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Resumo Exame Neurológico
TESTE DE CAMPO VISUAL:
- Exame no leito é mais preciso em detectar defeitos no campo visual posterior → Lesões no quiasma óptico, tratos ópticos, irradiações e córtex.
- Defeitos na região anterior afetam acuidade visual e pupilas; na região posterior não afetam acuidade e poupam as pupilas.
- Pacientes com hemianopias homônimas → sugere lesão pós-quiasmática → + hemiparesia + nistagmo assimétrico = lesão no lobo parietal (ausência desses achados indica lesão no lobo occipital).
- Detecção de defeitos no campo visual podem ser auxiliados por técnicas especiais como pedir para o paciente descrever a face do clínico, usar alvos (objetos) vermelhos em movimento, ou usar um ponteiro laser contra uma parede.
NERVOS DOS MÚSCULOS OCULARES: III, IV e VI
- Em pacientes com diplopia, deve-se distinguir entre diplopia monocular (persiste após fechar um olho) e binocular (resolve ao fechar um olho).
- A monocular está mais relacionada à problemas ópticos do olhos afetado: óculos, lentes de contato, catarata, doenças córneas.
- A binocular pode ser associada a uma variedade de sintomas (miastenia), ptose (paralisia do IIIo nervo, miastenia), doença ou lesão orbital (doença do olho tireoidiano/oftalmopatia de Graves, fratura da parede orbital) ou sinais neurológicos (doença da fossa posterior/síndrome de Dandy-Walker).
- Após verificar as questões anteriores, pode ser identificado qual dos 12 músculos oculares estão fracos:
- Movimenta-se os olhos pelas 6 direções cardinais e observa-se em qual direção a diplopia é pior;
- Estreita-se a a possibilidade de diagnóstico para dois músculos oculares, um em cada olho
- Usando da inspeção, teste da cobertura com vidro vermelho ou do teste da cobertura ocular, determina-se qual dos dois músculos é anormal.
- Fraqueza em cada músculo ocular específico tem diagnósticos diferentes. Quase todas as síndromes são distinguíveis no leito.
ANORMALIDADES NOS NERVOS CRANIANOS
- Podem refletir distúrbios locais do próprio nervo, lesão no núcleo na porção do tronco encefálico, ou doença cerebral hemisférica interrompendo impulsos ao núcleo do nervo cranial.
- Doença cerebral hemisférica é sempre bilateral antes de haver abnormalidades motoras dos nervos cranianos V, IX ou X.
- O diagnóstico de síndromes bem definidas depende completamente da observação dos nervos cranianos pelo clínico:
- Síndrome de Foster-Kennedy;
- Herpes Zoster Oftálmico;
- Paralisia de Bell;
- Paralisia pseudobulbar;
- Síndrome do forame jugular;
- Pacientes com Herpes Zoster Oftálmica → infecção do nervo VI ou do ramo oftálmico do nervo V → com sinal de Hutchinson (pigmentação da ponta do nariz) possuem maior probabilidade de complicações oculares futuras.
- Mesmo assim, todos os pacientes com essas infecção devem receber medicações antivirais;
- E serem encaminhados a um oftalmologista.
- Em pacientes com histórico de AVE, alguns achados aumentam o risco de ocorrer aspiração (auto sufocamento):
- Sonolência;
- Teste da deglutição de água positivo;
- Dessaturação de 2% ou mais após beber água.
- Sensibilidade faríngea normal REDUZ probabilidade de aspiração.
EXAME DO SISTEMA MOTOR: ABORDAGEM DA FRAQUEZA
- Pode ter 4 causas: doença de neurônio motor superior (fraqueza central), doença de neurônio motor inferior (fraqueza periférica), distúrbios na junção neuromuscular e doenças musculares.
- Cada um possui seus sinais físicos, neuroanatomias e etiologias.
- A combinação de achados para ambos neurônios superiores e inferiores indica lesão na medula espinal.
- Única região anatômica que ambos os segmentos residem.
- Testes especiais que detectam doença cerebral hemisférica mesmo quando a potência muscular está preservada:
- Teste de Romberg (Pronator Drift);
- Teste de rolamento do antebraço;
- Finger Tapping Test;
- Em pacientes com AVE e presença de afasia ou desvio ocular conjugado → acometimento da circulação anterior (distribuição das carótidas internas).
- Em pacientes com AVE e síndrome de Horner, achado sensorial ou motor cruzado, nistagmo, heterotropia, ataxia ou hemianopia → acometimento da circulação posterior (artérias vertebral e basilar).
EXAME DO SISTEMA SENSORIAL
- Para exames de triagem, testar a sensação do toque direto na região é suficiente.
- Em pacientes com queixas envolvendo porções grandes dos membros ou tronco é necessário testar todas as sensações simples (dor, temperatura, vibração e toque) para cobrir todas as possíveis dissociações (perda de uma sensação simples com preservação das demais)*.
- *pista importante para injúria espinal.
- Doenças dos nervoals periféricos, medula espinal, tronco encefálico e hemisférios produzem síndromes sensoriais distintas. Elas são distinguíveis pela:
- Distribuição da perda sensorial;
- Presença ou ausência de nivelamento sensorial;
- Dissociação sensorial;
- Envolvimento facial;
- Síndrome de Horner;
- Fraqueza.
- O Teste de sensações corticais (isto é, estereognosia e grafestesia) requer preservação de sensações simples. Anormalidades indicam doença no córtex cerebral contralateral.
- Acidente vascular medular lateral (Síndrome de Wallenberg) não causa fraqueza normalmente, mas produz vertigem aguda e perda de sensação de temperatura e dor na região ipsilateral da FACE e contralateral do CORPO.
EXAME DOS REFLEXOS
- Reflexos de estiramento anormais isolados não necessariamente indicam doenças. São anormais se apresentam:
- Hiporreflexia associada a sinais de distúrbios neuronais motores inferiores (fraqueza, atrofia, fasciculações);
- Hiper-reflexia associada a sinais de doenças neuronais motoras superiores (fraqueza, espasticidade, sinal de Babinski);
- A resposta ao reflexo é assimétrica;
- O reflexo é rápido demais se comparado a respostas dos neurônios motores superiores.
- Critérios para resposta de Babinski:
- Extensor longo do hálux contrai;
- Movimentos finos anormais do pé afetado (tapping anormal);
- Outros músculos flexores do membro contraem fracamente (tensor da fáscia lata e isquiotibiais);
- A resposta é reproduzível.
- Reflexos primitivos que são achados comuns em doenças de lobo frontal, parkinsonismo e demências:
- Reflexo palmomentual;
- Reflexo glabelar;
- Reflexo preensão;
- Reflexo do focinho;
- Reflexo de sucção.
DISTÚRBIOS DAS RAÍZES NERVOSAS, PLEXOS E NERVOS PERIFÉRICOS
- Em pacientes com dor no pescoço ou braço, uma redução assimétrica de qualquer reflexo tendinoso profundo aumenta a probabilidade de radiculopatia cervical. A habilidade de rotacionar o pescoço totalmente (>60 graus) diminui essa probabilidade.
- Em pacientes com Radiculopatia cervical, os achados mais decisivos indicando nível da injúria são:
- C5: Enfraquecimento na flexão de cotovelo;
- C6: Reflexo braquiorradial ou de bíceps diminuído ou perda de sensibilidade no dedão;
- C7: Extensão de cotovelo enfraquecida ou reflexo de tríceps diminuído;
- C8: Flexão fraca de dedos ou perda de sensibilidade no dedo mínimo.
- Em pacientes com suspeita de síndrome do túnel do carpo, os fatores que aumentam a probabilidade são:
- Sensação diminuída na distribuição do nervo mediano;
- Square wrist ratio (medidas do punho altas);
- Um diagrama de mão de Katz atípico diminui a probabilidade ;
- Em pacientes com dor lombar e nas pernas os achados que aumentam a probabilidade de radiculopatia lombossacral são:
- Desgaste da panturrilha ipsilateralmente;
- Dorsiflexão do tornozelo fraca;
- Manobra de levantamento das pernas cruzadas e estendidas positivo
- Em pacientes com Radiculopatia lombossacral, os achados mais decisivos para indicar o nível da lesão são:
- L2 à L4:
- Diminuição da extensão do joelho;
- Dim. do reflexo patelar;
- Teste de alongamento femoral positivo;
- L5:
- Reflexo de Hamstring medial assimétrico;
- Sensibilidade na sola do pé diminuída;
- S1:
- Desgaste da panturrilha ipsilateral;
- Reflexo de Aquiles diminuído.
COORDENAÇÃO E TESTES CEREBELARES
- Os quatro achados principais de doença cerebelar são:
- Ataxia
- Nistagmo
- Hipotonia
- Disartria
- Testagem para sinais cerebelares são possíveis apenas quanto o poder motor está preservado
- O Cerebelo é responsável por administrar os movimentos
- Se não há força para se mover, não há como testar o cerebelo
- Existem 4 síndromes cerebelares, cada um com achados e etiologias próprias:
- Síndrome do hemisfério cerebelar;
- Síndrome cerebelar anterior;
- Síndrome pancerebelar;
- Infarto cerebelar.
Referência:
MCGEE, S. R. Evidence-based physical diagnosis. 4th edition ed. Philadelphia, PA: Elsevier, 2018. C59, C60, C61, C62, C63, C64, C65.