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Anestesiologia

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1- HISTÓRIA DA ANESTESIOLOGIA, NOMINA ANESTESIOLOGICA
INTRODUÇÃO
Hoje em dia, seria impensável submeter-nos a um procedimento mais invasivo sem antes nos assegurarmos, através do uso de anestésicos, que o mesmo seria indolor. No entanto, nem sempre foi assim, antes da descoberta da anestesia, os procedimentos se assemelhavam a cenarios de tortura. Felizmente, atualmente essa não é uma preocupação, graças à curiosidade, inteligência e estudo dos clínicos que desenvolveram a utilização de anestésicos inalados para este fim.
A busca por meios de alívio da dor vem de séculos atrás, onde desde a antiguidade já se conhecia o ópio e sua sensação de torpor e analgesia profunda, mas com efeitos adversos como dependência física e química. Também eram utilizadas outras opções, como a embriaguez alcoólica, que pode levar a certo grau de analgesia ou indiferença frente ao estímulo doloroso; a aplicação de gelo na área a ser operada, levando a uma isquemia e certo amortecimento da área, e algumas um pouco mais radicais, como a asfixia temporária do paciente, levando a uma isquemia cerebral e desmaio momentâneo, ou ainda atordoando o paciente com uma pancada na cabeça. Quando não se obtinha resultado com alguma das medidas citadas, recorria-se a ajuda de quatro auxiliares de anestesia que seguravam o paciente para o cirurgião realizar seu trabalho (FARIA e MARZOLA, 2001).
O desenvolvimento da Anestesiologia como atividade, muito bem fundamentada na Farmacologia e na Clínica, decorre da síntese e uso de fármacos pertencentes a grupos farmacológicos diversos e capazes de propiciar, com desejável segurança, a amnésia, a sedação, o bloqueio autonômico, a analgesia, a anestesia, a inconsciência e, quando necessário, o relaxamento da musculatura esquelética (LEITÃO, 1997).
A utilização adequada da anestesia, sedativos e analgésicos podem aliviar a dor, causar amnésia e proporcionar o relaxamento muscular essencial para a segurança humana e dos pacientes (SHORT, 2003). Seu uso inclui facilitar a imobilização necessária para vários procedimentos diagnósticos, cirúrgicos e terapêuticos. Para que se efetuem anestesias seguras e eficientes, sem riscos, é preciso que se conheçam a farmacodinâmica e a farmacocinética dos fármacos, bem como o emprego de aparelhos anestésicos, desde os mais sofisticados, até os mais simples para uso cotidiano. O desenvolvimento contínuo de técnicas e fármacos melhores, associado ao esforço conjunto e constante no ensino profissionalizante dos veterinários, minimizou o risco da anestesia e do alívio da dor em um contexto cada vez mais amplo e sofisticado da assistência aos pacientes.
A anestesia veterinária vem evoluindo gradativamente de forma contínua e se tornou uma especialidade no âmbito da veterinária. As principais mudanças são os avanços na tecnologia médica e o desenvolvimento farmacêutico a partir de inúmeros fármacos idealizados para uso humano que sofreram adaptação para o uso animal e tem sido aplicado com êxito na rotina anestésica, especialmente visando o controle da dor e a qualidade de vida, bem como conceder procedimentos mais seguros para paciente e veterinário.
DEFINIÇÕES
O termo anestesia, derivado do grego anaisthaesia, que significa ‘insensibilidade’, para descrever a perda de sensação em toda ou qualquer parte do corpo. A indução da anestesia é feita por fármacos que deprimem a atividade do tecido nervoso em um local, região ou no próprio sistema nervoso central. A conduta da dor nos pacientes envolve o uso de fármacos geralmente denominados analgésicos, termo derivado de an, que implica negativa ou ausência (sem), e alges(is), que significa dor. O manejo clínico da dor em geral resulta em vários graus de efetividade, que representam estados de hipoalgesia, ou uma sensação menor de dor.
De modo habitual, vários termos são empregados para descrever os efeitos dos anestésicos e inibidores de dor, sendo eles:
Analgesia - quando há ausência de dor em resposta a estímulos dolorosos em pacientes conscientes.
Dor - experiência sensitiva e emocional desagradavel associada a lesão tecidual real ou potencial.
Nocicepção - é processo fisiológico subjacente à percepção consciente da dor. Não requer consciência e pode continuar durante a anestesia geral.
Tranquilização - alteração do comportamento, o paciente fica relaxado, mas continua ciente do que está acontecendo em torno dele.
Sedação - estado de depressão central, sonolência e relaxamento, porém o paciente pode acordar e responder a algum estímulo nocivo. 
Narcose - sono profundo induzido por fármacos.
Hipnose - sono induzido artificialmente, resultante da depressão moderada do SNC. Paciente desperta sem dificuldade.
Analgesia local - ausência de dor em uma área circunscrita do corpo.
Analgesia regional - insensibilidade à dor em uma área maior do corpo, embora limitada, geralmente definida pelo padrão da inervação sobre a qual o efeito é exercido.
Anestesia geral - inconsciência induzida por um fármaco e que se caracteriza por depressão controlada, mas reversível, do SNC e da percepção.
Anestesia geral cirúrgica - plano anestésico que proporciona inconsciência, amnésia, relaxamento muscular e hipoalgesia suficientes para uma cirurgia indolor .
Anestesia balanceada - mediante ao uso de vários fármacos e técnicas simultaneamente.
Anestesia dissociativa - induzida por fármacos que promovem a dissociação dos sistemas talamocortical e límbico. Tal tipo de anestesia caracteriza-se por um estado de catalepsia em que os olhos permanecem abertos e os reflexos da deglutição mantêm-se intactos.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Nos dias atuais seria inconcebível sujeitar-nos a qualquer procedimento mais invasivo sem a utilização de anestésicos. No entanto, nem sempre foi assim. Antes do descobrimento da anestesia os procedimentos cirúrgicos eram sinônimos de dor e assimilavam se a cenários de tortura, sendo de grande preocupação ao doente que era submetido e um dos principais problemas ao clinico que executava também. Muitas tentativas foram executadas no sentido de amenizar a dor desses pacientes, como torná-los inconscientes antes do procedimento cirúrgico. 
Historicamente, a data de 16 de outubro de 1846 é considerada como a data em que se realizou a primeira intervenção cirúrgica com anestesia geral. Naquele dia, o dentista William T G Morton anestesiou um paciente para que o cirurgião John Collins Warren extraísse um tumor de seu pescoço. Ele foi anestesiado com éter, através da utilização de um aparelho inalador idealizado por Morton (REZENDE, 2009). E desde esse episódio, a anestesiologia foi crescendo em muitos aspectos. Em 1800, um dos grandes químicos com suas ideias liberais e através de estudo dos efeitos do óxido nitroso, publicou um livro onde sugeria a utilização do óxido nitroso como anestésico em cirurgias e outras intervenções médicas, por suas propriedades analgésicas. Entretanto, foi somente em 1844, quando o dentista Horace Wells, utilizou o óxido nitroso para a extração de dentes, que esse gás se tornou uma das primeiras substâncias usadas sistematicamente como anestésico. Nessa mesma época, o dentista Morton, conhecedor das experiências com NO2 e éter, começou a fazer suas próprias experiências com animais, em si mesmo e em dois estudantes. No entanto, como não foi totalmente um sucesso, decidiu consultar um químico professor da época, onde foi aconselhado a abandonar o NO2 e experimentar o éter sulfúrico puro. Pouco tempo depois criou um inalador para anestesia geral, mas foi obrigado a revelar que utilizava éter.
Evidentemente, o éter apresentava várias desvantagens: era altamente inflamável, provocava no doente uma indução prolongada, com grande incidência de náuseas e vómitos, além de que possuía um odor bastante desagradável (ROBINSON, et al., 2012).
Assim, após utilizar o éter por diversas vezes para aliviar a dor durante o parto, o obstetra escocês James Young Simpson decidiu procurar um anestésico mais vantajoso. Foi assim que, em 1847, o clorofórmio foi utilizado pela primeira vez nesta área. No entanto, quem popularizoua sua utilização foi o médico inglês John Snow, após utilizar o clorofórmio nos partos da Rainha Vitória.
Jackson a demonstrar e publicar em primeiro lugar os seus efeitos anestésicos. Independentemente da atribuição de autorias, sabemos que todos estes clínicos e químicos implicados nestas descobertas, contribuíram de forma inestimável para que os posteriores desenvolvimentos da anestesia como a conhecemos hoje fossem possíveis. Com este conceito em mente, o químico inglês Charles Suckling sintetizou halotano, que foi introduzido clinicamente em 1956, tendo ganho popularidade por ser eficaz, pouco inflamável e possuir um odor mais agradável . Rapidamente o diagnóstico de hepatite induzida por halotano começou a ser atribuído a estes casos, mesmo quando este gás não tinha sido utilizado na cirurgia em questão.
Assim, com a descoberta tão próxima no tempo e interligada da utilização destes gases para fins anestésicos, estava instalada a discórdia acerca de a quem pertencia a autoria da descoberta da anestesia inalatória. Entretanto, a disputa pela autoria da descoberta do éter como anestésico inalado, estava instalada entre Dr. Morton, o Prof. Charles Jackson,Dr. A discordância acerca da descoberta do éter para fins anestésicos era de tamanha dimensão que, em 1867, foi erguida uma estátua em Boston, como forma de agradecimento pela descoberta e uso de éter na área da anestesia, sem que nela se reconheça a autoria deste feito.
Mais tarde, foi efetuado um estudo dirigido a estes incidentes, concluindo-se que o halotano não provocava maior incidência de falência hepática em relação aos outros gases anestésicos . Ainda assim, o estigma acerca do halotano continuou. Foram também desenvolvidos os anestésicos isoflurano, desflurano, e sevoflurano, que oferecem a possibilidade de uma rápida recuperação, tendo sido por isso desde então amplamente utilizados . Atualmente, estes últimos três gases referidos, juntamente com o halotano, são os gases anestésicos mais comumente utilizados.
Em 1800, Sir Humphrey Davy sugeriu que o óxido nitroso poderia ter propriedades anestésicas. Vinte e quatro anos depois, H. H. Hickman demonstrou que a dor associada à cirurgia em cães poderia ser aliviada pela inalação de uma mistura de óxido nitroso e dióxido de carbono. Ele argumentou que o último aumentava a frequência e a profundidade da respiração, acentuando assim os efeitos do óxido nitroso. Dois anos depois, um dentista, Horace Wells, redescobriu as propriedades anestésicas do óxido nitroso.
Embora este achado tenha sido ignorado por vários anos, em 1862 o óxido nitroso passou a ser usado na anestesia humana. C. T. Jackson, um médico de Boston, foi o primeiro a empregar o éter dietílico em animais (JACKSON, 1853).
Anrep, em 1878, sugeriu a possibilidade do uso de cocaína como um anestésico local. Em 1884, Kohler usou cocaína como anestésico local no olho e, 1 ano depois, Halsted descreveu a anestesia regional com cocaína. Seu uso foi popularizado por Hobday, um veterinário inglês. Depois disso, G. L. Corning recebeu o crédito por usar cocaína para anestesia espinhal em cães em 1885.
A popularidade destas técnicas aumentou com a descoberta de anestésicos locais menos tóxicos que a cocaína. Tal progresso possibilitou a Cuille e Sendrail , na França, a indução de anestesia subaracnóidea em equinos, bovinos e cães. Cathelin relatou anestesia epidural em cães, mas foram Retzgen, Benesch e Brook que utilizaram esta técnica em espécies maiores durante a década de 1920. Embora a anestesia paralombar tenha sido empregada em seres humanos por Sellheim em 1909, só em 1940 Farquharson e Formston aplicaram esta técnica em bovinos. Apesar destes avanços promissores nas técnicas de analgesia local na última metade do século XIX, provavelmente em decorrência de muitos resultados desfavoráveis, a anestesia geral e a cirurgia humanitária não foram logo adotadas pelos veterinários até a segunda metade do século XX. Em pequenos animais, a administração de éter dietilico e clorofórmio já era comum, entretanto, a anestesia geral passou a ser melhor aceita após a descoberta dos barbitúricos, e em particular com o desenvolvimento do pentobarbital em 1930.
A descoberta de novas classes de fármacos, junto com a segurança de sua administração (p. ex., tranquilizantes, opióides, agonistas do receptor adrenérgico α2 , dissociativos, relaxantes musculares e anestésicos inalatórios), aprimorou ainda mais a segurança e a utilidade da anestesia veterinária tanto para as espécies de grande porte como para as de pequeno porte.
A era moderna da anestesia veterinária começou nas últimas três décadas do século XX, facilitada pelo estabelecimento da especialidade em anestesia nas faculdades da América do Norte e da Europa. As metas dessas instituições eram a maior segurança do paciente e o desenvolvimento de novas técnicas e do conhecimento, em paralelo com os avanços conseguidos na anestesia humana. Novos fármacos e técnicas estão sendo criados continuamente para uso clínico em uma variedade de espécies e patologias de cada paciente. O desafio de melhorar a qualidade de vida do paciente mediante um manejo mais apropriado para a dor também aumentou essa demanda. Muitos anestesiologistas veterinários tornaram-se líderes nesta área por meio da pesquisa contínua e da criação de escalas de avaliação da dor específicas e diretrizes terapêuticas para cada espécie, com base nesta evidência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FARIA, F. A. C.; MARZOLA, C. Farmacologia dos anestésicos locais – considerações gerais. BCI, Curitiba, v. 8, n. 29, p. 19-30, jan/mar. 2001.
LEITÃO, F. B. P. International archives of Otorhinolaryngology. v. 1, num. 2, n. 7, abr/ jun. 1997.
ROBINSON. D. H.; TOLEDO, A. H. Historical Development of Modern Anesthesia. Journal of Investigative Surgery, 25:141–149, 2012.
Lumb & Jones | Anestesiologia e analgesia em veterinária / Kurt A. Grimm... [et al.]; Revisão técnica Flavio Massone; Tradução Idilia Vanzellotti, Patricia Lydie Voeux, Roberto Thiesen. – 5. ed. – Rio de Janeiro:Editora Roca, 2017.
SHORT, C. E. The management of animal pain: where have we been, where are we now, and where are we going? .Vet J 2003; 165: 101–103.
JACKSON, C. T. Etherization of Animals. Report of the Commissioner of Patients for the Year of 1853. Washington, DC: Beverly Tucker, Senate Printer, 1853, 59. 
2- AVALIAÇÃO DO PACIENTE, MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (MPA) E GRUPOS FARMACOLÓGICOS UTILIZADOS NA MPA. 
INTRODUÇÃO
No dia-a-dia, os hospitais veterinários recebem diversos casos em que os pacientes necessitam de intervenções cirúrgicas ou sedação, seja por rotina ou por algum problema diagnosticado. É neste momento que saber da importância da avaliação pré-anestésica faz toda a diferença para a segurança do animal. Para garantir o bem-estar do paciente, é necessário que o médico veterinário siga um protocolo em termos de medicação, anulando, assim, os riscos inerentes a qualquer procedimento da anestesia veterinária. É aí que entra a avaliação pré-anestésica, que é uma consulta médica que deve ser realizada antes de qualquer anestesia, mesmo em cirurgias de urgência. O objetivo é obter informações sobre a história clínica e as condições físicas e emocionais do paciente, firmar o consentimento livre e esclarecido específico para a anestesia, estabelecer uma boa relação médico-paciente, além de reduzir a morbimortalidade do ato anestésico-cirúrgico e os custos dos cuidados perioperatórios.
A medicação pré-anestésica (MPA) é um procedimento que antecede a anestesia geral, proporcionando ao paciente uma agradável indução anestésica. Assim, minimiza os efeitos indesejáveis, como a irritabilidade, euforia, salivação, vômito, regurgitação, proporcionando sedação, analgesia, potencialização dos anestésicos gerais e condições favoráveis de trabalho, entre outros. Constitui a primeira etapa para manipulação de pacientes quando seu relaxamento é requerido. A MPA é classificada em fármacos anticolinérgicos, tranqüilizantes, hipnóticose hipnoanalgésicos (MASSONE, 1999).
Os agentes anestésicos causam depressão cardiopulmonar, e é provável que a presença de uma patologia preexistente predisponha a um distúrbio fisiológico maior induzido pela anestesia . Os distúrbios dos principais sistemas do corpo tornam o paciente menos tolerante à depressão fisiológica induzida pela anestesia. A existência prévia de uma patologia cardiopulmonar é particularmente relevante no período pré-operatório imediato, pois é provável que a mortalidade associada à anestesia envolve comprometimento respiratório ou cardiovascular, e a maioria dos anestésicos deprime um ou ambos os sistemas nos níveis clínicos de anestesia (HALL, et al., 2021).
Outra consideração importante são as anormalidades hematológicas e bioquímicas. Em especial, a anemia reduz a capacidade de oxigenação e predispõe à hipóxia, e foi aventada a teoria de que a hipoproteinemia aumenta a resposta do paciente aos fármacos que se ligam com maior afinidade à proteína, o que resulta em sobredose relativa.Doença renal também é importante, em particular se houver desidratação ou uremia, pois em tais condições o sistema renal terá menor tolerância à anestesia e o paciente pode ser mais sensível a alguns anestésicos e fármacos peroperatórios, como anti inflamatórios não esteroides. Doença neurológica pode ser relevante quanto à ocorrência de convulsões no pós-operatório, maior sensibilidade aos anestésicos e quando a função cardiopulmonar está afetada.
A disponibilidade de equipamentos e medicamentos, o conhecimento e a proficiência em anestesia, bem como o acesso ao treinamento em anestesia e ao ambiente profissional podem ser fontes de variação no manejo da anestesia (WARNE, et al., 2018).
Portanto, alguma forma de avaliação das condições físicas de saúde, o preparo adequado do paciente para a anestesia e cirurgia, é fundamental para o sucesso do procedimento e o retorno precoce desses pacientes às atividades diárias.
AVALIAÇÃO
A avaliação pré-operatória do estado de saúde do animal é valiosa para identificar os riscos anestésicos, as prioridades no manejo e alertar apropriadamente os clientes (proprietários dos animais) antes da anestesia e da cirurgia. Tem sido constante a associação do estado de saúde à morte durante anestesia em seres humanos e também é comum no caso de animais, com relação à anestesia veterinária. Sendo a avaliação do risco anestésico um exercício valioso para minimizar as complicações e otimizar a segurança da anestesia.
A crescente complexidade dos procedimentos cirúrgicos, associada ao aumento da expectativa de vida, tem permitido que pacientes cada vez mais complexos sejam encaminhados para a prática anestésico-cirúrgica. Da mesma forma, a avaliação e os cuidados pré-operatórios expandiram-se para fora da sala de cirurgia e, assim, expandiram o papel do anestesiologista como avaliador desses procedimentos.
O teste laboratorial pré-operatório é considerado parte integrante da avaliação pré-anestésica. Os testes pré-operatórios podem ser categorizados como discricionários ou indicados, e testes de rotina ou de triagem (JOHNSON; MORTIMER, 2002). Os testes indicados são definidos como testes realizados para uma indicação ou finalidade específica, com base na história e no exame clínico do paciente e esses testes são geralmente bem aceitos (por exemplo, para confirmar um diagnóstico clínico). Os testes de rotina são definidos como testes usados ​​para revelar doença insuspeita (por exemplo, exames de sangue de rotina, eletrocardiografia ou raio-x). Embora os testes pré-operatórios de rotina não desempenham nenhum papel benéfico em pacientes cirúrgicos saudáveis ​​normais, solicitar uma bateria de testes de rotina é amplamente praticado.
Medicação pré-anestésica é administração de uma droga ou uma combinação de drogas antes da realização de uma anestesia, com a finalidade de tornar mais agradável, mais fácil e/ou mais seguro o ato anestésico. A escolha da medicação pré-anestésica deve levar em conta o estado físico e emocional do paciente, as características da cirurgia proposta bem como a escolha da técnica anestésica a ser empregada. Portanto, a medicação pré-anestésica é responsabilidade exclusiva e intransferível do anestesista e só pode ser prescrita depois da avaliação do paciente. A escolha e quantificação da droga ou drogas a serem prescritas dependerá dos aspectos fisiológicos nos quais o anestesista pretende interferir a fim de atingir as finalidades que se propõe. 
A MPA apresenta algumas vantagens, como: 1) redução da dor e do desconforto: devido a alguns fármacos apresentarem efeito analgésicos, mas não promovendo uma anestesia; 2) viabilidade de indução direta por anestésicos voláteis: onde o paciente aceita a indução pelo odor agradável, rejeitando odor acre como éter; 3) adjuvante da anestesia local: onde o paciente não permite manipulação mesmo não sendo um procedimento doloroso; 4) redução de risco de excitação pela anestesia barbitúrica, o que reduz o desconforto para o paciente e para o profissional; 5) redução do ptialismo e da sialorréia: que pode aumentar consideravelmente devido alguns fármacos como o cloridrato de xilazina e cloridrato de quetamina por exemplo, além disso uma salivação excessiva poderia obstruir as vias respiratórias; 6) redução de bloqueio vagal na indução por barbitúricos: a indução direta por barbitúricos, sendo metade da dose administrada rapidamente, libera ação simpática, que é indesejável em pacientes com distúrbios cardiocirculatórios (MASSONE, 1999). Além de minimizar a redução do metabolismo basal; potencialização com outras drogas anestésicas e ação termolítica. 
Grupos Farmacológicos
Anticolinérgicos
Os anticolinérgicos são conhecidos também parassimpatolíticos, colinolíticos, atropínicos, alcalóides da beladona. Os agentes anticolinérgicos antagonizam os efeitos muscarínicos a nível periférico da acetilcolina. São utilizados para reduzir a salivação e a secreção bronquial, bloquear os efeitos dos impulsos do nervo vago e o efeito produzido por certas drogas que estimulam o sistema parassimpático (CORTOPASSI, 2002, FANTONI, 2002). Os agentes mais utilizados são: atropina, bromidrato de escopolamina e glicopirrolato (MASSONE, 1999). 
Os anticolinérgicos foram introduzidos em medicação pré-anestésica quando o principal agente anestésico era o éter, irritante das vias aéreas que provoca grande aumento das secreções. A atropina e a escopolamina, na medicação pré·anestésica, tinham a finalidade principal de inibir a produção de secreções, sendo a escopolamina mais eficiente. Mas há outras indicações: a proteção contra os reflexos vagais indesejáveis, na qual a atropina é mais eficaz, e a obtenção do estado de amnésia pela escopolamina. Hoje, com a introdução de anestésicos menos irritantes para as vias aéreas e de agentes de indução venosos, há uma diminuição do interesse no efeito anti-secretor dessas drogas. Mas sua importância continua, pois a maioria dos novos anestésicos tem efeito parassimpaticomimético.
A atropina só tem efeito bloqueador dos reflexos vagais em doses consideradas tóxicas. Mas sua ação inibidora se faz de maneira crescente, a partir das doses comumente usadas em medicação pré-anestésica. É contraindicada em pacientes com taquicardia, arritmias, febre e tireotoxicose. A atropina não possui antagonista. O Bromidrato de escopolamina, conhecida também como hioscina, pertence ao grupo alcalóide da beladona e difere da atropina por apresentar um átomo de oxigênio a mais em sua molécula. Seu tempo de ação varia de 30 a 60 minutos. Possui maior ação sobre as glândulas salivares, brônquicas e sudoríparas do que a atropina causando uma taquicardia mais discreta; é dez vezes mais potente que a atropina na diminuição do tremor postural; produz adinamia e 3 sonolência; doses altas podem causar êmese, alucinações e ataxia; não é aconselhada em animais idosos. O glicopirrolato, possui pequena capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica e hematoplacentária; promove menos taquicardia, minimizando osefeitos adversos. Seu tempo de ação varia de 120 a 240 minutos (MASSONE, 1999).
Tranquilizantes
Os Tranqüilizantes são fármacos que acalmam a agitação e a hiperatividade, sem produzirem estado de sedação. Perda ou redução da consciência, sendo conhecidos também como agentes ataráticos (CORTOPASSI, 2002, FANTONI, 2002). Acarretando em uma leve analgesia, não sendo permitida intervenções cruentas. Compreendendo ao grupo das fenotiazinas, butirofenonas e benzodiazepínicos. Quando se administram derivados fenotiazínicos nota-se dismetria, deambulação, adinamia, apatia, sonolência e indiferença ao ambiente. Ao contrário dos fármacos sedativos, o incremento nas doses não aumenta o grau de tranquilização, apenas os efeitos adversos. Portanto, quando se deseja maior tranquilização deve-se associar agentes opióides ou outros, pois apesar de não possuírem ação analgésica potencializam fármacos analgésicos (MASSONE, 1999).O principal efeito observado com o uso de fenotiazínicos é a hipotensão arterial resultante do bloqueio de receptores α-1-adrenérgicos periféricos. A redução da pressão arterial é dose dependente podendo causar taquicardia reflexa e aumento da concentração de catecolaminas circulantes. Os fenotiazínicos não devem ser empregados em pacientes em estado de choque de grau moderado a grave, com histórico de epilepsia (que não esteja controlada) e nas cardiopatias.
As butirofenonas agem sobre a formação reticular mesencefálica, causando boa sedação e tranquilização, mas sem reação bifásica como a provocada pelas fenotiazinas. Pode causar efeitos colaterais, como alucinações e até agressividade, sendo seus efeitos dose dependente. Causa discreta hipotensão pelo bloqueio αadrenérgico. Previne a emese induzida por alguns fármacos, como analgésicos opióides. Por isso são empregadas na neuroleptoanalgesia (MASSONE, 1999). Já os benzodiazepínicos, facilitam a neurotransmissão das sinapses GABAérgicas, promovendo aumento da frequência de abertura dos canais de cloro. Os seus receptores estão amplamente distribuídos principalmente no córtex e estruturas límbicas. Possuem diferenças em relação ao período de latência, duração e intensidade dos efeitos. Possui boa lipossolubilidade, distribuindo-se para todos os tecidos atravessando a barreira hematoencefálica com facilidade, bem como a barreira placentária aumentando a chance de anomalias congênitas e problemas neonatais. Os benzodiazepínicos quando associados a outros tranqüilizantes causam prostração o que permite inclusive a indução direta volátil por máscara. O antagonista dos benzodiazepínicos é o flumazenil (lanexat), que possui alta afinidade pelos receptores benzodiazepínicos. Sua dose é de 0,05 a 0,07 µg/kg pela via intravenosa.
Hipnóticos
Promovem ou induzem ao sono e possuem ação analgésica insignificante.
O etomidato é um fármaco de curta ação porém altamente hipnótico, tendo a vantagem de causar pouca alteração a nível cardio respiratório e hemogasométrico, instalação e recuperação rápidas, não havendo nenhuma contra-indicação formal ao seu uso. As alterações cardiovasculares por ela produzidas são mínimas, sendo uma das drogas de escolha em pacientes de alto risco, principalmente coronariopatas. Já o hidrato de cloral possui pouca ação analgésica sendo pouco utilizado pelo advento dos barbitúricos (MASSONE, 1999).
Hipnoanalgésicos
Os hipnoanalgésicos (morfina, meperidina, fentanil, butorfanol, tramadol, etc) são também denominados de analgésicos narcóticos, analgésicos fortes ou morfinosímiles. Causam discreta depressão no SNC elevando o limiar da dor.
A morfina é o representante derivado alcalóide do ópio. Causa excitações principalmente em felinos conscientes quando se utiliza a via intravenosa, acrescida de depressão respiratória, estimulando a emeses, náuseas, defecação e salivação. A meperidina possui discreta ação hipnótica; reduz a pressão venosa, arterial e as secreções salivares e brônquicas; causa pouca depressão respiratória. O fentanil caracteriza-se por ser um fármaco mais potente que a morfina; provoca queda na atividade motora; não causa vômito mas relaxa os esfíncteres podendo ocorrer a eliminação de fezes; apresenta como antídoto a nalorfina.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JOHNSON, R. K; MORTIMER, A. J. Routine pre-operative blood testing: is it necessary?. Anaesthesia, 2002.
WARNE, L. N. et al., 2018. Padrões de cuidado: Diretrizes de anestesia para cães e gatos. Australian Veterinary Journal. 2018; 96. 413-427.
MASSONE, F. Anestesiologia veterinária: farmacologia e técnicas: texto e atlas colorido. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
CORTOPASSI, S.R.G. Anestesia pediátrica. In: FANTONI, D.T., CORTOPASSI, S.R.G. Anestesia em cães e gatos. Roca, São Paulo, SP, 2002, pg. 215.
HALL, L. W; CLARKE, K.W; TRIM, C. M. Anestesia veterinária. Londres: WB Saunders; 2000.
3- ANESTESIA GERAL INTRAVENOSA
INTRODUÇÃO
A anestesia é única por não ser um meio direto de tratamento; em vez disso, permite que um para realizar procedimentos para tratar, diagnosticar ou curar uma doença que de outra forma seria doloroso ou complicado. O melhor anestésico, portanto, é aquele com menos risco de o paciente que ainda atinge os pontos finais necessários para completar a proposta
procedimento. A seleção do medicamento anestésico é comparada ao estado de saúde do paciente para atingir a finalidade da anestesia, mantendo a segurança do paciente.
A prática atual de anestesia em medicina veterinária inclui o uso de inalação
drogas anestésicas (isoflurano, sevoflurano, desflurano) para manter o estado de anestesia.
Essas drogas são chamadas de "anestésicos completos", pois fornecem todas as informações descritivas critérios associados à anestesia geral. Embora as drogas inalantes atendam a todos esses critérios, é bem conhecido que eles não atendem a todos os critérios igualmente, é bem conhecido que a sedação e o relaxamento muscular podem ser excelentes, mas a analgesia é incompleta. O aumento da dose de um único anestésico para atender a todos os critérios pode expor o paciente cientes de risco adicional associado aos efeitos colaterais dessa droga.
Reconhecendo que o critério de anestesia mais desafiador de se alcançar é a analgesia, as tendências recentes da prática têm sido reduzir o nível do agente de inalação para minimizar depressão respiratória por meio da suplementação de analgesia com administração parenteral drogas conhecidas por suas fortes qualidades analgésicas. Os medicamentos analgésicos podem ser administrados em dose única ou administrados por via intravenosa administrada como uma infusão de taxa constante (CRI) após uma dose de carga intravenosa. Uso de CRIs foram bem descritos na literatura e são frequentemente incorporados em protocolos de anestesia. Adicionar analgesia suplementar à anestesia inalatória resulta em melhor qualidade de controle da dor e melhora a segurança, reduzindo a inalação de doses de drogas.
 Na medicina humana, mudanças na prática da anestesia para melhorar a qualidade e a experiência do paciente, ocorreram nas últimas 2 décadas. Um objetivo é diminuir o tempo de recuperação da anestesia e acelerar a alta; um segundo objetivo é diminuir náuseas e vômitos pós-anestésicos. Um terceiro objetivo é diminuir o uso de opioide pós-operatório devido a preocupações com o vício. A pesquisa, seguida por ensaios clínicos em grande escala, mostraram que a anestesia produzida pela combinação de drogas administradas por via intravenosa produz tempo de recuperação equivalente ou melhor, analgesia pós-anestésica e uma redução incidência de náuseas e vômitos pós-anestésicos. 
A prática de criar e a manutenção da anestesia geral por administração é descrita como intravenosa total. Embora a TIVA seja uma tendência clínica recente, não é um conceito novo. O primeiro relatorio documentado foi em 1656 em um cão. Uma combinação de ópio e bebidas alcoólicas foi administrada para produzir anestesia. Pesquisas posteriores definharam até o lançamentocomercial do propofol, quando foi relatado que a combinação intravenosa de propofol e opióide produziram anestesia geral. Este marco, juntamente com a tendência emergente de anestesia ambulatorial, estimulou a investigação de TIVA para fornecer anestesia geral, controle da dor residual, redução da náusea pós-anestésica e
vômitos e diminuição do tempo de recuperação.
Conceitualmente, é fácil entender TIVA em que os critérios de anestesia são cumpridos por
administração parenteral de uma combinação de drogas em vez de administrar uma única droga. Ao entregar simultaneamente vários
medicamentos intravenosos, cada um com uma ação anestésica específica, soma dos administrados drogas, ao invés da ação de uma droga individual, produzem anestesia geral.
A interação medicamentosa é importante porque os efeitos agregados dos medicamentos infundidos são complementares. Sinergismo, onde o efeito combinado das drogas é maior do que esperado, é um objetivo estratégico importante na formulação de protocolos de TIVA.
CONCEITOS E APLICAÇÃO DE ANESTESIA INTRAVENOSA TOTAL
Para planejar um protocolo TIVA, deve-se compreender as características primárias
de medicamentos selecionados e garantir que seu efeito composto atenda a todos os critérios para anestesia. Os medicamentos que funcionam bem na TIVA são aqueles que alcançam uma rápida evolução terapêutica com concentração plasmática, têm um comportamento in vivo previsível (PK-PD) e são rapidamente metabolizados de forma consistente para que a acumulação in vivo não ocorra (NIMMO, et al., 2019; PYENDORP, 2019).
A aplicação prática requer que se entenda que, no início do anestésico, a concentração plasmática do medicamento selecionado é zero. Para estabelecer uma terapia concentração do fármaco, uma dose de carga ou em bolus do fármaco deve ser por via intravenosa administrada. O objetivo da administração da dose de carga é estabelecer imediatamente uma concentração plasmática clinicamente eficaz da droga, que é então sustentada por CRI para atingir um estado de equilíbrio do medicamento. Embora pareça simples em princípio, pode ser um desafio de alcançar porque a redistribuição compartimental, a biotransformação, e a depuração de um medicamento começa imediatamente após a administração. O objetivo é o melhor combinar a taxa de entrega com a redistribuição compartimental da droga, biotransformação e depuração para atingir uma concentração plasmática em estado estacionário durante a anestesia (GEPTS, et al., 1987).
Na medicina humana, as técnicas comuns de drogas TIVA incluem um sedativo-hipnótico
geralmente propofol em combinação com uma droga analgésica potente. Esta combinação produz sedação, analgesia e relaxamento muscular consistente com anestesia geral. Estratégias semelhantes podem ser adotadas na medicina de animais de companhia.
PROPOFOL
O propofol é um medicamento ideal para a TIVA. Sua flexibilidade de dosagem produz um espectro de respostas variando de leve a profunda sedação e relaxamento muscular. É rápido e consistente tentativamente, metabolizado, o que resulta em uma meia-vida curta in vivo após uma dose única ou CRI administração. Este comportamento in vivo se traduz em uma rápida recuperação após a infusão de drogas ter sido descontinuada. Por essas razões, o propofol é uma droga básica em humanos e veterinária (CHAN, 2018).
ALFAXALONA
Alfaxalona mostra-se promissor para a TIVA. Ele compartilha muitas qualidades descritas para o propofol e pode ser útil quando usado como um CRI. Existem questões pendentes sobre PK-PD de infusão de CRI; estudos adicionais estão em andamento para melhor compreender seu caráter e características quando ocorre a administração de CRI.
OPIÓIDES
Os opióides comumente usados ​​na TIVA incluem fentanil, alfentanil, sufentanil e remifenta-
nada. Todos compartilham a característica de produzir um efeito rápido após uma dose de carga inicial e manter os níveis plasmáticos em estado estacionário durante a TIVA devido à sua rápida biotransformação e eliminação. Na anestesia humana, o sufentanil e remifentanil são os preferidos; infelizmente, eles não são comumente usados ​​em TIVA veterinária devido ao custo. O principal o opióide usado na TIVA veterinária é o fentanil. Como o remifentanil, ele produz um efeito rápido após a dose de carga inicial. Os estudos que avaliam as características de PK-PD in vivo tiveram um atraso no desenvolvimento de uma concentração plasmática de estado estacionário após CRI administração de até 180 a 240 minutos. Isso pode ser notado como uma mudança na iniciativa do paciente no nível de conforto durante o tempo que a TIVA é administrada se o tempo total do procedimento for menor de 2 horas. Se isso ocorrer, a taxa de infusão é ajustada de acordo para restaurar o paciente conforto e estabilidade fisiológica (PYENDORP, 2019).
CETAMINA
A cetamina é usada na TIVA por suas propriedades de controle da dor. É usado como um adjunto para melhorar a sedação e inibir a regulação positiva do sinal de dor (wind up) no sistema nervoso central. Em baixas doses, produz esses efeitos com o mínimo de consequências psicoativas ou fisiológicas, tornando-se uma opção atraente. Tem uma longa cauda farmacocinética, o que significa que pode haver um atraso no tempo de recuperação quando doses mais altas são administradas. Isso não parece ser uma preocupação clínica quando doses adjuntas são administradas (ABSALOM; STRUYS, 2007).
DEXMEDETOMIDINA
A dexmedetomidina é usada em protocolos de anestesia intravenosa parcial e TIVA devido
à sua excelente sedação e qualidades analgésicas. Sedação e analgesia moderada podem
ser alcançados em doses menores do que as descritas para produzir alterações hemodinâmicas. Dexmedetomidina é uma escolha atraente porque tem analgesia residual e um curto recuperação após a descontinuação do CRI. Ele também tem um agente de reversão específico, se necessário (SIMON, et al., 2018).
TRANQUILIZANTES BENZODIAZEPINICOS
Diazepam e midazolam são excelentes medicamentos adjuvantes. Ambos produzem sedação dose-dependente e relaxamento muscular. Diazepam e midazolam têm biotransformação com uma duração prolongada de efeito devido à atividade biológica de primeira e metabólitos de segunda geração. Este fator os torna menos atraentes, a menos que um antagonista específico da benzodiazepina (flumazenil) esteja disponível.
DROGAS BLOQUEADORAS MUSCULARES
Drogas bloqueadoras neuromusculares podem ser adjuvantes úteis se o músculo esquelético completo é necessário relaxamento. Os membros mais novos da classe produzem excelente relaxamento neuromuscular após a dose de carga e têm um efeito de curta duração previsível após administração de dose única. Cis atracúrio é uma escolha popular devido ao seu relativamente início rápido (1-2 minutos) e duração previsível (30-35 minutos) de efeito.
LIDOCAÍNA
A lidocaína é usada em protocolos de TIVA para fornecer analgesia excelente em doses baixas de CRI dosagem. Tem uma duração previsível de efeito no cão; no gato, pode ter um maior duração da ação devido à diferença entre espécies em biotransformação e despejo.É eficaz em procedimentos de tecidos moles, incluindo intra-abdominal e intratorácico, técnicas que evocam um alto nível de dor visceral.
MONITORAMENTO
O monitoramento do paciente durante a TIVA aplica os mesmos princípios e equipamentos usados ​​para anestesia por inalação. Monitoramento físico, incluindo integridade reflexa, tônus ​​muscular,posição do olho e ausência de dor são idênticas a outras monitorações de anestesia geral. A posição do olho é geralmente ventromedial em cães com uma terceira pálpebra proeminente visível. Em gatos, a posição dos olhos pode ser ventromedial ou central. Em qualquer espécie,os reflexos oculares observados pelos reflexos palpebral e de escova dos cílios são muito lentos ou pequenos. Um reflexo de sacudir a orelha pode estar presente em gatos. O tônus ​​da mandíbula geralmente presente é leve ou moderada na resistência à abertura com base nas características do que administram drogas TIVA. O músculo esquelético naspatas dianteiras e traseiras deve ter tom limitado e fique relaxado.É prudente que o anestesista tenha conhecimento sobre as características fisiológicas básicas de drogas selecionadas para uso de TIVA. Este ponto não é diferente de compreender características in vivo da anestesia por inalação. Valores fisiológicos essenciais para o coração: taxa, pressão arterial, oximetria de pulso e tendência de dióxido de carbono expirado de forma semelhante a protocolos de anestesia inalantes. . Uma dose de carga de propofol pode causar uma diminuição dos valores da pressão arterial e depressão respiratória. Uma velocidade de injeção lenta pois a dose de ataque inicial minimiza este efeito. A cetamina pode causar um aumento de frequência cardíaca e depressão respiratória após a administração. Dexmedetomidina pode causar desaceleração da frequência cardíaca. 
VANTAGENS DA ANESTESIA INTRAVENOSA TOTAL VERSUS ANESTESIA INALATÓRIA
Várias vantagens foram relatadas na medicina humana quando a TIVA é comparada com anestesia inalatória. A TIVA é integrada na neuroanestesia devido à melhor preservação da neurofisiologia e reflexos vasculares centrais em comparação com inalação anestesia. Demonstrou melhor qualidade de recuperação em comparação com anestesia inalatória devido à diminuição da agitação no despertar e disforia. Menos náuseas e vômitos pós-operatórios são observados em pacientes em recuperação de TIVA em comparação com a anestesia por inalação. Estudos multicêntricos mostraram uma diminuição da necessidade de medicação para dor pós-operatória em pacientes com TIVA em comparação com inalação anestesia. Estas observações suportam o valor da TIVA em curta duração e / ou configurações de anestesia ambulatorial (STANLEY, et al., 2018; KANNABIRIN; BIDKAR, 2018).
Poluição ambiental e risco de exposição do pessoal da sala de cirurgia por inalação a anestesia é reduzida a zero quando TIVA é usada. Isoflurano, sevoflurano e desflurano são quimicamente classificados como hidrocarbonetos halogenados substituídos. Os análogos químicos incluem agentes de resfriamento industriais. A TIVA diminui a exposição a estes produtos químicos, que são ambientalmente prejudiciais e potencialmente perigosos para o pessoal nas proximidades de sua administração. Ao diminuir o paciente, o pessoal veterinário exposto ambientalmente, a anestesia é administrada com sucesso com um produto mais ecológico.
APLICAÇÃO TOTAL DE ANESTESIA INTRAVENOSA EM EMERGÊNCIA E CRÍTICA
MEDICINA DE CUIDADO
A TIVA pode ser útil no atendimento de emergência e pacientes críticos. O diagnóstico por imagem é um ajuste natural porque os procedimentos são de curta duração e minimamente dolorosos. É uma excelente opção para tomografia computadorizada devido à curta duração do procedimento, duração e ênfase na sedação e imobilidade. Objetivos semelhantes tornam o TIVA uma excelente escolha para avaliações de ressonância magnética, é uma excelente opção para anestesia de curta duração em pacientes emergentes com avaliação de saúde incompleta. Os procedimentos em que a TIVA pode ser valiosa incluem desbridamento da ferida, reparo de lacerações, redução de fratura, aplicação de tala / bandagem,descompressão gástrica e alívio da obstrução urinária, porque permite a operação ator para manter o paciente em um nível consistente de sedação / anestesia, facilitando assim a eficiência do tempo na conclusão da tarefa. Isso resulta em uma melhor qualidade de sedação /anestesia com uma menor dose total administrada de medicamento em comparação com bolus intermitentes. Essa estratégia melhora a segurança do paciente e diminui o tempo de recuperação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABSALON, A. R; STRUYS, M. M. R. F. Uma visão geral de TCI e TIVA. 2 edição. Ghent, Bélgica. Academia Press, 2007.
CHAN, V; SKOWNO, J. Uma abordagem prática para a administração intravenosa total baseada em propofol anestesia (TIVA) em crianças. Tutorial de anestesia pediátrica. p.392-27. 2018.
NIMMO, AF. et al. Diretrizes para a prática segura de anestesia intravenosa (TIVA); Diretrizes Conjuntas da Associação de Anestesistas e a Sociedade de Anestesia Intravenosa. n. 72. p. 211-24. 2019.
PYENDORP, B. H. Infusões controladas por alvo em animais - Por que ainda não chegamos? Proceedings IVECCS. 2019, p. 25-28.
PYENDORP, B. H. Farmacocinética no ambiente clínico: novos insights. Processos IVECCS 2019. 29-36.
STANLEY, S. C. W; CHOI, S. W; LEE, Y. et al. Os efeitos analgesicos do total intraoperatorio anestesia intravenosa (TIVA) com propofol versus sevoflurano após cirurgia colorretal. Medicina. p. 116-25. 2018.
4- ANESTESIA DISSOCIATIVA
INTRODUÇÃO
Anestesia dissociativa é aquela induzida por fármacos (p. ex., cetamina) que promovem a dissociação dos sistemas talamocortical e límbico. Tal tipo de anestesia caracteriza­-se por um estado de catalepsia em que os olhos permanecem abertos e os reflexos da deglutição mantêm­-se intactos. A hipertonia da musculatura esquelética persiste, a menos que se administre ao mesmo tempo um sedativo forte ou relaxante muscular central potente. Os anestésicos dissociativos são derivados da fenciclidina, que produzem um denominado estado de “anestesia dissociativa”, que se caracteriza pela dissociação dos sistemas talamocortical e límbico, causando uma alteração no estado de consciência. O cloridrato de cetamina e o cloridrato de tiletamina são os anestésicos dissociativos mais comumente usados em medicina veterinária. 
MECANISMOS DE AÇÃO
Os anestésicos dissociativos atuam sobre os receptores NMDA, opióides, monoaminérgicos e muscarínicos. Além disso, interagem com os canais de cálcio regulados por voltagem. É interessante ressaltar que os anestésicos dissociativos não parecem interagir com os receptores de GABA como o fazem os outros anestésicos injetáveis. A cetamina e a tiletamina são antagonistas não competitivas no receptor NMDA. Ligam-­se ao sítio de ligação da fenciclidina, o que impede a ligação do glutamato, um neurotransmissor excitatório. A prevenção da ligação do glutamato resulta em depressão dos sistemas talamocortical, límbico e de ativação reticular. Foi também relatado que os anestésicos dissociativos exercem ação nos receptores opióides µ, δ e κ. A atividade nos receptores opioides confere propriedades analgésicas diferentes de outros anestésicos injetáveis, embora o significado clínico dessa ação em doses clinicamente relevantes seja questionável. Além disso, a interação dos anestésicos dissociativos nos receptores monoaminérgicos também pode contribuir para a antinocicepção. Como a anestesia dissociativa está associada a sintomas anticolinérgicos (delirium de emergência, broncodilatação e ações simpatomiméticas), acredita­-se que esses fármacos exerçam atividade antagonista nos receptores muscarínicos. Entretanto, muitos desses efeitos também podem estar relacionados com os efeitos de estimulação da cetamina e da tiletamina sobre o sistema nervoso simpático.
FARMACOCINÉTICA
Os anestésicos dissociativos assemelham-­se a outros anestésicos injetáveis, visto que apresentam início de ação relativamente rápido (em particular quando administrados por via intravenosa), têm curta duração e são altamente lipofílicos. Diferentemente de outros anestésicos injetáveis, os anestésicos dissociativos também são efetivos quando administrados por via intramuscular (IM). Ocorrem concentrações plasmáticas máximas em 1 min após a administração intravenosa e em 10 min após injeção intramuscular. A alta lipossolubilidade dos anestésicos dissociativos assegura a sua rápida passagem através da barreira hematoencefálica, estabelecendo concentrações efetivas dos fármacos no cérebro.
Na maioria das espécies, o metabolismo dos anestésicos dissociativos ocorre no fígado. A cetamina é desmetilada por enzimas microssomais hepáticas, produzindo metabólito ativo norcetamina. Por fim, a norcetamina sofre hidroxilação e, em seguida, conjugação para formar metabólitos de glicuronídeo hidrossolúveis e inativos, que são excretados pelo rim.Esse processo difere no gato, no qual a cetamina é biotransformada em norcetamina, que é excretada de modo inalterado na urina. Os anestésicos dissociativos devem ser usados com cuidado em animais com disfunção hepática e/ou renal significativa, visto que podem ocorrer tempos prolongados de anestesia. A tiletamina também sofre metabolismo hepático e excreção renal. Como a tiletamina só é fornecida com zolazepam, a ação do benzodiazepínico também deve ser discutida. Nos gatos, a duração de ação do zolazepam é mais longa que a da tiletamina. Isso significa que os efeitos do benzodiazepínico (sedação) no SNC estão presentes por mais tempo do que os efeitos da tiletamina. No cão, o inverso é verdadeiro, isto é, a duração de ação da tiletamina é mais longa que a do zolazepam. Isso significa que são observados os efeitos do anestésico dissociativo, incluindo rigidez muscular, estimulação simpática e delirium de emergência. Os suínos parecem ter uma recuperação lenta e calma com as associações de tiletamina/zolazepam, ao passo que, nos equinos, pode-se observar uma recuperação agitada se não for fornecida sedação adicional. Na presença de níveis plasmáticos significativos de tiletamina, a reversão do benzodiazepínico com flumazenil pode resultar em recuperação ansiosa.
FARMACODINÂMICA
Sistema nervoso central: A anestesia dissociativa assemelha­-se a um estado cataléptico, em que o paciente não parece estar adormecido, porém não responde aos estímulos externos. Conforme assinalado anteriormente, o antagonismo do receptor NMDA leva a uma dissociação dos sistemas límbico e talamocortical. Diferentemente de outros anestésicos injetáveis, os anestésicos dissociativos aumentam o fluxo sanguíneo cerebral e o CMRO2. A vasodilatação cerebral e o aumento da pressão arterial resultam em elevação da PIC. Parece que esse aumento pode ser atenuado se a ventilação for controlada, e se os animais permanecerem em um estado de eucapnia. Foi também demonstrado que a administração de tiopental ou de um benzodiazepínico reduz as elevações da PIC induzidas pela cetamina. Entretanto, o médico ainda deve ter cautela quando utilizar anestésicos dissociativos em pacientes que apresentam PIC elevada ou suspeita de sua presença.
São observados padrões EEG epileptiformes após a administração de cetamina, levando à recomendação de que os anestésicos dissociativos sejam evitados em pacientes com distúrbios convulsivos. Entretanto, foi constatado que a cetamina não altera o limiar convulsivo em pacientes epilépticos. Além disso, há evidências de que a cetamina desempenhe atividade anticonvulsivante, bem como neuroprotetora.
Durante a recuperação da anestesia dissociativa, pode ocorrer comportamento anormal, que pode progredir para o delirium de emergência. A representação incorreta dos estímulos visuais e auditivos pode ser responsável por essa reação. O paciente que apresenta reação de emergência pode ter ataxia, hiper­reflexia, sensibilidade ao toque e aumento da atividade motora e pode exibir uma recuperação violenta. Essas reações são habitualmente temporárias e desaparecem em poucas horas. A administração de depressores do SNC, como benzodiazepínicos, acepromazina ou agonistas dos receptores α2 ­adrenérgicos pode diminuir a incidência e/ou a gravidade dessas reações.
Sistema cardiovascular: A cetamina exerce efeito inotrópico cardíaco negativo direto, porém esse efeito é habitualmente superado pela estimulação simpática central. A administração intravenosa de cetamina aumenta a pressão arterial sistêmica e pulmonar, a frequência cardíaca, o débito cardíaco, a necessidade de oxigênio do miocárdio e o trabalho cardíaco. É provável que essas alterações advenham da estimulação direta do SNC, resultando em aumento do efluxo do sistema nervoso simpático. A cetamina também inibe a recaptação de norepinefrina nas terminações nervosas simpáticas pós­-ganglionares, levando a um aumento na concentração plasmática de catecolaminas. Os pacientes em estado crítico podem responder à indução da anestesia com cetamina com redução da pressão arterial sistêmica e do débito cardíaco. As reservas de catecolaminas e o mecanismo compensatório do sistema nervoso simpático podem ficar exauridos, revelando os efeitos inotrópicos negativos da cetamina. Embora animais saudáveis sejam habitualmente tolerantes a um aumento do trabalho cardíaco, das necessidades de oxigênio do miocárdio e da frequência cardíaca, a cetamina deve ser usada com cautela nos animais que apresentam doença cardiovascular grave (p. ex., hipertensão não controlada, miocardiopatia e insuficiência cardíaca) ou naqueles que já apresentam taquicardia e/ou arritmias. A estimulação do sistema cardiovascular nesses pacientes pode não ser desejável.
Sistema respiratório: Diferentemente de outros anestésicos injetáveis, a cetamina não provoca depressão respiratória significativa. As respostas ventilatórias à hipóxia e ao dióxido de carbono são mantidas em animais aos quais se administra a cetamina como único agente anestésico. Quando a cetamina é administrada com outros depressores do SNC, pode ocorrer depressão respiratória significativa. A administração de cetamina tem sido associada a um padrão respiratório “apnêustico”,caracterizado por duração prolongada da inspiração e período de expiração relativamente curto. Apesar desse padrão respiratório alterado, os níveis de dióxido de carbono e o volume minuto permanecem habitualmente dentro dos limites normais.
A cetamina é um relaxante do músculo liso brônquico, que provoca broncodilatação e diminuição da resistência das vias respiratórias. Isso torna a cetamina uma escolha atraente quando se anestesiam animais com asma ou com doenças obstrutivas das vias respiratórias, como a doença pulmonar obstrutiva crônica. Os reflexos faríngeo e laríngeo permanecem intactos quando se utiliza a cetamina como único agente anestésico. Entretanto, deve-­se observar que esses reflexos frequentemente não estão coordenados e não são protetores. Deve-­se sempre entubar para prevenir a aspiração. A manutenção de uma via respiratória segura é particularmente importante, visto que a cetamina aumenta a salivação e as secreções do trato respiratório. Ambas podem ser reduzidas com a administração de um anticolinérgico.
Sistemas hepático, renal e gastrintestinal: Os exames laboratoriais para avaliação da função hepática ou renal não são alterados pela administração de anestésicos dissociativos. A motilidade gastrintestinal permanece inalterada após a administração de cetamina ao cão.
Efeitos analgésicos: Conforme anteriormente discutido, a ação dos anestésicos dissociativos nos receptores NMDA e opióides confere propriedades analgésicas. De fato, foi demonstrado que o uso de doses sub anestésicas de cetamina produz analgesia profunda, particularmente em situações de dor somática. Além disso, acredita-­se que o bloqueio do neurotransmissor excitatório glutamato nos receptores NMDA pelos anestésicos dissociativos possa desempenhar um papel na prevenção ou redução máxima da sensibilização central ou dor wind­up. Por conseguinte, a administração preventiva de cetamina antes de estímulos dolorosos pode desempenhar algum papel na atenuação da sensibilização central.
Músculo: Diferentemente dos agentes anestésicos injetáveis previamente discutidos, os anestésicos dissociativos produzem pouco relaxamento muscular. De fato, os anestésicos dissociativos podem causar rigidez muscular e, com frequência, movimentos espontâneos dos membros, do tronco e/ou da cabeça. São observados aumentos substanciais da PIO após a administração de cetamina, que podem resultar do tônus aumentado dos músculos extraoculares. O relaxamento muscular pode melhorar com a coadministração de benzodiazepínicos ou agonistas dos receptores α2­adrenérgicos.
Efeitos fetais/neonatais: A cetamina atravessa a placenta e entra na circulação fetal. Em um estudo que avaliou os reflexos neurológicos em filhotes de cães nascidos por cesariana, a indução anestésica da fêmea com cetamina e midazolam resultou em maior depressãodos reflexos neurológicos, em comparação com outros fármacos de indução injetáveis.
EFEITOS SOBRE ESPÉCIES ESPECÍFICAS
Cães: Os anestésicos dissociativos podem ser administrados por via intravenosa ou por via intramuscular para produzir uma variedade de efeitos, desde sedação até anestesia. A indução da anestesia com cetamina como único agente pode resultar em rigidez muscular, movimentos espontâneos e recuperação indesejável. Por conseguinte, a cetamina é habitualmente administrada com um agente de coindução, como um benzodiazepínico. Como a tiletamina é fornecida em associação com zolazepam, não há necessidade de benzodiazepínico adicional para administração intravenosa.
A cetamina intramuscular ou associações de tiletamina/zolazepam são frequentemente associadas a um agonista dos receptores α2­adrenérgicos e a um opióide para produzir uma excelente imobilização, com relaxamento muscular e analgesia. 
Felinos: Os anestésicos dissociativos têm sido usados para produzir uma variedade de efeitos em gatos, desde sedação até anestesia. Esses fármacos podem ser administrados por via intravenosa ou intramuscular. A cetamina também é absorvida pela mucosa oral. Em gatos particularmente irritáveis, a cetamina pode ser aplicada na boca na forma de spray para induzir efetivamente sedação e facilitar a indução da anestesia. Em geral, ocorre salivação copiosa em virtude do sabor amargo e/ou pH baixo da cetamina.Agonistas dos receptores α2­adrenérgicos, benzodiazepínicos e/ou acepromazina são comumente administrados em associação com a cetamina intramuscular. A associação de dexmedetomidina, cetamina e opioide produz excelente contenção química/anestesia, relaxamento muscular e analgesia.
O pó de tiletamina/zolazepam (500 mg) tem sido reconstituído com xilazina (100 mg) e cetamina (400 mg) para formar um potente “coquetel” de contenção química/anestesia, que pode ser administrado por via intramuscular. É preciso ter cuidado quando se administra a associação de fármacos, visto que o volume global é muito pequeno, e a medição acurada é importante. Além disso, é necessário proceder a um monitoramento cuidadoso do paciente para evitar a hipotermia profunda, visto que pode ocorrer recuperação prolongada em consequência do metabolismo lento. O flumazenile /ou um antagonista dos receptores α2­ adrenérgicos têm sido usados para acelerar a recuperação com essa combinação. 
O uso de associações de tiletamina/zolazepam em grandes felídeos, particularmente tigres, não é recomendado. Foram relatadas reações adversas, incluindo recuperação tardia, paresia dos membros posteriores, hiper­reflexia, convulsões e morte.
Equinos: Os anestésicos dissociativos, particularmente a cetamina, são extensamente usados na anestesia de equinos. A administração intravenosa de anestésicos dissociativos produz indução rápida e suave da anestesia, contanto que tenha sido obtida uma sedação adequada antes de sua administração. Se os anestésicos dissociativos forem administrados antes de obter uma sedação adequada, observa-­se a ocorrência de excitação. Podem ainda ocorrer alguma rigidez muscular e movimento involuntário quando se utiliza a cetamina; por conseguinte, ela é frequentemente associada a outros agentes como: benzodiazepínico, agonista dos receptores α2 ­adrenérgicos ou guaifenesina.
A anestesia pode ser mantida pela administração de doses intravenosas adicionais de cetamina. Essas doses podem ser administradas na forma de bolus intermitentes ou infusão com velocidade constante. Quando usada na forma de infusão de velocidade constante, a cetamina é frequentemente associada com sedativos e agentes analgésicos, em uma associação comumente designada como “gotejamento triplo”.
As associações de tiletamina/zolazepam podem ser administradas por via intravenosa para induzir anestesia no cavalo, após obtenção de sedação adequada. Entretanto, deve-­se assinalar que a recuperação da anestesia com tiletamina/zolazepam algumas vezes está associada a excitação e incoordenação se não forem administrados sedativos adicionais, como agonistas dos receptores α2 ­adrenérgicos, ou se a anestesia não for prolongada com agentes inalatórios.
Ruminantes: Os agentes dissociativos podem ser usados em ruminantes para induzir anestesia. A sedação e o relaxamento muscular melhoram habitualmente com a administração de um agonista dos receptores α2­ adrenérgicos ou um benzodiazepínico antes da administração de cetamina. A anestesia pode ser mantida com infusão de cetamina em velocidade constante ou por uma associação de cetamina, guaifenesina ou xilazina.
Doses sub anestésicas de cetamina (em associação com xilazina) têm sido administradas a bezerros para produzir sedação antes da castração. Essa denominada técnica de “aturdimento pela cetamina” pode constituir uma alternativa ou adjuvante eficaz e custo efetivo da anestesia local para castração.
Suínos: Os anestésicos dissociativos têm sido usados extensivamente em suínos para contenção química e anestesia. A cetamina não induz hipertermia maligna em suínos suscetíveis, embora o seu uso nesses animais tenha sido controverso. À semelhança de outras espécies, a cetamina como único agente anestésico produz relaxamento muscular inadequado, de modo que ela é comumente associada com azaperona, benzodiazepínicos e/ou agonistas dos receptores α2­adrenérgicos para sedação e anestesia. As associações de tiletamina/zolazepam são comumente reconstituídas com 250 mg de xilazina e 250 mg de cetamina e usadas como anestésico injetável em suínos. 
Uso clínico
São fornecidas as vias de administração tanto intravenosa quanto intramuscular. A dose total necessária para induzir anestesia é afetada por medicações pré­-anestésicas, pelo estado físico do paciente e pela via de administração. Os médicos devem avaliar cuidadosamente os pacientes para determinar se há necessidade de modificar as doses.
Dependendo da dose administrada, a injeção intramuscular de anestésicos dissociativos produz efeitos que variam desde imobilização química rápida e segura até anestesia geral. O período de latência ocorre em 10 min após injeção
intramuscular. O período hábil anestésico depende da dose administrada, porém é habitualmente mais longo após a injeção intramuscular, devido à dose total mais alta. A reversão do sedativo/tranquilizante usado em associação com o anestésico dissociativo não deve ocorrer até o desaparecimento dos efeitos do agente dissociativo. A reversão precoce do sedativo pode levar ao delirium de emergência e a uma recuperação irregular. A administração intravenosa de cetamina associada a um benzodiazepínico ou de associações de tiletamina/zolazepam resulta em indução da anestesia em aproximadamente 45 a 90 s. A qualidade da indução é boa, porém o médico deve lembrar que os reflexos oculares, laríngeos e faríngeos podem permanecer intactos. Os olhos permanecem abertos, porém o paciente está anestesiado. O período hábil anestésico aplicando uma única dose de indução das associações de cetamina/diazepam ou tiletamina/zolazepam é de aproximadamente 20 min. A recuperação da administração intravenosa de anestésicos dissociativos é habitualmente de boa qualidade, particularmente quando outros fármacos são coadministrados ou quando a anestesia é prolongada com agentes inalatórios.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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5- AGENTES ANESTÉSICOS HALOGENADOS E NÃO HALOGENADOS
INTRODUÇÃO
Os agentes inalatórios representam uma droga básica usada na moderna anestesia balanceada. A demonstração da propriedade anestésica dos laços de éter dietílico por William Morton em 1846 foi uma das descobertas mais significativas em Ciência médica. Depois disso, muitos outros anestésicos ics, incluindo óxido nitroso, clorofórmio, etileno, ciclopropano, tricloroetileno e difenil éter foram introduzidos na prática clínica.Infelizmente, alguns desses anestésicos foram explosivo ou tóxico e, desde então, foi descontinuado usado para uso clínico. Na década de 1950, o fluroxeno, o primeiro fluorado agente, foi testado em ensaios clínicos; No entanto, a droga foi retirada em 1974, quando os efeitos tóxicos foram observados. Em 1957, o halotano, um hidrocarboneto halogenado bom, foi testado na prática clínica e com sucesso aplicado para anestesia cirúrgica. Em 1960, um novo éter halogenado, metoxiflurano, foi descoberto ered, mas sua aplicação clínica durou um muito curto Tempo. Anestesia prolongada com metoxiflurano foi frequentemente associada a nefrotoxicidade devido a produção de flúor inorgânico de seu biodegra-data. Simultaneamente, casos raros de hepatite fatal isso é causado pelo halotano que focou a busca em um anestésico inalatório mais seguro. O Enflurano foi sintetizado e dimensionado em 1963, enquanto seu isômero isoflurano era sintético em 1965. A introdução clínica de isoflurano foi atrasada devido à sua difícil síntese química. Enflurano foi introduzido em prática clínica; no entanto, vários anos depois, quando isoflurano foi aprovado para uso clínico, este agente foi preferido devido à sua baixa solubilidade e alta potência.Sevoflurano e desflurano foram desenvolvidos em final dos anos 1960 e muito testado na prática clínica mais tarde. Sevoflurano não foi introduzido imediatamente para os EUA por causa de sua liberação de flúor e sua relação com o dióxido de carbono absorvido. Um grande ensaio clínico de sevoflurano foi realizado no Japão,onde este agente foi aprovado apenas para uso clínico na década de 1990. Em 1995, o sevoflurano foi aprovado nos EUA para uso clínico. Após vários anos de aplicação clínica, nenhuma insuficiência renal foi observada,e estudos apropriados sobre o composto A não mostram quaisquer efeitos renais em humanos.Desflurano é amplamente apreciado por sua alta estabilidade. Menos de 0,02% do desflurano é metabolizado, portanto, os níveis plasmáticos de flúor são muito baixos.
A muito baixa solubilidade do desflurano permite uma emergência surpreendentemente rápida da anestesia.Hoje, o óxido nitroso tem um papel controverso na anestesia, e sua contribuição para a balança moderna. A anestesia avançada será discutida mais tarde.Todos os anestésicos halogenados são muito poderosos.Seu índice terapêutico varia de dois a quatro,e seu uso requer conhecimento de suas propriedades coquímicas, farmacocinética efeitos farmacológicos em diferentes sistemas para pré-efeitos colaterais de ventilação.
Empregando-se o mesmo senso crítico usado para o julgamento das vantagens e desvantagens dos barbitúricos, veremos que, para os anestésicos voláteis, notar-se-ão mais vantagens, visto que, a via de administração é a respiratória; a idade não é fator limitante para seu emprego; pronta metabolização e eliminação; em animais com MPA e indução, há ausência de excitação; em determinadas MPA, dispensa-se o uso da indução barbitúrica; recuperação rápida; possui antagonistas eficazes e específicos com resposta em segundos após a aplicação; a redução da temperatura retal, do pulso arterial e da freqüência respiratória durante a anestesia não é digna de nota; o consumo de anestésico por cirurgia com o uso de filtros valvulares é baixo, o que torna tal tipo de anestesia econômico; o tempo anestésico hábil pode ser controlado, assim como os planos anestésicos. E a desvantagem é que requer aparelhamento específico e indivíduos especializados para seu controle, que conheça tanto o aparelho utilizado quanto os passos que devem ser adotados em cada etapa na anestesia.
CAPTAÇÃO E ELIMINAÇÃO
Fatores que contribuem para a absorção, distribuição, eliminação de anestésicos inalados foi extensivamente estudado e descrito por Eger (POHL, et al., 1988). Este processo complexo foi investigado usando matemáticos, análogos elétricos ou por computador simulação er. Os diferentes modelos de aceitação e distribuição inclui tecidos com diferentes capacidades (volume x λ tecido / sangue ) e com diferentes regiões todo o fluxo sanguíneo.Esses modelos, embora não sejam perfeitos, permitem cli-técnicos para prever os efeitos das mudanças na saúde parâmetros biológicos ou a propriedade físico-química propriedades do anestésico na captação, distribuição e eliminação dessas drogas. humanos, a razão entre o alveolar e concentração inspirada (FA / FI) é usada para representar enviou o equilíbrio entre os tecidos do corpo e concentração inspirada. A taxa de aumento de FA / FI depende de muitos fatores: o sangue e tecido solubilidade do anestésico, o resíduo funcional capacidade, ventilação alveolar, débito cardíaco,fluxos sanguíneos regionais e capacidade do tecido.Em indivíduos normais, a captação de anestésicos inalados tética é muito alta nos primeiros minutos e diminui rapidamente depois; após 20 minutos, como tecidos com baixa capacidade e alta taxa de fluxo atingem o equilíbrio ruim, a captação pode ser considerada constante. Eliminação de anestésicos inalados do corpo é geralmente definido pela diminuição da taxa alveolar concentração em relação à última concentração alveolar tratamento determinado no final da anestesia. Quanto mais baixo o sol anestésico utilidade, mais rápida será a diminuição de FA / FAo e a menor o tempo de recuperação. Eliminação de desflurano e o tempo de recuperação é mais rápido quando comparado a outros agentes de inalação. Anestesia prolongada(oito horas ou mais) aumenta o tempo de recuperação de agentes muito solúveis, um efeito que é limitado para anestésicos de baixa solubilidade, particularmente para des-flurane. A eliminação de anestésicos inalatórios pode também ser expressa por sua depuração pulmonar. Este parâmetro representa a quantidade de sangue venoso eliminado pelo anestésico em um minuto. A depuração pulmonar depende da ventilação alveolar, débito cardíaco e sangue solubilidade. Em valores normais de ventilação e débito cardíaco, a depuração pulmonar lance de desflurano, óxido nitroso, sevoflurano e isoflurano são 3,5, 3,1, 2,8 e 1,8 L / min, respectivamente. Durante a anestesia clínica, a taxa em que a concentração anestésica inspirada aumenta em direção à concentração entregue pelo vaporizador é dependente do sistema respiratório e da quantidade de gás fresco fluindo para o sistema. Quando o paciente respira em um sistema sem reinalação, a inspiradora concentração é constante, e a taxa de aumento da concentração alveolar do anestésico é mais rápida do que seria em um sistema circular. Durante anes-absorção tética em um sistema circular, a concentração de anestésico é menor do que a fornecida retirada do vaporizador. Na primeira fase da anestesia, quando a captação anestésica é muito alta,o lento aumento de FA / FI deve ser compensado para por um aumento no anestésico administrado concentração e fluxo de gás fresco (COUSINS; MAZZA, 1973) , com métodos simples.
POTÊNCIA ANESTÉSICA
Em 1965 foi introduzido o conceito de equipatência anestésica, que foi definida como a concentração alveolar mínima de anestésico(MAC) impedindo o movimento para estímulos cirúrgicos em 50% dos sujeitos. Em todos os estudos sobre determinação do MAC, a concentração alveolar foi mantida constante por pelo menos 15 minutos antes de sua estimulação física para obter um equilíbrio entre pressão parcial alveolar e cerebral (EGER,et al., 1995).
Dos fatores que podem afetar o valor do MAC (por exemplo, hipotermia, hipóxia extrema, acidose,hipotensão e gravidez), opióides e paciente a idade desempenha um papel relevante. Benzodiazepínicos e os barbitúricos resultam em uma redução limitada de MAC. A intoxicação aguda por álcool reduz o MAC,enquanto a ingestão crônica de álcool ou sedativos aumenta o MAC. Para um grande número de inalações agentes de concentração, sua associação com óxido nitroso é aditivo, ou seja , a redução de halogenados MAC corresponde aproximadamente ao inspirado fração de óxido nitroso (KATOH, et al.,1999; FIRESTONE, et al.,2000). O MAC despertado representa a mini-concentração alveolar materna do agente de inalação que inibe as respostas ao comando verbal em 50% dos pacientes. 
A anestesia pode ser obtida pela combinação de agentes halogenados e opioides (com ou sem óxido nitroso) em diferentes proporções para minimizar os efeitos colaterais de cada medicamento. No entanto, a concentração alveolar de agentes inalados devem ser maiores do que MACaw para suprimir a lembrança de informações carregadas de emoção durante a anestesia (CHORTKOFF, et al.,1995).
METABOLISMO E TOXICIDADE RELACIONADOS A INALAÇÃO DE AGENTES
Atualmente, o interesse em torno do metabolismo de agentes inalados tem se concentrado na toxicidade de seus metabólitos, que podem ser prejudiciais para os pacientes.O halotano é amplamente metabolizado em flúor,80% do qual é encontrado na urina como hexafluoroisopropanol; este composto não subir além da biodegradação, mas, em vez disso, é um conjugado para glucuronido. Em pacientes que desenvolvem hepatite halotano, um metabólito reativo de halotano é pensado para acetilar proteínas do fígado,que pode modificar essas proteínas, tornando-as neoantígenos. São os anticorpos que são formados contra neoantígenos que resultam em lesão hepática. Estima-se que a hepatite fatal de halotano ocorra em 1 a cada 100.000 procedimentos de anestesia.A extensão do metabolismo do enflurano é de aproximadamente quase 2%, e a maioria do anestésico é eliminado pelos pulmões. Enflurano e metabolizado no fígado pelo citocromo P450 Enzimas. O isoflurano sofre um metabolismo oxidativo mínimo olismo para ácido trifluoroacético inorgânico e fluo-passeio e envolve o citocromo P450 2EI enzima.O desflurano é muito resistente ao metabolismo, pois apenas 0,02% da droga é metabolizada. A biotransformação é muito semelhante ao isoflurano.É improvável que o desflurano resulte na formação de neo antígenos do metabolismo oxidativo. O Sérum fluoreto não foi observado em humanos após exposição a altas concentrações de desflurano ou anestesia desejada. O relativo escassez de desfluoração renal com sevoflurano pode explicar a ausência de nefrotoxicidade clínica deste agente, apesar do flúor plasmáticos concentrações podem, em alguns casos, se aproximar de 50µmol / L. Kharasch et al. descobriu que não há diferença significativa na função tubular renal e integridade celular entre o efeito renal do sevoflurano e isoflurano em pacientes cirúrgicos submetidos a anestesia de fluxo por até sete horas. A anestesia prolongada com sevoflurano não prejudica as funções de concentração renal, como demonstrado por um estudo baseado no teste da desmopressina. 
ÓXIDO NITROSO
Propriedades anestésicas gerais:
A. Gás a temperatura ambiente, mas facilmente compreensível a 30-50 atm em um líquido incolor, retorna ao estado gasoso quando sai do cilindro a pressão atmosférica.
B. Não é inflamável, mas suporta combustão quando decomposto entrar sob nitrogênio e oxigênio.
Efeitos nos sistemas:
A. Sistema nervoso: fraca ação analgésica e anestésica produzida por uma depressão do córtex cerebral. Perigoso em concentrações muito altas por interferir com a oxigenação do paciente.
B. Aparelho respiratório: não é irritante para o trato respiratório, não deprime o reflexo da tosse. Causa apenas depressão respiratória mínima, poderia aumentar a frequência respiratória.
C. Sistema cardiovascular: existem poucos efeitos colaterais, exceto em estados de hipóxia. Frequência cardíaca, débito cardíaco e pressão arterial permanecem relativamente estável. Você pode desenvolver taquicardia.
D. Outros órgãos e sistemas: pode ocorrer acumulação de gases no trato digestivo. O rim e fígado não são afetados significativamente.
Indicações clínicas:
A. Usado como analgésico em anestesia veterinária. Adicionar ao efeito de outros anestésicos inalatórios, portanto, menos anestésicos inalatórios serão necessários para produzir anestesia geral, não pode ser usado sozinho porque sua concentração alveolar mínima é muito alta. Frequentemente usado como adjuvante para narcótica ou anestesia por inalação. Para evitar a hipóxia, a presença de pelo menos 30% de O2 é necessária. A relação entre N2O e O2 administrada pela máquina de anestesia deve ser monitorada continuamente; não deve usar mais de 70% de N2O.
ÉTER DIETIL
Houve um tempo em que o éter era um anestésico inalatório frequentemente usado, atualmente, é usado ocasionalmente em animais de laboratório e para fazer fita adesiva. O éter é altamente explosivo. É um anestésico ideal em alguns aspectos porque apoia a respiração e dificilmente reduz o débito cardíaco. Pode causar salivação, náuseas e vômitos durante a indução e recuperação.
HALOTANO
Propriedades anestésicas:
A. Sistema nervoso central: deprime os centros reguladores de temperatura corporal, provocando hipotermia; em alguns casos, pode provocar hiperpirexia e hipertermia maligna em humanos, porcos, cavalos, cães e gatos, que foi relacionada a um defeito genético em humanos, porcos e cães
B. Estágios da anestesia: as pupilas podem estar contraídas em todos os estágios, a respiração pode ser superficial, mas rápida, e os músculos abdominais só serão relaxados com níveis profundos de anestesias.
Indicações clínicas: o halotano é um dos anestésicos mais úteis porque não é inflamável, é potente, não irrita, é controlável e carece relativamente de toxicidade. Possível utilizar em todas as espécies, pode administrar concentrações exatas de halotano com vaporizadores calibrados de precisão.
 
ISOFLURANO
Propriedades anestésicas:
A. Isômero do enflurano, excepcionalmente estável. Produz uma indução e uma recuperação da anestesia comparativamente alta, pode utilizar em todas as espécies. Causa depressão generalizada do sistema nervoso central, o fluxo cerebral não aumenta se mantiver a ventilação.
produz mais depressão respiratória que o halotano.
Indicações clínicas: produz indução e uma recuperação rápida e suave em todas as espécies. Uma recuperação rápida pode predispor a alguns animais 
 ao delírio de recuperação. Se utiliza um vaporizador calibrado para administrar contrações exatas. Pode-se utilizar óxido nitroso. Se classifica como um depressor respiratório.
DESFLURANO
Propriedades anestésicas:
A. Estrutura idêntica a do isoflurano, exceto em que o cloro substitui o flúor. Coeficiente de participação sangue-gás extremamente baixo; indução e recuperação extremamente rápidas. Menos potente do que outras drogas halogenadas, a câmera está em torno de 7,2%. Causa irritação nas vias aéreas, resultando em tosse ou parada respiratória.
Indicações clínicas: a indução e recuperação é dez vezes mais rápida que a do isoflurano, devido ao baixo coeficiente de gás no sangue. Produz uma boa analgesia e relaxamento muscular. A recuperação pode ser tão rápida que é necessário sedar novamente para evitar delírio ao despertar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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