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Hemorragias da segunda metade da gravidez
PUC-CAMPINAS
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1 Ginecologia e Obstetrícia (8º semestre) Placenta prévia, DPP, rotura vasa prévia, rotura uterina É uma placenta que se implanta embaixo, na região do colo uterino (recobrindo-o). A região de implantação normal é o fundo uterino. Na placenta prévia, o feto não tem como nascer por via vaginal, além disso, quando o colo começa a dilatar essa placenta pode descolar levando a hemorragias (a placenta fica exposta e pode levar a quadro infecciosos) Classificação • Centro total: recobre 100% do orifício interno • Centro parcial: recobre em 50% o orifício interno • Marginal: chega a encostar na borda do orifício (o parto vaginal pode ocorrer) • Lateral: não encosta no orifício interno mas chega bem próximo (o parto vaginal pode ocorrer) Fatores predisponentes (tudo que altera o sítio de implantação) Idade materna avançada, multiparidade (lesa a lesões uterinas), cicatriz uterina (segmentar, corporal/longitudinal, miomectomia), curetagens prévias (quando mais profunda a curetagem pode alterar a camada basal do endométrio), alterações anatômicas uterinas (síndrome de ascherman, bicorno, unicorno, arqueado, septado), gestações múltiplas (aumenta a massa placentária), endometrite (pode deixar sequelas -> implantação inadequada) Fatores para sangramento Provavelmente apresenta vários episódios de sangramento durante a gestação. No início da gestação a placenta pode ser prévia, porém com o andamento ela pode crescer e se deslocar para longe do orifício (não é realmente uma placenta prévia, se for, persiste até o final da gestação). O útero se distende um pouco formando uma região chamada seguimento (pelo crescimento do útero decorrente da gestação; é onde geralmente a incisão da cesárea é feita, pois é mais delgada e tem menos chance de sangramento), que pode sangrar se a placenta for prévia e mais anteriorizada. As contrações de Braxton Hicks também podem ocasionar sangramento. OBS -> Síndrome de Bandlfrommel: visualização do útero em pera, há um endelgaçamento exagerado do seguimento. Se você palpar os ligamentos redondos do útero dá para perceber que estão muito 2 distendidos (corda de violino) -> precede a rotura uterina A paciente que chega sangrando não pode fazer o toque vaginal (pode romper a placenta), sendo preferível fazer o especular (a placenta pode ser visualizada como uma massa roxa – usar vaselina para não causar mais desconforto na paciente). Palpações abdominais intensas ou muitas palpações, o coito e a tosse (outros esforços também podem ocasionar sangramento, Valsalva) Quadro clínico Sangramento súbito não doloroso -> repetição com maior intensidade (cada vez que ocorre é maior), pode ocorrer em repouso ou com fatores mecânicos Ausência de sofrimento fetal -> o sangramento ocorre na face materna placentário, o que não altera as trocas materno-fetal (só há sofrimento fetal com hemorragias muito extensas) Sangramento externo compatível com quadro hemodinâmico -> se sangra pouco a mãe não tem repercussões hemodinâmicas Anomalias de apresentação fetal -> córmica, transversa, oblíquo Diagnóstico • Quadro clínico (sangramento sem sofrimento fetal) • Especular (a placenta pode ser visualizada) • Sopro placentário (frequência cardíaca fetal com sopro • O diagnóstico definitivo é feito com o ultrassom Tratamento Feto pré-termo 3 A paciente pode sofrer várias internações durante a gestação; repouso para evitar traumas mecânicos; pode ter que fazer a parada do trabalho de parto (tocólise); e se houver um sangramento importante que compromete a vida devemos interromper a gravidez. Feto termo • Lateral ou marginal: o Amniotomia precoce: para a cabeça descer e se apoiar, para conseguir ter a chance de ter um parto vaginal e reduzir a chance do sangramento (pois a cabeça vai comprimir a borda da placenta que chega perto do orifício interno) o Se houver sangramento: se for pequeno (que para no repouso), a paciente é internada e verifica se o parto vaginal é possível. Se for um sangramento importante pode ir para a cesárea • Centro-parcial ou total o Se a paciente sangrar muito -> cesárea de urgência Complicações • RN: prematuridade, anemia (sangramentos intensos), extração difícil (por geralmente estar em apresentações anômalas; a placenta também pode dificultar a cesárea), óbito neonatal (por sangramento, prematuridade e dificuldade de extração) • Materna (infecção, hemorragia, acretismo, choque e óbito) Acretismo (invasão da placenta) Acreta: placenta que ultrapassa a camada basal do endométrio (não invade a musculatura). A placenta não sai facilmente, pode ser necessário fazer curetagem. O acretismo pode até ocorrer em placentas que não forem prévias, porém é mais comum na prévia. Increta: a placenta ultrapassa a camada basal do endométrio e invade o miométrio. Não dá para retirar essa placenta, risco muito grande de sangramentos maciços Percreta: ultrapassa a serosa, podendo invadir órgãos adjacentes (se for anterior: invade bexiga) -> o feto é retirado na cesárea pelo fundo do útero. É feito a embolização das artérias uterinas (evita sangramentos -> é feita depois que o feto é retirado) e histerectomia. Na cirurgia tem o obstetra, vascular e urologista. Esses tipos de placenta podem ser visualizados no ultrassom. Prestar atenção em pacientes com placenta prévia sem sangramento (pode ser acretismo) 4 A cesárea anterior é um fator de risco para acretismo placentário Definição Separação prematura da placenta implantada no útero, depois da 20ª semana de gestação. É mais comum ocorrer o DPP da primeira foto, no qual tem um sangramento visível após o descolamento. O sangramento da segunda imagem é mais raro e mais grave. O hematoma de forma na região onde o corsão umbilical se insere na placenta e onde há a troca de nutrientes feto-mãe. Desse modo, essa superfície de troca é interrompida e o feto para de receber oxigênio levando ao óbito fetal. Incidência 1:50 a 1:400 partos -> depende da população (em gestante hipertensas é mais comum = 1:50) Geralmente ocorre decorrente de um defeito de ancoramento ou de um acidente vascular placentário • Defeito de ancoramento placentário: doença de base, distúrbios imunológicos ou genéticos (SAF) – trombose e inflamação na área de implantação • Sempre vai decorrer de um acidente vascular placentário, seja ele hemorrágico (usuárias de crack – leva a um pico hipertensivo muito agravante; hipertensas) ou isquêmico (trombofilias), levando a um hematoma retro placentária A placenta é um órgão muito rico em sangue e com circulação lenta, para que as trocas de oxigênio e nutrientes ocorra (órgão muito propício para trombose) -> com a trombose há a necrose de uma parte da placenta, que forma um hematoma retro placentário 5 Fatores predisponentes o Vasculopatia materna (HAS, DM), idade materna avançada, desnutrição o Brevidade de cordão (cordão curto – os movimentos fetais podem tracionar o cordão e descolar a placenta) o Descompressão uterina súbita (amniorrexe em polidrâmnio – o útero antes estava muito distendido e com a amniorrexe descomprimiu bruscamente; também pode ocorrer em gestação gemelar – após o nascimento do primeiro feto por via vaginal) o Malformação placentária – principalmente as vasculares (hemangiomas placentários, lago placentário que é uma dilatação venosa) o Trauma (falar para as pacientes evitarem dirigir a partir de 30-32 semanas; prestar atenção em possível violência doméstica) o Tabagismo (> 10 cigarros/dia), alcoolismo, drogadição o Trombofilias A causa mais comum de DPP é a hipertensão Diagnóstico Quadro clínico + fatores de risco + visualização do líquido amniótico -> diagnóstico clínico