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Processo amplo que se refere a transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva do crescimento, maturação, aprendizagem e aspectos psíquicos/sociais Características: habilidades motoras, cognitivas, linguagem e psicossociais Influências: gestação, cuidados e condições socioeconômicas Foco: aumento da sobrevida, tratamento precoce e melhor conhecimento (diferenciação do normal e o patológico) Desenvolvimento neuropsicomotor: Estágios de zero a 10 anos (motor, linguagem e comunicação, socio emocional e cognitivo) PRINCIPAIS MARCOS LISTADOS ABAIXO: DE ZERO A 2 MESES Motor: Movimentação ativa de membros, preensão palmar e plantar, reflexo de Moro, procura ou voracidade Linguagem: Choro alto e emissão de sons Socioemocional: Sorriso social entre 1° e 2° mês Cognitivo: Segue objetos com os olhos, reconhece pessoas DE 2 A 4 MESES Motor: Avanço de habilidades motoras Cabeça firme ao ser segurado pelo corpo Estende a mão em direção ao que lhe interessa Deitado de costas: cabeça linha média, alinhado com o tronco De bruços: cabeça elevada 45° graus (2m) ou 90° graus (4m), com cotovelos posteriores às orelhas Se puxado pelos braços: cabeça e tronco acompanham o movimento, sem pender para trás Linguagem: Produção verbal e reconhecimento de padrões sonoros (elogios, repreensão) e responde com mudança de fisionomia Socioemocional: Reciprocidade afetiva pelo sorriso, reage positivamente ao ser estimulado cognitivo focado em descobertas do próprio corpo (chupa dedo, coloca objetos na boca...) Responde ao afeto Reconhece familiares e objetos DE 4 A 6 MESES Fixação do olhar em rosto humano Melhor tônus cervical Segura objetos Aspectos do desenvolvimento infantil Reflexo palmar ausente Consegue rolar Linguagem: Emite sons “gugu, êêê”, grita e sorri Emite silabas isoladas, localiza fonte sonora Socioemocional: Expectativa horário de comer, sente afastamento dos cuidadores Cognitivo: Demonstra felicidade/tristeza, responde ao afeto DE 6 A 9 MESES Motor: Senta sozinho sem cair, leva alimentos à boca 9 meses: engatinha ou de pé com apoio Linguagem: Reconhece nomes, objetos e ações socioemocional Compreende ser separado do cuidador Cognitivo: Demonstra curiosidade Passa os objetos de uma mão para outra Entende esconde-esconde DE 9 A 12 MESES motor: 12m: anda sozinho Linguagem: Aponta para objetos Socioemocional: Pode ter medo de pessoas desconhecidas Mostra-se reservado em situações novas Cognitivo: Sacode, bate e joga objetos Começa a usar as coisas corretamente (copo, escova de cabelo) Segue instruções como “pegue um brinquedo” DE 12 A 18 MESES Motor: Principal aquisição: marcha Segura objetos pequenos com facilidade Linguagem: Reconhece objetos e situações do cotidiano 12m: Fala 2/3 palavras com significado, além de papá e mamá 15m: 4-6 palavras incluindo nomes 18m: em torno de 50 palavras Socioemocional: Entrega objetos aos outros como brincadeira Acessos de frustração Medo de estranhos Cognitivo: Finge alimentar brinquedos Rabisca sozinho DE 18 A 24 MESES Motor: Sobe e desce degraus baixos, senta-se em cadeiras pequenas Fica na ponta dos pés, chuta e lança bolas, pula Linguagem: Reconhece e aponta fotos e pessoas, assim como nomes dos objetos e familiares Se chama pelo nome, diferencia cores e animais Socioemocional: Sentimento de posse “meu, não” Comportamento desafiador (birra) Demonstra vergonha, culpa ou tristeza depois de uma quebra de regra Cognitivo: Nomeia itens em um livro, como um gato, um pássaro... DE 2 A 3 ANOS Motor: Corre e bate bola, equilibra em um só pé, consegue andar de triciclo Linguagem: Fala seu nome, idade, sexo, nomeia um amigo, diz “nós, eu, você” Socioemocional: Imita adultos, demonstra afeto pelos amigos Compreende “meu, dele ou dela” Separa-se facilmente da mãe e do pai Cognitivo: Monta quebra-cabeças pequeno, vira paginas de livro uma de cada vez DE 3 A 4 ANOS Tem equilíbrio para ficar num pé só por até 2seg Conseguem vestir-se parcialmente Comem sozinhas, com colher Começam a entender o conceito de tempo DE 4 A 5 ANOS Contam histórias e canção Usam garfo e colher Podem ir ao banheiro sozinhas Falam claramente DE 5 A 6 ANOS Conhecem cores, números, conceitos Conseguem se vestir e realizar higiene Aceitam supervisão Imitam adultos Fase dos “porquês?” ESTÁGIO DE 6 A 10 ANOS Possuem fortes vínculos afetivos com ao menos uma pessoa Aprendem percursos Aprendem com experiencias Noção de causa e efeito Noção de regras sociais/culturais Tolera emoções negativas Desenvolvimento da empatia Experiencias compensatórias (estudos, esporte...) Resolvem problemas matemáticos simples Aumento das habilidades sociais (autoestima) Avaliação clínica Como interpretar se o desenvolvimento neuropsicomotor está de acordo com o esperado para a idade da criança? Utilizados testes de triagem para reconhecer casos de atraso de desenvolvimento vigilância do desenvolvimento - AIDPI: AVALIAR QUANTO: 1- Fatores de risco 2- Alterações fenotípicas 3- Perímetro cefálico 4- Habilidades AIDPI: Atenção Integral às Doenças Prevalentes na Infância Manual para vigilância do desenvolvimento infantil no contexto da AIDPI (2005) – de zero a 2 meses e de 2 meses a 2 anos PROVÁVEL ATRASO NO DESENVOLVIMENTO Ausência de um ou mais reflexos/posturas/habilidades para sua faixa etária; ou Perímetro cefálico <p 10 ou >p 90; ou Presença de 3 ou mais alterações fenotípicas Conduta: Referir para avaliação neuropsicomotora DESENVOLVIMENTO NORMAL COM FATORES DE RISCO Reflexos/posturas/habilidades presentes para sua faixa etária; Perímetro cefálico entre p 10 e p 90 Ausência ou presença de menos que 3 alterações fenotípicas Existe 1 ou mais fatores de risco conduta: Orientar a mãe a estimular seu filho Marcar retorno em 15 dias Informar a mãe sobre sinais de alerta para retomar antes de 15 dias DESENVOLVIMENTO NORMAL Reflexos/posturas/habilidades presentes para sua faixa etária; Perímetro cefálico entre p 10 e p 90 Ausência ou presença de menos que 3 alterações fenotípicas Não existem fatores de risco (como prematuridade) conduta: Elogiar a mãe Orientar para que continue estimulando seu filho Retornar para acompanhamento de rotina Informar a mãe sobre os sinais de alerta para retornar antes vigilância do desenvolvimento – CADERNETA DA CRIANÇA: 2020 – Instrumento de vigilância do desenvolvimento infantil (zero-10 anos) Prematuro: corrigir idade para 40 semanas PROVÁVEL ATRASO NO DESENVOLVIMENTO Perímetro cefálico < -2z escores ou > +2z escore; ou Presença de 3 ou mais alterações fenotípicas; ou Ausência de 1 ou mais reflexos/posturas/habilidades para a faixa etária anterior OBS: criança de 0-1 mês => considerar ausência de 1 ou mais alterações para sua faixa etária Conduta: Acionar a rede de atenção especializada para avaliação do desenvolvimento ALERTA PARA O DESENVOLVIMENTO Ausência de 1 ou mais reflexos/posturas/habilidades para a sua faixa etária; ou Todos os reflexos/posturas/habilidades presentes, mas com 1 ou mais fatores de risco Conduta: Orientar a mãe quanto a estimulação da criança Marcar retorno em 30 dias Informar a mãe sobre os sinais de alerta para retornar antes de 30 dias DESENVOLVIMENTO ADEQUADO Todos os reflexos/posturas/habilidadespresentes para a sua faixa etária Conduta: Elogiar a mãe Orientar para que continue estimulando seu filho Retornar para acompanhamento de rotina Informar a mãe sobre os sinais de alerta para retornar antes Avaliação do crescimento estatural Crescimento: linha ascendente. Mudanças bruscas para cima ou para baixo devem ser investigadas Estatura final: 80% genética, 20% fatores externos (nutrição e outros ambientais) Primeiros 2 anos: influência do aleitamento materno Catch-up: aceleração da velocidade de crescimento superior a esperada p/ idade INTERPRETAÇÃO DO PADRÃO DE CRESCIMENTO 1- Anamnese: dados história/ EF / antropometria Lei n. 13.438: para todas as crianças em seus primeiros 18 meses de vida, é obrigatória a aplicação de um protocolo para detecção de risco ao desenvolvimento. • Estatura para idade • Velocidade de crescimento • Segmentos corporais • Estatura-alvo 2- Exames complementares: RX para idade óssea 3- Hipóteses diagnósticas Se houver baixa ou alta estatura: Avaliar: 1- Medidas de seguimentos corporais − SS/SI e Env – Est 2- Interpretação do RX de mão e punho para idade óssea na curva de crescimento − Atlas de Greulich-Pyle 1- MEDIDAS DE SEGUIMENTOS CORPORAIS Segmento superior / segmento inferior (cm) • Nascimento: 1,7 • Aos 3 anos: 1,3 • Após os 7 anos ~ puberdade: 1,0 Envergadura – Estatura (cm): • Até 7 anos: -3 • 8-12 anos: 0 • 14 anos: +1 (feminino) e +4 (masculino) 2- IDADE ÓSSEA Refere-se ao grau de maturação Núcleos epifisários =: início, tamanho, forma baixa estatura Baixa estatura => fator de risco para imaturidade social, infantilização e baixa autoestima A queixa de que a criança é baixa na maioria das vezes não corresponde ao diagnóstico de baia estatura: investigar BAIXA ESTATURA Estatura abaixo do percentil P3 ou escore z-2 ESTATURA - ALVO Refere-se a estatura que a criança deveria atingir, com base na altura de seus pais PARA O SEXO MASCULINO: PARA O SEXO FEMININO: Único meio de observação das alterações da maturação durante período de crescimento! EA= ESTATURA MÃE + ESTATURA PAI + 13 2 EA= ESTATURA MÃE + ESTATURA PAI - 13 2 Relação SS/SI baixa = encurtamento da coluna Relação SS/SI alta = encurtamento dos MMII Baixa estatura se: A estatura da criança for inferior a 1 desvio padrão da estatura alvo 1 desvio padrão: + ou – 5cm VELOCIDADE DE CRESCIMENTO Abaixo se: Percentil P3 Percentil p25: aspecto cumulativo em períodos subsequentes – redução de ~0,3 desvio padrão/ano Estatura anterior: mínimo de 4 a 6 meses! ETIOLOGIA - CLASSIFICAÇÃO 3 grupos: 1- Distúrbios primários de crescimento: condições intrínsecas à cartilagem de crescimento 2- Distúrbios secundários de crescimento: condições que alteram a fisiologia da cartilagem de crescimento 3- Baixa estatura idiopática (BEI): nenhuma causa identificada, são os variantes da normalidade BAIXA ESTATURA FAMILIAR Estatura alvo inferior ao escore z-2 Estatura da criança: inferior ao escore z-2 Velocidade de crescimento: normal Estatura final: adequada para alvo RETARDO CONSTITUCIONAL DO CRESCIMENTO E DA PUBERDADE Estatura da criança inferior ao escore z-2 ou inferior ao alvo (quando o alvo é superior a z-2) Velocidade de crescimento: após breve período de baixa VC, aos 2-4 anos volta ao normal Idade óssea: atrasada Puberdade: limítrofe ou atrasada Estatura final: adequada para alvo BAIXA ESTATURA IDIOPÁTICA Estatura <2DP para idade cronológica Peso/comprimento ao nascimento: > escore z-2 Proporções corporais e velocidade de crescimento normais Sem evidencia de doença crônica, ausência de doença endócrina e alterações psicossociais Ingestão adequada de alimentos Conduta: Acompanhamento na atenção primária BAIXA ESTATURA PATOLÓGICA Osteocondrodisplasias Alterações cromossômicas (Sd. Down / Sd. Turner) Restrição de crescimento intrauterino Resistencia ao IGF1 (insulin like growth fator 1) Mutações do gene SHOX (short stature homeobox-containing gene) VC= (est. atual – est. anterior) x 12 meses Intervalo de tempo em meses Outras causas: Desnutrição / anemias crônicas Doenças gastrointestinais, hepáticas ou endócrinas Insuficiência cardíaca, renal ou respiratória Erros inatos do metabolismo Nanismo psicossocial Efeito adverso de medicamentos usados para tratar doença de base Doenças endócrinas: DM1 descompensado, hipotireoidismo, síndrome de Cushing, DGH/Deficiência IGF1, hipovitaminose D, pseudohipoparatireoidismo CAUSAS PARA DEFICIÊNCIA DE GH 1- Idiopática (mais comum) 2- Congênita 3- Associações 4- Trauma 5- Infecção 6- Vascular 7- Irradiação da hipófise ou hipotálamo 8- Quimioterapia 9- Tumores 10- Histiocitose afetado a hipófise ou a sela túrcica 11- Sarcoidose 12- Nanismo social Alta estatura Estatura acima do percentil P97 ou escore z+2 ESTATURA - ALVO 1 desvio padrão: pode estar adequado (tendência secular – pessoas estão ficando mais altas com o decorrer do tempo por conta de melhor nutrição) Alta estatura se: Estiver 2 desvios padrões da estatura alvo Escore z – z alvo= > 1,5 VELOCIDADE DE CRESCIMENTO ACIMA SE: Percentil p97 MOTIVOS MAIS COMUNS DA AVALIAÇÃO DA ALTA ESTATURA Ter nascido com alta estatura (Sd. Genética – Marfan e Klinefelter) Altura > p97 ou > escore z+2 Aceleração de crescimento Altura superior à familiar Ser muito maior que os colegas da mesma idade e sexo, ter apelidos relacionados Acondroplasia – encurtamento rizomélico VC= (est. atual – est. anterior) x 12 meses Intervalo de tempo em meses CAUSAS DE ALTA ESTATURA 1- Variação normal do crescimento: alta estatura constitucional, familiar ou genética 2- Doenças endócrino-metabólicas: RN mães diabéticas, excesso de GH, puberdade precoce, etc 3- Síndromes genéticas: Marfan, Klinefelter, Beals, etc INVESTIGAÇÃO COMPLEMENTAR DA ALTA ESTATURA 1° e 2° etapa: exames laboratoriais e outros 3° etapa: testes genéticos/moleculares SUSPEITA ETIOLÓGICA ALTA ESTATURA POR CAUSA ENDÓCRINA: 1- Adenoma hipofisário produtor de GH (gigantismo) 2- Hipertireoidismo SOLICITAR: GH basal, IGF-1, IGFBP-3 Prolactina T3, T4 livre e TSH PUBERDADE Modificações: físicas, psicossociais e comportamentais Pubescere: presença de pelos Aceleração do crescimento, desenvolvimento de caracteres sexuais, amadurecimento gonadal e aquisição da capacidade reprodutiva Início da puberdade: • Sexo feminino: 8-13 anos • Sexo masculino: 9-14 anos GnRH - Hormônio liberador de gonadotrofina Observação padrão de crescimento + apresentação fenotípica = pistas sobre etiologias, dividindo em grupos: causas sindrômicas, endócrinas ou variantes do normal Meninos: crescem em média 9,5cm/ano no estirão puberal Meninas: 8,0cm/ano PERÍODO PRÉ-PUBERAL GABA: inibidor do SNC Ocorre queda dos neurotransmissores inibitórios, como GABA e neuropeptídeo Y E ocorre aumento dos neurotransmissores excitatórios, como o glutamato, dopamina, prostaglandinas e fatores de crescimento derivados da glia PERÍODO PUBERAL Secreção de GnRh Início da puberdade: mecanismo central Aumento estímulos excitatórios e queda dos inibitórios => secreção de GnRh hipotalâmico Aumento da secreção de GNRH: inicialmente no período noturno, depois 24h Aumento da secreção de esteroides gonadais => efeito tecidos-alvo Adrenarca: início da produção de andrógenos pela adrenal, entre 6-7anos, não existe relação direta com a maturação gonadal ESTÁGIOS PUBERAIS – MARSHALL TANNER Medida do volume testicular: orquidômetro de Prader LIMITES PUBERAIS Menarca: Entre 10,7-16,1 anos (médica: 12,8 anos) Influência de fatores ambientais ~2,5 anos depois da telarca (desenvolvimento das mamas) Anormal: período < 6 meses ou > 4 anos entre telarca e menarca Aumento testicular = 1° manifestação no sexo masculino (média: 10 anos e 9m) Broto mamário = 1° manifestação nas meninas Puberdade antes dos 8 anos: precoce? Referir o adolescente para avaliação Retardo puberal em meninos: ausência de qualquer característica sexual a partir dos 14 anos Em meninas: 13 anos Pelos pubianos antes do broto mamário: pode ser puberdade de origem periférica e não central pelo estimulo hipofisário-gonadal, podendo ser causa patológica => investigação
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