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Alterações funcionais benignas da mama e câncer de mama

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Alterações funcionais benignas da mama e câncer de mama 1
Alterações funcionais benignas da mama e 
câncer de mama
Alterações funcionais benignas da mama 
Introdução 
Alterações funcionais benignas da mama (AFBM) é um termo utilizado para representar as alterações benignas mais 
frequentes das mamas as quais incluem a tríade clínica clássica: dor mamária cíclica, adensamentos e cistos. 
O pico de incidência é aos 25-45 anos e a investigação clínica se dá a partir da anamnese, exame físico e ultrassonografia das 
mamas e o tratamento deve variar de acordo com a queixa principal da paciente
Diagnóstico 
Anamnese e exame físico → dor (e suas características), tumor e fluxo papilar (presente em 5-10%)
No exame físico, atenção à dor à palpação, espessamentos, nodularidade difusa ou nódulo dominante.
Dor mamária 
Medicações que podem causar mastalgia
Hormonais → AC hormonais, terapia hormonal, estrogênio, progestagênio, clomifeno, ciproterona
Antidepressivos → sertralina, venlafaxina, ISRS, amitriptilina
Outros → espirolactona, metildopa, ciclosporina, penicilamina, minoxidil, domperidona, prostaglandina
0,8-2% dos casos de câncer de mama estão associados à mastalgia.
Quadro clínico
Geralmente, é processo benigno e autolimitado:
CLÍNICA → associadas ou não a ingurgitamento mamário no período menstrual, com remissão dos sintomas após a 
menstruação
NÃO CLÍNICA → desconforto, geralmente, localizado, podendo irradiar para axila, braço, ombro e mão, não 
concordando com o ciclo menstrual
Anamnese
Início, duração, localização, intensidade, fatores de melhor ou piora, relação com ciclo menstrual, uso de medicações, 
relação com movimentação e respiração, acompanhada de algum outro sintoma, história de traumas mamários ou 
torácicos, estado psicológico (origem psicossomática).
Diagnósticos diferenciais de dor mamária
CAUSAS MAMÁRIAS → mastites, abcessos, tromboflebite (sd. Mondor), trauma, câncer
CAUSAS EXTRAMAMÁRIAS → osteocondrite, herpes-zoster, dor torácica atípica (cardíaca, pulmonar ou gástrica), dor 
osteomuscular, fibromialgia
1. Dor na região mamária quase sempre não clínica, sem reforço pré-menstrual e de etiologia músculo esquelética:
Nevralgias intercostais
Inflamação das cartilagens da junção costocondral (caracterizada por dor à compressão ao nível da 2° e 3° 
articulações)
Traumas de parede torácica
Neuromas decorrentes de cirurgias torácicas
2. Mamas em pêndulo, extremamente volumosas:
Dor por distensão nervosa e ligamentar
Alterações funcionais benignas da mama e câncer de mama 2
3. Distúrbios psicossomáticas
Manejo
Nódulo mamário 
CONDUTA INICIAL → confirmar nódulo pelo exame físico; se positivo, solicitar: exame de imagem, USG e mamografia (se 
>40 anos)
DD → fibroadenoma, tumor filoides, ectasia ductal, papiloma e esteatonecrose
Cistos
Complexo sugestivo de malignidade (risco >2%) (Birads 4) → paredes espessas ou irregulares, septações espessas 
(≥2mm), componente hemorrágico, vegetação interna‼ 
COMPLICADOS → sinais de infecção (paredes espessas, ecos internos, não necessariamente dor)
Nódulos hipoecóicos
Dificuldade na identificação se sólido ou cístico (classificação de Birads dada pela suspeita do componente: sólido 
Birads 3).
Conduta
Punção aspirativa para citologia (poucos casos)
Exérese do cisto:
Massa tumoral residual pós-punção
Líquido hemorrágico
Recidiva pós-punção + 3 vezes
Citologia suspeita
Volume >50ml
Achados mamográficos ou ultrassonográficos suspeitos pós-punção
Cisto
Alterações funcionais benignas da mama e câncer de mama 3
Características ultrassonográficas de benignidade‼ 
CARACTERÍSTICA PADRÃO DE BENIGNIDADE
Forma Redonda, elipsoide ou com até 3 lobulações
Margens Bem definidas
Distorção arquitetural Ausente
Relação altura/largura Menor que 1
Sombra acústica Ausente
Tamanho Menor que 2cm
obs.: bom prognóstico = reforço acústico posterior (sombra branca atrás)
Derrame papilar
Fisiopatologia
FATORES PRÓPRIOS DA GL. MAMÁRIA:
INTRADUCTAIS → inerentes à parede interna do ducto:
Proliferações epiteliais (papilomas, adenomas etc)
Infecções intraductais (galactoforites)
Neoplasia intraductal com necrose
EXTRADUCTAIS → patologias que possam romper parcialmente a parede do ducto ganhando a sua luz e exteriorizando-se:
Neoplasias malignas
Infecções 
Outras patologias
Medicamentos que podem causar hiperprolactinemia
HORMÔNIOS → estrogênios, ACO, hormônois tireoidianos
PSICOTRÓPICOS → ISRS, fenotiazina, antidepressivos tricíclicos, opioides, cadeína, heroína, cocaína
ANTIEMÉTICOS → metoclopramida, sulpirida
ANTI-HIPERTENSIVOS → verapamil, metildopa, reserpina
BLOQUEADORES DE H2 → cimetidina
Causas orgânicas de aumento da prolactina
LESÕES DO SNC → prolactinomas, acromegalia, craniofaringioma, encefalite, tumor hipofisário, transecção cirúrgica 
ou traumática hipofisária
LESÕES DA PAREDE TORÁCICA → neurite por herpes-zoster, toracotomia, mastectomia, queimaduras, dermatites e 
traumatismos
Alterações funcionais benignas da mama e câncer de mama 4
DOENÇAS SISTÊMICAS → IRA, doença de Addison, doença de Cushing, hiperplasia adrenal, hipotireoidismo 
primário, DM, hepatopatias
PRODUÇÃO ECTÓPICA → carcinoma broncogênico, hipernefroma
OUTRAS CAUSAS → anovulação, coito, dilatação e curetagem, estimulação mamária, histerectomia, DIU, 
psoudociese, cirurgias do pescoço
Classificação
LATERALIDADE → uni ou bilateral
NÚMERO DE ORIFÍCIOS → único ou múltiplos
APARECIMENTO → espontâneo ou provocado/à expressão
ASPECTO MICROSCÓPICO → lácteo, purulento, multicolorido (esverdeado, marrom ou amarelado), viscoso, 
cristalino, seroso, hemorrágico
Características suspeitas de neoplasias‼ 
Espontâneas
Unilaterais
Uniductal
Hemorrágicos, sero-hemorrágicos, cristalinos, seroso, seroaquosos
Associados à nódulo
Pacientes idosas
Sexo masculino
Principais causas de diferentes derrames
SEROAQUOSO → mastopatia fibrocística, 
câncer
CRISTALINO → câncer
MULTICOLORIDO → ectasia ductal
VISCOSO → comedomastite
PURULENTO → galactoforite
SERO-HEMORRÁGICO, HEMORRÁGICO → papiloma, câncer
Acompanhamento
Alterações funcionais benignas da mama e câncer de mama 5
Tamoxifeno 
POSOLOGIA → 10mg/dia por 3-6 meses
MECANISMO DE AÇÃO → anti-estrogênico (compete com receptores)
EFEITOS COLATERAIS → alterações menstruais, náuseas, fogachos e irritabilidade
Mais efetivo na mastalgia clínica.
Analgésicos e anti-inflamatórios
Mastalgia ocasional e não cíclica.
Câncer de mama
Epidemiologia 
2° tipo de tumor maligno mais frequente no Brasil e no mundo. O tumor mais comum entre as mulheres (1% = homens).
INCIDÊNCIA → 50 casos/100.000 mulheres
1° causa de morte por câncer na população feminina brasileira. Região sul e sudente possuem maior taxa de óbitos.
Estratégia diagnóstica 
Redução da mortalidade via detecção precoce.
Exame clínico em sintomáticos + estudo mamográfico de rastreamento. 
Anamnese 
Deve-se procurar fatores de risco, sinais e sintomas de câncer.
QP mais comum = presença de tumor.
TUMOR MALIGNO:
Crescimento insidioso
Mais comum em QSE e região central
Unilateral (maior das vezes)
Firme de consistência endurecida ou até pétrea
Comumente indolor
Pode estar associados a descarga papilar
Manifestações clínicas‼ 
Nódulo palpável
Endurecimento da mama
Descarga papilar
Eritema mamário
Edema mamário em “casca de laranja”
Retração ou abaulamento
Inversão, descamação ou ulceração do mamilo
Linfonodos axilares palpáveis
Alterações funcionais benignas da mama e câncer de mama 6
Investigação e localização das lesões nodulares 
PAAF
Primeira etapa de investigação de módulos mamários. 
Diferencia as lesões císticas das sólidas.
Material aspirado deve ser encaminhado para avaliação citológica (só tem valor se for positiva).
USG
Assegura boa diferenciação entre nódulos sólidos e císticos.
Alguns achados são sugestivos de malignidade → margens irregulares, hipoecogenecidade, textura heterogênea, diâmetro 
craniocaudal maior que o laterolateral, presença de sombra acústica posterior, contornos microlobulares,etc‼ 
Alterações funcionais benignas da mama e câncer de mama 7
Mamografia
Principal método de rastreamento de CA de mama.
Alguns achados são sugestivos de malignidade → nódulos espiculados (limites mal definidos com distorção do parênquima 
adjacente, presença de microcalcificações 0,5 mm pleomórficas agrupadas).‼ 
Axilas também são avaliadas na busca de linfadenomegalias.
RM
Exame não invasivo de custo elevado de alta sensibilidade e baixa especificidade (valor preditivo + de 100% para os tumores 
invasivos maiores do que 2mm).
Não identifica microcalcificações ou tumores intraductais.
Útil no estudo da mama contralateral, avaliação de focos secundários na mama ipsilateral, no rastreio da recidiva local do 
tumor e na avaliação de pacientes com implantes mamários.
Útil na avaliação de QT neoadjuvante.
Especificidade significativa no caso de implantes ósseos.
Diagnóstico histopatológico 
Exame de congelação
Em algumas situações, podemos eleger o exame histopatológico perioperatório, que objetiva a terapêutica no mesmo ato 
cirúrgico, logo após a definição histopatológica.
Necessário interação entre mastologista, radiologista e patologista.
Alterações funcionais benignas da mama e câncer de mama 8
Tratamento cirúrgico 
Consiste na abordagem do tumor primário e da axila, com ou sem associação da radioterapia. 
Indicada para as pacientes sem doença metastática à distância (ou seja, portadoras de CA de mama até o estágio III).
Cirurgias conservadoras
Estas abordagens preservam boa parte da mama.
Limitam-se à ressecção da área que contém o tumor, com boa margem de segurança.
O fator principal da extensão cirúrgica corresponde ao volume tumoral (o ideal é que o volume do tumor corresponda a 20% do 
volume total mamário).
Estas cirurgias estão indicadas para tumores pequenos ou mesmo maiores, desde que haja boa relação entre o volume 
tumoral e o da mama. 
Oferecem como grande vantagem à estética e a possibilidade de salvaguardar o complexo areolopapilar.
TUMORECTOMIA → ressecção total do tumor, sem a preocupação de se estabelecer margem de segurança
SETORECTOMIA/SEGMENTECTOMIA → ressecção do setor que engloba o tumor, com margem de segurança de pelo 
menos 1 cm
QUADRANTECTOMIA → ressecção de qualquer setor mamário que engloba o tumor, com ampla margem de 
segurança, da pele suprajacente e da aponeurose do m. grande peitoral subjacente
Cirurgias radicais
MASTECTOMIA → indicada nos casos de tumores malignos infiltrantes que ocupam mais de 20% do volume da mama ou 
em casos de tumores localmente avançados.
SIMPLES → exérese apenas da mama, com extensão variável da pele que a recobre, incluindo sempre o complexo 
areolopapilar
RADICAIS → tumores infiltrantes, nos quais o volume ou a multicentricifidade não permitem a cirurgia conservadora
Mastectomia radical clássica ou técnica Halsted → ressecção de todo tecido mamário, dos mm. peitorais maior e 
menor, além do esvaziamento axilar; técnica em desuso
Mastectomia radical modificada segundo a técnica de Patey → tumores que ocupam mais de 20% do volume da 
mama, porém ainda não são localmente avançados; retirada da mama e do pequeno peitoral (preserva o peitoral 
maior), associado ao esvaziamento axilar
Esvaziamento axilar
Alterações funcionais benignas da mama e câncer de mama 9
A abordagem cirúrgica consiste na ressecção dos linfonodos contidos nos 3 níveis da axila. 
Atualmente, para tumores entre 2-3cm de diâmetro, a avaliação da axila pode empregar a técnica do linfonodo sentinela.
Classificação de Birads

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