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Aula 10 Slide- A REVOLUÇÃO DE 1930

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HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO
Aula 10: A Revolução de 1930.
Ao fim desta aula você vai: 
Identificar as principais características da Revolução de 1930;
Entender a Revolução de 1930 no contexto da crise da República Velha;
Relacionar a Revolução de 1930 à insatisfação de oligarquias regionais fora do poder.
A Revolução de 1930 – Aula 10
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ANTECEDENTES (1/14)
Vimos nas aulas anteriores que a década de 1920 foi aquela em que a sociedade brasileira, através de seus vários segmentos, extravasou toda a sua insatisfação com a situação social, política e econômica do país;
A insatisfação não se traduzia num único motivo: as reivindicações eram diversas, partindo de diversos segmentos diferentes da sociedade;
A Revolução de 1930 – Aula 10
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ANTECEDENTES (2/14)
As causas que originaram a Revolução de 1930 são objeto de estudo e discussão até hoje, mas pode-se dizer que ela é de, alguma forma, resultante de todas essas insatisfações que levaram ao esgotamento a República Velha;
A Revolução de 1930 – Aula 10
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ANTECEDENTES (3/14)
O governo do mineiro Artur Bernardes (1922-1926) foi agitada e teve que recorrer ao Estado de Sítio;
Foi muito impopular principalmente nas cidades, como Rio;
A política financeira de seu antecessor, Epitácio Pessoa, com emissão de moeda para salvar o café, gerou inflação e desvalorização cambial
Presidente Artur Bernardes
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A Revolução de 1930 – Aula 10
ANTECEDENTES (4/14)
Pressionado pela situação econômico-financeira e pelos credores internacionais, Artur Bernardes passou os encargos de defesa do café para SP, assumidos pelo Instituto do Café de SP;
Em 1926, em virtude de disputas por cargos nesse instituto, há uma cisão no Partido Republicano Paulista (PRP). Surge o Partido Democrático (PD);
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ANTECEDENTES (5/14)
O PD abrigaria setores médios urbanos, como profissionais liberais, filhos de fazendeiros e parte da classe operária em torno de um programa que combatia o inimigo comum representado pelas oligarquias que tinham o poder;
O PD chamava atenção pela defesa do liberalismo e a juventude de seus integrantes;
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ANTECEDENTES (6/14)
A criação do PD explicitava a cisão dentro da classe dominante paulista;
Apesar do descontentamento e da recusa em apoiar financeiramente o café, Artur Bernardes conseguiu fazer seu sucessor, o fluminense de Macaé, formado politicamente em SP Washington Luís; 
Washington Luis Pereira de Sousa
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A Revolução de 1930 – Aula 10
ANTECEDENTES (7/14)
Apesar do café ter apresentado melhoras no governo Washington Luís, as dificuldades econômicas não deixam de existir para a população como um todo;
Para manter a estabilidade cambial, Washington Luís abandona a defesa do café buscando aumentar as vendas do produto no exterior forçando a baixa dos preços;
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ANTECEDENTES (8/14)
Seu governo recusa-se a fazer emissões para defesa do produto como, também, a conceder moratória;
Isso gera enorme descontentamento em SP, realizando-se um congresso de lavradores convocados por todas as associações rurais em 29 de dezembro de 1929;
A Revolução de 1930 – Aula 10
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ANTECEDENTES (9/14)
O lema é a lavoura, hoje, com o governo. E, se não formos atendidos, amanhã será a lavoura sem o governo. E, depois, a lavoura contra o governo¹.
Alfredo Pujol 
(um dos representantes da Sociedade Paulista de Agricultura)
¹FAUSTO, Boris. A Revolução de 1930: historiografia e história. SP: Companhia das Letras,. 1997 (p. 130).
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ANTECEDENTES (10/14)
Esse desabafo não significou a passagem do setor cafeeiro para as oposições;
Um dos líderes da oposição paulista, Joaquim Sampaio Vidal, financiador do jornal Diário Nacional e filho do grande fazendeiro Bento Sampaio Vida, escrevia naquele jornal, em 18.03.1930:
A Revolução de 1930 – Aula 10
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ANTECEDENTES (11/14)
São passados apenas noventa dias e que resta daquele vulcão? Apenas o eco [...] Das classes conservadoras nada podemos esperar. Não reagiram em 90. Não atenderam aos apelos de Rui em 1909 e 1919. Diante da formidável crise não lutarem em 1929. É no povo que está a nossa esperança. 
A Revolução de 1930 – Aula 10
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ANTECEDENTES (12/14)
Pode-se perguntar a razão da oposição raramente ultrapassar os limites jurídico-políticos. 
Porque não há condições objetivas para apresentação de um projeto de estruturação econômica do país diverso do núcleo cafeeiro;
A Revolução de 1930 – Aula 10
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ANTECEDENTES (13/14)
Por longo tempo, as oligarquias imediatamente inferiores à oligarquia paulista, cujos representantes políticos são os Antônio Carlos, os Borges de Medeiros, os Vargas, não vislumbram outro caminho senão o da acomodação, do recebimento de favores do centro predominante, como se deduz, por exemplo, das boas relações entre Washington Luís e os dirigentes gaúchos, na fase imediatamente anterior ao lançamento da candidatura Getúlio Vargas³
³FAUSTO, Boris. A Revolução de 1930: historiografia e história. SP: Companhia das Letras,. 1997 (p. 127).
A Revolução de 1930 – Aula 10
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ANTECEDENTES (14/14)
O esboço da crise começa quando Washington Luís apoia um outro paulista para sua sucessão: Júlio Prestes, presidente do estado de SP;
O presidente de MG, Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, que seria o sucessor de Washington Luís, leva o PRM a uma ruptura com a oligarquia dominante. Surgia a Aliança Liberal.
Júlio Prestes de Albuquerque
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ALIANÇA LIBERAL (1/8)
A Aliança Liberal, formada em agosto de 1929 pelas oligarquias dominantes de MG, RGS e PB, dava indícios de que, desta vez, poderia não haver a tradicional acomodação no caso de uma derrota nas urnas;
Os nomes ilustres dessa dissidência queriam pressionar a oligarquia dominante para obter favores;
Antônio Carlos Ribeiro de Andrade
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ALIANÇA LIBERAL (2/8)
Entretanto, alguns quadros jovens (Virgílio de Melo Franco, José Américo, Osvaldo Aranha, Batista Luzardo, etc.) não tinham outro pensamento que não tomar o poder, mesmo que fosse pelas armas;
Esses jovens sabiam que podiam contar, ainda, com os “tenentes” e com o apoio das classes médias.
A Revolução de 1930 – Aula 10
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ALIANÇA LIBERAL (3/8)
A chapa da Aliança Liberal foi formada por Getúlio Vargas, presidente do RGS, tendo como candidato a vice-presidente João Pessoa, presidente da PB;
O programa da Aliança Liberal refletia os anseios das oligarquias regionais dissociadas do café e das classes médias urbanas;
Getúlio Dornelles Vargas
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ALIANÇA LIBERAL (4/8)
O tom inovador da campanha conquistou a simpatia popular;
A crise de 1929 impactou a economia nacional fragilizando ainda mais a oligarquia cafeeira;
Com a crise o consumo de café se retraiu e a falta de financiamentos impediu as manobras de valorização artificial do produto;
João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque
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A Revolução de 1930 – Aula 10
ALIANÇA
LIBERAL (5/8)
Apesar dessa crise aguçar as divergências entre cafeicultores e governo, ela não teve maiores influências na eleição de 01 de março de 1930;
Embora as fraudes eleitorais tenham ocorrido de ambos os lados, Júlio Prestes saiu vencedor;
O resultado não foi bem aceito pelos jovens quadros da Aliança Liberal, como era de se esperar;
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ALIANÇA LIBERAL (6/8)
A esperada aproximação desses quadros aliancistas com os tenentes acaba por acontecer;
Luís Carlos Prestes, líder da Coluna Prestes, e o tenente de maior prestígio na época, divulga manifesto em maio de 1930 declarando-se comunista e revolucionário e negando apoio às oligarquias da Aliança Liberal
Luís Carlos Prestes
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A Revolução de 1930 – Aula 10
ALIANÇA LIBERAL (7/8)
Para prestes, os grupos em conflito eram resultado do choque de interesses imperialistas britânicos e norte-americanos pelo controle da América Latina;
O conjunto da Aliança Liberal não estava unido em torno da idéia da tomada do poder;
Em 26 de julho, João Pessoa é assassinado por João Dantas numa confeitaria no Recife; 
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ALIANÇA LIBERAL (8/8)
Embora o crime envolvesse motivos políticos e pessoais, foi imediatamente utilizado para fins políticos;
João Pessoa instituíra uma reforma político-administrativa para sanear as finanças da Paraíba, gerando insatisfações nos fazendeiros do interior, entre eles José Pereira de Lima, do município de Princesas, a quem João Dantas era ligado. Alguns autores defendem que José Pereira era ligado ao PRP, o que seria mais um motivo para a utilização política do assassinato; 
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A REVOLUÇÃO DE 1930 (1/8)
Apesar do crime ter acontecido no Recife, João Pessoa foi enterrado no Rio de Janeiro e seu assassinato utilizado como peça de propaganda pelos revolucionários;
A conspiração toma novos rumos, com a adesão dos militares ao movimento, principalmente os do Exército; 
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ALIANÇA LIBERAL (2/8)
Os líderes da Aliança Liberal resolvem entregar o comando do movimento ao tenente-coronel Góis Monteiro;
Góis Monteiro era alagoano mas fez sua carreira política no RGS fazendo contatos com políticos do estado como Vargas;
Pedro Aurélio de Góis Monteiro
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A Revolução de 1930 – Aula 10
ALIANÇA LIBERAL (3/8)
É preciso não esquecer de um outro militar que se tornaria figura importante em todo o período Vargas e que viria ser presidente da República: o então major Eurico Gaspar Dutra, integrante do sistema revolucionário;
Eurico Gaspar Dutra
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A Revolução de 1930 – Aula 10
A REVOLUÇÃO DE 1930 (4/8)
A Revolução estoura no começo de outubro em MG e RGS;
No dia 04 de outubro começa no nordeste sob o comando de Juarez Távora tendo a Paraíba como centro de operações; 
Embora a situação se mostrasse favorável aos revolucionários, o confronto final era esperado para a cidade de Itararé, na fronteira com o Paraná;
A Revolução de 1930 – Aula 10
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A REVOLUÇÃO DE 1930 (5/8)
O Exército não atuou nesse processo de forma homogênea;
O setor militar mais dinâmico era representado pelos tenentes, muitos dos quais já afastados das fileiras;
A cúpula militar só interveio quando o resultado era nitidamente favorável aos revolucionários; 
Agindo como um poder moderador, os generais Tasso Fragoso, Bertoldo Klinger, Malan d”Angrogne e Leite de Castro prenderam Washington Luís para prevenir excessos;
A Revolução de 1930 – Aula 10
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A REVOLUÇÃO DE 1930 (6/8)
O historiador Bóris Fausto comenta que essa junta pretendia se perpetuar no poder, tendo o general Bertoldo Klinger se manifestado abertamente a respeito;
Como os estados podiam, naquele tempo, organizar milícias, dispunham de uma força armada autônoma da força militar federal;
A resistência da junta que derruba Washington Luís poderia levar a uma guerra civil; 
A Revolução de 1930 – Aula 10
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A REVOLUÇÃO DE 1930 (7/8)
Por isso, no dia 31 de outubro Getúlio Vargas chega ao Rio de Janeiro, sendo empossado no governo;
Terminava, assim, a República Velha.
Vargas, alçado ao poder por um heterogêneo grupo com diversos interesses, precisaria governar com cada um, buscando atender a cada grupo sem contrariar os demais;
Iniciava-se o Estado de Compromisso. 
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A REVOLUÇÃO DE 1930 (8/8)
Getúlio Vargas no Palácio do Catete em 31-10-1930
A Revolução de 1930 – Aula 10
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RESUMINDO
Os antecedentes da Revolução de 1930;
O esgotamento da República Velha;
Os motivos que levaram à formação da Aliança Liberal;
A derrota eleitoral da Aliança Liberal;
O inconformismo e a inércia;
A deflagração do conflito.
A Revolução de 1930 – Aula 10
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 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
CARVALHO, José Murilo de. Forças Armadas e política no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge ZAHAR Editor, 2005.
FAUSTO, Boris. Revolução de 1930: história e historiografia. São Paulo: Ed USP, 1999.
GOMES, Ângela de Castro. Economia e trabalho no Brasil republicano. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003.
PANDOLFI, Dulce Chaves, ALBERTI, Verena. A República no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.
A Revolução de 1930 – Aula 10
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