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Aula 5- A estabilização da República a relativa eficiência de um mecanismo de dominação política 1902

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HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO
Aula 5- A estabilização da República: a relativa eficiência de um mecanismo de dominação política: 1902 - 1922
Tema da Apresentação
A estabilização da República (1902-1922) - Aula 5 
HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO
Conteúdo Programático:
Identificar as principais características do modelo de dominação oligárquica entre 1902 a 1922;
Identificar as crises políticas que, pontualmente, comprometeram a estabilidade do pacto oligárquico durante este período; 
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Ainda sobre a política dos governadores (1)
A partir da “Política dos Governadores” ou “Política dos Estados”, a República entrou num período relativamente estável e próspero;
Essa “política” permitiu a “rotinização do poder” (Renato Lessa) na qual as oligarquias ligadas à exportação do café assenhoram-se do poder; 
Porém, tal modelo não foi imune a crises que, pontualmente, desestabilizaram o sistema;
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Ainda Sobre A Política Dos Governadores (2)
Por outro lado, essas crises não foram capazes de comprometer o jogo político;
Até 1922, as relações entre as oligarquias foram marcadas mais pelo consenso;
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O Federalismo Às Avessas (1/6)
A República adotou o modelo constitucional dos EUA:
República Federativa Presidencialista;
O Presidente da República é eleito por voto popular;
O território nacional é dividido em unidades federativas relativamente autônomas;
Estrutura jurídica comum a todas: a Constituição Federal;
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O Federalismo Às Avessas (2/6)
Esse modelo de federalização era baseado no princípio da descentralização política e autonomia administrativa dos poderes locais, fundamental para a eficiência da administração pública;
No Brasil esse princípio federativo foi “adaptado” para atender as especificidades das oligarquias no poder;
Os poderes municipal e estadual não gozaram de autonomia político-administrativa;
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O Federalismo Às Avessas (3/6)
“O grande papel atribuído aos estados provocou em alguns deles lutas de grupos rivais. O governo federal aí intervinha usando de seus controvertidos poderes estabelecidos na Constituição. Isso tornava incerto o controle do poder em alguns estados e reduzia as possibilidades de um acerto duradouro entre a União e os estados”.
(FAUSTO, Bóris. Pequenos ensaios de História da República. São Paulo: Ed. Luzes, 1972. pp. 146-147). 
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O Federalismo Às Avessas (4/6)
Manter tais conflitos dentro de uma margem de segurança de modo a não comprometer a estrutura do sistema foi objetivo fundamental da Política dos Governadores;
O poder local não era o mais forte nesse pacto;
Nesse vácuo surge o fenômeno sócio-político do “coronelismo”;
Ele é a expressão de um poder regionalizado de dimensões privadas e patrimoniais;
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O Federalismo Às Avessas (5/6)
O “coronel” pode representar, para o homem pobre do campo, tanto o amparo quanto a violência;
Nessa combinação de assistência e violência se fundamentava a relação entre o grande proprietário rural e o homem pobre do campo;
O poder local do “coronel” dependia das suas relações com os poderes estadual e federal;
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O Federalismo Às Avessas (6/6)
Vemos que a equação do poder oligárquico, ainda que obedecendo a princípios de complementariedade e reciprocidade, não se dava entre iguais;
Nesse sistema político, a presidência era o elemento central de coesão, e as alianças em nível nacional giravam em torno da disputa para eleger o chefe do Executivo. Para determinar a sucessão presidencial, os partidos políticos de SP e MG geralmente trabalhavam juntos, mas, a partir de 1910, o RGS também entrou no páreo (SOUZA, 1972, p. 148). 
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Os Mecanismos Do Pacto Oligárquico (1/5)
A República concretizou a autonomia estadual, dando plena expressão aos interesses de cada região. Isto se refletiu, no plano da política, na formação dos partidos republicanos restritos a cada estado. As tentativas de organizar partidos nacionais foram transitórias ou fracassaram. Controlados por uma elite reduzida, os partidos republicanos decidiam os destinos da política nacional e fechavam os acordos para a indicação de candidatos à Presidência da República. 
(FAUSTO, 2006, p. 148)
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Os Mecanismos Do Pacto Oligárquico (2/5)
PRP: estreita relação com as elites econômicas locais, exportadoras de café e ligadas à atividade industrial;
PRM: com mais autonomia, não traduzia os interesses das elites econômicas locais; formado por políticos profissionais, utilizavam a máquina pública para favorecer amigos e perseguir adversários políticos;
PRR: possuía uma máquina política forte e inspirada em leituras autoritárias do positivismo; 
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Os Mecanismos Do Pacto Oligárquico (3/5)
Cada um desses partidos tinha uma relação específica com o jogo político estadual e nacional tornando a análise desse período muito complexa;
O voto não tinha a solução para esse problema:
À primeira vista, parecia que o domínio das oligarquias poderia ser quebrado pela massa da população por meio do voto. Entretanto, o voto não era obrigatório e o povo, em regra, encarava a política como um jogo entre os grandes e os partidos estaduais se acertavam, lançando candidaturas únicas, ou quando os candidatos de oposição não tinham qualquer possibilidade de êxito (FAUSTO, 2006, pp 148-149).
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Os Mecanismos Do Pacto Oligárquico (4/5)
De acordo com Dulce Chaves Pandolfi:
As atas eleitorais tinham o número de votantes alterados, o que popularizou a expressão “eleição à bico de pena”;
 A quantidade de pessoas envolvidas em fraudes era alto e alguns recebiam nomes especiais:
Cabalistas: incluíam novos nomes nas listas de votantes;
Fósforos: assumiam a identidade de eleitores mortos ou ausentes;
Capangas: intimidavam os eleitos usando, até, de força física; 
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Os Mecanismos Do Pacto Oligárquico (5/5)
Era comum reunir eleitores num recinto (“curral”) onde, sob vigilância, recebiam cédulas fechadas para votar.
Ainda segundo Pandolfi, dificilmente a população poderia perceber o voto como um direito, como um modo de participar da vida política e decidir os destinos do país.
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Eleições De 1909: Fissura Do Pacto Oligárquico (1/10) 
Desentendimento entre políticos paulistas e mineiros na sucessão de Afonso Pena leva à primeira fissura do pacto;
Isso faz com que essa seja a primeira eleição verdadeiramente disputada;
Há a volta provisória dos militares ao poder, com a candidatura do Marechal Hermes da Fonseca, apoiada pelas oligarquias mineira e gaúcha;
Apoiado pela oligarquia paulista, concorre o baiano Rui Barbosa;
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Eleições De 1909: Fissura Do Pacto Oligárquico (2/10) 
Desentendimento entre políticos paulistas e mineiros na sucessão de Afonso Pena leva à primeira fissura do pacto;
Isso faz com que essa seja a primeira eleição verdadeiramente disputada;
Há a volta provisória dos militares ao poder, com a candidatura do Marechal Hermes da Fonseca, apoiada pelas oligarquias mineira e gaúcha;
Apoiado pela oligarquia paulista, concorre o baiano Rui Barbosa;
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Eleições De 1909: Fissura Do Pacto Oligárquico (3/10) 
Em 1905, Afonso Pena foi escolhido como candidato de MG mais por não desgostar as várias facções do PRM do que por ser o preferido delas;
Os diversos nomes não conseguia o apoio dos diversos grupos que compunham o partido;
Para evitar a cisão, escolhem, então, Afonso Pena;
Em 1908, Afonso Pena inicia precocemente o processo de sua sucessão;
João Pinheiro da Silva, presidente de MG, fora responsável pela indicação de Pena para a presidência da República;
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Eleições De 1909: Fissura Do Pacto Oligárquico (4/10) 
Com a morte de João Pinheiro, Pena escolhe para sucedê-lo seu ministro da Fazenda, Davi Campista;
Sem grande força no PRM, Campista foi oficiosamente recusado pelos dirigentes do partido;
Para poder liderar o processo sucessório, Afonso Pena teria que manter unida a política mineira;
 Tal unidade vinha sendo mantida por João Pinheiro. Sua morte abalou essa unidade em MG e na bancada federal;
A insistência de Pena em manter sua indicação diante da situação acabou por quebrar a unidade política mineira;
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Eleições De 1909: Fissura Do Pacto Oligárquico (5/10) 
SP não tinha candidato a apresentar, mas não queria apoiar um candidato recusado por MG e sacrificar sua antiga aliança com os mineiros;
A bancada gaúcha, liderada por Pinheiro Machado, busca um candidato que atraísse o governo federal;
Rui Barbosa, representante da situação baiana, e o ministro da Guerra, Hermes da Fonseca, surgem como candidatos possíveis;
Rui era chegado a Afonso Pena e um dos preferidos do senador Pinheiro Machado;
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Eleiçoes De 1909: A Fissura Do Pacto Oligárquico (6/10 )
A candidatura Hermes da Fonseca não representava nenhum grande estado nem tinha raízes políticas em qualquer um deles;
A bancada mineira no Congresso aguardava uma manifestação do presidente de MG, Wenceslau Brás;
Os políticos em geral aguardavam um desmentido de Hermes da Fonseca sobre sua candidatura;
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Eleiçoes De 1909: A Fissura Do Pacto Oligárquico (7/10 )
Ao contrário de desmentir, Hermes renuncia ao cargo de ministro da Guerra, mostrando que era candidato;
Pinheiro Machado leva a Afonso Pena uma lista de candidatos possíveis, mas Pena mantém-se irredutível;
A possibilidade do candidato de Pena ganhar significava a marginalização da política rio-grandense junto ao governo federal (já iniciada pelo grupo do “Jardim de Infância”; 
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Eleiçoes De 1909: A Fissura Do Pacto Oligárquico (8/10 )
Pinheiro Machado decidiu-se pela candidatura Hermes da Fonseca quando este ameaçou o senador gaúcho com a possibilidade do senador pernambucano Rosa e Silva, tomar a dianteira e a paternidade da sua candidatura; 
A vice-presidência da República foi oferecida ao presidente de MG, Wenceslau Brás;
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Eleiçoes De 1909: A Fissura Do Pacto Oligárquico (9/10 )
A morte do presidente Afonso Pena e a ascensão do vice, Nilo Peçanha, ligado a Pinheiro Machado, livrou a candidatura Hermes de seu caráter oposicionista;
SP se opôs à candidatura Hermes da Fonseca e passa a apoiar Rui Barbosa, que havia publicado uma carta em vários jornais condenando o cunho militar da candidatura de Hermes da Fonseca;
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Eleiçoes De 1909: A Fissura Do Pacto Oligárquico (10/10 )
A carta de Rui Barbosa desencadeou o que ficou conhecido como “Campanha Civilista”, sob o comando do presidente de SP, Albuquerque Lins;
Entretanto, a chapa Hermes da Fonseca / Wenceslau Brás foi a vencedora vencendo nas duas fases da disputa: a eleitoral e a de Reconhecimento de Poderes;
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A Política De Salvações (1/3)
A principal característica do governo Hermes da Fonseca foi o autoritarismo;
O novo presidente estabeleceu uma política de intervenções militares em diversos estados visando reprimir a oposição ao seu governo;
Eram as “salvações” militares para a “depuração do regime republicano e para defender a democracia”.
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A Política Das Salvações (2/3)
As “salvações”, ou “Política das Salvações”, na verdade, foi uma substituição das oligarquias que comandavam o poder nos estados, pelas oligarquias que estavam alijadas do poder;
A truculência das intervenções desagradou a todos, inclusive os mineiros que haviam apoiado a candidatura Hermes da Fonseca; 
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A Política Das Salvações (3/3)
Em 1913, paulistas e mineiros encontraram-se na cidade mineira de Ouro Fino para discutir os rumos da cafeicultura;
Nesse encontro, foi selado um pacto não escrito pelo qual as duas oligarquias seriam mais coesas a partir de então, revezando-se no controle da presidência da República;
Um novo abalo ocorreria em 1922, a “Reação Republicana”, que será estudada em uma próxima aula.
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Resumindo
Nesta aula foram vistos os seguintes assuntos:
As relações do “coronelismo” com o sistema oligárquico;
O nosso “federalismo às avessas”;
Os mecanismos do pacto oligárquico; 
A fissura do pacto oligárquico e a “Campanha Civilista;
A “Política das Salvações” 
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