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Aula 4- As manifestações populares e os mecanismos não oficiais de participação política do messianism

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HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO
Aula 4- As manifestações populares e os mecanismos não oficiais de participação política: do messianismo de Canudos ao moralismo popular do Rio de Janeiro
Tema da Apresentação
Mecanismos não formais de participação – Aula 4
HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO
Conteúdo Programático:
Identificar as principais causas da Revolta de Canudos (1897) e da Revolta da Vacina (1904);
Relacionar estas revoltas com a instabilidade dos primeiros tempos da vida republicana;
Identificar essas duas revoltas como mecanismos não formais de participação política 
Tema da Apresentação
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A APATIA POPULAR (1/24) 
Segundo José M. de Carvalho, o conceito tradicional de res publica baseia-se no princípio das liberdades públicas e no primado da participação formal nos assuntos políticos;
No Brasil, a experiência republicana não seguiu esse princípio uma vez que houve restrição e não estímulo à participação popular significando um retrocesso em relação à Monarquia, pelo menos até 1881;
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A APATIA POPULAR (2/24) 
Em 1881, foi criado um mecanismo jurídico apropriado depois pela República: a proibição do voto do analfabeto;
Tal medida restringia completamente o acesso da quase totalidade da população ao exercício do voto;
Essa a situação aprofundou as diferenças entre um “Brasil Real” e um “Brasil Representado”;
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A APATIA POPULAR (3/24) 
Louis Couty, 1881: “o Brasil não tem povo”;
2,5 milhões de escravos, 500 mil donos de escravos, 6 milhões de pessoas numa situação vegetativa;
Não há “massas fortemente organizadas de produtores livres agrícolas ou industriais que, em nossos povos civilizados, constituem a base de toda a riqueza” constituintes de massas de eleitores “capazes de impor ao governo uma direção definida;
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A APATIA POPULAR (4/24) 
Blondel: o povo “antes surpreso que entusiasmado, , não pode compreender o que se passa;
Amelot: “no Rio não há nem povo, nem operários, nem artífices, [apenas] alguns grupos de pessoas de cor, fáceis pretorianos cujas aclamações se compra a baixo preço”;
Adam: “o grosso da população não se interessa por política”. Os militares podem impor qualquer governo que o povo “aceitará com submissão como aceitou a República” 
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A APATIA POPULAR (5/24) 
“Dirão que o povo fluminense fez a agitação abolicionista e a agitação republicana [...] O povo não fez nada disso. Um grupo de homens denodados, [...] fez o movimento abolicionista e o movimento republicano do Rio de Janeiro. Em volta desses campeões devotados acercavam-se curiosos; e foi só” (J.Commércio, 14.09.1981).
Alberto de Seixas Martins Torres
MODELO DE MOLDURA PARA IMAGEM COM ORIENTAÇÃO VERTICAL
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A APATIA POPULAR (6/24)
Desde a queda de Deodoro a agitação política aumentou;
A morte de D.Pedro II, em 12/1891, deu ensejo a várias manifestações, motins em navios e fortalezas;
Houve boatos de um movimento restaurador em preparação
O povo esteve presente em todos esses movimentos, não mais se podendo negar a sua presença ou participação; 
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A APATIA POPULAR (7/24)
Como veremos adiante, nem a “apatia”, nem a participação popular eram analisadas corretamente por observadores mais bem situados na escala social;
Raul Pompéia modificou sua posição anterior ao perceber não só a participação popular, mas também que essa participação nem sempre estava do lado que o florianista republicano Raul Pompéia achava correto;
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A APATIA POPULAR (8/24)
Pompéia negou sua posição anterior que atribuía a ausência de povo à cegueira dos que descriam do caráter nacional;
O problema não era mais ausência de povo, mas “povo demais” ou “mais de um povo”, o “bom e o mau povo”;
O “bom” era brasileiro republicano, nacionalista, florianista; o “mau” era estrangeiro (português), antinacional, monarquista, na melhor das hipóteses, apático; 
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A APATIA POPULAR (9/24)
O “bom povo” não era confiável e Pompéia caracteriza-o à semelhança dos diplomatas estrangeiros;
As revoltas “nascem da surpresa, do disparate, ninguém sabe como nem por quê; mas também com o mesmo estouvamento e inopinado, desaparecem e à francesa vão-se embora”.
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A APATIA POPULAR (10/24)
Pouco antes de morrer, Pompéia torna-se novamente descrente de encontrar povo no Rio de Janeiro;
O Brasil estava na província, o Rio seria, então, a antinação, centro do cosmopolitismo português, inimigo da República e do Brasil.
“Todas as dificuldades da República reduzem-se a isso – o estado permanente de revolta da capital contra a nação”. 
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A APATIA POPULAR (11/24)
“Este Estado não é uma nacionalidade; este país não é uma sociedade; esta gente não é um povo. Nossos homens não são cidadãos.”
(in A Organização Social disponível no site:
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/torresc.html)
Alberto de Seixas Martins Torres
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A APATIA POPULAR (12/24)
A população do Rio de Janeiro não passava no teste de cidadania nem para os estrangeiros, baseados nos modelos de seus países, nem para os republicanos radicais, com modelos mais idealizados ainda.
J.M. de Carvalho analisa esse fenômeno através dos censos, do lado social e demográfico que eles desvendam e do sistema partidário e eleitoral. 
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A APATIA POPULAR (13/24)
Com relação ao censo, em 1890,71,5% da população do Rio era formada pelo operariado e proletariado; em 1906, esse percentual era de 75,8. 
Em 1890, 30% da população do Rio era de estrangeiros;
 Calcula-se que 70% do capital financeiro comercial e imobiliário do Rio estavam nas mãos dos portugueses;
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A APATIA POPULAR (14/24)
A Lei de Naturalização, de 1890, declarava cidadão brasileiro o estrangeiro que em 6 meses não expressasse desejo de manter a cidadania original;
Houve uma reação geral contra a Lei e muitas representações diplomáticas defendiam seus cidadãos;
Cerca de 20% do total de estrangeiros optaram pela cidadania brasileira;
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A APATIA POPULAR (15/24)
Com os portugueses, a opção teria sido mais por ineficiência da representação diplomática;
Como se vê, do lado social e demográfico, as perspectivas de cidadania política não eram boas no Rio de Janeiro do início da República;
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A APATIA POPULAR (16/24)
De um lado, grande parte da população estava fora do mundo organizado do trabalho dificultando a percepção dos mecanismos que regiam a sociedade
e a política;
De outro, a grande presença estrangeira, principalmente a portuguesa, reduzia o envolvimento organizado na vida pública da cidade;
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A APATIA POPULAR (17/24)
Embora o nível de alfabetização da população total do Rio fosse o mais alto do país (50% do total de habitantes), ainda excluía muitos do direito de voto;
Além disso, como o único meio de comunicação de massa era o jornal, o analfabetismo excluía as pessoas de se beneficiarem da instrução como instrumento de participação política;
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A APATIA POPULAR (18/24)
Do ponto de vista das críticas à apatia política dos fluminenses, a resposta deve ser buscada a partir da participação através dos canais oficiais;
Sendo a população do Rio mais urbanizada e alfabetizada, era de esperar que fosse mais preparada para o exercício da cidadania;
Mas os dados da tabela a seguir mostram um cenário um pouco diferente: 
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A APATIA POPULAR (19/24)
ELEITORADO POTENCIAL DO RIO DE JANEIRO-1890
POP. FIXA TOTAL					515.559
EXCLUINDO MENORES DE 21 ANOS FICAM	299.827
EXCLUINDO AS MULHERES, FICAM			125.262
EXCLUINDO ANALFABETOS, FICAM			118.704
EXCLUINDO PRAÇAS DE PRÉ E FRADES, FICAM 	109.421	
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A APATIA POPULAR (20/24)
Vemos pela tabela que cerca de 80% da população do Rio estava excluída do direito político de votar;
Além disso, o número de pessoas que exerciam o direito de voto era muito pequeno em relação à quantidade de eleitores aptos.
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A APATIA POPULAR (21/24)
A exclusão legal do processo eleitoral é fácil de entender, a auto exclusão, isto é, o não exercício voluntário de votar, precisa de uma análise maior para entendimento;
A fraude eleitoral era um dos motivos principais do não exercício do voto;
Além disso, o exercício do voto era um ato perigoso devido ao uso de capangas armados para garantir resultados;
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A APATIA POPULAR (22/24)
Ironicamente, os capangas armados contratados por políticos que buscavam ganhar a todo custo, eram recrutados nas camadas mais baixas da população;
Finalmente, a ausência de participação eleitoral tinha a contrapartida na ausência de partidos políticos;
O início da República foi marcado pelo esforço de criação de partidos, principalmente na área operária;
Dos vários partidos organizados, nenhum sobreviveu;
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A APATIA POPULAR (23/24) 
A República, ao contrário do Império, não via com bons olhos os partidos que não fossem os partidos únicos como o PRP, PRM, PRR.
O sistema político era, dessa forma, vazio, sem partidos, sem eleitores; 
Em termos de sistema político formal, Couty e Raul Pompéia tinham razão: o Rio não tinha povo;
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APATIA POPULAR (24/24)
Sua participação política era fora dos canais oficiais, por greves, arruaças, quebra-quebras, ou por movimentos de natureza revolucionária, como a Revolta da Vacina;
Mas a maior parte do tempo dedicava suas energias participativas e capacidade de organização a outras atividades;
Do governo, queria apenas que o deixasse em paz.
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A REVOLTA DA VACINA (1/13)
Embora Campos Sales houvesse estabilizado os conflitos políticos que encontrara, é um erro achar que os mesmos haviam sido totalmente suprimidos; 
Rodrigues Alves continuou a mesma política econômica de seu antecessor, responsável pela impopularidade dos presidentes civis
FRANCISCO DE PAULA RODRIGUES ALVES
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A REVOLTA DA VACINA (2/13)
Mas o governo de Rodrigues Alves ficou marcado pela realização de grandes obras de modernização da cidade do Rio de Janeiro;
Essas obras faziam parte de um projeto maior de mostrar o Rio de Janeiro como a vitrine e o espelho de um país que se queria civilizado, moderno;
 
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A REVOLTA DA VACINA (3/13)
Esse projeto não se restringia apenas à reforma urbana: incluía, também, um ambicioso projeto sanitarista que visava erradicar com as epidemias que faziam o Rio ser conhecido como “cemitério dos estrangeiros: varíola, febre amarela”;
Osvaldo Gonçalves Cruz
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A REVOLTA DA VACINA (4/13)
A reforma urbana compreendeu:
A reforma do Porto do Rio de Janeiro:
Eng. Paulo de Frontin;
O projeto sanitarista e de vacinação:
Osvaldo Cruz na Diretoria Geral de Saúde Pública;
A reforma urbana:
 Prefeito Pereira Passos;
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A REVOLTA DA VACINA (5/13)
Coube ao engenheiro Francisco Pereira Passos realizar a remodelação do espaço urbano do centro da cidade do Rio de Janeiro. Para a construção da Avenida Central foram demolidos cerca de 1,7 imóveis. Essa reforma ficou conhecida como “bota abaixo”.
Francisco Pereira Passos
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A REVOLTA DA VACINA (6/13)
Para alguns autores, essa reforma pode ser considerada uma tentativa de inclusão conservadora da população mais pobre da cidade mas para uma grande maioria essa reforma, mais uma vez, mostrou o caráter autoritário e elitista do regime republicano;
Para assumir a prefeitura do Rio e realizar as reformas, Passos exigiu plenos poderes;
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A REVOLTA DA VACINA (7/13)
Rodrigues Alves assinou um decreto adiando por seis meses a eleição para o Conselho Municipal;
Durante esse tempo, Passos pode governar sem qualquer oposição, assinando decretos de desapropriações e de posturas urbanas que aumentaram o descontentamento de uma população que já vinha sofrendo desde as reformas econômicas de Campos Sales; 
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A REVOLTA DA VACINA (8/13)
Entre essas posturas estavam:
Proibição de cães vadios e vacas leiteiras nas ruas;
Recolhimento de mendigos a asilos;
Proibição de cultura de hortas e capinzais, criação de suínos;
Proibição de venda de bilhetes de loterias nas ruas;
Proibição de venda de comida em quiosques;
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A REVOLTA DA VACINA (9/13)
Proibição de cuspir nas ruas e dentro dos veículos;
Proibição de soltar pipas;
Proibição de urinar nas ruas.
Muitas dessas proibições eram antigas, que não tinham “pegado”.
Mas a população sabia que, agora, o esforço para fazer cumprir essas proibições seria muito maior. 
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A REVOLTA DA VACINA (10/13)
Se todas essas proibições causaram grande descontentamento, a notícia
da obrigatoriedade da vacinação contra a varíola, foi a gota d’água que levou à revolta popular;
O governo conseguiu aprovar o projeto da vacina obrigatória em 29.06.1904;
Seus maiores opositores foram o Tte. Cel. Lauro Sodré, no senado, e Major Barbosa Lima, na Câmara;
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A REVOLTA DA VACINA (11/13)
O deputado Alfredo Varela, ligado a Júlio de Castilhos, pelo seu jornal O Commercio do Brazil, que abrira com financiamento de monarquistas, passa a atacar o governo e a defender a resistência à vacina;
Em 07 de novembro, o jornal anunciava a formação, no Centro das Classes Operárias, de uma organização para resistir à vacina, por meios legais ou pela força, tendo à frente Lauro Sodré;
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A REVOLTA DA VACINA (12/13)
O atestado de vacinação seria exigido para matrícula em escola, emprego público, emprego doméstico, emprego nas fábricas, hospedagem em hotéis e casas de cômodos, viagens, casamento, voto, etc. 
 Até o jornal conservador O País, ficou alarmado com o teor do regulamento; 
Dia 10 de novembro começariam os tumultos que iriam até o dia 17 de novembro.
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A REVOLTA DA VACINA (13/13)
“O povo não é carneiro. De vez em quando, é bom a negrada saber morrer como homem. Tem que mostrar ao governo que ele não põe o pé no pescoço do povo.”
(de um participante em entrevista ao jornal O Paiz)
Para ele, a vacinação não era importante embora dissesse não admitir deixar o pessoal da saúde meter o ferro em sua virilha.
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A GUERRA DE CANUDOS (1/10)
Nome dado a diversas tentativas do governo federal em acabar com uma povoação que se formara no sertão no norte da Bahia, numa fazenda abandonada, conhecida como Arraial de Canudos; 
Eram liderados por Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro ou, simplesmente, Conselheiro;
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A GUERRA DE CANUDOS (2/10)
As pregações do Conselheiro, aos poucos, foram se tornando incômodas para o governo, tanto estadual quanto federal pois eram pregações a favor da Monarquia e contra a República;
O auge de Canudos acontece durante o governo Prudente de Morais, num momento em que este procurava acabar com a participação dos militares na política;
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A GUERRA DE CANUDOS (3/10)
Canudos acontece dentro de um contexto de crise e mudanças provocadas pelo advento da República, com a laicização do Estado, e pelas transformações que aconteciam na Igreja;
Por pregar contra a República, Conselheiro começa a ser ligado, principalmente pelos jacobinos, aos monarquistas; 
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A GUERRA DE CANUDOS (5/10)
A extinção do Padroado é entendida, no interior, uma afronta aos desígnios divinos, aos quais os poderes humanos deveriam obedecer. A República passa a ser vista como um regime herético, infame, contrário à religião; 
O governo federal teve dificuldades em controlar esse foco de rebeldia: grande parte dos oficiais do exército eram jacobinos e Prudente de Morais estava em luta com eles; 
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A GUERRA DE CANUDOS (6/10)
Como duas expedições militares haviam sido já derrotadas, organiza-se uma 3ª. expedição comandada pelo gen. Moreira César, que havia sido braço direito de Floriano Peixoto e conhecido pelos fuzilamentos que comandara em Santa Catarina por ocasião da Revolução Federalista;
A expedição de Moreira Cesar também foi derrotada e este morreu em combate em 4.3.1897; 
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A GUERRA DE CANUDOS (7/10)
A morte de Moreira Cesar causou grande comoção entre os jacobinos que provocaram grandes agitações no Rio de Janeiro. Correram boatos de que Canudos contava com ajuda externa e fazia parte de uma conspiração monárquica internacional;
Prudente de Morais ordena a destruição total do arraial; 
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A GUERRA DE CANUDOS (8/10)
Não há documentos que atestem a periculosidade de Canudos antes de 1897;
Fica a dúvida se a ferocidade da 4ª. e última expedição se justificava na certeza do caráter conspiratório e desestabilizador de Canudos ou foram mais uma peça no jogo entre a disputa de poder entre civis e militares;
A 4ª. expedição mobilizou forças de todo o país e contou com 10 mil homens; 
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A GUERRA DE CANUDOS (9/10)
A luta fraticida que encerrou Canudos, cuja população foi estimada em 25 mil pessoas, manchou a imagem do Exército que perderia muito de sua força após a tentativa de assassinato de Prudente de Morais, onde morre o Ministro da Guerra, marechal Machado Bittencourt;
Tema da Apresentação
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A GUERRA DE CANUDOS (10/10)
Até hoje Canudos é alvo de estudos;
A análise inicial de Euclides da Cunha aproximava-se da explicação do médico Raimundo Nina Ribeiro, da Faculdade de Medicina da Bahia, que explicava o “desequilíbrio mental do Conselheiro como fruto das condições sociológicas do meio em que se organizou;
A partir de 1950 procura-se entender Canudos como fruto da luta sertaneja pela terra, contra o latifúndio e a opressão.
Tema da Apresentação
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RESUMO
Analisar as causas da apatia popular no exercício da cidadania na cidade do Rio de Janeiro;
Entender o que provocou a Revolta da Vacina;
Compreender as condições que levaram a considerar a comunidade de Canudos uma ameaça para o regime republicano.
Tema da Apresentação
Mecanismos não formais de participação – Aula 4
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BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de A. N. O Brasil Republicano: o tempo do liberalismo excludente. Civ. Brasileira. RJ, 2003. V.1
CARVALHO, José M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. Cia. das Letras. SP, 1987. 
Tema da Apresentação

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