar, são formas características do pensamento. FUNÇÕES QUE INTEGRAM O PENSAMENTO: IDEAÇÃO - É o processo pelo qual nossa mente elabora ideias. Ideia é a concepção que nossa mente faz de qualquer fato subjetivo ou objetivo. ASSOCIAÇÃO DE IDEIAS – É o mecanismo psíquico, através do qual conectamos uma ideia com outra. JUÍZO – É a capacidade para comparar os fatos, ideias, compreender suas reações e tirar conclusões. Representa a capacidade pessoal de resolver situações, aprovando- as ou desaprovando-as. PSICOPATOLOGIA DO PENSAMENTO Os distúrbios do pensamento podem ser: QUANTO À PRODUÇÃO PENSAMENTO LÓGICO (pensamento normal) caracterizado por ser regido pela lógica formal, bem como por orientar-se segundo a realidade e os princípios da racionalidade. PENSAMENTO MÁGICO É o tipo de pensamento que fere frontalmente os princípios da lógica formal e também não respeita os indicativos imperativos da realidade. O pensamento mágico segue os desígnios dos desejos e fantasias, adequando a realidade ao pensamento e não ao contrário. QUANTO AO CURSO FUGA DE IDÉIAS Produção extremamente rápida de uma ideia a outra sem levar em conta os processos lógicos. As ideias são atropeladas uma pelas outras. INIBIÇÃO DO PENSAMENTO (LENTIFICAÇÃO DO PENSAMENTO) É uma alteração na qual, tanto o início como o curso do pensamento são muito lentos. Os pacientes falam devagar e habitualmente em voz baixa. A inibição se encontra mais em estados depressivos, mas pode ocorrer também na esquizofrenia Produção •Refere-se a estrutura básica, a “arquitetura”, preenchida pelos mais diversos conteúdos e interesse do indivíduo. Curso •Propicia uma coordenação coerente e lógica das ideias afins, passando de forma ininterrupta e sem desvios da ideia inicial a uma ideia final (mecanismo pelo qual conectamos uma ideia a outra). 8 PERSEVERAÇÃO Consiste na repetição automática e frequente de ideias que são introduzidas como um material de recheio, para preencher as falhas na evocação de novos elementos. PROLIXIDADE Termo usado para designar a minuciosidade excessiva do pensamento. DESAGREGAÇÃO DO PENSAMENTO (SALADA DE PALAVRAS) É uma sequência ilógica de ideias, onde se perde toda a coerência, não só de seu conjunto como em seus termos de ideias. INTERCEPTAÇÃO (BLOQUEIO) Tanto a expressão como o curso do pensamento cessam bruscamente. Às vezes a interrupção é momentânea e passados alguns segundos o paciente retorna e às vezes é definitivo e quando retorna começa outro pensamento completamentediferente. ROUBO DO PENSAMENTO O paciente tem a nítida sensação de que seu pensamento foi roubado de sua mente, por uma força ou ente estranho. QUANTO AO CONTEUDO IDÉIAS SUPERVALORI ZADAS (IDÉIAS PREVALENTES) Centralização do conteúdo do pensamento em torno de uma ideia particular, associada a um tom afetivo intenso. Quando existe uma ideia supervalorizada o indivíduo fica cego para o resto, selecionará unicamente lembranças e observações que convenham ao seu propósito de confirmá-la. DELÍRIOS É uma ideia, ou conjunto de ideias errôneas, aceitas pelo juízo de realidade como verdadeiras. Geralmente caracteriza-se pela falta de consciência do transtorno, pela irredutibilidade e tendência à difusão. OBSESSÕES (RUMINAÇÃO) São pensamentos que por si só, irrompem na consciência contra o desejo inconsciente do doente, que não compreende seu significado e se esforça em rechaçá-lo, sem conseguir. Geralmente associados à ansiedade, caracterizam-se por não serem desejados, não serem compreendidos e por não poderem ser rechaçados. FOBIAS Medo forte, persistente e irracional provocado por um estímulo ou situação específica. É um terror exagerado e invariavelmente patológico de algum tipo específico de estímulo ou situação; ocasionando um desejo compulsivo de evitar o estímulo temido 9 CLASSIFICAÇÃO DOS DELÍRIOS: DELÍRIO DE GRANDEZA (ENORMIDADE) – Concepção exagerada da própria importância. O paciente acredita-se poderoso, rico, belo, forte, amado... DELÍRIO DE AUTO-ACUSAÇÃO (CULPA) – O indivíduo sente-se responsável por coisas ou atos que não cometeu. Há um falso sentimento de remorso. DELÍRIO PERSECUTÓRIO – Caracteriza-se por desconfiança excessiva, especialmente em relação às pessoas com as quais se encontra em contato imediato. Tudo serve de motivo para alimentar a desconfiança. DELÍRIO DE INFLUÊNCIA – Não raramente aparece associado a ideias de perseguição. Os pacientes se sentem vítimas de influências telepáticas, de radiações, de choques elétricos que lhe são aplicados à distância, através de aparelhos especiais. DELÍRIO DE REFERÊNCIA OU DE RELAÇÃO – Fatos, atos, situações ou palavras de outras pessoas são interpretados pelo paciente como sendo significativamente relacionados a si próprio, sempre expressando acusações ou depreciações. DELÍRIO HIPOCONDRÍACO – Os pacientes declaram a sua convicção (injustificadas e irredutíveis) de que estão afetados por graves doenças. DELÍRIO DE NEGAÇÃO DE ÓRGÃOS – A pessoa nega sua própria existência, se sente morta ou nega a existência de seus órgãos. DELÍRIO DE RUÍNA (NIILISTA) – O indivíduo vive em um mundo repleto de desgraça, está condenado à miséria, ele e sua família passarão fome, o futuro reserva apenas sofrimentos e fracassos. DELÍRIO MÍSTICO - Caracteriza-se por ideias religiosas que pela sua intensidade podem levar ao estado de êxtase. O paciente acredita que tem poderes DELÍRIO REFORMADOR (SALVACIONISMO) – Ocorre em indivíduos que se sentem destinados a salvar, reformar, revolucionar ou redimir o mundo ou a sociedade. DELÍRIO DE INVENÇÃO (DESCOBERTA) – Reveste o aspecto de invenção de aparelhos e descobertas científicas (máquinas especiais, cura para enfermidades, mudar as estações do ano...), Geralmente trata-se de inventos com escassa finalidade prática. DELÍRIO DE CIÚMES (INFIDELIDADE) – É a convicção inabalável de traição por parte da pessoa amada, embora não haja base real no passado ou presente (encontrado com frequência nos alcoolistas crônicos). 10 DELÍRIO DE REINVIDICAÇÃO (QUERELÂNCIA) – O indivíduo de forma completamente desproporcional em relação à realidade, afirma ser vítima de terríveis injustiças e discriminações. DELÍRIO DE DESCENDÊNCIA – O paciente crê-se filho de algum personagem ilustre, ao mesmo tempo em que nega seus verdadeiros pais. DELÍRIO ERÓTICO (EROTOMANÍACO) – O indivíduo afirma que uma pessoa, em geral de destaque social, ou de grande importância para ele, está totalmente apaixonado por ele e irá abandonar tudo para com ele se casar. DELÍRIO CENEOSPÁTICO – O indivíduo afirma que existem animais ou objetos dentro de seu corpo, baseando-se em sensações corporais vivenciadas por ele, mas sem a temática de doenças. DELÍRIO DE INFESTAÇÃO (SÍNDROME DE EKBOM) – O indivíduo acredita que seu corpo (principalmente sua pele e seus cabelos) está infestado por pequenos (macroscópicos) organismo. DELÍRIO MITOMANÍACO (FANTÁSTICO – PSEUDOLOGIA) – O indivíduo descreve histórias fantásticas com convicção plena, sem qualquer crítica. Um tipo de mentira na qual a pessoa parece crer na realidade de suas fantasias e age de acordo com estas. LINGUAGEM Tomando a linguagem como meio de expressão ela podem ser: PERTURBAÇÕES DA LINGUAGEM ORAL: (DUAS GRANDES PERTURBAÇÕES) POR PERTURBAÇÕES AFETIVAS Incluem os casos nos quais a expressão verbal apresenta-se perturbada por causas afetivas, sem que haja comprometimento dos elementos encarregados da articulação da linguagem. VERBORRÉIA OU TAQUILALIA (LOGORRÉIA - TAQUIFASIA) – Conceito É a expressão do pensamento por meio de palavras. É o conjunto de sinais convencionais que o homem utiliza para expressar seus pensamentos e sentimentos. Oral •A expressão oral de uma língua Escrita •Expressão por meio de escrita Mímica •Sistema de signos de expressão e de comunicação formado por gestos, posturas físicas, movimentos corporais 11 Aceleração da velocidade de expressão por aceleração associativa. JARGONOFASIA – Consiste na produção contínua de palavras sem ordem lógica, tornando a linguagem completamente incoerente e incompreensível. VERBIGERAÇÃO – É a repetição incessante durante dias, semanas e até meses de palavras e frases pronunciadas em tom monótono, declamatório ou patético. MUSSITAÇÃO – Expressão da linguagem em voz muito baixa; o paciente movimenta os lábios de maneira automática produzindo murmúrios ou sons confusos; BRADILALIA (BRADIFASIA) – Diminuição da velocidade de expressão por lentidão associativa (aparece geralmente nos melancólicos). MUTISMO – Consiste na inibição da palavra falada (deve ser distinguida da afasia, onde o paciente não fala porque não pode falar). PARALOGIA (FENÔMENO DAS PARA- RESPOSTAS) – Emprego de respostas verbais sistematicamente inadequadas às perguntas, mas ligadas a elas por certa relação de sentido. NEOLOGISMO – São palavras criadas pelos pacientes, frequentemente por combinação de sílabas de outras palavras, empregadas com sentido desfigurado, e por razões psicológicas idiossincráticas. ECOLALIA – Repetição, como um eco, das últimas palavras que chegam ao ouvido do paciente. É um fenômeno quase que automático, involuntário, que o paciente realiza sem planejar ou controlar. PALILALIA (LOGOCONIA) – Repetição automática e estereotipada pelo paciente da última ou das últimas palavras que o próprio paciente emitiu. ESTEREOTIPIA VERBAL – Consiste na repetição automática de uma palavra, sílaba ou som, que se intercala entre frases, sem nenhuma finalidade. TIQUES VERBAIS (TIQUES FONÉTICOS – COPROLALIA) – Produção de fonemas ou palavras de forma recorrente, imprópria e irresistível. O paciente produz, via de regra, sons guturais, abruptos e espasmódicos. A coprolalia é a emissão involuntária e repetitiva de palavras obscenas, vulgares ou relativas a excrementos. PERTURBAÇÕES DA LINGUAGEM MÍMICA Podemos classificá-las em: 12 HIPERMÍMICA – Aumento dos movimentos faciais patognomônico dos estados de excitação mental. HIPOMÍMICA – Diminuição da expressão facial. AMÍMICA – Imobilidade facial absoluta (estadoscatatônicos e melancólicos). PARAMÍMICA – A mímica reflete um estado que na realidade não traduz o estado afetivo do indivíduo. É como se houvesse uma “impropriedade mímica”. AFETIVIDADE PSICOPATOLOGIA DA AFETIVIDADE HIPERTIMIA (AFETOS PRAZEIROSOS OU ELAÇÃO) – É um estado de ânimo morbidamente elevado. Destaca-se: Euforia Patológica ou Êxtase. HIPOTIMIA (DEPRESSÃO) – É um estado de ânimo diminuído, podendo variar desde uma ligeira indisposição até o estupor; distinguindo em formas mais leves ou formas mais intensas. HUMOR DISFÓRICO – Um estado de ânimo desagradável. EUFORIA – Intensa relação com sentimentos de grandeza. DEPRESSÃO – Sentimento psicopatológico de tristeza. APATIA (INDIFERENÇA AFETIVA) – É a diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva. AFETO EMBOTADO (EMBOTAMENTO AFETIVO) – É a perda profunda de todo tipo de vivência afetiva. ALEXITIMIA – Incapacidade ou dificuldade para descrever ou conscientizar-se das próprias emoções e estados de ânimo. ANSIEDADE – É uma contínua e acentuada sensação de ameaça na maioria das vezes de motivação subjetiva, provocando modificações fisiológicas. Conceito É a capacidade de experimentar sentimentos e emoções. Os componentes afetivos são eminentement e dinâmicos e participam de toda a vida mental, determinando nossa atitude geral Denominam AFETOS as variações temporárias, as modulações e as expressões da vida afetiva. Chamam SENTIMENTOS aos afetos associados a um componente representativo. Por EMOÇÕES entendem os afetos acompanhados de uma forma de expressão somática o HUMOR seria um tom afetivo mais durável 13 MEDO – É a resposta a um perigo real e reconhecido que desaparece quando a situação que lhe deu origem é eliminada. TENSÃO – Ansiedade com aumento da atividade psicomotora e com características desagradáveis. ANGÚSTIA – É um estado exaltado de tensão e acompanhado de um sentimento vago, mas muito inquietante, de perigo imediato. PÂNICO – Ataque agudo de ansiedade associado com sentimentos sufocantes de medo e de descarga autônoma. AFETO INADEQUADO - Quando a emoção não corresponde ao estímulo. INSTABILIDADE AFETIVA – Se produz a mudança rápida e emotiva do humor, sempre acompanhada de extraordinária intensidade de reação afetiva, que se processa com duração muito limitada. INCONTINÊNCIA EMOCIONAL – Facilidade com que se produzem as reações afetivas, acompanhadas de certo grau de incapacidade para inibi-las. TENACIDADE AFETIVA – Persistência anormal de certos estados afetivos, como o ressentimento, o ódio e o rancor. PUERILISMO – Regressão da personalidade adulta ao nível do comportamento infantil (o paciente adota inconscientemente as atitudes e a linguagem de uma criança). IRRITABILIDADE PATOLÓGICA – Predisposição especial ao desgosto, à ira e ao furor, acompanhada por impaciência, irritabilidade, aumento da capacidade de reação a determinados estímulos e intolerância pelos ruídos. AMBIVALÊNCIA AFETIVA – Consiste em experimentar sentimentos opostos, simultaneamente e em relação ao mesmo motivo. ANEDONIA - Falta de prazer. CULPA – Emoção secundária a fazer algo que é percebido como errado. CONDUTA A atividade voluntária intervém uma série de processos psíquicos conscientes (sensopercepção, ideias, sentimentos, ideias...) que determinam a direção e a intensidade da ação. Conceito É a função do ego responsável pelo armazenament o de conhecimento adquirido, permitindo que o indivíduo tenha capacidade de evocar estes dados quando necessário. 14 Não é em si uma função ou faculdade, mas uma tendência psicomotora da atividade psíquica. PSICOPATOLOGIA DA CONAÇÃO AUMENTO DA ATIVIDADE (HIPERATIVIDADE) - Tal atividade tem um propósito que nunca é alcançado, pois o objeto do trabalho é constantemente mudado. DIMINUIÇÃO DA ATIVIDADE (HIPOATIVIDADE) –Neste transtorno existe tipicamente um alongamento do tempo necessário para iniciar uma atividade e uma vez iniciada se executa lentamente, como se fosse um esforço penoso. CATAPLEXIA – Perda temporária do tônus muscular e fraqueza, precipitada por uma variedade de estados emocionais. ESTEREOTIPIAS – Padrão repetitivo fixo de ação ou fala. MANEIRISMO – Um tipo de estereotipia caracterizada por movimentos bizarros e repetitivos, geralmente complexos, que perseguem um certo objetivo, mesmo que esdrúxulo. OBEDIÊNCIA AUTOMÁTICA – É o automatismo às ordens, ou seja, as sugestões ou ordens exteriores são compulsivas e automaticamente obedecidas. O Indivíduo obedece automaticamente, como um robô teleguiado, as solicitações. ATOS EM ECO (FENÔMENOS EM ECO) - Pode tomar a forma de ecolalia: uma repetição das palavras do interlocutor ou ecopraxia: imitação dos movimentos observados em outras pessoas NEGATIVISMO – Resistência do paciente em executar o que se pede a ele, ou ainda, fazer exatamente o contrário do pedido. ATOS COMPULSIVOS – Tendência insistente, imperativa e repetitiva para realizar um ato não-desejado, que contraria os desejos comuns e os próprios padrões de conduta. O ato pode ser de natureza simples ou em forma de ritual. AMBITENDÊNCIA – Em nível de conduta a pessoa não sabe se faz uma coisa ou outra. São impulsos antagônicos que se fazem conscientes simultaneamente (desejar ao mesmo tempo duas coisas). ATOS IMPULSIVOS – São ações isoladas, súbitas, involuntárias, sem reflexão e desprovidas de finalidade. ATOS AUTOMÁTICOS – Consistem em atos praticados pelo indivíduo sem a interferência da vontade e sem que ele saiba o que está realizando. 15 HIPOBULIA OU ABULIA – Debilidade ou ausência da vontade. CATATONIA – Anomalias motoras em distúrbios não orgânicos. EXCITABILIDADE CATATÔNICA – atividade motora agitada, sem finalidades, não influenciada por estímulos externos. ESTUPOR CATATÔNICO – Estado de ausência completa de resposta, com imobilismo e mutismo. FLEXIBILIDADE CÉREA – A pessoa pode ser “moldada” em uma posição que é, então, mantida. RIGIDEZ CATATÔNICA – manutenção de uma postura rígida, contrária a todos os esforços para a mobilização.
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