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Direito do Trabalho I -história, princípios, funções, fontes, natureza

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DIREITO DO TRABALHO I 1 
FORMAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO 
UM POUCO DE HISTÓRIA: 
1) Inicialmente o trabalho era realizado por 
escravos; 
 
2) Posteriormente, o trabalho foi feito 
através da servidão/feudalismo, que 
segundo doutrina, era uma espécie de 
escravidão disfarçada. O servo (trabalhador) não dispunha 
de sua liberdade, porquanto era possuidor de arado, 
animais e pasto, mas não da terra. Os senhores feudais 
ERAM OS POSSUIDORES DA TERRA E DE TODOS OS 
DIREITOS. A falsa ideia de liberdade era dada porque aos 
servos era assegurado o direito a herança de animais, 
objetos pessoais, uso de pastos, mas o imposto da 
herança absorvia praticamente todos os bens do 
herdeiro; 
 
3) As associações surgem na Idade Média, a partir do século 
XII, com a finalidade de regulamentar o processo 
produtivo artesanal nas cidades. A necessidade de 
aproximação entre os homens e identidade de profissão 
obrigava-os, para assegurar direitos e prerrogativas, a se 
unir. Começara a surgir as corporações de ofício ou 
Associações de Arte e Misteres, que tinham suas próprias 
leis profissionais. O Mestre (quem detinha as ferramentas 
e fornecia as matérias primas), tinha sob suas ordens os 
aprendizes (que não recebiam salário) e os trabalhadores 
(submetidos a rigorosos contratos de locação de mão de 
obra e direito de mudança de domicílio, recebiam salário 
e proteção de socorros em caso de doenças). 
 
4) Revolução Francesa fortaleceu as ideias liberais, firmando 
o princípio de que todos os homens são livres e iguais. No 
entanto, nessa primeira metade do século XIX, com o 
desenvolvimento do capitalismo decorrente dessas ideia, 
e a invenção da máquina, ao lado do desenvolvimento da 
indústria inicia o problema do desemprego, com as 
pequenas empresas sendo engolidas pelas grandes 
oficina, a indústria agora mecanizada, absorvia cada vez 
menos operários que, sem emprego, juntavam-se aos 
trabalhadores do campo atraídos para as cidades, às 
mulheres e aos menores, agravando a situação de miséria 
engrossando o número dos que aceitavam emprego por 
qualquer remuneração. 
 
5) Com as revoltas dos trabalhadores, que, associando-se 
clandestinamente, denunciavam o estado de exploração e 
miséria que se encontravam. Somente nos primeiros 
cinquenta anos do século XIX surgiram primeiras leis em 
 
1 Material elaborado com base nas aulas e textos disponibilizados pela Professora 
Jane Gombar Azevedo Oliveira (Doutora em Direito pela Università Degli Studi 
que se reconheciam e proclamavam os direitos dos 
trabalhadores no direito positivo europeu. 
 
DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA: 
Há doutrinadores que defendem que os primeiros passos 
do Direito do Trabalho foram para o direito individual, 
porque individuais eram os ressentimentos dos homens 
oprimidos pela nova força econômica materializada na 
máquina e regida pelas inclementes leis de mercado da 
época. Também individuais eram as primeiras e 
elementares reivindicações daqueles trabalhadores, 
resumíveis num binômio de fundo econômico: 
duração/retribuição do trabalho. 
No entanto, para esta disciplina, adota-se o entendimento 
de Mascaro, afirmando que o: 
“direito do trabalho nasceu como consequência da 
questão social precedida da Revolução Industrial do século 
XVIII e da reação humanista que se propôs a garantir e 
preservar a dignidade do ser humano ocupado no trabalho 
das indústrias” 
Em razão das indignas condições de trabalho impostas 
pelos patrões, da exigência de excessivas jornadas de 
trabalho para adultos, mulheres e crianças, da exploração 
desregrada dos trabalhadores em geral, dos acidentes de 
trabalho, da insegurança quanto ao futuro nos momentos 
em que não pudessem mais trabalhar, dos baixos salários 
etc. 
 
FORMAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL 
UM POUCO DE HISTÓRIA: 
Como nos demais países, o sensível 
incremento da legislação do trabalho 
começou com a industrialização do País, 
após a primeira revolução industrial. 
Instituído o Governo provisório, logo criou-se o Ministério do 
Trabalho, Industria e Comércio, que iria se tornar, até o advento da 
Roma Ter(RomaTre)-Itália-USP-Universidade de São Paulo(Direito do Trabalho e 
Seguridade Social). Mestre em Direito pela UCS. Especialista em Direito Processual 
pela UFSC. Professora da Faculdade de Direito da UFPel.) 
Ordenamento 
Romano
• O labor era visto como res, objeto da propriedade do Senhor, razão pela qual se constituia em 
direito real (trabalhador era escravo e, portanto, res. 
Idade Média
• O trabalho foi incluído entre os direitos pessoais. O feudalismo, sedimentado no sistema da 
vassalagem e suserania, impunha o dever de trabalho, de sorte que somente desta forma 
poderia o pequeno camponês receber proteção e assistência do senhor feudal
Idade Moderna
• Acentuam-se os direitos, que são constitucionalizados
Idade Pós-
Moderna
• Prega-se pelo fim do trabalho, extinção de direitos, flexibilização e desregulamentação.
CF de 1934 e, após, durante a vigência da Carta de 1937, o polo do 
desenvolvimento legislativo. 
A verticalização constitucional começou com a CF de 1934, pelo 
fato de ter sido a primeira a possuir o título especial sobre ORDEM 
ECONÔMICA E SOCIAL (ARTS. 115 A 143). 
Mas a partir da lei 62 de 05 de junho de 1935(indenização por 
despedida injusta) houve um impulso sobre a doutrina do direito 
do trabalho, que até então era legislado pela União, desde a 
reforma de 1926. 
Com o Golpe de 1937 (Estado Novo), surge a carta de 1937, que 
durou até 1945, recebendo forte influência do corporativismo 
italiano, que foi emendada por dez vezes, não sendo totalmente 
executada. A sua ideologia era totalmente diversa da carta anterior, 
abrindo um TÍTULO PARA A ORDEM ECONÔMICA (arts. 135 A 155), 
nele inserindo garantias constitucionais mínimas, acabando, 
porém, com a pluralidade sindical. 
O Estado novo, além de autoritário, utilizava a legislação 
do trabalho como instrumento de sua própria 
conservação (Proibição de qualquer greve – CP de 1940 a 
considerava um crime). 
No entanto, a evolução social e a pressão dos próprios 
trabalhadores impediram que os direitos trabalhistas individuais 
fossem refreados. Nesta fase predominou o sentido paternalista da 
legislação do trabalho, centralizado na pessoa de Getúlio Vargas. 
Legisla-se tanto e tão esparsamente que se fez necessário a 
sistematização destas leis, o que veio ocorrer com a 
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS, aprovada pelo Decreto 
Lei 5.452 de 1º. De maio de 1943. 
A CF de 1946 apresentou um sensível avanço no direito positivo 
trabalhista – direito a greve, integração expressa e completa da 
Justiça do Trabalho ao poder judiciário, atribuição do poder 
normativo aos dissídios coletivos; salário mínimo familiar; descanso 
remunerado semanal e em feriados; proibição do trabalho ao 
menores de 14 anos, em indústrias insalubres, as mulheres e os 
menores de dezoito anos; trabalho noturno aos menores de 
dezoito anos; estabilidade na empresa ou na exploração rural e 
indenização do trabalhador demitido... 
A carta de 1967 foi marcada pelos Atos Institucionais, marcando 
um presidencialismo autoritário e desferalizante, que modificou 
bastante os chamados direitos econômicos e sociais. 
Constituição de 1988 marca, no âmbito do direito do trabalho, um 
extenso rol de direitos como os contidos nos artigos 5, 6, 7, 8,9, 10, 
11, ressaltando-se os direitos sociais previstos no art. 7º. 
 
 
 
 
 
FASES DO DIREITO DO TRABALHO 
 
FATORES QUE INFLUENCIRAM NA LEGISLAÇÃO DO 
TRABALHO 
 
1º FATOR ECONOMICO: os fatores são, de um lado, a utilização da 
força de trabalho livre, mas subordinada como instrumento central 
de relação de produção pelo novo sistema produtivo emergente, 
de outro lado, a circunstância de esse novo sistema produtivo 
também gerar uma distinta modalidade de organização do 
chamado processo produtivo, a chamada grande indústria.2º FATOR POLÍTICO: Os fatores que conduzem ao surgimento do 
direito do trabalho são as ações gestadas e desenvolvidas no plano 
da sociedade civil e do Estado, no sentido de fixar preceitos 
objetivos para a contratação e gerenciamento da força de trabalho 
componente do sistema produtivo não estruturado. 
3ºFATOR SOCIAL: São fatores que propiciam as condições 
favoráveis do surgimento do direito do trabalho: a concentração 
proletária em torno das grandes cidades industriais, que propiciou 
uma nova classe social: o proletariado. Além disso, o surgimento de 
uma inovadora identificação profissional entre essas massas, a 
partir de um mesmo universo de sua força de trabalho estimula as 
reivindicações de classe. Há a Separação entre capital e trabalho, 
com notas de subordinação, continuidade e privacidade. 
4º FATOR: Intervenção do Estado: O Direito do Trabalho surge 
como autodefesa do Estado. A autonomia é limitada. 
DEFINIÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO 
na busca da essência e elementos componentes do Direito do 
Trabalho, os doutrinadores adotam posturas distintas, enfatizando 
determinadas situações, conforme a teoria as quais se filiam, que 
são: teoria objetivista, teoria subjetivista e teoria mista. 
 
 
1ª - FASE DE FORMAÇÃO: 
• de 1802 a 1828
• MANIFESTAÇÕES INCIPINETS OU ESPARSAS
2ª- FASE DE INTENSIFICAÇÃO
• De 1848 a 1890 
• MANIFESTO COMUNISTA DE 1848
3ª- FASE DE CONSOLIDAÇÃO E SITEMATIZAÇÃO
• De 1890 a 1919
• Conferência de Berlim (1890)
4ª- FASE DA AUTONOMIA
• Inicia-se em 1919, estendendo-se às décadas posteriores do século XX
• Constitucionalização do Direito do Trabalho
5ª- FASE DA CRISE E TRANSIÇÃO
• Final do Século XX, nos anos de 1979- 1980
• Após a renovação tecnológica: a redução dos postos de trabalho, eliminação das barreiras de tempo e 
espaço: flexibilização, desregulamentação. 
1)-TEORIA OBJETIVISTA 
O critério objetivista enfatiza o objeto das relações reguladas pelo 
Direito do Trabalho. As definições baseadas neste critério buscam 
determinar, não as pessoas a que se aplicam as normas 
trabalhistas, mas as matérias por elas reguladas. 
“A ênfase no objeto, no conteúdo das relações jurídicas de 
pactuação de prestação subordinada do trabalho, confere a tais 
concepções uma visão mais precisa da substância e elementos 
componentes desse ramo jurídico especializado” - Mauricio 
Godinho Delgado 
2)TEORIA SUBJETIVISTA 
O critério subjetivista enfatiza os sujeitos das relações jurídicas 
reguladas pelo Direito do Trabalho, ora frisando o aspecto da 
debilidade econômica dos trabalhadores como objetivo principal 
das normas deste ramo do Direito, ora posicionando a classe 
trabalhadora como objeto de suas conceituações. 
3)TEORIA ECLÉTICA OU MISTA 
As definições elaboradas com alicerce no critério misto 
caracterizamse pela combinação dos dois elementos anteriores: o 
sujeito e a matéria disciplinados pelo Direito do Trabalho. Assim, 
abrangem tanto as pessoas, como o objeto deste ramo do Direito, 
buscando uma unidade que melhor explique o seu conteúdo. 
Esta teoria é utilizada amplamente pela doutrina nacional 
A reunião do Direito Individual do Trabalho e do Direito Coletivo do 
Trabalho cria o conhecido Direito Material do Trabalho. 
É o que se chama de Direito do Trabalho no sentido lato, conceitua 
MAURÍCIO GODINHO DELGADO como: "complexo de princípios, 
regras e institutos jurídicos que regulam a relação empregatícia de 
trabalho e outras relações normativamente especificadas, 
englobando, também, os institutos, regras e princípios jurídicos 
concernentes às relações coletivas entre trabalhadores e 
tomadores de serviços, em especial através de suas associações 
coletivas". 
NATUREZA JURÍDICA (TAXIONOMIA), 
INTERPRETAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO E 
APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO NO TEMPO E ESPAÇO 
Segundo Mauricio Godinho Delgado: 
“Encontrar a natureza jurídica de um instituto do Direito (ou até de 
um ramo jurídico, como o Direito do Trabalho) consiste em se 
apreenderem os elementos fundamentais que integram sua 
composição específica, contrapondo-os, em seguida, ao conjunto 
mais próximo de figuras jurídicas (ou de segmentos jurídicos, no 
caso do ramo jus trabalhista), de modo a classificar o instituto 
enfocado no universo de figuras existentes no Direito” 
É “atividade lógica de classificação” pela qual se integra 
determinada figura jurídica no conjunto mais próximo de figuras 
existentes no universo do Direito, mediante a identificação e cotejo 
de seus elementos constitutivos fundamentais. 
Diante disso, discute-se se esta disciplina pertence ao DIREITO 
PÚBLICO OU AO DIREITO PRIVADO. 
A doutrina aponta certos critérios de distinção entre os referidos 
ramos, dentre os quais citamos o critério da TITULARIDADE, o 
critério do INTERESSE e o da SUJEIÇÃO. 
a) Pelo critério da titularidade, a diferenciação está no titular do 
direito, que pode ser público ou privado; 
b) O critério do interesse, lado outro, examina se o interesse 
jurídico envolvido é eminentemente público ou se possui caráter 
privado; 
c)Finalmente, o critério da sujeição examina se há subordinação, e, 
portanto, desigualdade na relação, ou se há coordenação ou 
igualdade entre as partes. 
Além da clássica divisão entre público e privado, há outras 
correntes que procuram justificar a natureza jurídica do Direito do 
Trabalho. São elas: 
 
TEORIA DO DIREITO PÚBLICO 
Livre manifestação de vontade da parte foi substituída pela vontade 
do Estado, o que resulta na imposição estatal da maioria das 
normas trabalhistas e na institucionalização deste Direito, com o 
consequente controle estatal. 
Os juristas que sustentam que o Direito do Trabalho pertence ao 
Direito Público, apresentam, em regra, quatro argumentos: 
1) o Direito do Trabalho apresenta normas de natureza 
administrativa, como as relativas à fiscalização trabalhista, 
segurança do trabalho, higiene do trabalho etc.; (CLT< CF<>>>) 
2) o Direito do Trabalho é composto por normas de natureza 
estatutária, constituindo relações delineadas pela lei, suprimindo a 
autonomia da vontade das partes envolvidas; 
3) a maior parte das normas de Direito do Trabalho são 
irrenunciáveis 
4) o Direito do Trabalho possui fundamento jurídico-filosófico 
baseado no intervencionismo estatal restritivo da autonomia da 
vontade, que se opõe ao fundamento jurídico-filosófico do Direito 
privado: individualismo e liberdade volitiva. 
 
a) Direito 
Público
b) Direito 
Privado
c) Direito 
Social
d) Direito 
Misto; 
e) Direito 
Unitário
CRÍTICA À TEORIA DO DIREITO PÚBLICO baseia-se, principalmente, 
em quatro argumentos: 
1) As normas trabalhistas de natureza administrativa, como os 
referentes à fiscalização, têm caráter instrumental e não 
preponderam sobre as de outra natureza; 
2) O Direito do Trabalho não cria relações estatutárias, pois, não 
obstante o dirigismo estatal, há possibilidade de as partes 
acordarem sobre condições gerais de trabalho; 
3) a irrenunciabilidade das leis trabalhistas não possui natureza 
diversa da irrenunciabilidade de diversas normas encontradas em 
outros ramos do Direito Privado, como o Direito Civil; 
4) a natureza de Direito Público de um ramo jurídico não é definida 
pelo seu fundamento jurídico-filosófico, mas pela Teoria dos 
Interesses (o Direito Público regula os interesses imediatos do 
Estado e o Direito Privado, os de particulares), pela Teoria da 
Natureza dos Sujeitos (O Direito Público regula relações de que o 
Estado participe; e o Direito Privado regula relações de que o 
Estado não participa) ou pela Teoria da Natureza das Relações (no 
Direito Público, há manifestação do Poder de Império do Estado 
sobre o particular; e no Direito privado, o Poder de Império do 
Estado não se manifesta). 
TEORIA DO DIREITO PRIVADO 
Afirmam os defensores desta teoria que além de ter nascido este 
ramo do Direito Civil, o instituto básico do Direito do Trabalho é ocontrato trabalhista, que possui caráter eminentemente privado. 
Os argumentos que sustentam esta teoria são os seguintes: 
1) os sujeitos do vínculo trabalhista são trabalhadores e 
empregadores e, quando o Estado participa da relação, o faz na 
condição de empregador; (Origem>>locação de serviços, contrato 
de trabalho etc.) 
2) a maioria das regras de Direito do Trabalho são de ordem privada 
(contrato, ACT, CCT) 
3) a relação trabalhista é um desenvolvimento da prestação de 
serviços, tendo, portanto, sua origem no Direito Civil, clássico ramo 
do Direito Privado. (corporações de ofício-origem) 
AS CRÍTICAS À TEORIA DO DIREITO PRIVADO coincidem com os 
fundamentos da Teoria do Direito Público, ou seja: 
1) O Direito do Trabalho possui normas de natureza administrativa; 
2) o Direito do Trabalho é composto por normas de natureza 
estatutária, que eliminam a autonomia da vontade das partes; 
3) a maior parte das normas de Direito do Trabalho são 
indisponíveis, irrenunciáveis 
4) o fundamento jurídico-filosófico do Direito do Trabalho é 
incompatível com o Direito Privado 
 
TEORIA DO DIREITO SOCIAL 
Sustentada pelos doutrinadores que reconhecem a existência de 
um terceiro gênero na Enciclopédia Jurídica, ao lado do Direito 
Público e do Direito Privado, chamado "Direito Social", 
caracterizando-se na socialização do Direito, em oposição ao 
Direito individual. 
A PRINCIPAL CRÍTICA que recebe a presente teoria é que todos os 
ramos jurídicos são feitos para a sociedade, com intuito de 
promover o bem-estar dos indivíduos, ou seja, todo direito é social 
TEORIA DO DIREITO MISTO; 
Não se reconhece a unidade conceitual do direito, devendo ser 
examinado cada instituto do Direito do Trabalho, que será 
encaixado ora dentro do Direito Público, ora no Direito Privado. 
Segundo esta teoria, a bipartição romana do Direito em Direito 
Público e Direito Privado tornou-se inadequada para o Direito 
produzido pela complexa sociedade moderna que criou ramos 
jurídicos constituídos tanto de normas de ordem pública, como de 
normas de ordem privada e que tutelam tanto o interesse público, 
como o interesse privado. 
A PRINCIPAL CRÍTICA formulada a esta teoria refere-se à 
inexistência de um direito híbrido de público e privado chamado 
"Direito Misto". 
TEORIA DO DIREITO UNITÁRIO. 
Segundo esta orientação doutrinária, o Direito do Trabalho é 
resultado da fusão de ramos do Direito Público e de Direito Privado 
que origina um todo orgânico, totalmente distinto dos dois ramos 
que lhe deram origem. A teoria do Direito Unitário difere-se da 
Teoria do Direito Misto por entender o Direito do Trabalho como 
um amálgama e não uma mera mistura de substâncias dos dois 
gêneros clássicos. 
A PRINCIPAL CRÍTICA formulada a esta teoria aponta a inexistência 
de um todo orgânico, autossuficiente e absolutamente 
diferenciado do Direito Público ou do Direito Privado. 
INTERPRETAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO 
Segundo Mauricio Godinho Delgado: 
A interpretação atua em dois momentos fundamentais do 
fenômeno jurídico: no instante de elaboração da norma de Direito 
(fase pré-jurídica) e, em seguida, no instante da compreensão do 
sentido e extensão da norma já elaborada (fase jurídica 
propriamente). 
PRINCIPAIS MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO: 
A) INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA 
(leva em conta o processo legislativo que antecedeu a publicação). 
Na ótica de Godinho, esta interpretação é “apenas um repositório 
de informações datadas sobre o período de elaboração da regra 
jurídica 
B) INTERPRETAÇÃO GRAMATICAL OU LITERAL (OU LINGUÍSTICA) 
É interpretado o sentido literal das palavras contidas nas normas 
jurídicas). 
C) INTERPRETAÇÃO LÓGICA OU RACIONAL 
São vistas as proposições, os enunciados pelo legislador, as técnicas 
da lógica comum e da lógica jurídica, ou seja: desvendar o sentido 
e alcance da norma, estudando-a por meio de raciocínio lógicos, 
analisando os períodos da lei e combinando-os entre si. 
D) INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA OU FINALISTICA 
(também chamado por alguns doutrinadores de método 
sociológico) 
Trata-se dos fins sociais a que a norma jurídica se propõe., 
identificando-se com a gênese do DPT, para constituir a realização 
da justiça social. 
"nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o 
interesse comum" (art. 8º, caput, in fine, CLT) 
E) INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA/SISTÊMICA 
Como as normas não existem isoladamente, formando um sistema, 
deveria haver uma relação de coerência. Quando ocorre 
antinomias, critérios de especialidade, hierarquia e da cronologia 
entre normas em conflito. 
Existindo conflito entre esses critérios>>>>antinomia de segundo 
grau>>>adoção de critérios axiológicos – extraídos da cultura, ética, 
princípios fundamentais, proporcionalidade, razoabilidade etc. 
(exige amplo conhecimento de normas). 
FORMAS DE INTERPRETAÇÃO 
Segundo uma parcela da doutrina, ainda temos 3 formas de 
interpretação, que seriam: 
- Interpretação Extensiva ou ampliativa: dá-se o sentido mais amplo 
à norma a ser interpretada; 
-Interpretação restritiva ou limitativa: dá-se num sentido mais 
restrito, limitado, à norma jurídica; 
-Interpretação Autêntica, legal ou legislativa: é a interpretação pelo 
próprio órgão que editou a norma, por meio de outra norma 
jurídica. 
O aplicador do direito está autorizado a utilizar técnicas de 
interpretação/integração como a analogia, equidade, os princípios 
gerais do direito e a doutrina, na forma do. art. 8 CLT., que não 
ocorrem isoladamente, se complementando. 
APLICAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO NO TEMPO E 
ESPAÇO 
A eficácia da norma trabalhista no tempo leva em conta dois 
princípios constitucionais gerais: o da irretroatividade, uma vez que 
a lei não pode retroagir para prejudicar, pois deve respeitar o 
direito adquirido, a coisa julgada e o ato jurídico perfeito (CF, art. 
52, XXXVI) e o da aplicabilidade imediata dos direitos 
fundamentais (CF, art. 52, § 12), na medida em que as normas que 
criam direitos fundamentais sociais entram em vigor 
imediatamente. 
Em relação as normas no tempo, temos três consequências: 
*EFEITO RETROATIVO (regente de situações já consumadas, 
juridicamente, sob a égide da lei anterior); 
*EFEITO IMEDIATO (regente de situações em curso à época do 
surgimento da lei ou ainda não consumadas no referido instante); 
*EFEITO DIFERIDO (regente de situações futuras em comparação 
à data de vigência da norma jurídica). 
ADERÊNCIA DAS NORMAS 
A aderência contratual tende a ser apenas relativa no tocante às 
normas jurídicas. É que as normas não se incrustam nos contratos 
empregatícios de modo permanente, ao menos quando referentes 
a prestações de trato sucessivo. Ao contrário, tais normas 
produzem efeitos contratuais essencialmente apenas enquanto 
vigorantes na ordem jurídica. Extinta a norma, extinguem-se seus 
efeitos no contexto do contrato de trabalho. 
A eficácia da norma no espaço diz respeito ao território em que vai 
ser aplicada a norma. 
realizado o contrato de trabalho no Brasil, a legislação pátria 
regulamentará o mesmo, pois 
“O Direito do Trabalho brasileiro aplica-se às relações 
empregatícias e conexas, além de outras relações de trabalho 
legalmente especificadas, que ocorram dentro do espaço interno do 
território do Brasil. Realizando-se o contrato de trabalho dentro das 
fronteiras brasileiras, não há dúvida de que se submete, 
plenamente, de maneira geral, à ordem jurídica trabalhista pátria. 
Trata-se da incidência do princípio da soberania, aliado ao critério 
da territorialidade, de modo a assegurar o império da legislação 
nacional em cada Estado independente” - DELGADO 
Limite e a abrangência====> é o espaço (território) nacional. 
Princípio da territorialidade e soberania (exceção: art. 84, III e 49,I 
CF- tratados, convenções internacionais ratificadas no BR. 
AUTONOMIA DO DIREITO DO TRABALHO, RELAÇÃO 
DO DT COM AS CIÊNCIAS JURÍDICAS/NÃO JURÍDICAS, 
MEIO AMBIENTE DO TRABALHO E DIREITOS 
HUMANOS 
Ensina Mauricio Godinho Delgado que autonomia, no Direito, é 
uma qualidade a ser atingida por certo ramo jurídico em razão dele 
possuir enfoques, princípios, regras, teorias, condutas 
metodológicas próprias de estruturação e dinâmica. 
Esta autonomia tem sido abordada pelos doutrinadores sob cinco 
perspectivas: autonomia legislativa ou legal, autonomia 
doutrinária, autonomia didática, autonomia jurisdicional e 
autonomia científica. 
AUTONOMIA LEGISLATIVA 
O Brasil não possui um Código de Trabalho como possui a França. 
No entanto, em virtude da existência da Consolidação das Leis do 
Trabalho - CLT, que representa um estatuto próprio e 
independente, além da publicação de muitas leis esparsas tratando 
de matéria trabalhista; diversos doutrinadores, a exemplo de 
AMAURI MASCARO NASCIMENTO, ARNALDO SUSSEKIND, 
EVARISTO DE MORAES FILHO, MOZART VICTOR RUSSOMANO, 
ORLANDO GOMES e SERGIO PINTO MARTINS entre outros, têm 
reconhecido a autonomia legislativa do Direito do Trabalho 
brasileiro. 
AUTONOMIA DOUTRINÁRIA 
A autonomia doutrinária traduz-se na existência de uma 
bibliografia própria. É notória a existência de grande número de 
obras doutrinárias sobre Direito do Trabalho no Brasil, incluindo 
obras clássicas de reconhecimento nacional e internacional. 
AUTONOMIA DIDÁTICA 
A autonomia didática do Direito do Trabalho revela-se na inclusão 
de sua matéria no currículo acadêmico das faculdades de Direito, 
assim como sua exigência nos Exames de Ordem, obrigatórios para 
a habilitação do bacharel em direito como advogado. 
AUTONOMIA JURISDICIONAL 
A autonomia jurisdicional evidencia-se pela existência de um órgão 
especializado do Poder Judiciário que aplica o ramo jurídico em 
estudo: a Justiça do Trabalho. 
AUTONOMIA CIENTÍFICA 
Demonstra-se a autonomia científica do Direito do Trabalho pela 
formulação de institutos e princípios próprios, distintos dos 
institutos e princípios do Direito Civil e dos demais ramos jurídicos, 
como o princípio da proteção ao trabalhador, da continuidade dos 
contratos de trabalho, da irrenunciabilidade de direitos etc. 
RELAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHOS COM DEMAIS 
DISCIPLINAS 
➢ DIREITO CONSTITUCIONAL: 
 
As CF brasileiras, a partir de 1934 vem seguindo esta 
invariável orientação, sendo que a de 1988 estendeu ainda 
mais os direitos sociais. Verifica-se que Direito 
Constitucional representa a "base" de todos os ramos do 
Direito, sendo que, em se tratando do Direito do Trabalho, 
os artigos 7 a 11 da Constituição Federal trazem, de um 
modo geral, a maioria dos direitos dos trabalhadores. 
Além dos direitos sociais, o art. 170, art. 5, inciso XIII 
tratam de normas referentes ao direito do trabalho, ou 
seja: fortíssima é relação entre o Direito Constitucional e o 
Direito do Trabalho, tais como: salário mínimo, seguro 
desemprego, fundo de garantia por tempo de serviço, 
décimo terceiro salário com base na remuneração integral, 
participação nos lucros ou resultados, licença à gestante, 
relação de emprego protegida contra despedida arbitrária 
ou sem justa causa, seguro desemprego, piso salarial 
proporcional à extensão e à complexidade do trabalho, 
irredutibilidade do salário, entre outros. 
 
➢ DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Em razão da ação intervencionista estatal. Basta verificar 
os órgãos públicos nos setores da organização judiciária do 
trabalho, como por exemplo o Ministério do Trabalho e 
Previdência da que se imiscuem direta e indiretamente 
nesta disciplina, como por exemplo a fiscalização do 
cumprimento das normas de regramentos coletivos, da 
CLT, entre outros. 
 
➢ DIREITO PENAL 
 
Importantes noções do poder ou poder disciplinas das 
empresas, que hoje procura se jurisformizar nas 
instituições privadas, pela adoção de princípios do direito 
penal, tais como da proporcionalidade da pena, da regra 
nullum poena, nullum crimen sine lege, non bis idem, e no 
CP moderno – Crimes contra organização do trabalho. 
Ex:crimes contra a organização do trabalho (197 a 207 CP), 
condutas criminosas em relação anotação CTPS (207), 
trabalho escravo (149), exposição da vida e saúde de 
outrem (132), ilícitos na greve (art. 15 lei 7783/89), 
contravenções penais contra a organização do trabalho 
(Dec-lei 3688/41, art. 47 a 49 e lei 8213/91, art, 19,2). 
 
➢ DIREITO PROCESSUAL 
 
Com o direito processual (tanto o civil como o penal 
contribuíram com importantes contingentes de normas 
para o dir. processual do Trabalho. Nos casos omissos, o 
Dir. Processual (aplicado supletiva e subsidiariamente) 
será a fonte comum do proc. do trabalho, exceto naquilo 
que for incompatível com suas próprias normas. Com o 
Direito Público Internacional que é uma fonte importante 
do dir. do trabalho, principalmente se analisarmos as 
normas oriundas da OIT (Organização Internacional do 
Trabalho) muitos institutos foram adotados no Brasil após 
a ratificação das normas desta organização, tais como 
Jornada máxima legal ao trabalho de menores e mulheres, 
acidentes, moléstias profissionais etc. Lembramos ainda a 
Declaração Universal dos Direito do Homem. 
 
➢ DIREITO CIVIL 
 
O contrato de Trabalho teve sua origem no Direito Civil (na 
locação de serviços - locatio operarum) e por expressa 
determinação legal (artigo 8º da CLT) ele sempre será 
aplicado de forma subsidiária ao Direito do Trabalho. 
Desta forma, as normas do Direito civil são fontes 
integrativas das lacunas do Direito do trabalho e está 
estritamente vinculada a ele, desde o berço, pois foi 
através da evolução que a locatio operarum romana deu 
origem ao moderno contrato de trabalho. 
 
➢ DIREITO EMPRESARIAL 
 
 Tem estreita ligação, pois trabalha com a noção 
fundamental da empresa, que é o quadro onde se 
desenvolve as duas disciplinas. Fornece regras de 
conceitos de certas categorias profissionais, como os 
comissários mercantis, representantes comerciais, que 
podem ser empregados ou comerciantes etc. ou seja: A 
relação do Direito do Trabalho com o Direito empresarial 
é incontestável, sobretudo no que concerne aos artigos 
10, 10-A e 448, 448-A da CLT, que estabelecem que a 
mudança na estrutura jurídica ou na propriedade da 
empresa não irá influir nos Direitos Trabalhistas dos 
empregados. 
 
➢ DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
 
Contribui com regras sobre a extraterritorialidade das leis, 
nas quais o direito trabalhista busca fundamento da 
territorialidade, pelo critério da lex fori. Com a Medicina 
Legal  enfermidades profissionais, acidentes de trabalho, 
reabilitação profissional, aos serviços insalubres e 
perigosos etc. 
 
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO 
 
Para Mauricio Godinho Delgado, as fontes são assim divididas: 
Fontes Materiais: econômicas sociológicas políticas, filosóficas (são 
fatores que dão origem a elaboração das regras, antecedem as 
fontes formais). 
Fontes Formais: autônomas e heterônomas (decorrem das fontes 
materiais e são materialização das normas). 
Existem duas teorias sobre a unidade ou pluralidade de produção 
destas fontes, que são: 
Teoria monista > esta teoria é defendida por Hans Kelsen, 
afirmando que o único gerador de produção das fontes formais do 
direito é o Estado, o que demonstra ser uma teoria essencialmente 
positivista. 
Teoria pluralista > esta teoria “não considera válida a tese do 
exclusivismo estatal, sustentando a clara existência de distintos 
centros de positivação jurídica ao longo da sociedade civil, 
conforme costume e os instrumentos jurídicos da negociação 
coletiva trabalhista. 
Dentro das fontes formais, existem as heterônomas e autônomas. 
As Heterônomas são: Constituição, leis, tratados e convenções 
internacionais, regulamentos normativos, portarias, sentença 
normativa, entre outras. Deve-se fazer a ressalva de que as 
portarias, circulares, a princípio não são fontes formais, pois não 
geraobrigação, senão para aqueles funcionários e órgãos inferiores 
na hierarquia. 
As Autônomas são “as elaboradas pelos próprios interessados. Elas 
são as convenções coletivas de trabalho, os acordos coletivos de 
trabalho, usos e costumes, entre outras. 
SEGUNDO Orlando Gomes e Elson Gottschalk, há a seguinte divisão: 
1) FONTE PRIMÁRIA ou de criação - também chamada de 
fonte da criação, comum a todo direito privado, é a 
vontade das partes, ou seja, é dela que nasce o contrato 
de trabalho e as obrigações essenciais que lhe são 
inerentes encontram, no concurso de vontades, seu 
elemento propulsor. O contrato é, pois, a única e exclusiva 
fonte voluntária da relação de emprego. Porém esta fonte 
tem sua capacidade limitada pela produção de outras 
fontes- Observa-se que para uma parcela da doutrina, o 
contrato de trabalho não pode ser considerado como 
fonte formal do direito do trabalho, pois não se trata de 
um ato-regra (ato jurídico criador de normas jurídicas 
gerais, impessoais e abstratas (Para Godinho não é fonte e 
sim regra de obrigações) 
2) FONTES IMPERATIVAS - que, pela sua natureza podem ser 
denominadas imperativas, em razão de se imporem ao 
contrato de trabalho e a vontade dos contraentes, 
incorporando-se automaticamente ao contrato. Estas 
fontes imperativas classificam-se em quatro categorias, 
segundo sua origem e composição das quais emanam: 
 - Fontes de produção estatal: CLT, CF, Leis etc. 
- Fontes de produção profissional ou extra-estatal: Contrato de 
Trabalho, Acordo Coletivo de Trabalho, Regulamento da 
empresa. 
- Fontes de produção mista: Dissídio coletivo, sentença 
normativa. 
- Fontes de produção internacional: Convenções OIT, 
Resoluções, Recomendações OIT, tratados. 
PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO 
FUNÇÕES DOS PRINCÍPIOS 
Sistematicamente podemos apontar como funções dos princípios 
as seguintes: 
a) função informadora, na medida que inspiram a criação de 
normas, dando fundamento ao ordenamento jurídico ao qual 
imprimem unidade orgânica; 
b) função interpretativa, ao passo que fornecem critérios 
orientadores sobre o significado e o alcance; e, 
c) função normativa, uma vez que integram o direito nas lacunas da 
lei. 
Segundo Américo Plá Rodriguez, o juslaboralista que mais 
exaustivamente aborda o tema no âmbito do direito do trabalho, 
os princípios são 
“linhas diretrizes que informam algumas normas e inspiram direta 
ou indiretamente uma série de soluções pelo que, podem servir para 
promover e embasar a aprovação de novas normas, orientar a 
interpretação das existentes e resolver os casos não previstos” 
CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS CONFORME AMÉRICO 
PLÁ RODRIGUEZ: 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS: 
Mauricio Godinho Delgado enumera os princípios constitucionais: 
“Dignidade da Pessoa Humana ,principio Centralidade da Pessoa 
Humana na Vida Socioeconômica e na Ordem Jurídica, Princípio da 
Valorização do Trabalho e do Emprego, Princípio da Inviolabilidade 
do Direito na Vida, Inviolabilidade Física nas Relações de Trabalho, 
Inviolabilidade Moral nas Relações de Trabalho, Inviolabilidade da 
Vida Privada e da Intimidade, Princípio do Bem-Estar Individual e 
Social , Princípio da Justiça Social , Princípio da Submissão da 
Propriedade à Sua Função Socioambiental, Princípio da Não 
Discriminação, Princípio da Igualdade em Sentido Material, 
Princípio da Segurança, Princípio da Proporcionalidade e 
Razoabilidade. Princípio da Vedação do Retrocesso Social”, 
estabelecendo conexões com o direito do trabalho e como ele é 
aplicado nesta disciplina.” 
FORMAS DE APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS 
A) IN DUBIO, PRO OPERARIO: 
Critério que deve ser utilizar o juiz ou o intérprete para escolher 
entre vários sentidos possíveis de uma norma, aquele que seja mais 
favorável ao trabalhador. As condições de sua aplicação ocorrem 
quando: 1º- exista dúvida sobre o alcance da norma legal, 2º-Não 
esteja em desacordo com a legislação, ou seja, a interpretação 
literal deve preferir aquela da vontade do legislador, ou seja, a ratio 
legis ou o espírito da lei. 
B) REGRA DA NORMA MAIS FAVORÁVEL (NORMA MAIS 
BENÉFICA): 
Este princípio ensina que o operador do Direito do Trabalho deve 
optar pela regra mais favorável ao obreiro em três situações ou 
dimensões distintas: no instante da elaboração da regra; no 
contexto de confronto entre regras concorrentes (hierarquia); e no 
contexto de interpretação das regras jurídicas. refere Mozart Vitor 
Russomano (Curso de Direito do Trabalho, p. 59), que a regra da 
norma mais favorável opera como princípio solar do Direito do 
Trabalho contemporâneo. 
C)REGRA DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA (CONDIÇÃO 
MAIS FAVORÁVEL): 
A REGRA DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA PRESSUPÕE A EXISTÊNCIA 
DE UMA SITUAÇÃO CONCRETA, ANTERIORMENTE RECONHECIDA, E 
DETERMINA QUE ELA DEVA SER RESPEITADA, NA MEDIDAD EM 
QUE SEJA MAIS FAVORÁVEL AO TRABALHADOR QUE A NOVA 
NORMA APLICÁVEL. Determina esta regra a prevalência das 
condições vantajosas para o trabalhador, ajustadas no contrato de 
trabalho ou resultantes do regulamento da empresa, ou seja: 
Importa na garantia de preservação, ao longo do contrato, da 
cláusula contratual mais vantajosa ao trabalhador, que se reveste 
do caráter de direito adquirido. 
PRINCÍPIOS ESECÍFICOS DO DIREITO LABORAL 
Princípios da dignidade da pessoa humana é o valor fundante do 
direito do trabalho e a igualdade é dele decorrente. 
Deste princípio decorrem os seguintes: 
• Proteção; 
• Irrenunciabilidade; 
• Continuidade; 
• Primazia da realidade; 
• Autodeterminação coletiva; 
• Boa-fé; 
• Função social do contrato e 
• Razoabilidade. 
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO 
Visa proteger uma das partes na busca de uma igualdade 
substancial. 
Compensa-se, no plano jurídico, a desigualdade no plano 
econômico. Essa compensação também se traduz numa 
desigualdade, a desigualdade de tratamento, expressa no favor 
iuris que privilegia o hipossuficiente. 
PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE 
“impossibilidade jurídica (do trabalhador) de privar-se 
voluntariamente de uma ou mais vantagens concedidas pelo direito 
trabalhista em benefício próprio” - RODRIGUEZ, Américo Plá. 
A irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas traduz a ideia da 
indisponibilidade dos bens por eles tutelados. Vale dizer: os direitos 
trabalhistas são irrenunciáveis porque o trabalhador deles não 
dispõe. 
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE 
o contrato de trabalho tende a permanecer indefinidamente no 
tempo, quer para atender às necessidades mais imediatas e 
prementes do empregado e do empregador, quer porque interessa, 
ao progresso e à paz social, a sua manutenção. 
Resultam da perenidade natural do contrato de trabalho algumas 
diretrizes informadoras do direito do trabalho, consubstanciadas 
no princípio da continuidade, a partir da sistematização de Plá 
proteção irrenunciabilidade continuidade
primazia da 
realidade
razoabilidade boa-fé
Rodriguez: – a regra é a do contrato a prazo indeterminado. Os 
contratos a prazo determinado somente são admitidos 
excepcionalmente; – salvo razões ponderáveis, quer no aspecto do 
sistema produtivo (de natureza técnica ou econômica), quer sob o 
enfoque das relações interpessoais (razões disciplinares), a 
denúncia do contrato é uma anomalia porque vai de encontro aos 
objetivos comuns do empregado e do empregador; – mantida a 
atividade econômica, a alteração na estrutura jurídica ou na 
propriedade da empresa não afeta os contratos de trabalho em 
curso. 
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE 
Da consensualidade natural do contrato de trabalho resulta a 
prevalência dos fatos, sempre que estes estiverem em discordância 
com os registros em documentos ou acordos. 
Deste princípio decorre o artigo 442, caput, bem como o art 456, 
ambos da CLT: 
“Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou 
expresso, correspondente à relação de emprego.” 
“Art. 456. A prova do contratoindividual do trabalho será feita 
pelas anotações constantes da carteira profissional ou por 
instrumento escrito e suprida por todos os meios permitidos em 
direito.” 
No tópico do artigo 442, o legislador foi absolutamente fiel a essa 
diretriz, ao proclamar a consensualidade do contrato de trabalho e 
se socorrer de formalidades apenas quando indispensáveis à 
configuração de exceções às regras do contrato mínimo, este 
sempre mais favorável ao trabalhador. 
Ademais, observa-se que o princípio da primazia da realidade 
também acaba por ser um desdobramento do princípio da proteção 
porque o trabalhador sempre sai beneficiado, quer pela facilitação 
da prova de suas alegações (a realidade se demonstra através de 
qualquer meio idôneo), quer pela ineficácia dos registros 
desconformes com a situação de fato mais favorável. 
PRINCÍPIO DA AUTODETERMINAÇÃO COLETIVA 
Os trabalhadores se autoprotegem na organização coletiva e, 
assim, adquirem autonomia capaz de qualificá-los a negociar com 
maior liberdade. 
Em nosso ponto de vista, a qualificação da autodeterminação 
coletiva enquanto princípio constitui um equívoco. Em verdade, o 
exercício dessa autodeterminação é mera consequência da 
concretização do princípio da proteção 
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ 
A ideia básica da boa-fé sintetiza todos os demais princípios e, de 
certa forma, funciona como anteparo de eventuais tentativas de 
hipertrofiar ou distorcer a ideia da proteção. 
O empregado não pode se furtar às consequências de seu 
comportamento desleal ou desidioso, nem pretender se escusar de 
suas obrigações contratuais. 
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO 
A função social do contrato tem o objetivo de limitar o princípio da 
autonomia privada, com o propósito de evitar que a liberdade 
contratual seja exercida abusivamente, garantindo que o equilíbrio 
contratual permaneça entre os contratantes e que atenda os 
interesses sociais. 
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE 
Este princípio constitui o contrapeso necessário do princípio da 
proteção, uma espécie de seu redutor ou de fator de contenção. 
Através da suposição do que é razoável, é possível estabelecer 
algumas premissas que reforçam o princípio protetivo, em especial 
quando em relevo as situações do cotidiano, onde o que 
normalmente acontece é presumível. Vem também em favor da 
realidade concreta, porque através da razoabilidade chega-se com 
mais facilidade às situações reais.

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