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Hematologia – 5° período Edith Carvalho LINFOMAS HODGKIN E NÃO HODGKIN Características dos linfonodos inflamatórios/neoplásicos Introdução: o desenvolvimento de um repertório imune normal -> eventos genéticos hierarquizados Doença linfoproliferativa clonal LINFOMAS Neoplasia linfoproliferativa caracterizada por uma proliferação clonal resultante da transformação maligna de um clone de células linfoides, em um determinado momento de sua proliferação. PATOGÊNESE Alterações moleculares: linfócitos B: sejam produzidos e destruídos/dia; a vigorosa expansão clonal dessas células pode por si só, implicam em risco de transformação maligna Erros no processo de hipermutação somática e mudança de classe parecem desempenhar um papel decisivo na gênese dos linfomas Evidências: estudo cromossômico ETIOLOGIA Alterações patogênicas: doenças associadas aos linfomas Virais: vírus de Epstein Barr; vírus HTLV I e II; HIV-1; hepatite B e C Imunodeficiências: primárias e secundárias VÍRUS DE EPSTEIN-BARR (EBV) Amplamente distribuído por todo mundo LINFOMA DE BURKITT: 90% dos casos Capaz de iniciar várias doenças linfoproliferativas VÍRUS HTLV Vírus linfotrópico T humano: retrovírus, descrito em 1977 no Japão Agente etiológico da leucemia / linfoma de células T do adulto: <2% dos infectados VÍRUS HIV Mais frequentes: tipo 1 IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS : • Síndromes de imunodeficiência (LH) • Ataxia telangectásica • Síndrome de WisKott-Aldrish • Trissomia do 21 (LLA) SECUNDÁRIAS: TRANSPLANTES: incidência 10x > DROGAS IMUNOSSUPRESSORAS QUE ATIVAM VÍRUS ONCOGÊNICOS (LNH): ciclosporina A LINFOMA DE HODGKIN Neoplasia maligna de origem linfoide caracterizada pela proliferação clonal de células de morfologia variável Reed-Stemberg – olho de coruja, imersas em um processo inflamatório polimórfico Descrita em 1832 por Thomas Hodgkin INCIDÊNCIA 12% do total de casos de linfoma CURVA BIMODAL (EUA): com baixa incidência na infância, rápido aumento na adolescência (25 anos), platô na meia idade e aumento a partir dos 55 anos. BRASIL: adultos 50% e crianças 80% Sexo: masculino 1,3: 1 feminino TIPO HISTOLÓGICO: esclerose nodular (tipo de linfoma mais comum) ETIOLOGIA Componente genético: agregação familiar, incidência 2-3x maior em judeus americanos e ingleses e gêmeos monozigóticos. Epstein-Barr vírus: é o mais importante Positividade maior na celularidade mista CLASSIFICAÇÃO DOS LH MORFOLÓGICA/HISTOLOGIA DE RYE: Hematologia – 5° período Edith Carvalho ESCLEROSE NODULAR: subtipo mais comum (70% dos casos) Tem forte correlação com adenomegalia no mediastino CELULARIDADE MISTA: 2° mais comum (sintomas respiratórios) PREDOMINÂNCIA LINFOCITÁRIA: melhor prognóstico DEPLEÇÃO LINFOCITÁRIA: tipo histológico mais raro. Pior prognóstico QUADRO CLÍNICO Adenopatia isolada, móvel, consistência elástica, sendo um gânglio ou grupo de gânglios, é o mais comum. >1,5 a 2cm → endurecidos e fibrosos Disseminação por contiguidade QUALQUER CADEIA: cervical e supraclavicular (3/4 cervical; ¼ axilar ou inguinal). SINTOMAS B: febre baixa, vespertina que depois se torna alta e constante; perda de peso; sudorese noturna FEBRE DE PEL-EBSTEIN: rara. Períodos de 1-2 semanas de febre alta, separados por intervalos afebris de mesma duração EXAME FÍSICO MEDIASTINO: 2/3 tem envolvimento do mediastino, rara/ é isolado. BAÇO: mais comum comprometimento abdominal; MO: 3-15% dos pacientes ( a maioria não tem envolvimento ganglionar) ÁREAS EXTRAGANGLIONARES: menos comum mais comum nos LNH Qualquer local: pulmão, fígado e MO (10%), pele, SNC e TGI LABORATÓRIO HEMOGRAMA: anemia normocítica e normocrômica VHS muito aumentado LEUCOCITOSE DISCRETA OU >25.000: reação leucemóide (neutrofília, eosinofilia e trombocitose). Linfopenia com monocitose PTI: raramente BIOQUÍMICA: FUNÇÃO RENAL E HEPÁTICA: FA ↑ DHL: aumentado (significado prognóstico) B2 MIOGLOBULINA: ↑ FIBRINOGÊNIO: ↑ (marcador de recaída) DIAGNÓSTICO Clínico Laboratorial Imagem -> estadiamento Histopatológico e imuno-histoquímica → diagnóstico só é dado por biópsia DIAGNÓSTICO – IMAGEM Para estadiamento: cintilografia de corpo inteiro com gálio Radiografia de tórax Tomografia superior e inferior Ressonância magnética Cintilografia de corpo inteiro com gálio DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO Biópsia de gânglio: IMPORTANTE biopsiar o gânglio mais provável MO Outras áreas envolvidas CÉLULA DE REED-STEMBERG → cercada por um pano de fundo de linfócitos, histiócitos DÚVIDA: CD15 e CD30 (imunofenotipagem) ESTADIAMENTO CLÍNICO Determina o prognóstico Avalia o grau de disseminação da doença Principal determinante da terapia Antes de iniciar o tratamento deve-se fazer Útil no acompanhamento dos resultados do tratamento ESTADIAMENTO CLÍNICO – ANN ARBOR I: uma única região ou estrutura linfóide, baço, timo, anel de Waldeyer ou não linfóide. Hematologia – 5° período Edith Carvalho II: duas ou mais regiões do mesmo lado do diafragma com ou sem envolvimento de uma área ou órgão não linfóide III: duas ou mais regiões em ambos os lados do diafragma (acima e abaixo) IV: envolvimento difuso ou disseminado de um órgão ou tecidos não linfóides, com ou sem envolvimento ganglionar. ASSOCIAÇÕES AO ESTADIAMENTO A: ausência de sintoma B: presença de febre (>38°C, sudorese noturna profusa, perda de peso de 10% em 6 meses) X: grande massa (no mediastino superior a 1/3) maior de 10cm E: uma única área extralinfóide contígua ou próxima a área ganglionar envolvida FATORES PROGNÓSTICOS RUINS SEXO: masculino IDADE: superior a 45 anos Estágio IV ALBUMINA SÉRICA: inferior a 4g/dL WBC: >15.000/m2 LINFÓCITOS: <600/u ou inferior a 8% dos WBC CHANCE DE CURA De acordo com os estágios: • IA e IIA: 80-90% • IB e IIB: 80-95% TRATAMENTO ABVD (quimioterapia) – 4 ciclos a 8 Transplante de medula óssea Radioterapia LINFOMA NÃO HODGKIN São neoplasias malignas com múltiplas apresentações histológicas EPIDEMIOLOGIA Fatores contribuintes: SIDA (HIV); transplante de órgãos sólidos INCIDÊNCIA SEXO: masculino 1,7:1 feminino Idade: 50-65 anos Frequência aumenta com a idade Idosos ↑ frequência e sem FR RAÇA: branca Atinge adultos e crianças ETIOPATOGENIA A grande maioria dos LNH não tem etiologia definida Condições predisponentes: SIDA; transplantes de órgãos; Tratamento prévio do LH aumenta as chances de ter LNH CLASSIFICAÇÃO DOS LINFOMAS NÃO HODGKIN Classificações atuais → working formulation (WF) RAPPAPORT: L. células pequenas/nodular/difuso L. células mistas/ histiócito LUKES: L. células B e T; L. histiócito verdadeiro; L. células pequenas/grandes; L. clivadas e não clivadas KIEL: L “T” e “B” L. baixo e alto grau L. centrocítico / centroblástico QUADRO CLÍNICO Similar ao LH Adenopatias extraganglionares mais comum nos LNH Qualquer local: pulmão, fígado e MO (10%), pele, SNC e TGI Linfadenomegalia periférica dura, volumosa Hematologia – 5° período Edith Carvalho LABORATÓRIO HEMOGRAMA: CITOPENIAS: anemia, leucopenia, trombocitopenia Anemia normocítica e normocrômica VHS: muito aumentado Leucocitose com monocitose AHAI e PTI podem ocorrer BIOQUÍMICA: Cálcio Função renal e hepática: FA ↑ Ácido úrico ↑ B2 microglobulina ↑ DHL ↑ (significado prognóstico) Fibrinogênio ↑ (marcador de recaída) COMPARAÇÃO ENTRE LH E LNH CARACTERÍSTICA LH LNH Dist. Gânglios Áreas contíguas Não contíguas Mediastino 50% (70% em M) 10-20% (LLT) Infradiafragmática Incomum Comum Extraganglionar Incomum Comum MO 5-15% 50% Fígado Incomum Comum nos folic ESTADIAMENTO Avaliar o grau de disseminação da doença Estadiamento clínico TRATAMENTO Quimioterapia →primeira opção Radioterapia Anticorpos monoclonais PROGNÓSTICO PARADOXO: Lesão de baixo grau → não cura, maior sobrevida Lesão de alto grau → agressivos, mas há cura INDEX DE PROGNÓSTICO INTERNACIONAL – IPI Baseia-se no agrupamento de fatores comprovados de mau prognóstico. 1 ponto para cada item (1 a 5) Estratificação de risco e sobrevida em 5 anos: • BR – 0-1 → 73% • RIB – 2 → 51% • RIA – 3 → 43% • AR – 4 e 5 → 26% Fatores comprovados de mau prognóstico: • Idade >60 anos • DHL elevado • Status performance > 2 • Estágio Ann Arbor III ou IV • Acometimento extranodal >1 Status performance: 0 → assintomático 1 → sintomático, ambulatorial 2 → sintomático, menos de 50% do tempo acamado 3 → sintomático, mais de 50% do tempo acamado 4 → acamado Hematologia – 5° período Edith Carvalho
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