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LinguaPortuguesaleitura e compreensao genero e linguagem discursiva

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1 
INTRODUÇÃO 
Sendo o objeto desta área os conhecimentos discursivo-
textuais e linguísticos implicados nas práticas sociais de linguagem, 
afirmamos que em nossas práticas pedagógicas teremos o texto 
como ponto de partida e de chegada, por representar o produto da 
atividade discursiva oral, escrita, considerando a diversidade textual 
que circula socialmente. Como resultantes da atividade discursiva, 
os textos estão em constante e contínua relação uns com os outros, 
mesmo que em sua linearidade isso não se explicite. Isso quer dizer 
que o currículo de Língua, além dos conteúdos procedimentais ne-
cessários para as aprendizagens linguísticas, trará bases gerais para 
as aprendizagens das demais disciplinas. Como os textos se organi-
zam em gêneros, determinados historicamente e disponíveis na cul-
tura, daremos a eles destaque especial, discutindo as suas inten-
ções comunicativas, as quais geram usos sociais que os determi-
nam. Considerando a linguagem como atividade discursiva, o texto 
como unidade de ensino e a noção de gramática como relativa ao 
conhecimento que o falante tem de sua linguagem, as atividades 
curriculares de Língua Portuguesa corresponderão, principalmente, 
às seguintes atividades discursivas: 1) Prática de escuta de textos 
orais e leitura de textos escritos, 2) Produção de textos orais e escri-
tos, 3) Prática de análise linguística. Os conteúdos se articularão em 
torno de dois eixos básicos: USO (conteúdos que dizem respeito ao 
processo de interlocução) e REFLEXÃO (conteúdos desenvolvidos 
sobre os do eixo USO - instrumentos para análise do funcionamento 
da linguagem). Qualquer sequenciação de conteúdos deverá ser 
feita levando em consideração o projeto da escola, o grau de com-
plexidade da tarefa, as possibilidades e as necessidades de aprendi-
zagem do grupo. 
Criando condições para que o aluno desenvolva sua compe-
tência discursiva, ampliando e se apropriando dos recursos expressi-
vos e dos procedimentos de compreensão, interpretação e produção 
dos textos, bem como de instrumentos de análise linguística, consi-
deramos que, desta forma, estaremos nos comprometendo com o 
exercício da cidadania. 
OBJETIVOS GERAIS 
• ler, de maneira autônoma, textos de gêneros e temas com 
os quais tenha familiaridade, articulando o maior número 
possível de índices textuais e contextuais na construção do 
sentido do texto; 
• ser receptivo a textos que rompam com seu universo de 
expectativas, por meio de leituras desafiadoras para a sua 
condição atual; 
• escrever conforme seus propósitos e demandas sociais; 
utilizando com desenvoltura os padrões da escrita em fun-
ção das exigências do gênero e das condições de produ-
ção; 
• ser receptivo às propostas de escrita, assumindo, mesmo 
que parcialmente, a condição de autoria na produção de 
seus textos, (re)significando, criando outros sentidos, criati-
vamente e criticamente se expressando; 
• saber se expressar apropriadamente em situações de inte-
ração oral diferentes daquelas próprias de seu universo 
imediato; 
• refletir sobre os fenômenos da linguagem, particularmente 
os que tocam a questão da variedade linguística, comba-
tendo a estigmatização, discriminação e preconceitos relati-
vos ao uso da língua; 
• experimentar a leitura literária como possibilidade de com-
preensão do mundo e de fruição da vida, espaço de diálo-
go, questionamento, emoção e encantamento. 
GÊNEROS TEXTUAIS PRIVILEGIADOS 
PARA AS PRATICAS DE ESCUTA E DE LEITURA 
Literários: cordel, canção, conto, romance, crônica, poema e 
texto dramático. 
De imprensa: debate, depoimento, entrevista, notícia, editori-
al, artigo, reportagem, carta do leitor, entrevista, charge, história em 
quadrinho e tira. 
De divulgação científica: exposição, seminário, debate, pa-
lestra, verbete enciclopédico, relatórios, artigos, didáticos. 
Publicidade: propaganda. 
Correspondências: cartas, bilhetes, telegramas, emails etc 
GÊNEROS PRIVILEGIADOS PARA A PRÁTICA 
DE PRODUÇÃO DE TEXTOS ORAIS E ESCRITOS 
Literários: conto, crônica, poema e texto dramático. 
De imprensa: depoimento, entrevista, notícia, artigo, carta do 
leitor, debate, charge, história em quadrinho e tira. 
De divulgação científica: exposição, seminário, debate, pa-
lestra, verbete enciclopédico, relatórios, artigos, didáticos. 
Publicidade: propaganda 
Correspondências: cartas, bilhetes, telegramas, emails etc. 
CONTEÚDOS QUE DIZEM RESPEITO 
À ESCUTA DE TEXTOS ORAIS 
• compreensão dos gêneros do oral, articulando elementos 
linguísticos, a outros de natureza não-verbal; 
• identificação das formas particulares dos gêneros literários 
Currículo de Língua Portuguesa 
do Segundo Segmento do Ensino Fundamental 
2 
do oral, que se distinguem do falar cotidiano; 
 
• identificação de marcas discursivas para o reconhecimento 
de intenções, valores e preconceitos veiculados no discur-
so; 
• quando necessário, emprego de estratégias de registros na 
compreensão de textos orais. 
CONTEÚDOS QUE DIZEM RESPEITO 
À LEITURA DE TEXTOS ESCRITOS 
• seleção de procedimentos de leitura em função dos diferen-
tes objetivos e interesses (estudo, entretenimento, realiza-
ção de uma tarefa etc) e das características do gênero e 
suporte: a leitura pode ser integral, tópica, de revisão etc; 
• emprego de estratégias não lineares durante a leitura: for-
mular hipótese antes ou durante a leitura; validar ou refor-
mular as hipóteses a partir das novas informações durante 
o processo de leitura; avançar ou retroceder na leitura em 
busca de informações; inferir o sentido de palavras a partir 
do contexto; consultar outras fontes de informações com-
plementares; 
• articulação entre conhecimentos prévios e informações 
textuais para dar conta de ambiguidades, ironias, valores 
implícitos, opiniões, intenções do autor; 
• estabelecimento da progressão temática em função das 
marcas de segmentação textual, tais como: mudança de 
capítulo, parágrafos, títulos e subtítulos (prosa); estrofes, 
versos (para textos em verso); 
• estabelecimento das relações necessárias entre o texto e 
outros textos, e recursos que o acompanham (fotos, gráfi-
cos, desenhos, tabelas) no processo de compreensão e 
interpretação do texto; 
• levantamento e análise de indicadores linguísticos e extra-
linguísticos presentes no texto para identificar as várias 
vozes do discurso e o ponto de vista que determina o trata-
mento dado ao conteúdo; 
• reconhecimento dos diferentes recursos expressivos utiliza-
dos na produção de um texto e seu papel no estabeleci-
mento do estilo do próprio texto ou de seu autor; 
CONTEÚDOS QUE DIZEM RESPEITO 
À PRODUÇÃO DE TEXTOS ORAIS 
• planejamento prévio da fala em função da intencionalidade 
do locutor, das características do receptor, das exigências 
da situação e dos objetivos estabelecidos; 
• seleção, adequada ao gênero, de recursos discursivos, 
semânticos, gramaticais, gestuais; 
• emprego de recursos escritos como apoio; 
• ajuste da fala em função da reação dos interlocutores, co-
mo levar em conta o ponto de vista do outro, acatando, 
refutando, negociando. 
CONTEÚDOS QUE DIZEM RESPEITO 
À PRODUÇÃO DE TEXTOS ESCRITOS 
• produção de textos considerando suas condições de produ-
ção: finalidade, especificidades do gênero, lugares prefe-
renciais de circulação, interlocutor; 
• utlilização de procedimentos diferenciados para elaboração 
do texto: estabelecimento de tema, planejamento, rascu-
nho, revisão, versão final; 
• utilização de mecanismos discursivos e linguísticos de coe-
rência e coesão textuais, conforme o gênero e os propósi-
tos do texto; 
• utilização de marcas de segmentação em função do projeto 
textual: títulos, subtítulos, paragrafação, pontuação, outros 
sinais gráficos; 
• utilização de recursos gráficos orientadores da interpreta-
ção. 
CONTEÚDOS QUE DIZEM RESPEITO 
À PRÁTICA DE ANÁLISE LINGUÍSTICA 
• reconhecimento das características dos diferentes gêneros 
de texto, quanto ao conteúdo, construção e estilo. Isso se 
relaciona: 
1. ao reconhecimentodo universo discursivo dentro do 
qual cada texto e gêneros se inserem, considerando as 
intenções do enunciador, os interlocutores, os procedi-
mentos narrativos, descritivos e a intertextualidade, ex-
plícita ou não; 
2. ao levantamento das restrições que diferentes suportes 
e espaços de circulação impõem à estruturação de tex-
tos; 
3. à análise das sequências discursivas predominantes 
(narrativa, descritiva...) e dos recursos expressivos re-
correntes no interior de cada gênero; 
4. ao reconhecimento das marcas linguísticas específicas 
(marcadores temporais, operadores argumentativos, 
esquema dos tempos verbais etc); 
• observação da Língua em uso, de maneira a dar conta da 
variação intrínseca ao processo linguístico, no que diz res-
peito aos fatores geográficos, históricos, sociológicos e 
técnicos; às diferenças entre os padrões da linguagem oral 
e os padrões da linguagem escrita; à seleção de registros 
em função da situação interlocutiva (formal, informal); 
• comparação dos fenômenos linguísticos observados na fala 
e na escrita nas diferentes variedades, privilegiando os se-
guintes domínios: 
1. sistema pronominal em função do gênero: preenchimen-
to da posição do sujeito, pronomes tônicos na posição 
de objetos etc; 
2. sistema de tempos verbais e emprego das formas ver-
bais – predominância do modo indicativo; 
3. predominância de verbos de significação mais abran-
gente (ser, ter, estar, ficar pôr, dar) em vez de verbos 
com significação mais específica; 
4. casos mais gerais de concordância nominal e verbal 
para recuperação da referência e manutenção da coe-
são; 
5. predominância da coordenação sobre as estruturas de 
subordinação; 
• realização de operações sintáticas que permitam analisar 
as implicações discursivas decorrentes de possíveis rela-
ções estabelecidas entre forma e sentido, de modo a ampli-
ar os recursos expressivos: 
1. na expansão dos sintagmas para expressar sintetica-
mente elementos dispersos no texto que predicam um 
mesmo núcleo; 
2. na reordenação dos constituintes da sentença e do texto 
para expressar diferentes pontos de vista discursivos, 
como a topicalidade, a informação nova, a ênfase; 
3 
3. na expansão mediante coordenação e subordinação de 
relações entre sentenças em parataxe (simplesmente 
colocadas lado a lado na sequência discursiva); 
4. na utilização de recursos sintáticos e morfológicos que 
permitam alterar a estrutura da sentença para expressar 
diferentes pontos de vista discursivos, como, por exem-
plo, o ocultamento do agente (construções passivas, 
utilização do "se" ou verbo na terceira pessoa do plural) 
o efeito do emprego ou não de operadores argumentati-
vos e modalizadores; 
5. na redução do texto, seja como marca de estilo ou para 
diminuir redundâncias; 
• ampliação do repertório lexical pelo ensino-aprendizagem 
de novas palavras, de modo a permitir: 
1. a escolha, tendo em vista o contexto, as diferentes mo-
dalidades (falada ou escrita), o nível de formalidade e a 
finalidade social do texto; 
2. a organização das palavras em conjuntos estruturados 
em relação a um determinado tema, acontecimento, 
fenômeno etc, como possíveis elementos de um texto; 
3. a capacidade de projetar, a partir do elemento lexical 
(sobretudo verbos), a estrutura complexa associada a 
seu sentido, bem como os traços de sentido que atribu-
em aos elementos (sujeito, complementos) que preen-
cham essa estrutura; 
4. o emprego adequado de palavras limitadas a certas con-
dições histórico-sociais (regionalismos, estrangeirismos, 
arcaismos, neologismos, jargões, gíria); 
5. a elaboração de glossários, identificação de palavras-
chave, consulta ao dicionário; 
• descrição de fenômenos linguísticos com os quais os alu-
nos tenham operado, por meio de agrupamento, aplicação 
de modelos, comparações e análise das formas linguísti-
cas, de modo a inventariar elementos de uma mesma clas-
se de fenômenos e construir paradigmas contrastivos em 
diferentes modalidades de fala e escrita, com base: 
1. em propriedades morfológicas (flexão nominal, verbal, 
processos derivacionais de prefixação e de sufixação); 
2. no papel funcional assumido pelos elementos na estru-
tura da sentença ou nos sintagmas constituintes (sujeito, 
predicado, complemento, adjunto); 
3. no significado protípico dessas palavras; 
4. utilização da intuição sobre unidades linguísticas 
(períodos, sentenças) como parte das estratégias de 
solução de problemas de pontuação; 
• utilização das regularidades observadas em paradigmas 
morfológicos como parte das estratégias de solução de 
problemas de ortografia e de acentuação gráfica.

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