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Endometriose: definição, fisiopatologia, fatores de risco, quadro clínico e diagnóstico

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1 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
Endometriose 
Endometriose 
Definição: 
A endometriose é uma doença crônica, inflamatória, 
estrogênio-dependente, que ocorre durante o período 
reprodutivo da vida da mulher, caracterizando-se pela 
presença de tecido endometrial, glândula e/ou estroma fora 
da cavidade uterina. 
 
Fisiopatologia: 
Existem várias teorias para a fisiopatologia, de modo que 
todas são reforçadas pelo estímulo estrogênico, fazendo com 
que elas se multipliquem. 
- Teoria de Sampson: a menstruação retrograda cai na 
cavidade abdominal através das fímbrias. Contudo, 90% das 
mulheres tem menstruação retrograda e nem todas possuem 
endometriose; 
- Teoria da metaplasia celômica: células indiferenciadas 
presentes no corpo sofrem estímulo errôneo e se diferenciam 
em endométrio; 
- Teoria de Javert: a menstruação retrograda estimula as 
células indiferenciadas a se transformarem em endométrio; 
- Imunológica: as células endometriais extrauterinas não são 
destruídas pelo sistema imune. 
Fatores de risco: 
- Dismenorreia: pelo processo inflamatório; 
- Nuliparidade; 
- Menarca precoce: gera que a mulher menstrue mais vezes; 
- Ciclos menstruais < 27 dias; 
- Fluxo menstrual aumentado; 
- História familiar; 
- Obesidade: capaz de fazer um aumento de estrogênio. 
OBS: Fatores protetores: São relacionados a um menor pico de 
estrogênio. São eles: Lactação prolongada, multiparidade, 
IMC aumentado (geralmente possuem ciclos anovulatórios), 
dieta rica em vegetais, frutas e ômega 3, exercícios físicos 
regulares e tabagismo (leva ao hipoestrogenismo). 
Quadro Clínico: 
Os principais sintomas são: 
- Dismenorreia secundária progressiva: surge com o tempo e 
vai aumentando de intensidade; 
- Dor pélvica crônica: por infiltração nas células nervosas; 
- Dispareunia de profundidade; 
- Infertilidade: a explicação é que devido a uma reação 
inflamatória local que altera o líquido e ambiente tubário ou 
pelo próprio tamanho grande da tuba, obstruindo-a ou 
podendo levar a uma disfunção ovulatória, comprimindo o 
ovário e impedindo a liberação do ovócito; 
- Disúria e hematúria: foco na bexiga; 
- Disquesia (vontade de fazer coco sem evacuar de fato) e 
hematoquezia: em casos de endometriose intestinal. 
OBS: Não há relação entre a extensão da doença e 
intensidade dos sintomas, uma vez que focos pequenos 
podem ter muita dor e focos maiores podem ser 
assintomáticos. 
No exame físico, inicialmente tende a ser normal, mas 
posteriormente, com a evolução da doença, iremos 
encontrar: 
- Modularidades em fundo de saco de Douglas; 
- Útero pode estar aderido e doloroso e em retroversão; 
- Aumento dos ovários; 
- Dor à palpação bimanual dos anexos; 
- Irregularidade da mucosa vaginal; 
- Massas arroxeadas em fórnice posterior; 
- Toque retal: infiltração intestinal e parametrial. 
Focos comuns: 
- Ovário: representa cerca de 50% dos casos; 
- Retouterino; 
- Peritônio; 
- Parede abdominal; 
- Bexiga, uretra, vulva e vagina; 
- Intestino. 
Estadiamento: 
O Estadiamento da endometriose é realizado por 
videolaparoscopia. 
 
2 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
 
- Estágio 1 (mínimo): 1 a 5; 
- Estágio 2 (leve): de 6 a 15; 
- Estágio 3 (moderado): de 16-40; 
- Estágio 4 (severo): > 40. 
Importante fazer a marcação nas imagens os focos de 
endometriose encontrados. 
 
Tipos de lesões endometrióticas: 
- Lesões superficiais: quando as lesões são recentes, 
encontrando-se bem escurecidas. 
 
- Endometriomas: são cistos em ovários, os chamados cistos 
achocolatados, os quais tendem a ter uma coloração de 
chocolate derretido. 
 
- Endometriose Infiltrativa profunda (EIP): Em geral, na maioria 
dos casos, ela é retrouterina, no fundo de Saco de Douglas. 
Nesse tipo de endometriose é mais comum ocorrer 
infertilidade e sintomas mais severos; 
 
 
Diagnóstico: 
O diagnóstico pode ser feito através da anamnese, exame 
físico e exames complementares. 
- Ultrassom transvaginal e abdominal: que pode identificar 
implantes endometriose. O ideal é que se faça um preparo 
do colón antes de analisar melhor o útero. É um bom exame 
para ver anexos e até mesmo visualizar endometrioma em 
ovário (Sinal do vidro moído). 
 
- TC e RM da pelve: são exames que também podem ajudar 
no diagnóstico. 
 A USG transvaginal e a RM não são padrão-ouro, ou 
seja, não confirmam o diagnóstico; 
 O padrão-ouro é por videolaparoscopia, de modo 
que precisamos tirar pelo menos 1 foco e levar para 
o exame histológico. 
- CA-125: é um marcador de câncer de ovário que se altera 
em várias situações, uma delas é endometriose, mas não 
serve para diagnóstico, mas serve para follow-up de paciente 
já tratada para endometriose. 
 
3 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
 
- Diagnósticos diferenciais: são diagnósticos diferenciais da 
sintomatologia que a endometriose dá, principalmente da 
dor pélvica. 
 Miomatose uterina; 
 Pólipos endometriais; 
 Adenomiose; 
 DIP; 
 Aderências pélvicas; 
 Síndrome do cólon irritável; 
 Cistite intersticial; 
 Alterações osteomusculares; 
 Distúrbios endometriais. 
OBS: Síndrome de Allen-Master: são fenestras no peritônio, 
que representam focos antigos de endometriose que 
destruíram o peritônio. É sinal de endometriose. 
 
Tratamento: 
O tratamento é fazer com que a paciente não menstrue. 
- Farmacológico: 
 AINES; 
 Anticoncepcional combinado; 
 Prostagênios (gestrinona, medroxiprogesterona, 
acetato de norentindrona, acetato de ciproterona, 
desogestrel); 
 Danazol ou gestrinona: medicamento utilizado para 
endometriose, que bloqueiam o estrógeno, É 
contraindicado na gravidez, amamentação, 
insuficiência renal, hepática ou cardíacas graves; 
 Análogos do GNRH: bloqueia todo o eixo, mas não 
pode ser utilizado por mais de 6 meses; 
 DIU mirena. 
- Cirúrgico: pode tentar deixar o ovário, mas é algo difícil nos 
casos de endometrioma. Importante salientar que qualquer 
porção que permaneça aumenta a possibilidade de recidiva. 
 Ablação, exérese do foco superficial; 
 Exérese com capsula: fazer uma ressecção da 
capsula se o endometrioma for maior que 5 cm; 
 Excisão completa dos focos. 
OBS: Endometriose x infertilidade: estágio 1 e 2 (ablação dos 
focos, indução da ovulação- Citrato de clomiferno) e estágios 
3 e 4 (Cirurgia e fertilização in vitro). 
- Controle pós-cirúrgico: 
 CA-125: verificar recidiva e fazer Estadiamento da 
doença. Em geral, reduzem com 3-6 meses de 
tratamento e não aumenta durante este; 
 A recomendação pós-tratamento é dosar 
a cada 6 meses. 
 Pacientes com endometrioma faremos USG 
transvaginal 1x/ano quando estabilizar, mesmo que 
o risco de CA de ovário seja baixo.

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