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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (_) VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA 
COMARCA DO MUNICÍPIO X, ESTADO (_). 
 
 
 
 
Autos n. (_) 
Exequente: Município X 
Executado: Sociedade D Ltda. 
 
 
 
JOÃO, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF/MF sob o no (_), portador do 
RG n. (_), residente e domiciliado na Rua (_), n. (_), bairro (_), (CEP), (município), (Estado), por 
intermédio de seu advogado infra-assinado, com escritório profissional situado na Rua (_), 
n.(_), (bairro), (CEP), (município), (estado), endereço eletrônico: (e-mail), onde recebe 
notificações e intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar 
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE, em face do MUNICÍPIO X, pessoa jurídica de direito público 
interno, com sede na Rua (_), n.(__), (bairro), (CEP), (município), (estado), podendo ser citada 
na pessoa do Procurador, com fundamento n o art. 156, V e art. 174, caput, ambos do 
Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/1966), pelas razões de fato e de direito a 
seguir expostas. 
1. DOS FATOS 
Em 2003, o Excipiente ingressou como sócio da sociedade D Ltda., sendo que como já 
trabalhava em outro local, preferiu não participar da administração da sociedade. Em janeiro 
de 2012, o Excepto, ao verificar que a r. empresa deixou de pagar o IPTU lançado no ano de 
2004, referente ao imóvel próprio em que tem sede, inscreveu a sociedade em dívida 
ativa e ajuizou execução fiscal em face desta, visando à cobrança do IPTU e dos acréscimos 
legais cabíveis. Após a citação da pessoa jurídica, esta não apresentou defesa e não garantiu a 
execução, tendo o Exequente, ora Excepto solicitado a inclusão do Excipiente no polo passivo 
da execução fiscal, em razão de sua participação societária na Executada, o que foi deferido 
por Vossa Excelência. Desse modo, o Excipiente não vê alternativa se não apresente a 
presente Exceção de Pré-executivida de para apresentação de sua defesa, com sua exclusão do 
polo passivo e extinção do crédito tributário pelas razões a seguir expostas. 
2. DO DIREITO 
2.1 DO CABIMENTO 
Excelência, acerca do cabimento da presente medida processual, cabe salientar que o 
instituto da Exceção de Pré-Executividade, atualmente, possui ampla utilização no processo 
executivo, tendo sido acolhido na Jurisprudência pátria, que o tem apontado como meio 
de defesa do Executado nas ações executivas, quando há possibilidade de arguição de 
matérias de ordem pública e que não exija dilação probatória , conforme Súmula n. 393 
do Superior Tribunal de Justiça, se não vejamos: “A exceção de pré-executividade é 
admissível na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício 
que não demandem dilação probatória.” Com o advento da Constituição Federal de 
1988 e a aplicação do princípio do contraditório em todas as fases dos processos 
judiciais e administrativos, a Exceção de Pré-Executividade passo u a ter fundamento 
constitucional. Isto porque o processo de execução é uma modalidade de processo 
judicial, permitindo -se, assim, a defesa do Executado. A Exceção de Pré-Executividade 
surge como opção mais viável para impedir os atos constritivos sobre os bens do 
devedor desprovidos de legalidade, e opor defesa durante a própria execução. A oposição 
deste incidente defensivo possibilita discussão antecipada acerca da viabilidade da 
execução, anteriormente permitida somente na ação incidental de embargos à execução. A 
defesa do devedor, na Exceção de Pré-Executividade, é feita através de prova pré-
constituída do alegado, ou ainda, pode-se arguir por meio de exceção d e matéria de 
ordem pública, como as relativas a condições da ação, vícios ou falhas no título 
executivo que embasa a execução, sem que se dê margem à desnaturação do processo 
de execução e, tampouco, retire-se da ação de embargos do devedor sua função de 
defesa. Excelência, uma vez que atualmente estão superadas as discussões teóricas 
acerca do cabimento da Exceção de Pré -Executividade nas hipóteses em que se verificar 
matéria de ordem pública, o Excipiente se preserva de tecer longas argumentações e 
citações neste sentido, ocupando-se apenas de demonstrar que todos os fundamentos 
da presente se enquadram no permissivo doutrinário-jurisprudencial. Nos termos do art. 
337, IX e §5o, art. 485, VI e art. 487, II todos do CPC , a legitimidade das partes e a 
prescrição são considerados matéria de ordem pública, relativas às condições da ação, 
vícios ou falhas no título executivo: ”Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, 
alegar: XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; §5o Excetuadas a 
convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das 
matérias enumeradas neste artigo.” “Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: VI - 
verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;” “Art. 487. Haverá resolução 
de mérito quando o juiz: 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou 
prescrição;” De forma que as matérias aqui arguidas – ilegitimidade da parte e a 
prescrição – estão devidamente compreendidas no permissivo doutrinário -jurisprudencial 
para a utilização da Exceção de Pré-Executividade, uma vez que não dependem de 
dilação probatória e podem, a qualquer momento, ser reconhecidas de ofício. 
2.2 DA PRESCRIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁR IO 
Excelência, o crédito tributário na presente execução fiscal está prescrito. Conforme se 
denota dos documentos em anexo, o lançamento fiscal ocorrera no ano de 2004, uma 
vez que a notificação dos débitos de IPTU considera-se ocorrida com o envio do seu carnê ao 
endereço do contribuinte, conforme Súmula n. 397 do Superior Tribunal de Justiça: “O 
contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço.” 
Nos termos do art. 174 do Código Tributário Nacional, “a ação para a cobrança do 
crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição 
definitiva.”. Sendo assim, o termo inicial para contagem da prescrição para a cobrança 
do IPTU é a data do vencimento previsto no carnê de pagamento, pois é 
esse o momento em que surge a pretensão executória para a Fazenda Pública. Ocorre que, 
entre a data da constituição definitiva do crédito no ano 2004 e o ajuizamento da 
execução fiscal no ano de 2012, passaram mais de cinco anos. Desse modo, nos termos 
do Art. 156, V do CTN, o crédito tributário deve ser extinto por força da prescrição: 
“Art. 156. Extinguem o crédito tributário: V - a prescrição e a decadência;” 
2.3 DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. ILEGIMITADE DA PARTE 
Excelência, o Excipiente foi incluído no polo passivo da presente execução, conforme 
despacho de fls. (__) dos presentes autos. Entretanto, o Excipiente é parte ilegítima 
para figurar no polo passivo demanda e não possui responsabilidade solidária para o 
pagamento do tributo. Nos termos do art. 135, I e III do CTN, os sócios, diretores, 
gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado só respondem 
solidariamente pelos débitos fiscais resultantes de atos praticados com excesso de 
poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, se não vejamos: “Art. 134. Nos 
casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigaçãoprincipal pelo 
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas 
omissões de que forem responsáveis: VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de 
pessoas.” “Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a 
obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração 
de lei, contrato social ou estatutos: I - as pessoas referidas no artigo anterior; II - os 
mandatários, prepostos e empregados; III - os diretores, gerentes ou representantes de 
pessoas jurídicas de direito privado.” No presente c aso, o Excipiente, enquanto sócio da 
executada, trabalhava em outro local e preferiu não participar da administração da 
sociedade. Desse modo, não há qualquer justificava p ara sua inclusão no polo passivo, 
sob o fundamento da responsabilidade solidária, pois não foi demonstrado pelo 
exequente qualquer ato praticado com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social 
ou estatutos . 
Além disso, nos termos da Súmula n. 430 do Superior Tribunal de Justiça: “O 
inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a 
responsabilidade solidária do sócio-gerente.” Tendo em vista que a sociedade encontra -
se em atividade até o presente momento, não tendo encerrado suas atividades e que 
ainda figura como proprietária do imóvel gerador do tributo, a responsabilização do 
sócio não poderia ultrapassar a barreira da personalidade jurídica sem a sua prévia 
desconsideração, nos termos legais 
2.4 DA IMPOSSIBILIDADE DE MOD IFICAÇÃO ODO POLO PASSIVO DA EXECUÇÃO FISCAL 
Não bastasse, o procedimento de lançamento fiscal foi direcionado exclusivamente contra 
o executado, não havendo qualquer referência ao Excipiente como devedor do tributo 
na Certidão de Dívida Ativa (CDA), ora título executivo no presente processo. Nos 
termos da Súmula 392 do STJ, é vedada a modificação do sujeito passivo da execução, 
sem que haja prévia substituição da CDA até a prolação da sentença d e embargos: “A 
Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da 
sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a 
modificação do sujeito passivo da execução.” Ou seja, é vedada a modificação do sujeito 
passivo da execução, sobretudo com a inclusão de sócio no polo passivo, a não ser que 
se trate de correção de erro material ou formal, o que não é o caso. Pois a inclusão 
do sócio é uma forma de incluir codevedores na obrigação tributária no momento da 
execução sem a prévia realização de procedimento de lançamento fiscal. Para inclusão do 
Excipiente no polo passivo, seria obrigatório prévio procedimento de lançamento fiscal 
para emissão d e nova CDA que conste o nome do Excipiente como contribuinte ou 
corresponsável, sob pena de transgressão dos princípios do contraditório e da ampla 
defesa, previstos no art. 5 o, LV da CF. 
3. DO PEDIDO 
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência: 
a) Inicialmente, seja devidamente recebida e processada a presente Exceção de Pré-
executividade. 
b) A intimação do Excepto, na pessoa do seu representante legal, para impugnar a 
presente Exceção, sob pena de revelia. 
 c) Seja declarado extinto o crédito tributário por prescrição n os termos art. 156, V do 
CTN. 
 d) Caso não entenda pela prescrição, requer -se seja declarada a ilegitimidade do 
Excipiente para figurar no polo passivo da execução. 
e) A condenação do Excepto nas custas e honorários de sucumbência. 
f) Protesta-se pela produção de todas as provas em direito admitidas, em especial prova 
documental. 
 
Nesses Termos, 
 Pede-se Deferimento. 
 
(Cidade), (dia) de (mês) de (ano). ___________ 
 
Advogado (nome) OAB no (número)

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