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Diarreia: Conceito, Classificação e Fisiopatologia

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Diarreia 
Introdução 
• Grupo de condições clínicas em que a 
manifestação comum é a presença de vezes 
de consistência diminuída associado a um 
aumento do número de dejeções com 
consequente desequilíbrio entre os 
processos de absorção e secreção do 
intestino; 
• Dia: direto; 
• Roia: fluir; 
• Condição clínica que se associa a mudança 
do hábito intestinal: 
 - Aumento da frequência; 
 - Aumento da fluidez; 
 - Aumento do volume; 
 - > 200g de fezes/dia. 
 
Epidemiologia 
• Mortalidade em < 5 anos: 
 - 1979 = 4,5 milhões/ano 
 - 2002 = 1,6 milhões/ano 
 - 2004 = 1,5 milhões/ano 
 - 80% dos óbitos em < 2 anos 
• OMS: países em desenvolvimento 
 - < 5 anos: 2-3x/ano; 
 - < 2 anos: 20 óbitos/1000 casos de 
diarreia. 
 
Classificação 
• Diarreia aguda: 
 - Auto-limitada; 
 - Geralmente etiologia infecciosa; 
 - Duração < 14 dias; 
 - Início agudo; 
• Diarreia crônica: 
 - Curso é não potencialmente auto-
limitado; 
 - Duração > 30 dias; 
 - Início agudo ou insidioso; 
• Diarreia persistente: 
 - Início súbito; 
 - Origina-se a diarreia aguda; 
 - Duração entre 15 e 30 dias; 
 - Se perpetua por alterações secundárias, 
funcionais e/ou morfológicas do trato 
gastrointestinal. 
 
Fisiologia 
• Ao intestino delgado proximal chegam 9-
10 litros de fluidos/dia; 
• Efluente ileal: 1500ml/dia; 
• 20% ingesta oral; 
• Capacidade de absorção IG: 5-6L/dia; 
• Capacidade de absorção: 98%; 
• Excreção: 100-200ml/dia. 
 
Fisiopatologia 
→
• Aumento da pressão osmótica + acúmulo 
de substâncias não absorvíveis resultam no 
retardo da absorção de sódio e água, com 
aumento da passagem de líquido para a luz 
intestinal; 
• Causa: laxativos osmóticos, má absorção 
intestinal e deficiência de lactase. 
 
→
• Aumento da secreção de água e eletrólitos 
pela mucosa intestinal; 
• Estimulação da síntese de AMP cíclico; 
• Causa: diarreia infecciosa 
medicamentosa. 
 
→
• Aumento da permeabilidade da mucosa 
intestinal; 
• Passagem anormal de líquidos para o 
lúmen do intestino; 
• Alterações inflamatórias, isquêmicas ou 
neoplásicas; 
Marianne Barone (15A) Semiologia e Propedêutica Médica I – Prof. Isaac J F Corrêa Neto 
• Causa: doença de Crohn, linfoma e colite 
ulcerativa. 
 
→
• Alterações da motilidade intestinal; 
• Aumento do padrão de trânsito do 
delgado; 
• Causa: hipertireoidismo, diarreia 
funcional e síndrome do intestino irritável. 
 
→
Diarreia osmótica Diarreia secretora 
Melhora com jejum ou 
suspensão da 
substância causadora 
Não se altera com o 
jejum 
GAP osmótico fecal+ GAP osmótico fecal 
negativo ou <40 
Fezes ácidas 
 
Depleção de sódio 
 
Depleção de potássio PH fecal: próximo de 
7 
• GAP osmótico fecal = osmolaridade 
total-2x ([Na]+[K]). 
 
Fatores de risco 
• Água insuficiente ou de má qualidade; 
• Ausência de rede sanitária; 
• Má higiene pessoal e doméstica; 
• Preparação e armazenamento inadequado 
dos alimentos; 
• Desmame precoce; 
• Desnutrição; 
• Imunossupressão. 
 
Anamnese aplicada 
• Reconhecer se há diarreia: 
 - Fezes líquidas; 
 - Grande volume; 
 - Aumento do número das evacuações; 
• Tempo de duração e maneira de início; 
• Contínua ou intermitente; 
• Característica das fezes: volume, 
consistência, frequência, aspecto, odor; 
• Presença de grande quantidade de gases; 
• Cólicas abdominais; 
• Presença de muco, pus e sangue; 
• Horário que mais ocorrem; 
• Tenesmo; 
• Presença de restos alimentares; 
• Presença de gordura: esteatorréia; 
 - Aumento da quantidade de gordura fecal; 
 - Fezes volumosas; 
 - Amareladas ou acinzentadas; 
 - Espumosas; 
 - Fétidas; 
 - Brilhosas; 
• Disenteria: síndrome na qual além da 
diarreia, acompanhada de cólicas intensas, 
as fezes são mucossanguinolentas com 
tenesmo; 
• Fatores epidemiológicos: 
 - Viagens recentes; 
 - Possível exposição a alimentos ou água 
contaminada; 
 - Diarreia em membros da família ou 
colegas de escola ou trabalho; 
• Hábitos: 
 - Dieta: rica em gorduras, leite; 
 - Alimentos que melhoram ou pioram a 
diarreia; 
 - Medicamentos em uso; 
 - Homossexualidade, promiscuidade, 
toxicomania 
• Antecedentes patológicos: 
 - DM; 
 - Artrite; 
 - Doença Crohn, tuberculose; 
• Classificação clínica: 
Diarreia alta Diarreia baixa 
Grande volume Maior número de 
evacuações 
Grande teor líquido Pequena quantidade de 
fezes 
Frequência modera- 
damente aumentada 
Presença frequente de 
muco, pus e sangue 
Restos alimentares Urgência fecal 
Presença de gordura Tenesmo 
• 5 perguntas chaves para análise de 
diarreia: 
 - Diarreia aguda ou crônica; 
 - Diarreia alta ou baixa; 
 - Presença de esteatorreia; 
 - Causa infecciosa ou não; 
 - Há manifestações clínicas indicativas 
de uma condição específica?: DII, SIDA, 
má absorção, cirurgias. 
 
Exame físico do 
paciente 
• Na maioria das vezes, é mais útil para a 
avaliação do quadro diarreico do que para a 
determinação de sua intensidade; 
• Sinais vitais: PA, FC, FR, Tax; 
• Emagrecimento, sinais de desidratação; 
• Edema; 
• Palidez; 
• Tetania: hipocalcemia; 
• Alterações cutâneas.

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