Buscar

EDUCAÇÃO E HUMANIZAÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

EDUCAÇÃO E HUMANIZAÇÃO
Nyelle Bergamo[2: Graduada em Serviço Social. Faculdade Norte Capixaba de São Mateus. nyellebergamo@hotmail.com]
RESUMO
A contribuição da filosofia para a educação é imensurável, vai para além do questionar os parâmetros pedagógicos, mas visa também analisar e compreender o indivíduo no seu processo educativo. Dar vez e voz a sua subjetividade e especificidade. Como Rubens Alves bem retrata o professor deve instigar o aluno a aprender, provocar seus instintos, trazê-los à tona, para que desde a infância, pelo processo educacional seja estimulado o “conhece-te a ti mesmo” pontuado por Platão.
Palavras-chaves: Reflexão. Desmecanização. 
Rubens Alves por meio de uma linguagem concisa e de fácil compreensão utiliza exemplos rotineiros, para apresentar suas propostas de melhorias na educação. 
‘Há muita sabedoria pedagógica nos ditos populares. Como naquele que diz: ‘É fácil levar a égua até o meio do ribeirão. O difícil é convencer ela a beber a água... ’ De fato: se a égua não estiver com sede, ela não beberá água por mais que o seu dono a surre... Mas, se estiver com sede, ela, por vontade própria, tomará a iniciativa de ir até o ribeirão. Aplicado à educação: ‘É fácil obrigar o aluno a ir à escola. O difícil é convencê-lo a aprender aquilo que ele não quer aprender. ’” (ALVES, 2007)
O professor é um espelho para os alunos, é o herói, a inspiração maior do aluno. O professor precisa se desvencilhar da monotonia e empreender com criatividade para que os alunos possam despertar para absorver o conhecimento a ser repassado. 
Através da educação, as potencialidades humanas podem ser exploradas, é como uma caixinha de surpresas, a cada estímulo é dada uma resposta diferente, esses reflexos ao processo de aprendizado possibilitam condições melhores para o convívio coletivamente. Uma boa educação propicia melhor qualidade de vida ao indivíduo.
O saber, o conhecer, o compreender é o que move a vida. A ignorância aprisiona. O conhecimento liberta, se traduz em permissividade. Leva o homem a galgar espaços ainda inimaginados. Criar asas e voar. 
Rubens Alves aborda ‘a saga de um educador de sentidos’ que exemplifica de que forma os sentidos contribuem para o processo aprendizado, revela a importância do falar, ver, ouvir e sentir. Ao aluno/criança não pode ser ignorado qualquer manifestação através dos sentidos. O aluno não é mero expectador na transmissão do ensino. A aprendizagem se dá pela “interação” de aluno e professor e o ambiente, e circunstâncias a que estão submetidos. 
Um bom ensino é aquele que transmite a aprendizagem efetiva. Para isso, nas escolas, professores e alunos precisam se envolver de maneira profunda, coletivamente para dar conta de toda riqueza que pode ser produzida com as tarefas necessárias ao pleno cumprimento da função social da escola.
Conforme aponta Saviani (1992) os educadores devem buscar nortear sua ação a partir de três objetivos fundamentais: a identificação das formas mais desenvolvidas em que se exprime o saber objetivo socialmente produzido, a transformação deste saber objetivo em saber escolar que possa ser assimilado pelo conjunto dos alunos e a garantia das condições necessárias para que estes não apenas se apropriem do conhecimento, mas ainda possam elevar seu nível de compreensão sobre a realidade.
Rubem Alves (1996) nos convida a refletir sobre o tipo de homem que estamos formando em nossas escolas. Em suas palavras: “Olho para a educação com olhos de cozinheira e me pergunto: que comidas se preparam com os corpos e mentes das crianças e adolescentes nestes imensos caldeirões chamados escolas?” Que sabor estará sendo preparado?”
É possível ainda indagar, queremos um prato suculento e delicioso ou fora do ponto? Queremos alunos capazes de compreender o que é ensinado? Queremos adultos ativos e atuantes no desenvolvimento da sociedade? Queremos alunos que se tornem autênticos cidadãos? 
Podemos dizer que cada homem aprende a ser um homem. O que a natureza lhe dá quando nasce não lhe basta para viver em sociedade. É-lhe preciso ainda entrar em relação com os fenômenos do mundo circundante, através de outros homens, isto é, num processo de comunicação com eles. (Leontiev, 1978, p.267)
Enquanto ser social, o homem se constrói necessariamente na relação com outros homens e é no âmbito destas relações que ele apreende o mundo concreto no qual está inserido, ou seja, a aprendizagem só pode se efetivar no interior de processos grupais através das relações sociais que neles se estabelecem. E, se é fundamentalmente através da aprendizagem que o homem se humaniza, podemos afirmar que não há homem, nem individualidade plenamente desenvolvida sem a apropriação do conhecimento, ou seja, sem educação.
O homem, antes de ser criado por uma abstração, é um ser vivo, um ser com necessidades e potencialidades materiais, além das dimensões de identidade e significação que a civilização e a cultura lhe conferem.
ALVES, R. Sobre os professores e as cozinheiras. O Estado de São Paulo, São Paulo, 11 de junho de 1996. p.D2.
LEONTIEV, A. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa : Livros Horizonte, 1978.
SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 3.ed. São Paulo : Cortez, 1992.

Outros materiais