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DESENHO TÉCNICO CIETEC Desenho O desenho é a arte de representar graficamente formas e idéias, à mão livre (esboço), com o uso de instrumentos apropriados (instrumental) ou através do computador e software específico. Pode ser: · Desenho Livre (artístico) · Desenho Técnico O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes necessidades requeridas pelas diversas áreas técnicas. Utilizando-se de um conjunto constituído de linhas, números, símbolos e indicações escritas normalizadas internacionalmente, o desenho técnico é definido como linguagem gráfica universal da área técnica. Origem do desenho Sabemos que o homem já usava desenhos para se comunicar desde a época das cavernas. O primeiro registro do uso de um desenho com planta e elevação está incluído no álbum de desenhos da livraria do Vaticano desenhado por Giuliano de Sangalo no ano de 1490. Em 1795, Gaspar Monge, publicou uma obra com o título “Geometrie Descriptive” que é a base da linguagem utilizada pelo desenho técnico. No século XIX com a revolução industrial, a Geometria Descritiva, foi universalizada e padronizada, passando a ser chamada de Desenho Técnico. Tipos de desenho técnico O desenho técnico é dividido em dois grandes grupos: · Desenho não-projetivo – na maioria dos casos corresponde a desenhos resultantes dos cálculos algébricos e compreendem aos desenhos de gráficos, diagramas, esquemas, fluxograma, organogramas, etc. · Desenho projetivo – são os Fluxograma de uma casa de máquinas – Sistema de Refrigeração. desenhos resultantes de projeções do objeto em um ou mais planos de projeção e correspondem às vistas ortográficas e as perspectivas. 1 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Exemplos no projeto de: máquinas; edificações; refrigeração; climatização; tubulações; móveis; produtos industriais, etc. Perspectiva Vista cotada (com as dimensões) Grau de Elaboração do Desenho Técnico · Esboço: desenho, em geral à mão livre; uma representação rápida de uma idéia, não responde a uma norma, não tem uma escala definida, porém, deve respeitar as · proporções. · Desenho Preliminar: é passível de modificações. · Desenho Definitivo: corresponde a solução final do projeto, ou seja, é o desenho de execução. · Detalhe (desenho de produção): desenho de componente isolado ou de uma parte de um todo, geralmente utilizado para a sua fabricação. · Desenho de conjunto (montagem): desenho mostrando vários componentes que se associa para formar um todo, geralmente utilizado para a montagem e manutenção. Normalização no desenho técnico Assim como toda linguagem tem normas, com o desenho técnico não é diferente. A execução de desenhos técnicos é inteiramente normalizada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Os procedimentos para execução de desenhos técnicos aparecem em normas gerais que abordam desde a denominação e classificação dos desenhos até as formas de representação gráfica. O desenhista deverá conhecer as normas de desenho técnico e ter acesso para consulta durante seu trabalho, para seguir as recomendações gerais na execução dos desenhos. A tabela a seguir cita as normas mais importantes que regem o desenho técnico. Norma NBR 8403 NBR 10582 NBR 10126 NBR 10647 NBR 13142 NBR 13272 NBR 8196 NBR 13273 NBR 14957 Nome Aplicação de linhas em desenho - Tipos de linha - Largura das linhas Apresentação da folha para desenho técnico Cotagem em desenho técnico Desenho Técnico Desenho Técnico - Dobramento de cópia Desenho Técnico - Elaboração das listas de itens Desenho Técnico - Emprego de Escalas Desenho Técnico - Referência a itens Desenho Técnico - Representação de recartilhado Desenho Técnico - Representação de símbolos aplicados a tolerâncias NBR 14699 geométricas - Proporções e dimensões NBR 14611 NBR6493 2 Desenho Técnico - Representação simplificada em estruturas metálicas Emprego de cores para identificação de tubulações Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC NBR 8402 NBR 10068 NBR 8404 NBR 10067 NBR 8993 NBR 12298 NBR 11534 NBR 13104 NBR 11145 NBR 6492 NBR 12288 NBR 5444 NBR 6409 NBR10285 Execução de caracteres para escrita em desenho técnico Folha de desenho - Leiaute e dimensões Indicação do estado de superfícies em desenhos técnicos Princípios gerais de representação em desenho técnico Representação Convencional de partes roscadas em desenhos técnicos Representação de área de corte por meio d e hachuras em desenho técnico Representação de engrenagem em desenho técnico Representação de entalhado em desenho técnico Representação de molas em desenho técnico Representação de projetos de arquitetura Representação simplificada de furos de centro em desenho técnico Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais Tolerâncias geométricas - Tolerâncias de forma, orientação, posição e batimento - Generalidades, símbolos, definições e indicações em desenho Válvulas Industriais – Terminologia INSTRUMENTAL DE DESENHO TÉCNICO: equipamentos e materiais Embora a mão e a mente controlem o desenho acabado, materiais e equipamentos de qualidade tornam o ato de desenhar agradável, facilitando a longo prazo a obtenção de um trabalho de qualidade. CHING, Francis D. K. LÁPIS OU LAPISEIRAS Lapiseira Mecânica Utiliza uma mina de grafite, que não necessita ser apontada. Ela é utilizada para o traçado de linhas nítidas e finas se girada suficientemente durante o traçado. Para linhas relativamente espessas e fortes, recomenda-se utilizar uma série de linhas, ou uma lapiseira com minas de grafite mais espessas. Estão disponíveis lapiseiras que utilizam minas de 0,3 mm, 0,5mm, 0,7mm e 0,9mm, principalmente. O ideal é que a lapiseira tenha uma pontaleta de aço, com a função de proteger o grafite da quebra quando pressionado ao esquadro no momento da graficação. Lápis O lápis comum de madeira e grafite também pode ser usado para desenho. O lápis dever ser apontado, afiado com uma lixa pequena e, em seguida, ser limpo com algodão, pano ou papel. De maneira geral, costuma se classificar o lápis através de letras, números, ou ambos, de acordo com o grau de dureza do grafite (também chamado de “mina”). A dureza de um grafite para desenho depende dos seguintes fatores: O grau do grafite, que varia de 9H (extremamente duro) a 6B (extremamente macio), ou Nº 1 (macio) a Nº 3 (duro), conforme classificação; 3 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Tipo e acabamento do papel (grau de aspereza): quanto mais áspero um papel, mais duro deve ser o grafite; A superfície de desenho: quanto mais dura a superfície, mais macio parece o grafite; Umidade: condições de alta umidade tendem a aumentar a dureza aparente do grafite. Classificação por números: Nº 1 – macio, geralmente usado para esboçar e para destacar traços que devem sobressair; Nº 2 – médio, é o mais usado para qualquer traçado e para a escrita em geral; Nº 3 – duro, usado em desenho geométrico e técnico. Classificação por letras: A classificação mais comum é H para o lápis duro e B para lápis macio. Esta classificação precedida de números dará a gradação que vai de 6B (muito macio) a 9H (muito duro),sendo HB a gradação intermediária. Outras classificações: 4H – duro e denso: indicado para lay-outs precisos; não indicado para desenhos finais; não use com a mão pesada – produz sulcos no papel de desenho e fica difícil de apagar; não copia bem. 2H – médio duro: grau de dureza mais alto, utilizado para desenhos finais; não apaga facilmente se usado com muita pressão. FH – médio: excelente peso de mina para uso geral; para lay-outs, artes finais e letras. HB – macio: para traçado de linhas densas, fortes e de letras; requer controle para um traçado de linhas finas; facilmente apagável; copia bem; tende a borrar com muito manuseio. * Atualmente é mais prático o uso de lapiseira. Recomenda-se a de 0,5mm e a de 0,9mm, com grafite HB. BORRACHA Sempre se deve utilizar borracha macia, compatível com o trabalho para evitar danificar a superfície do desenho. Evitar o uso de borrachas para tinta, que geralmente são mais abrasivas para a superfície de desenho. ESQUADROS É o conjunto de duas peças de formato triangular-retangular, uma com ângulos de 45º e outra com ângulos de 30º e 60º (obviamente, além do outro ângulo reto – 90º). São denominados Jogo de Esquadros quando são de dimensões compatíveis, ou seja, o cateto maior do esquadro de 30/60 tem a mesma dimensão da hipotenusa do esquadro de 45. Utilizados para o traçado de linhas verticais, horizontais e inclinadas, sendo muito utilizado em combinação com a régua paralela. 4 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC ESQUADRO DE 45º ESQUADRO DE 30º/60º Com a combinação destes esquadros torna-se possível traçar linhas com outros ângulos conhecidos. Os esquadros devem ser de acrílico, espessos, rígidos e, preferencialmente sem marcação de sua gradação. Cuidados: Não usar o esquadro como guia para corte; Não usar o esquadro com marcadores coloridos; Manter os esquadros limpos com uma solução diluída de sabão neutro e água (não utilizar álcool na limpeza, que deixa o esquadro esbranquiçado). 5 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC TRANSFERIDOR Instrumento usado para medir ou marcar ângulos. COMPASSO É o instrumento que serve para traçar circunferências de quaisquer raios ou arcos de circunferência. Deve oferecer um ajuste perfeito, não permitindo folgas. PONTA-SECA GRAFITE Usa-se o compasso da seguinte forma: aberto com o raio desejado, fixa-se a ponta seca no centro da circunferência a traçar e, segurando-se o compasso pela parte superior com os dedos indicador e polegar, imprime-se um movimento de rotação até completar a circunferência. GABARITOS São chapas em plástico ou acrílico, com elementos diversos vazados, que possibilitam a reprodução destes nos desenhos. O gabarito de círculos é útil para o traçado de pequenos círculos de raios pré-disponíveis. Outros gabaritos úteis: equipamentos sanitários/hidráulicos, formas geométricas e mobiliário. 6 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC ESCALÍMETRO Instrumento destinado à marcação de medidas, na escala do desenho. Pode ser encontrado com duas gradações de escalas, mas a mais utilizada e recomendável em arquitetura é o que marca as escalas de 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100 e 1:125. Cuidado: o escalímetro não deve ser utilizado para o traçado de linhas. PRANCHETA Geralmente de madeira, em formato retangular, onde se fixam os papéis para os desenhos. È importante que a prancheta bem como o banco possibilitem ao aluno uma correta postura ergonômica. A iluminação adequada também é importante para um bom trabalho. Para cobrir as pranchetas, pode-se usar o seguinte: 1. Coberturas de vinil, que fornecem uma superfície de desenho suave e uniforme. Furos de alinhamento e cortes ficam naturalmente encobertos. 2. Revestimento em fórmica ou material resistente similar, sem imperfeições de superfície. RÉGUA PARALELA Destinada ao traçado de linhas horizontais paralelas entre si no sentido do comprimento da prancheta, e a servir de base para o apoio dos esquadros para traçar linhas verticais ou com determinadas inclinações. O comprimento da régua paralela deve ser um pouco menor do que o da prancheta. A régua paralela, de certo modo, substituiu a régua “T”, que era utilizada com a mesma função. Através de Computador Uso de softwares aplicativos (Autocad, CAD Design, CAD Map, etc.). Formato do Papel O formato básico de papel designado de A0 (A zero) considera um retângulo de 841 mm (x) por 1189 mm (y) correspondente a 1 m² de área. Deste formato derivam-se os demais formatos na relação y 7 x 2 . Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins Referênci a X (mm) Y (mm) 2 A0 1189 1682 A0 841 1189 A1 594 841 A2 420 594 A3 297 420 A4 210 297 A5 148 210 Dimensões (mm) DESENHO TÉCNICO CIETEC 8 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Margem Margens são limitadas pelo contorno externo da folha e quadro. O quadro limita o espaço para o desenho. As margens esquerda e direita, bem como as larguras das linhas, devem ter as dimensões constantes. A margem esquerda serve para ser perfurada e utilizada no arquivamento. Dobramentos de Folhas As cópias dos projetos podem ser arquivadas dobradas, ocupando menor espaço e sendo mais fácil seu manejo. O formato final deve ser o A4, para arquivamento. A NBR-13142 mostra uma seqüência de dobramento, para os tamanhos padrões de papel. 9 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC 10 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Fixação da Folha Recomenda-se que seja fixada corretamente a folha na prancheta, podendo seguir:Coloque a folha embaixo da régua paralela; Nivelar a borda inferior da folha pela régua paralela; Comece a fixar a folha com um pequeno pedaço de fita adesiva, de dentro para fora da folha; Coloque cada fita adesiva em diagonal. É importante observar que o alinhamento da folha é em relação a régua paralela, e não pela prancheta. Caligrafia Técnica O desenho técnico não se faz somente pelo uso de linhas e desenhos de precisão absoluta. Também se utiliza da linguagem escrita representada em letras e algarismos. A caligrafia técnica ou letra bastão, estabelecida após estudos de legibilidade e de execução, é a simplificação máxima do “desenho” de letras e números. Tal simplificação busca evitar os riscos de dupla interpretação das informações que elas trazem. A caligrafia técnica são caracteres usados para escrever em desenho. A caligrafia deve ser legível e facilmente desenhável. Muito embora a tecnologia computacional seja hoje o meio mais eficaz e aplicado ao desenho técnico, é indispensável tal conhecimento, inclusive porque é um item normalizado pela ABNT NBR 8402. A caligrafia técnica normalizada são letras e algarismos inclinados para a direita, formando um ângulo de 75º com a linha horizontal. 11 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins Dimensões (mm) Altura das letras maiúsculas (10/10) h 2,5 3,5 5 7 10 14 20 Altura das letras minúsculas (7/10) - 2,5 3,5 5 7 10 14 Distância entre as linhas de base(14/10) 5 7 10 14 20 28 ESCALAS RECOMENDADAS DESENHO TÉCNICO CIETEC Exemplo de letras maiúsculas Exemplo de letras minúsculas Exemplo de algarismos Proporções Devemos tomar como referência os seguintes tamanhos de letras, mostrados na tabela abaixo: 12 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC As informações escritas serão dispostas segundo a hierarquia apresentada a seguir: Títulos e números: somente maiúsculas de 7 mm de altura; Subtítulos e números: maiúsculas de 5 mm de altura; Listas de materiais, peças: dimensões e notas em geral, maiúsculas de 3,5 mm de altura. Formato Padrão A4 com Margem e Legenda - NBR 10582 Todo desenho técnico deve ser feito ou impresso em uma folha de papel padrão com margens e legenda. Existem vários tamanhos de folhas. Usaremo s um tamanho padrão A4, com margem e legenda de acordo com as figuras seguintes. Exercício: a) Escreva em caligrafia técnica, sobre as linhas auxiliares, os caracteres abaixo. A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U VW X Y Z A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z abcdefghijklmnopqrstuvwxyz abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 0123456789 13 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins ESCALAS RECOMENDADAS Escala de ampliação 2:1 20:1 5:1 50:1 10: 1 Escala natural 1:1 Escala de redução 1:2 1:5 1:10 1:20 1:50 1:100 1:200 1:500 1:1 000 1:2 000 1:5 000 1:10 000 ESCALA DIMENSÃO DA PEÇA DESENHO TÉCNICO CIETEC ESCALAS – NBR 8196 O desenho técnico projetivo terá sempre uma relação entre distância gráfica (D) e distância natural (N) (o que está sendo representado: peça, equipamento, instalações, etc.). Esta relação que vamos chamar de escala do desenho é normalizada norma NBR 8196. Quando fazemos um desenho diretamente no papel temos que fazê-lo em uma escala definida, porém quando fazemos no computador a definição da escala será feita no preparo para a impressão. Imagine um terreno que mede 12 x 30 metros (distância natural - N), que foi desenhado em uma folha de papel A4. Optou-se em desenhar um retângulo de 12 x 30 centímetros (distância gráfica - D), para fazer a representação. Neste caso cada metro no terreno vale no papel na realidade 1 cm e todos os detalhes do desenho seguem está relação de 1para 10 0 ou 1:100. Foi então usada uma escala de redução. Em outros casos poderia ser o contrário , ampliação ou escala natural. São os tipos de escalas possíveis, mostrados abaixo. Distância gráfica : D N natural Distância – Escala natural D = N – Escala de ampliação D > 1 – Escala de redução 1 < N Fator de Escala É a razão entre distância gráfica e distância natur a: D / N As escalas recomendadas pela norma são apresentadas na tabela abaixo: Observações: No esboço cotado, as medidas do objeto não são reproduzidas com exatidão, portanto fora de escala, apenas respeitando as proporções do objeto. As dimensões angulares do objeto permanecem inalteradas. Nas representações em escala, as 14 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC formas dos objetos reais são mantidas. Todo desenho no papel deve indicar a escala utilizada na legenda. Caso existam numa mesma folha desenhos em escalas diferentes, então, devemos na legenda no campo escala escrever a palavra indicada, e na base direita de cada desenho indicar a escala. Veja um exemplo de cada tipo de escala: Escala natural Escala natural é aquela em que o tamanho do desenho técnico é igual ao tamanho real da peça. Punção com dimensões em milímetros - ESC.: 1:1 Escala de redução É aquela em que a representação gráfica é menor que o tamanho real. Escala de ampliação Escala de ampliação é aquela em que o tamanho do desenho técnico é maior que o tamanho real da peça. Veja o desenho técnico de uma agulha de injeção em Planta baixa de um banheiro em centímetros - ESC.:1:50 escala de ampliação 2:1. Escalas Gráficas É a representação através de um gráfico proporcional à escala utilizada. Éutilizada quando for necessário reduzir ou ampliar o desenho por processo fotográfico. Assim, se o desenho for reduzido ou ampliado, a escala o acompanhará em proporção. Para obter a dimensão real do desenho basta copiar a escala gráfica numa tira de papel e aplicá-la sobre a figura. Ex.: A escala gráfica correspondente a 1:50 é representada por segmentos iguais de 2cm, pois 1 metro/50= 0,02 = 2cm. metros -1 0 1 2 3 IMPORTANTE!!!!!!!!Cada folha de desenho ou prancha deve ter indicada em seu título as escalas utilizadas nos desenhos ficando em destaque a escala principal. Além disto, cada desenho terá sua respectiva escala indicada junto dele. 15 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins ESCALA DIMENSÃO DA PEÇA 1:1 42 18 1:2 5:1 6 2:1 DESENHO TÉCNICO CIETEC Exercícios: a) Meça as dimensões do desenho técnico abaixo em milímetros e indique a escala em que ele está representado. Escala: .....:.... Escala: .....:....b) Complete as lacunas com os valores correspondentes: Escala: .....:.... Escala: .....:.... 16 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins 16 2:1 10 100 12 60 Diâmetro DESENHO TÉCNICO CIETEC Elementos fundamentais da geometria Os elementos fundamentais da geometria são: ponto; linha; plano e sólido. Ponto O ponto é a figura geométrica mais simples. Não tem dimensão, isto é, não tem comprimento, nem largura, nem altura. Pode ser representado por um simples ponto ou linhas cruzadas, para identifica-lo, usamos letras maiúsculas do alfabeto latino, como mostram os exemplos: . E D C A B Lê-se: ponto A; ponto B, etc. Linha Linha é o deslocamento contínuo de um ponto ou de uma sucessão de pontos. P Linhas convencionais que vamos usar: Representação Espessura Denominação Aplicação (mm) 0,5 Arestas e contornos visíveis de vistas Grossa Cheia e de cortes. Média Arestas, contorno invisíveis e projeção 0,25 0,12 Tracejada Fina Traço- ponto de coberturas em planta baixa. Traço de 3mm e espaço de 1,5mm. Linhas de simetria e de centro. Comprimento de 10 mm e espaço de 3 mm com um ponto no meio. 17 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Aplicações das linhas convencionais nas figuras. Reta A reta tem uma única dimensão: o comprimento. É infinita: vai de - ∞ à + ∞. As retas são identificadas por letras minúsculas do alfabeto latino. Veja a representação da uma reta r: Semi-reta - ∞ r + ∞ Tomando um ponto qualquer de uma reta, dividimos a reta em duas partes, chamadas semi-retas. A semi-reta sempre tem um ponto de origem, mas não tem fim. Veja na figura abaixo que o ponto A dá origem a duas semi-retas. - ∞ - ∞ t A A s r + ∞ + ∞ Segmento de reta Tomando dois pontos distintos sobre uma reta, obtemos um pedaço limitado de reta. A esse pedaço de reta, limitado por dois pontos, chamamos segmento de reta. Os pontos que limitam o segmento de reta são chamados de extremidades. No exemplo a seguir temos uma reta r e um segmento de reta CD, que é representado da seguinte maneira: CD. r C Os segmentos de reta quanto à posição no espaço são classificados: D a - inclinadas b - horizontais c - verticais 18 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Os segmentos de reta quanto à posição relativa são classificados: a) Paralelas b) Perpendiculares c) Oblícuas ou concorrentes Ponto médio de um segmento É o ponto que está exatamente no meio do segmento. C M D O ponto M é o ponto médio do segmento CD. traçada ao meio desse segmento. Mediatriz de um segmento Chama-se mediatriz de um segmento de reta a perpendicular Ponto de interseção É o ponto que pertence a mais de um elemento geométrico ao mesmo tempo (ponto I). Ponto de extensão É o ponto de prolongamento de um segmento até a interseção com outro segmento (ponto P). Plano Podemos ter uma idéia do que é o plano observando uma parede ou o tampo de uma mesa. O plano é uma superfície plana, portanto sem espessura, mas, com largura e comprimento, ou seja, é bidimensional. O plano é formado por um conjunto infinito de retas dispostas sucessivamente numa mesma direção ou como o resultado do deslocamento de uma reta numa mesma direção. O plano é ilimitado, isto é, não tem começo nem fim. Apesar disso, no desenho, costuma-se representá-lo delimitado por linhas fechadas e identificado por letras gregas minúscula: Uma reta (r qualquer) divide o plano em dois semiplanos. Ângulo É a região do plano compreendida entre duas semi-retas, indicado por uma letra grega minúscula da seguinte forma: ângulo α. Um ângulo pode ser medido em graus, grado ou radianos. 19 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Em desenho usamos o grau que é 1/360 da volta de uma circunferência. O instrumento usado é o transferidor. O sentido positivo que medimos é o anti-horário, ou seja, 45o corresponde a − 315o. Um grau tem sessenta minutos (1o = 60’ ) e um minuto tem 60 segundos ( 1’ = 60” ). É comum em desenho técnico representar as frações de ângulos na forma decimal. Por exemplo 17o e 30’ corresponde a 17,5o. Quanto a sua abertura os ângulos podem ser: · Reto – seus lados são perpendiculares entre si, medindo 90o. Ângulo reto é formado quando duas retas se cruzam e os 4 ângulos formados são iguais entre si e iguais a 90 º . · Agudo – é o ângulo cuja medida é inferior a um ângulo reto. · Obtuso – é o ângulo cuja medida é maior que um ângulo reto. · Raso – seus lados são semi-retas opostas, medindo 180o. · Côncavo – seu valor é maior que 180o. · Pleno – seu valor indica uma volta completa 360o. Bissetriz de um ângulo É a linha que divide este ângulo em dois outros ângulos iguais. Ângulos adjacentes Os ângulos são adjacentes quando dois ângulos têm o mesmo vértice, são separados por um lado comum. É o caso da figura acima. β Ângulos opostos pelo vértice Os ângulos são opostos pelo vértice quando seus lados formam α α1 dois pares de semi-retas opostas e são concorrentes. β 1 Na figura ao lado vemos que β = β1 e α = α2. Ângulos alternados Os ângulos alternados são formados por duas retas paralelas cortadas por oblíqua, formando oito ângulos, sendo quatro agudos iguais entre si e quatro obtusos, também iguais entre si. Observando detalhadamente a figura ao lado percebemos que: Os ângulos 1,2,3 e 4 são iguais (congruentes); Os ângulos 5,6,7 e 8 são iguais (congruentes). 20 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Divisão de uma reta Aqui utiliza-se uma escala conhecida (por exemplo, a régua ou escalímetro) para dividir uma reta em várias partes iguais. - Trace uma segunda reta (BC), com qualquer comprimento, mas com um vértice em comum com a reta a ser dividida (AB). - Divida a reta BC com sua régua. No exemplo, vamos dividir em 5 partes, faremos uma reta de 5 cm, marcando cada centímetro. - Ligue os extremos A e C. - Com os esquadros, faça retas paralelas à AC, transferindo os pontos da reta BC para a reta AB. Exercícios de construções geométricas Na primeira figura da esquerda, complete passo a passo, a construção geométrica. Observe que a seqüência da construção pode ser melhor compreendida seguindoa seqüência das letras e dos números. a) Trace a mediatriz do segmento AB. b) Trace um segmento perpendicular ao segmento AB na sua extremidade. 21 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC c) Trace um segmento paralelo ao segmento AB e que passe pelo ponto O. d) Transporte o ângulo α. e) Divida o segmento AB em três partes iguais. f) Construir polígonos regulares de 3; 4 e 6 lados. 22 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC g) Determine o centro (cg) de um triângulo qualquer por meio das medianas. h) Trace uma circunferência tangente ao mesmo tempo aos três lados de um triângulo qualquer. Use as bissetrizes para determinar o centro da circunferência. i) Determine o centro do arco AB, usando o próprio arco. 23 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC j) A partir de um losango inscreva uma elipse, traçando quatro arcos com o compasso. Polígonos Polígono é a figura geométrica plana constituída por linhas consecutivas formando uma poligonal fechada. Um polígono é formado por pelo menos três vértices. Ângulos internos são formados por dois lados consecutivos (na figura ângulo β). Ângulos externos são ângulos formados por um lado e pelo prolongamento de outro lado adjacente. (na figura ângulo α). Os lados do polígono não se cruzam e quando possuem um vértice em comum não são colineares (não tem o mesmo alinhamento). A soma dos comprimentos dos lados é chamado de perímetro. Classificação dos polígonos quanto ao número de lados Os mais importantes são: Para os outros números (n) de lados é conveniente chamar polígono de n lados, por exemplo, com 17 lados chamamos de polígono de 17 lados. Polígonos regulares Polígonos regulares são os que possuem todos os lados e ângulos congruentes (iguais). Em função no número de lados, os polígonos recebem nomes especiais: Simetria de uma figura Em um segmento de reta AB o seu ponto médio M é um ponto de simetria. 24 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Dizemos que dois pontos C e D são simétricos em relação ao eixo A e B se este eixo é mediatriz do segmento CD. Composição de figuras Podemos construir uma figura a partir da composição de outras figuras. Veja os casos: Triângulos Triângulo é um polígono de três lados e três ângulos, são classificados de acordo com seus ângulos e lados. A soma dos ângulos internos será sempre 180º (α+β+δ = 180o). Um triângulo possui três alturas, sempre medidas perpendicularmente a um dos lados, (tomado como base). Todas as alturas têm um mesmo ponto de cruzamento, chamado de ortocentro, que dependendo do triângulo, pode ocorrer fora do mesmo. Dois triângulos são semelhantes quando tiverem os ângulos iguais, e forem de tamanhos diferentes. Obs: Este conceito de semelhança serve para qualquer forma de figura geométrica, e será útil para o entendimento do uso da escalas em desenho técnico. 25 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Classificação dos triângulos quanto aos ângulos · Acutângulo: possui os três ângulos agudos · Obtusângulo: possui um ângulo obtuso · Retângulo: possui um ângulo reto Classificação dos triângulos quanto às dimensões dos lados · Eqüilátero: tem os três lados iguais · Isóscele: possui apenas dois lados iguais · Escaleno: tem os três lados diferentes Mediana de um triângulo Mediana de um triângulo é o segmento que une o vértice ao meio do lado oposto. Todo triângulo tem três medianas. O ponto de encontro das medianas chama-se BARICENTRO (é o centro da área do triângulo). Bissetriz Bissetrizes de um triângulo são as bissetrizes dos ângulos internos do triângulo. O ponto sempre interno de encontro das bissetrizes de um triângulo chama-se INCENTRO. O incentro é o ponto usado para inscrever uma circunferência, como mostramos na figura a seguir. Quadriláteros São polígonos de quatro lados. · A soma dos ângulos internos de todo quadrilátero é sempre igual a 360o. · Todo quadrilátero tem apenas duas diagonais. · Todo quadrilátero tem quatro lados, quatro vértices e quatro ângulos. 26 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Classificação dos quadriláteros Quanto à forma geométrica, os quadriláteros convexos são classificados em: Paralelogramos São polígonos formados por lados paralelos, dois a dois. Podem ser: · Quadrados: possui os lados e ângulos congruentes (iguais). · Retângulo: possui lados iguais dois a dois e sus ângulos são retos. · Losango: possui os lados iguais e os ângulos opostos iguais dois a dois. · Paralelogramo: possui seus lados opostos iguais e paralelos dois a dois. Trapézios São os quadriláteros caracterizados por possuírem os lados opostos paralelos. Estes lados são as bases. À distância entre as bases denomina-se altura. Podem ser: · Trapézio retângulo: tem 2 ângulos de 90o. · Trapézio isósceles: os lados não paralelos são iguais. · Trapézio escaleno: os lados não paralelos não são iguais. · Trapezóide: não possui lados paralelos. Circunferência Circunferência é uma linha curva, plana, fechada e que tem todos os pontos que a constitui, eqüidistantes de um ponto interior chamado centro. Elementos de uma circunferência: ·Centro: ponto central, eqüidistante da circunferência, representado por O na figura. · Raio: linha reta que vai do centro a qualquer ponto da curva, representado por OC na figura. Em desenho técnico é usada a letra r, para especificar o seu valor numérico. · Corda: é a linha reta que une os extremos de um arco. É representado por DE na figura. · Diâmetro: é a linha reta que passa pelo centro da circunferência e toca a mesma em dois pontos. O diâmetro é a maior corda da circunferência e é representado por AB na figura. Em desenho técnico é usada a letra grega 27 , para especificar o seu valor numérico. Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC · Arco: é a porção qualquer da circunferência. O arco é medido pelo ângulo central que o admite. Ver MN na figura. · Flecha: é o segmento de reta que ume o meio do arco ao meio da corda. Ver FG na figura. · Tangente:é uma linha reta que toca apenas um ponto da circunferência. Ver t na figura. · Secante: é a linha reta que corta a circunferência em dois pontos. Ver s na figura. · Semicircunferência: é a metade da circunferência. Ver AB na figura. · Comprimento de uma circunferência C é a dimensão da curva completa (360o), transformada em um segmento (retificada). O comprimento de uma circunferência e: C = π *φ ou C = 2 *π * r Posições relativas de duas circunferências Polígono regular inscrito ou circunscrito em uma circunferência Um polígono quando inscrito todos os seus vértices pertencem a uma circunferência. Ver na figura os pontos A; B; C; D; E e F. Um polígono quando circunscrito todos os seus lados tem um ponto de tangência a uma circunferência e no caso dos regulares este ponto é o ponto médio de cada lado. Ver na figura os pontos M. 28 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Elipse É uma curva plana gerada por um ponto que se move de modo que a soma de suas distâncias a dois pontos fixos (F1 e F2), chamados “focos” é constante e igual ao comprimento do eixo maior AB que é maior que o eixo CD. Ou seja: Um ponto P da elipse é tal que: PF1 + PF2 = AB > F1F2 Se as distâncias de F1P e F2P, forem unidas por um barbante e fixados os pontos F1 e F2, podemos deslocar o ponto P, mantendo sempre o barbante esticado, teremos o traçado de uma elipse (elipse do jardineiro). Veja a figura ao lado. Sólidos geométricos Você já sabe que todos os pontos de uma figura plana localizam-se no mesmo plano. Quando uma figura geométrica tem pontos situados em diferentes planos, temos um sólido geométrico. Analisando a ilustração abaixo, você entenderá bem a diferença entre uma figura plana e um sólido geométrico. Os sólidos geométricos têm três dimensões: comprimento, largura e altura. Embora existam infinitos sólidos geométricos, apenas alguns, que apresentam determinadas propriedades, são estudados pela geometria. Os sólidos que você estudará neste curso têm relação com as figuras geométricas planas mostradas anteriormente. Os sólidos geométricos são separados do resto do espaço por superfícies que os limitam. E essas superfícies podem ser planas ou curvas. Dentre os sólidos geométricos limitados por superfícies planas, estudaremos os prismas, o cubo e as pirâmides. Dentre os sólidos geométricos limitados por superfícies curvas, a esfera, que faz partes dos também chamados sólidos de revolução. É muito importante que você conheça bem os principais sólidos geométricos porque, por mais complicada que seja, a forma de uma peça sempre vai ser analisada como o resultado da combinação de sólidos geométricos ou de suas partes. Prismas O prisma é um sólido geométrico limitado por polígonos. Você pode imaginá-lo como uma pilha de polígonos iguais muito próximos uns dos outros, como mostra a ilustração: O prisma pode também ser imaginado como o resultado do deslocamento de um polígono. Ele é constituído de vários elementos. Para quem lida 29 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC com desenho técnico é muito importante conhecê-los bem. Veja quais são eles nesta ilustração: Note que a base desse prisma tem a forma de um retângulo. Por isso ele recebe o nome de prisma retangular. Dependendo do polígono que forma sua base, o prisma recebe uma denominação específica. Por exemplo: o prisma que tem como base o triângulo, é chamado prisma triangular. Quando todas as faces do sólido geométrico são formadas por figuras geométricas iguais, temos um sólido geométrico regular. O prisma que apresenta as seis faces formadas por quadrados iguais recebe o nome de cubo. Exercício: Na figura, trace as setas indicativas dos elementos sólidos. Pirâmides A pirâmide é outro sólido geométrico limitado por polígonos. Você pode imaginá-la como um conjunto de polígonos semelhantes, dispostos uns sobre os outros, que diminuem de tamanho indefinidamente. Outra maneira de imaginar a formação de uma pirâmide consiste em ligar todos os pontos de um polígono qualquer a um ponto P do espaço. 30 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC É importante que você conheça também os elementos da pirâmide: O nome da pirâmide depende do polígono que forma sua base. Na figura ao lado, temos uma pirâmide quadrangular, pois sua base é um quadrado. O número de faces da pirâmide é sempre igual ao número de lados do polígono que forma sua base mais um. Cada lado do polígono da base é também uma aresta da pirâmide. O número de arestas é sempre igual ao número de lados do polígono da base vezes dois. O número de vértices é igual ao número de lados do polígono da base mais um. Os vértices são formados pelo encontro de três ou mais arestas. O vértice principal é o ponto de encontro das arestas laterais. Esfera A esfera também é um sólido geométrico limitado por uma superfície curva chamada superfície esférica. Podemos imaginar a formação da esfera a partir da rotação de um semicírculo em torno de um eixo, que passa pelo seu diâmetro. Veja os elementos da esfera na figura abaixo. O raio da esfera é o segmento de reta que une o centro da esfera a qualquer um de seus pontos. Diâmetro da esfera é o segmento de reta que passa pelo centro da esfera unindo dois de seus pontos. Perspectiva Desenho em perspectiva é um tipo de desenho projetivo que mostram em um plano objeto que ocupam lugar no espaço, ou seja, possuem três dimensões (largura, altura e profundidade). Sabemos que um plano possui duas dimensões largura e altura. Para que possamos representar a terceira dimensão, passamos para o plano de maneira aproximada a percepção visual, ou seja, desenhamos os objetos como visualizamos de uma posição que permita enxergar as três dimensões. Baseando-se no fenômeno ótico a perspectiva de um objeto é a interseção dos raios visuais com a superfície, denominado quadro, onde se pretende desenhar a imagem. Assim os princípios da visão aplicam-se exatamente à operação geométrica de projeção, cujo centro é o olho do observador; os raios projetantes correspondem aos raios visuais e a projeção no quadro entre observador e objeto é a perspectiva do objeto. O esboço em perspectiva deve fazer parte também da habilidade do técnico, pois será útil quando estiver criando soluções para instalações ou mentalizando as primeiras idéias de um projeto. Além disto será muito mais fácil explicar para alguém, cliente por exemplo, uma idéia proposta quando este alguém não dominar a linguagem de projeção ortogonal (vistas). 31 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Perspectiva realística ou cônica A perspectiva realística é a que representa o objeto de maneira mais real. Uma perspectiva desta bem feita se assemelha a uma foto. Este tipo de perspectiva é mais usado pelos arquitetos e decoradores, existindo uma metodologia para construção, pontos de fuga, etc. Por observação ela pode ser construída de maneira fácil. A perspectivalinear é um artifício que permite ao desenhista criar uma ilusão de profundidade numa superfície plana, ou seja, criar a ilusão tridimensional numa superfície bidimensional, como o papel. Notamos que neste tipo de desenho as formas das figuras não tem valores absolutos. É importante saber diferenciar os vários elementos que determinam a configuração do objeto representado e as ilusões de óptica criadas por sua representação, na percepção do observador. Faremos apenas um estudo superficial dessa forma de representação, visando diferenciá-la das demais. Por isso não nos preocuparemos com medidas precisas (para marcá-las corretamente, precisaríamos de estudo mais detalhado). 32 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Veja a figura: Linha do horizonte (LH): linha imaginaria onde o céu parece encontrar-se com a terra. Consideramos a linha do horizonte sempre no nível dos olhos do observador. Ponto de fuga (PF): ponto para o qual convergem as arestas laterais de profundidade, e que pertence à linha do horizonte. Perspectiva cônica com um ponto de fuga Observe a figura: As arestas laterais desse objeto convergem para um só ponto de fuga. Só há paralelismo entre as linhas horizontais e verticais (que formam a face frontal). Um objeto pode assumir algumas posições em relação ao ponto de fuga e à linha do horizonte. Acima da linha do horizonte 33 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC No nível da linha do horizonte Abaixo da linha do horizonte Perspectiva cônica com dois pontos de fuga Observe a figura abaixo: As arestas laterais desse objeto convergem para dois pontos de fuga. Em vez de uma face frontal, temos uma aresta frontal, com a qual a as demais linhas verticais são paralelas. A figura a seguir mostra as posições que um objeto representado nessa perspectiva pode ocupar em relação à linha do horizonte. 34 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Perspectivas cilíndrica ou paralela Na perspectiva cilíndrica ou paralela o observador está relegado ao infinito e os raios visuais, conseqüentemente, são paralelos. Na prática sabemos que o observador sempre estará a uma distância finita do objeto e os raios visuais serão sempre cônicos. Na área da mecânica como os desenhos são de objetos pequenos a conexidade dos raios é menor. O que fica perfeitamente aceitável o uso da perspectiva paralela. Estudaremos os tipos de perspectivas cilíndricas ou paralelas: cavaleiras e isométricas, pois são estas as perspectivas que o técnico usará no dia a dias. Perspectiva Cavaleira Os objetos são representados como seriam vistos por um observador situado a uma distância infinita e de tal forma que os raios visuais sejam paralelos entre si e oblíquas em relação ao quadro. A face frontal do objeto fica paralela ao quadro o que garante a projeção em tamanho real e sem deformação da face. Já as profundidades do objeto sofrem certa deformação de acordo com a inclinação utilizada na projeção. Este tipo de perspectiva é recomendado para objetos cuja forma geométrica em uma das faces seja mais complexa. 35 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Existe a possibilidade de diferentes posições de observação do objeto: visto de cima ou de baixo, da esquerda ou da direita de acordo com os exemplos. Exercícios propostos: Para os diferentes tipos de perfis metálicos apresentados baixo, partindo da seção transversal, faça o desenho em perspectiva cavaleira com ângulo de 45o visto da direita e de cima, conforme exemplo. Considere que as peças possuem um comprimento igual a duas vezes a maior largura. 36 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Perspectiva isométrica As arestas OX, OY, OZ são chamadas Eixos Isométrico fazendo entre si ângulos iguais de 120o . Qualquer linha paralela aos três eixos isométricos é denominada linha isométrica. As projeções das três dimensões fundamentais do cubo, sofrem a mesma redução e terão a mesma medida (81,6% do valor real) , porque se trata de projeções ortogonais de segmentos iguais e igualmente inclinados em relação ao plano de projeção. Como os coeficientes de redução são iguais para os três eixos isométricos, pode-se tomar como medidas das arestas do cubo sobre estes eixos, a verdadeira grandeza das mesmas e o efeito serão idênticos, ficando, apenas, com suas dimensões ampliadas de 1 para 1,23. A representação assim obtida é denominada Perspectiva lsométrica Simplificada ou Desenho Isométrico. A aplicação correspondente pode ser perfeitamente tolerada, em face das vantagens de se trabalhar diretamente com as dimensões do objeto. 37 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Determinação dos eixos ixométricos Traçam-se os três eixos isométricos, de modo que formem entre si ângulos de 120o ; isto se consegue fazendo com que um dos eixos seja vertical e os outros dois oblíquos de 30o em relação a horizontal. Linhas não isométricas As linhas não paralelas aos eixos isométricos são chamadas linhas não isométricas. Estas linhas não se apresentam em perspectivas nas suas verdadeiras grandezas e devem ser as últimas a serem traçadas, ou seja quando já está definido os pontos das extremidade. Veja no exemplo, os pontos 1,2,3 e 4. Perspectiva lsométrica do Círculo A Perspectiva lsométrica do círculo é uma elipse inscrita em um losango. A elipse tangencia cada ponto médio dos lados do losango. Para as suas três posições fundamentais temos três elipses iguais. Em qualquer das três posições, o eixo maior da elipse é exatamente o valor do diâmetro real do círculo (VG). Então para esboçar a elipse basta tangencial em cada ponto médio do losango uma curva. Pode-se traçar a elipse usando o compasso. Para executar o desenho isométrico das circunferências siga os passos: 1. Construa um losango ABCD cuja distância entre lados seja igual ao diâmetro da circunferência. 2. Partindo de cada ângulo obtuso (> 90o ) até o ponto médio de cada lado oposto trace linhas auxiliares AF, AH, CG e CE cujos cruzamentos fornecem os pontos I e J. 3. Trace os quatro arcos cujo os centros são os pontos A, C, I e J. Procedimento análogo para as três faces da perspectiva, veja a figura seguinte.Recomendações: 1. Usualmente, a posição, no papel, do eixo OZ é sempre vertical escala das alturas. Para o traçado das direções dos eixos OX e Oy, que fazem ângulos de 30o com a direção horizontal, quando não se trata de esboço, é comum o uso de esquadro de 30 o. 38 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Existem folhas impressas em tom claro com a malha nas direções dos três eixos, cruzando- se em pontos distantes 8,2 mm (unidade real 10 mm), para esboços a mão livre em Perspectivas lsométricas. 4. Para localizar os centros usar diagonais ou arbitrar pela posição das linhas de centro. 5. Use diagonal para ampliar ou reduzir formas retangulares. 6. Peças com formatos circulares devem ser construídas a partir de enquadramentos. 39 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Processo prático para construção da perspectiva isométrica –esboço ou desenho Observe as etapas de 1 à 8. Estas são as etapas recomendadas para a construção da perspectiva isométrica. Exercício: Repita as etapas de 1 a 8 para desenhar a mesma peça. Siga as proporções dos eixos apresentados. Cotagem Cotas são medidas de um objeto, imprescindível para o projetista indicar a verdadeira grandeza. Em muitas ocasiões, a pessoa que está lendo o desenho não dispõe de uma régua para medir, e mesmo se tivesse uma cota já adianta o trabalho, fornecendo imediatamente a informação. Durante o desenho técnico de qualquer objeto um dos passos importantes é a sua cotagem, pois é ela quem especifica as dimensões e tolerâncias da mesma. Ela é realizada utilizando quatro elementos básicos, a linha auxiliar, a linha de cota, a cota e o limite da linha de cota. 40 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins Diâmetro R Raio Quadrado Ø ESF Diâmetro esférico R ESF Raio esférico DESENHO TÉCNICO CIETEC O que uma cota pode indicar: Comprimentos, larguras, alturas, profundidades; Raios e diâmetros; Ângulos; Coordenadas; Forma (circular, quadrada, esférica), caso a vista não mostre claramente; Quantidade (por exemplo, número de furos); Código/ Referência do produto; Ordem de montagem; Detalhes construtivos, observações. Desenho da cota: A cota deve ser realizada da seguinte forma: Acima e paralelamente às suas linhas de cota, preferivelmente no centro; Quando a linha de cota é vertical, colocar a cota preferencialmente no lado esquerdo; Quando estiver cotando uma meia-vista, colocar a cota no centro da peça (acima ou abaixo da linha de simetria); Para melhorar a interpretação da medida, usam-se símbolos: 41 os seguintes Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Os símbolos de diâmetro e quadrado podem ser omitidos quando a forma for claramente indicada. Regras da Cotagem As linhas dos elementos de cotagem devem ser estreitas e contínuas; A linha auxiliar deve ser prolongada ligeiramente além da respectiva linha de cota e um pequeno espaço deve ser deixado entre ela e o ponto cotado; As linhas auxiliares devem ser perpendiculares ao elemento dimensionado, porém, se for necessário, ela pode se desenhada obliquamente (60°); Deve-se evitar, sempre que possível, cruzar as linhas do elemento de cotagem com outras linhas; A linha de cota não deve ser interrompida, mesmo que o elemento seja; As linhas de centro e de contorno, não devem ser usadas como linhas de cota, porém, podem ser usadas como linha auxiliar. Caso se utilize a linha de centro como linha auxiliar ela só deve ser representada como linha contínua após sair do contorno do objeto; 42 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Os limites da linha de cota devem ser feitos de uma das três formas mostradas abaixo; Tanto a linha de cota quanto os seus limites devem ser apresentados preferencialmente na parte interna, porém quando o espaço interno for pequeno pode-se fazer a representação na parte externa a cota; As cotas (números) podem ser apresentadas acima da linha de cota ou a interrompendo, caso seja utilizada este último, as cotas serão apresentadas sempre na horizontal; As cotas de ângulo devem ser feitas de um dos modos relacionados abaixo; Os dois desenhos da direita serão usados com cotas de dimensões lineares que interceptam a linha de cota e o desenho da esquerda será usado quando a cota de elementos lineares onde a cota é apresentada em cima do desenho. 43 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC 44 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Tipos principais de cota Existem dois tipos principais de cota: a cotagem em cadeia e a cotagem em paralelo. Além dessas duas, outro tipo que pode ser utilizado é a cotagem por ponto de referência. É possível a combinação dessas cotagens no mesmo desenho. Outra classificação que pode ser feita para as cotas considera as mesmas como funcionais (F), não-funcionais (NF) e auxiliares (A) Simplificações É permitido e, às vezes, desejável se fazer algumas simplificações na cotagem de desenho técnico. 45 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC PROJEÇÃO ORTOGONAL A projeção ortogonal de um objeto em um único plano não é suficiente para a determinação da forma e da posição deste objeto no espaço. Gaspard Monge solucionou este problema com a criação de um sistema duplo de projeção que leva seu nome :Projeções Mongeanas ou Sistema Mongeano de Projeção. Através da aplicação dos conceitos básicos de Projeções Mongeanas , qualquer objeto, seja qual for sua forma, posição ou dimensão, pode ser representadono plano bidimensional, por suas projeções cilíndricas ortogonais . O Sistema Mongeano de projeção utiliza uma dupla projeção cilíndrico-ortogonal, onde 2 planos , um horizontal e um vertical, se interceptam no espaço, sendo portanto, em função de suas posições, perpendiculares entre si. A intersecção desses planos determina uma linha chamada Linha de Terra (LT). Esses planos determinam no espaço 4 diedros numerados no sentido anti-horário. Após Monge ter sistematizado a Geometria Descritiva, foi acrescentado por Gino Loria um terceiro plano de projeção para melhor localização de objetos no espaço. Este terceiro plano de projeção, denominado plano Lateral, forma com o diedro conhecido um triedro tri-retângulo, sendo portanto, perpendicular aos planos Horizontal e Vertical de projeção. O plano lateral fornecerá uma terceira projeção do objeto. 46 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Até agora representamos os objetos no espaço. Para representarmos esses objetos no plano bidimensional do papel ou da tela, é necessário que o plano horizontal e vertical coincidam em uma única superfície plana. Monge, utiliza um artifício, rotaciona o plano horizontal em 90°, fazendo com que o plano horizontal coincida com o vertical .Esse procedimento chama-se rebatimento. Após o rebatimento obtemos a representação da figura no plano por suas projeções. Esta representação é denominada épura. Podemos notar que na épura, as duas projeções de um ponto pertencem à uma mesma reta perpendicular à L.T. esta reta é denominada linha de chamada. A distância de um ponto ao Plano Horizontal (PH), é denominada COTA do ponto; que em projeção é representada em épura pela distância de sua projeção vertical até a linha de terra. A distância de um ponto ao Plano Vertical (PV), é denominada AFASTAMENTO do ponto; que em projeção é representada em épura pela distância de sua projeção horizontal até a linha de terra. Para obtermos a terceira projeção em Épura, o plano lateral pode ser rebatido tanto sobre o plano Horizontal quanto sobre o plano vertical. Neste estudo adotaremos o rebatimento sobre o plano Vertical e a representação ficará assim: Um objeto pode estar localizado em qualquer dos quatro diedros que terá suas projeções horizontal e vertical. A Geometria Descritiva estuda essas projeções nos quatro diedros. Os elementos de projeção - plano, objeto, observador - têm uma ordem diferente em cada diedro e em relação a cada plano de projeção. Embora o observador esteja no infinito na projeção cilíndrica ortogonal, o mesmo foi colocado na ilustração para que se possa perceber melhor a ordem em que cada elemento está. 47 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC A ordem dos elementos de projeção é a seguinte em cada um dos diedros: Em Desenho Técnico, os dois diedros pares (2° e 4°) não são utilizados, uma vez que, em épura, há a sobreposição das projeções após o rebatimento dos planos, dificultando a interpretação. 48 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC No Brasil, a ABNT - Associação Brasileira de Normas técnicas, admite a representação tanto no 1° diedro, como no 3° diedro, sendo a mais utilizada a do 1°diedro. A representação no 3° diedro é comum em indústrias estrangeiras, principalmente americanas e nos vários softwares de desenho disponíveis no mercado. A Geometria Descritiva, por meio do Método Mongeano, representa objetos do espaço por suas Épuras. Veja os exemplos dessa representação no 1° e no 3° diedro e compare as diferenças da projeção em suas respectivas épuras. 49 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Símbolos dos diedros Já falamos que trabalharemos no primeiro diedro, porém devemos utilizar o símbolo correspondente para indicar que o desenho técnico está representado no 1º diedro. Este símbolo deve ser colocado no canto inferior direito da folha de papel dos desenhos técnicos, dentro da legenda ou logo acima. Se você encontrar um desenho técnico representado no 3º diedro, você verá outro com as vistas invertidas. 50 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Leitura das vistas ortogonais Assim como a compreensão de um texto depende da interpretação de cada palavra em função do seu relacionamento com as demais, uma representação no sistema de vistas ortográficas somente será compreendida de modo inequívoco se cada vista for interpretada em conjunto e coordenadamente com as outras. A leitura das vistas ortográficas é grandemente auxiliada pela aplicação das três regras fundamentais: Regra do alinhamento As projeções de um mesmo elemento do objeto nas vistas adjacentes acham-se sobre o mesmo alinhamento, isto é, sobre a mesma linha de chamada. Regra das figuras contíguas A linha que separa duas áreas contíguas de uma vista ortográfica indica que estas duas áreas não estão contidas no mesmo plano. Regra da configuração Uma fase plana somente pode projetar-se com a sua configuração ou como um segmento de reta. Assim como um segmento de reta, uma aresta pode projetar-se como segmento ou um ponto. 51 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Critérios para escolha da vista frontal: Maior número de detalhes voltados para o observador; Posição de uso, fabricação ou montagem; Maior área (desde satisfaça o primeiro item ); Vista que proporcione uma VLE mais detalhada e com menor número de linhas invisíveis. As três dimensões principais de um objeto, mostrada na figura a seguir: Largura (L); Altura (H); Profundidade (P). 52 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Cortes e Representações Convencionais Hachuras São usadas para representar cortes de peças. A hachura básica consiste em um traço estreito diagonal (em 45o), com um espaçamento constante. Em desenhos mais complexos, pode-se ter vários tipos de hachuras, mais elaborados. Isto tornou-se mais prático com o uso do CAD. A figura abaixo ilustra algumas convenções de hachuras – porém estas representaçõesvariam muito, dependendo da área, empresa, etc. 53 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC Corte total A representação do corte é exatamente imaginar que a peça encontra-se partida ou quebrada, mostrando assim os detalhes internos. Com isso, deixa de ser necessário o uso de linhas ocultas, na maioria dos casos. Imagina-se o corte como um plano secante, que passa pela peça, separando-a em dois pedaços e mostrando a parte interna. O plano secante (também chamado plano de corte) é indicado em outra vista, mostrando aonde se encontra o corte. A representação do plano de corte é com um traço estreito traço-e-ponto, exatamente como a linha de simetria, com a diferença de ter nas extremidades um traço largo. O plano de corte deve ser indentificado com letras maiúsculas e o ponto de vista indicado por meio de setas. A parte larga do plano de corte não encosta no desenho da peça. A linha de corte pode coincidir com a linha de simetria. Ao realizar-se o corte de duas peças distintas, usa-se hachuras com direções diferentes, cada uma indicando uma peça. Caso haja um maior número de peças em corte, pode-se usar hachuras com espaçamentos ou ângulos diferentes, ou usar outros tipos de desenho de hachura. Em geral reserva-se as hachuras estreitas para pequenas peças, e vice-versa. Ao cortar peças muito estreitas, a hachura pode ser substituída por um preenchimento em preto, usando-se linhas brancas para separar partes contíguas, caso seja necessário. Em geral, nos cortes não são hachurados dentes de engrenagem, parafusos, porcas, eixos, raios de roda, nervuras, pinos, arruelas, contrapinos, rebites, chavetas, volantes e 54 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC manípulos. Isto é uma convenção, fazendo com que seja evidenciado partes mais importantes da peça. Pode-se hachurar estas partes caso tenham detalhes pouco usuais (por exemplo, um furo interno a um parafuso). 55 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC EXERCÍCIOS 1) Escolher uma das 3 peças abaixo e fazer a perspectiva cavaleira de 45º. Dimensões livres, mantendo as proporções. Com instrumentos. 56 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC 57 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC 2) Represente em perspectiva isométrica a figura do esboço (medidas em milímetros). 58 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC 3) Dado o esboço, represente em perspectiva isométrica (medidas em milímetros). a) 59 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC b) 60 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC 4) Represente em perspectiva isométrica cujas medidas são: Comprimento = 4,5 cm Largura = 2,0 cm Altura = 1,0 cm 61 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC 5) Desenhe a mão livre as perspectivas isométricas. Oriente-se nos eixos isométricos. 62 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC 63 Prof. Luiz Fernando Boa Morte & Mª Fernanda Martins DESENHO TÉCNICO CIETEC 64
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