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Etapas O processamento inicia-se a partir de amostras biológicas recém-coletadas e termina com essas amostras desidratadas, preservadas em estado estático e prontas para serem visualizadas. 1) Fixação É o processo de preservação células e tecidos. A fixação química é um dos métodos de fixação mais utilizados. As soluções fixadoras são compostos químicos que reagem com as estruturas celulares e teciduais, preservando-as para evitar a degradação celular como a digestão por bactérias decompositoras. Portanto, a fixação tem por objetivo manter a mesma organização estrutural apresentada in vivo e minimizar o aparecimento de detalhes que não sejam da estrutura normal. O glutaraldeído tem grande habilidade de formar ligações cruzadas irreversíveis com proteínas, logo, a solução mostra-se eficaz em estabilizar estruturas celulares. No entanto, a taxa de penetração do glutaraldeído é baixa, dessa forma, é importante que os tecidos sejam cortados em pequenos fragmentos. O tempo de fixação primária é variável, por exemplo: a fixação de suspensões celulares pode ser feita em apenas 30 minutos, enquanto fragmentos de tecidos requerem um tempo maior. O tetróxido de ósmio atua como fixador secundário para microscopia eletrônica por meio de sua reação com moléculas de lipídios. 2) Desidratação A etapa tem como objetivo a retirada de água do material biológico. A desidratação de amostras para microscopia de luz é feita por imersão do material em uma série de álcoois graduados. Para microscopia eletrônica, podem ser utilizados, além do álcool, acetona ou óxido de propileno. 3) Diafanação Também conhecida como clareamento, é necessária apenas na preparação de amostrar para microscopia de luz, a qual usa parafina ou paraplast. Tem como objetivo retirar o álcool da amostra e para isso são utilizados solventes com densidade maior que o álcool, como o xilol. 4) Inclusão A amostra é imersa em um molde contendo o meio de inclusão em estado líquido que, ao se solidificar, forma um bloco contendo o material. A inclusão para microscopia de luz é feita em parafina ou paraplast, mas também são usadas resinas plásticas. Para a microscopia eletrônica, são utilizadas resinas epóxi. Tanto para microscopia de luz quando para a eletrônica, a inclusão é precedida por uma etapa denominada infiltração, quando o material fica imerso em uma mistura do meio de inclusão com solvente, facilitando a etapa de inclusão. Após a polimerização do meio de inclusão em estufa, o molde é retirado, obtendo-se um bloco que contém o espécime incluído. 5) Microtomia e ultramicrotomia A etapa de microtomia consiste na obtenção de cortes delgados, com espessura apropriada para observação do material biológico. Para microscopia de luz, utiliza-se o micrótomo, equipamento que gera cortes com espessura da ordem de micrômetros. A espessura obtida é geralmente 5 micrômetros para a parafina ou paraplast e 1-3 micrômetros para resinas plásticas. As secções são coletadas em lâminas de vidro e coradas. Para microscopia eletrônica, são utilizadas duas etapas: i) o material é cortado em micrômetro convencional obtendo- se cortes com espessura de 1 micrômetro, denominados cortes semifinos. Os cortes são coletados, montados, corados e observados em ML para escolha da área de interesse. ii) o bloco é preparado para a ultramicrotomia, esculpido no formato de um pequeno trapézio, com a face que contém a Soluções Microscopia de luz Formaldeído, ácido acético, ácido pícrico, formol, bicloreto de mercúrio e dicromato de potássio. Microscopia eletrônica Fixador primário: glutaraldeído Fixador secundário: tetróxido de ósmio. área de interesse pronta para os cortes em um ultramicrótomo. O equipamento utilizado gera cortes com 80 nanômetros de espessura chamados de cortes ultrafinos, que são coletados em grades de metal. 6) Coloração/contrastação É necessário o uso de corantes para materiais processados para microscopia de luz, logo, uma vez obtidos os cortes em lâminas, estes são corados. Amostras incluídas em parafina/paraplast devem passar por desparafinização antes da coloração para que o corante possa penetrar na célula. Após a coloração, os cortes são cobertos por lamínula de vidro, a qual é fixada com um meio adequado. Após a secagem, as lâminas estão prontas para serem analisadas ao microscópio de luz. Para microscopia eletrônica, são utilizados metais pesados que proporcionam maior contraste, numa etapa conhecida como contrastação. As técnicas têm por finalidade acentuar as diferenças de densidade das estruturas subcelulares, gerando imagens elétron-densas ou elétron-lúcidas. As substâncias mais aplicadas são o acetato de uranila e o citrato de chumbo. Interpretação das secções observadas ao microscópio Dependendo do plano de corte, são mostrados aspectos morfológicos diferentes da mesma amostra. Em trabalhos de pesquisa, os cortes seriados (microtomia sequencial de todo o fragmento) ou semisseriados (em intervalos regulares) são muito utilizados no estudo da morfologia das células e tecidos em condições normais e patológicas. Além disso, análises morfométricas podem ser realizadas em cortes seriados ou semisseriados com o objetivo de quantificar, por exemplo, células em degeneração, tipos celulares infiltrados em processos inflamatórios e distribuição de patógenos em materiais infectados.
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