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RESUMO DE TEORIA GERAL DO PROCESSO

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Universidade Federal do Estado Rio de Janeiro
	Centro de Ciências Jurídicas e politicas	
TEORIA GERAL DO PROCESSO
	
Aula: 02/05/2013	
Lide: Na concepção mais clássica (Carnelutti), corresponde a um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. Trata-se do núcleo essencial de um processo judicial, o qual visa, em última instância resolver a Lide (conflito) apresentada perante o juízo.
Jurisdição, ação e processo: são a base do processo (três pilares do processo). 
Jurisdição: 
É a atividade mediante a qual os juízes Estatais examinam as pretenções e resolvem os conflitos. 
É a capacidade que o estado tem de decidir imperativamente e impor decisões.
(do latim juris, "direito", e dicere, "dizer") ao poder que detém o Estado para aplicar o direito ao caso concreto, com o objetivo de solucionar os conflitos de interesses e, com isso, resguardar a ordem jurídica e a autoridade da lei.
O estado cria o direito e tem a tarefa de fazê-lo cumprir, caso não se cumpra, cabe ao judiciário fazer cumprir.
Processo: Instrumento por meio do qual os órgãos jurisdicionais atuam para pacificar as pessoas conflitantes, eliminando os conflitos e fazendo cumprir o preceito jurídico pertinente a cada caso que lhes é apresentado em busca da solução.
Quem dita o direito?	
No desempenho de sua função jurídica o Estado regula as relações intersubjetivas através das duas ordens de atividades, distintas mas intimamente relacionadas. Legislação (criação) e jurisdição (cumprimento).
Composição da justiça: 
Dois graus: Monocrática (Ex: Juiz Federal) e Recursal (Ex: TRT);
Dois tipos: Comum e Especial.
Sentença: É o ato final do processo. O processo se inicia pelo pedido inicial ao juiz (a petição). Contra a sentença cabe a apelação, o qual será julgada por outro órgão, colegiado, etc. (acórdão). Depois disso, há a possibilidade de se chegar aos Tribunais Superiores.
Acórdão: É a decisão do órgão colegiado de um tribunal (câmara, turma, seção, órgão especial, plenário etc.), que se diferencia da sentença, que emana de um órgão monocrático, seja este um juiz de primeiro grau, seja um desembargador ou ministro de tribunais — estes, normalmente, na qualidade de relator, de presidente ou vice-presidente, quanto os atos de sua competência. Trata-se, portanto, o acórdão de uma representação, resumida, da conclusão a que se chegou, não abrangendo toda a extensão e discussão em que se pautou o julgado, mas tão-somente os principais pontos da discussão.
PROCESSO CIVIL
Processo de conhecimento;
Processo de execução;
Processo cautelar;
Processo de procedimentos especiais; e
Disposições transitorias.
O processo é um conjunto de atos, realizados sob o crivo do contraditório, que cria uma relação jurídica da qual surgem deveres, poderes, faculdades, ônus e sujeição para as partes que dele participam. É preciso visualizar o processo como uma garantia de realização de justiça, ou seja, efetivação dos direitos.
O Processo se classifica em: Processo de Conhecimento, Processo de Execução e Processo Cautelar.
No Processo de conhecimento ocorre a necessidade das partes de levar ao conhecimento do juiz, os fatos e fundamentos jurídicos, para que ele possa substituir por um ato seu a vontade de uma das partes.
A formação do processo de conhecimento ocorre pela propositura da demanda em juízo e vai até a sentença.
No processo temos uma sucessão ordenada de atos dentro de modelos previstos em lei que são os procedimentos, também chamados de ritos. O procedimento é o modo próprio de desenvolvimento do processo, conforme a exigência de cada caso.
O Processo de execução se dá quando já se possui um título executivo judicial (Artigo 475, n, CPC) – que já tenha transitado em julgado – ou extrajudicial (Artigo 585, CPC). Execução é o meio pelo qual alguém é levado a juízo para solver uma obrigação que tenha sido imposta por lei ou por uma decisão judicial.
O Processo Cautelar é um processo preventivo, que visa evitar dano ou vício irreparável ou de difícil reparação. É uma medida liminar para se evitar que o bem fique a salvo até o final do processo. O processo cautelar pode apresentar-se na forma preparatória, quando instaurado antes da propositura da ação principal, ou na forma incidental, quando essa se encontra em andamento. De acordo com o artigo 800 do CPC, as medidas cautelares serão requeridas ao juiz competente para conhecer a causa e, quando preparatórias, ao juiz competente para conhecer da ação principal.
Autonomia versus Heteronomia
Heteronomia (do grego heteros, "diversos" + nomos, "regras") é um conceito criado por Kant para denominar a sujeição do indivíduo à vontade de terceiros ou de uma coletividade. Se opõe assim ao conceito de autonomia onde o ente possui arbítrio e pode expressar sua vontade livremente. É um conceito básico relacionado ao Estado de Direito, em que todos devem se submeter à vontade da lei. Se opõe também a anomia que é a ausência de regras.
O judiciário fica em uma posição passiva. Deve ser provocado, demandado para que possa agir; daí a ação, que é o direito de pedir ao judiciário algo.
Aula: 03/05/2013
Como nasceu a jurisdição?
A jurisdição é posterior ao nascimento do Estado. Nasceu no momento quando o esse se afirmava no controle dos indivíduos, principalmente, frente ao combate da autotutela.
Meios de composição dos conflitos
Autotutela;
Autocomposição;
Arbitragem voluntária;
Arbitragem obrigatória;
Jurisdição; e
ADR.
A eliminação dos conflitos ocorrentes na vida em sociedade pode ser verificada por obra de um ou de ambos os sujeitos dos interesses conflitantes, ou por ato de terceiro. Na primeira hipótese, um dos sujeitos (ou cada um deles) consente no sacrifício total ou parcial do próprio interesse (autocomposição) ou impõe o sacrifício do interesse alheio (autodefesa ou autotutela). Na segunda hipótese, enquadram-se a defesa de terceiro, a conciliação, a mediação e o processo (estatal ou arbitral).
A autotutela é definida corno crime, seja quando praticada pelo particular ("exercício arbitrário das próprias razões", art. 345 CP), seja pelo próprio Estado ("exercício arbitrário ou abuso de poder", art. 350 CP).
Além da autotutela, outra solução possível seria, nos sistemas primitivos, a autocomposição (a qual, de resto, perdura residualmente no direito moderno): uma das partes em conflito, ou ambas, abrem mão do interesse ou de parte dele. São três as formas de autocomposição (as quais sobrevivem até hoje com referência aos interesses disponíveis): a) desistência (renúncia à pretensão); b) submissão (renúncia à resistência oferecida à pretensão); c) transação (concessões reciprocas). Todas essas soluções têm em comum a circunstância de serem parciais - no sentido de que dependem da vontade e da atividade de uma ou de ambas as partes envolvidas.
A autocomposição, cujas principais modalidades são a conciliação e a mediação, utiliza um terceiro facilitador para ajudar os próprios interessados a solucionar seu conflito. A conciliação tende à obtenção de um acordo e é mais indicada para conflitos que não protraiam no tempo (acidentes de veículos, relações de consumo). A mediação prioritariamente a trabalhar o conflito, constituindo na busca de acordo objetivo secundário, e é mais indicada para conflitos que se protraiam no tempo (relações de vizinhança, de família ou entre empresas, etc.).
A mediação assemelha-se à conciliação: os interessados utilizam a intermediação de um terceiro, particular, para chegarem à pacificação de seu conflito. Distingue-se dela somente porque a conciliação busca sobretudo o acordo entre as partes, enquanto a mediação objetiva trabalha o conflito, surgindo o acordo como mera consequência. Trata-se mais de uma diferença de método, mas o resultado acaba sendo o mesmo.
A arbitragem, tradicionalmente regida pela lei material e pelo Código de Processo Civil (CC-16, art. 1.037 e l.048; CPC, arts. l.072-1.102 CC-02, artes. 851-853), era um instituto em desuso no direito brasileiro. Depois, com a Lei das Pequenas Causas (atualmente,Lei dos Juizados Especiais - lei n. 9.099/1995) e com a Lei da Arbitragem (lei n. 9.307/1996), ela ganhou nova força e vigor e, em alguma medida, vai passando a ser utilizada efetivamente como meio alternativo para a pacificação de pessoas em conflito. Ela só se admite em matéria civil (não-penal), na medida da disponibilidade dos interesses substanciais em conflito.
A arbitragem voluntária é, por essência, a verdadeira arbitragem, onde as partes livremente optam por esta forma de solução de conflitos, tendo ampla liberdade para a escolha dos árbitros e procedimentos. É a forma consagrada pela Lei 9.307/1996, que rege atualmente o juízo arbitral no Brasil. Já a arbitragem obrigatória é aquela compulsoriamente imposta pelo Estado como a forma de solução para determinados tipos de controvérsia.
Na autotutela, aquele que impõe ao adversário uma solução não cogita de apresentar ou pedir a declaração de existência ou inexistência do direito; satisfaz-se simplesmente pela força (ou seja, realiza a sua pretensão). A autocomposição e a arbitragem, ao contrário, limitam-se a fixar a existência ou inexistência do direito: o cumprimento da decisão, naqueles tempos iniciais, continuava dependendo da imposição de solução violenta e parcial (autotutela).
Jurisdição: É o Estado entrando para resolver os conflitos. É a distribuição da justiça pelos órgãos encarregados.
ADR – Alternative Dispute Resolution (resolução alternativa de litígios) normalmente se refere à processos e técnicas de resolução de litígios que estão fora do processo judicial (contenciosos formais - tribunal). O objetivo é mitigar o grande número de processos. Possibilidade da utilização de “Juízes Leigos”.
Monopólio da Jurisdição:
O direito de ação é um direito público subjetivo do cidadão, expresso na Constituição Federal de 1988 em seu art. 5º, XXXV. Neste importante dispositivo constitucional encontra-se plasmado o denominado princípio da inafastabilidade da jurisdição, em razão do qual, no Brasil, somente o Poder Judiciário tem jurisdição, sendo o único Poder capaz de dizer o direito com força de coisa julgada.
Exceções:
Penhor Legal (art. 1.467 CC): penhor de bagagens para satisfazer dívida de hóspede (credor pignoratício).[1: Penhor: Direito Civil; Penhora: Apreensão de um bem para satisfazer algo (Direito Processual).]
Tutela Possessória (art. 1.210 CC): efeito de posse – “O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado”.
Inércia: 
Não há juiz sem autor (nemo iudex sine actore), ou seja, o juiz só atua por provocação. 
Significa que o Poder Judiciário só age mediante provocação da parte interessada. Logo, só haverá jurisdição se houver ação. Tal princípio também delimita a atuação do juiz dentro de cada processo, visto que o pronunciamento judicial deverá se ater aos limites do pedido.
Art. 2o (CPC) Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.
Aula: 09/05/2013
Formulação do Direito
Existem duas maneiras de produção do direito: a 1ª maneira é o Estado só intervir após o nascimento do conflito (caso singular). Contudo, o Estado após observar os fatos sociais e, tendo em vista fatores relevantes, antecipadamente, formular o direito – 2ª maneira.
Calamandrei: há um filtro pelo legislativo entre as diversas pressões para criar normas.
Modos:
Jurisdição de equidade; e 
Jurisdição de Direito.
O 1º modo (jurisdição de equidade), é mais complexo. O agente do Estado deve “legislar” e aplicar o Direito. O 2º método é uma evolução. Há o legislativo, que funciona como um funil, o qual deve filtrar todos os anseios por parte da sociedade, deixando passar apenas aqueles que efetivamente são necessários para dar conta dos conflitos sociais. Surge ai o Direito Positivo. No 2º modo (jurisdição de Direito), há previsão que regula antecipadamente as condutas. Nisso, resulta a lógica das normas jurídicas, ou seja, uma abstração (norma abstrata) e também individualizada (particularizada). É abstrata na medida em que trata de uma solução que poderá ocorrer no futuro. A Norma jurídica está coordenada para duas proposições, prevendo a ocorrência de um fato e as consequências, caso o fato ocorra. 
Quando o juiz utiliza o pressuposto de que na falta da norma, deve utilizar, pelo art. 126 do CPC, a analogia, os costumes ou os Princípios Gerais do Direito, não quer dizer que está se utilizando da justiça de equidade. Na verdade, está seguindo o previsto em lei e não criando uma nova norma. Já a Lei de Arbitragem (9307/96) dispõe no seu art. 2º “A arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, a critério das partes”.
O art. 127 do Código de Processo Civil diz que “o juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei”. Decidir por equidade significa decidir sem as limitações impostas pela precisa regulamentação legal; é que às vezes o legislador renuncia a traçar desde logo na lei a exata disciplina de determinados institutos, deixando uma folga para a individualização da norma através dos órgãos judiciários (CC, art. 400 e 1.456). 
É nesses casos que o juiz exerce a jurisdição de equidade, a que se refere a doutrina em contraposição à jurisdição de direito. No direito processual civil, sua admissibilidade é excepcional (CPC, art. 127), mas nos processos arbitrais podem as partes convencionar que o julgamento seja feito por equidade (LA, art. 11, inc. II). Na arbitragem ajustada perante os juizados especiais, o julgamento por equidade é sempre admissível, independentemente de autorização pelas partes (lei nº 9.099/1995, art. 25). 
No processo penal o juízo de equidade é a regra geral (individualização judiciária da pena - CP, art. 42); também nos feitos de jurisdição voluntária, em que o juiz pode “adotar em cada caso a solução que reputar mais conveniente ou oportuna” (CPC, art. 1.109). 
Estrutura lógica das normas jurídicas:	
A norma abstrata e a norma individualizada (particularizada)	
Duas Proposições
Previsão de ocorrência de um fato; e
Consequências caso o fato ocorra.
Exemplos:
Art. 186 CC - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 854 CC - Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar, a quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o prometido.
Art. 927 CC - Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Art. 121 CP - Matar alguém. Pena - reclusão, de seis a vinte anos.		
Art. 155 CP - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Incidência do direito
Possibilidade de inobservância do direito.
1º Passo: Funcionamento fisiológico do direito; e
2º Passo: Funcionamento patológico do direito.	
De acordo com CALAMANDREI, o que geralmente ocorre no direito é seu funcionamento fisiológico. Ou seja, na maioria dos casos o cidadão cumpre as normas vigentes. No caso patológico, o direito não é cumprido normalmente, devendo então o Estado provocar a ação jurisdicional (coação). A função do juiz é aplicar o direito ditado pelo legislativo, assim o direito é ditado e aplicado pelo estado, só que por ritos diferentes. Cada sanção é uma evidência do funcionamento patológico do direito.
Jurisdição voluntária
Precipuamente o Poder Judiciário surgiu para resolver os conflitos que surgem entre as pessoas. A modernidade trouxe situações em que as pessoas podem livremente transacionar, somente sendo necessária a homologação das vontades contratuais, surgindo dessa forma a jurisdição voluntária.
Dessa forma os procedimentos especiais de jurisdição voluntária são aquelas ações em que não havendo controvérsias entre as partes não é necessária a intervenção do juiz como árbitro, mas que ao mesmo tempo tenha validade jurídica.A jurisdição voluntária não resolve conflitos, mas apenas tutela interesses. Não se pode falar em partes, no sentido em que esta palavra é tomada na jurisdição contenciosa. Como o próprio nome diz, refere-se à homologação de pedidos que não impliquem litígio.
Além disso, pressupondo-se não se tratar de atividade jurisdicional, seria impróprio falar em ação; pela mesma razão, não há coisa julgada em decisões proferidas em feitos de jurisdição voluntária, pois tal fenômeno é típico das sentenças jurisdicionais. Fala a doutrina, por outro lado, em procedimento, e não processo, pois este seria também sempre ligado ao exercício da função jurisdicional contenciosa e da ação.
Exemplo de atos de jurisdição voluntária no direito brasileiro
Atos meramente receptivos (função passiva do magistrado, como publicação de testamento particular);
Atos de natureza simplesmente certificante (legalização de livros comerciais, “visto” em balanços); e
Atos que constituem verdadeiros pronunciamentos judiciais (separação amigável, interdição).
Jurisdição contenciosa
Mas nem sempre deixará de ocorrer uma controvérsia entre os interessados na jurisdição voluntária. Em um processo de interdição, por exemplo, pode o interditando discordar, frontalmente do requerente e nessa discordância reside a controvérsia (dissenso de opiniões, não conflito de interesses). Na jurisdição voluntária, o juiz age sempre no interesse do titular daquele interesse que a lei acha relevante socialmente, como, na hipótese figurada, é o interditando.
Exclusivamente com vista ao interesse deste é que o juiz proferirá sua decisão: a) decretando a interdição, se ele precisar de alguém que administre sua pessoa e bens; b) mantendo seu status e toda sua disponibilidade sobre seu patrimônio, se mentalmente são. Havendo controvérsia, esta se fará informar pelo princípio do contraditório, tanto quanto nos processos de jurisdição contenciosa.
Direito Subjetivo e Objetivo
O direito pode ser dividido em dois ramos, objetivo e subjetivo, dependendo da forma de análise que se deseja fazer. 
É considerado como direito objetivo, “o conjunto de regras jurídicas obrigatórias, em vigor no país, numa dada época” (José Cretella Júnior). Em outras palavras, o direito objetivo são as normas jurídicas, as leis, que devem ser obedecidas rigorosamente por todos os homens que vivem na sociedade que adota essas leis. O descumprimento dá origem a sanções. 
O direito subjetivo pode ser definido como “a faculdade ou possibilidade que tem uma pessoa de fazer prevalecer em juízo a sua vontade, consubstanciada num interesse.” (José Cretella Júnior). Ou, “o interesse protegido pela lei, mediante o recolhimento da vontade individual.” (Ilhering). 
Em outras palavras, é a capacidade que o homem tem de agir em defesa de seus interesses, invocando o cumprimento de normas jurídicas existentes na sociedade onde vive, todas as vezes que, de alguma forma, essas regras jurídicas venham ao encontro de seus objetivos e possam protegê-lo. 
Por exemplo: o seu veículo, parado no semáforo, é atingido na traseira por outro. Há normas no Código Brasileiro de Trânsito (direito objetivo), aos quais você pode recorrer, através de uma ação, para fazer valer seu direito. Você está utilizando seu direito subjetivo de utilizar a regra jurídica do direito objetivo para garantir seu interesse atingido.
Direito Potestativo
É um direito que não admite contestações. É o caso, por exemplo, do direito assegurado ao empregador de despedir um empregado (no contexto do direito do trabalho); cabe a ele apenas aceitar esta condição; como também num caso de divórcio, uma das partes aceitando ou não, o divórcio terá desfecho positivo.
É a prerrogativa jurídica de impor a outrem, unilateralmente, a sujeição ao seu exercício. Como observa Francisco Amaral, o direito potestativo atua na esfera jurídica de outrem, sem que este tenha algum dever a cumprir.
Aula: 16/05/2013
Ação
Ação é o direito de pedir que o Estado exerça a sua função jurisdicional. 
É um direito abstrato de agir. 
O direito de ação não se exerce contra um adversário, mas sim contra o Estado.
Art. 5º, XXXIV (CFRB) – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
Art. 345 (CP) – Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite (Exercício arbitrário das próprias razões)
Teorias sobre o Direito de ação
Concepção civilista da ação (ultrapassada)
Defendida por Savigny. Foi a primeira teoria a tentar explicar o direito material e o direito de ação. Para essa teoria, “a ação é imanente (aderida) ao direito material controvertido, de forma que a jurisdição só pode ser acionada se houver o direito postulado. Nesse sentido, a ação seria o próprio direito material violado em estado de reação”. Tal teoria, portanto, pressupõe que o direito material e o direito de ação são a mesma coisa. 
Em outras palavras, o direito de ação seria imanente (inerente) ao direito material, como resposta à sua violação. Porém, tal teoria não foi capaz de explicar casos como da ação meramente declaratória, em que não há violação de direito material e tudo que o autor deseja é a declaração de um direito ou uma situação para que seja oficializado. Exemplo: divórcio consensual, onde sequer há processo. Ainda encontrou dificuldades para explicar a ação declaratória negativa, onde o autor pede que seja emitida uma sentença que negue relação jurídica ocorrida entre ele e o polo passivo.
Teoria de Liebman
Liebman define a ação como um direito autônomo e abstrato, independente do direito subjetivo material, embora condicionada à requisitos para que se possa analisar seu mérito. Trata-se de um direito subjetivo público à disposição dos cidadãos. É a teoria dominante no nosso direito positivo.
Para Liebman, somente há ação se presentes as condições da ação, delimitada em nosso Código Processual Civil de 1973, no artigo 267, VI. Esta última teoria entende que, ainda que haja improcedência da ação, o exercício da ação terá se efetivado, pois independe da necessidade de a ação ser procedente ao autor. Conceitua-se o direito de ação como o “direito público, subjetivo e abstrato, de natureza constitucional, regulado pelo Código de Processo Civil, de pedir ao Estado-juiz o exercício da atividade jurisdicional no sentido de solucionar determinada lide”.
A teoria proposta por Liebman possui o mérito de evitar de plano o prosseguimento de ações que não possuem a mínima possibilidade de êxito.
Toda demanda exige alguns elementos formadores, quais sejam, as partes, a causa de pedir e o pedido, que uma vez presentes ensejarão na análise do mérito da demanda. Antes desta análise, porém, seguindo a teoria dominante de Liebman, passa-se a averiguação do juízo de admissibilidade da ação, em busca da presença dos requisitos condicionantes para o conhecimento do mérito do pedido, onde se eleva a apreciação das condições da ação.
Nosso Código de Processo Civil (também chamado de Código Buzaid) influenciado por Enrico Túlio Liebman, positivou três condições genéricas para que se reconheça a existência válida de uma ação, assim expostas: a) possibilidade jurídica do pedido; b) interesse (processual) de agir; c) legitimidade de parte. As três condições acima são genéricas não consistindo num elenco fechado, taxativo.
Condição da ação (art. 267, VI, CPC):
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:
VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
Possibilidade jurídica do pedido - Às vezes, determinado pedido não tem a menor condição de ser apreciado pelo Poder Judiciário, porque já excluído a priori pelo ordenamento jurídico sem qualquerconsideração das peculiaridades do caso concreto. Nos países em que não há o divórcio, será juridicamente impossível um pedido de sentença com o efeito de dar às partes o status de divorciado; essa demanda será desde logo repelida, sem que o juiz chegue a considerar quaisquer alegações feitas pelo autor e independentemente mesmo da prova dessas alegações. 
Outro exemplo comumente invocado pela doutrina é o das dívidas de jogo, que o art. 814 do Código Civil exclui da apreciação judiciária. Nesses exemplos, vê-se que o Estado se nega a dar a prestação jurisdicional, considerando-se, por isso, juridicamente impossível qualquer pedido dessa natureza.
Interesse de agir - Essa condição da ação assenta-se na premissa de que, tendo embora o Estado o interesse no exercício da jurisdição (função indispensável para manter a paz e a ordem na sociedade), não lhe convém acionar o aparato judiciário sem que dessa atividade se possa extrair algum resultado útil. É preciso, pois, sob esse prisma, que, em cada caso concreto, a prestação jurisdicional solicitada seja necessária e adequada.
Legitimidade ad causam - Ainda como desdobramento da ideia da utilidade do provimento jurisdicional pedido, temos a regra que o Código de Processo Civil enuncia expressamente no art. 612: “ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei”. Assim, em princípio, é titular de ação apenas a própria pessoa que se diz titular do direito subjetivo material cuja tutela pede (legitimidade ativa), podendo ser demandado apenas aquele que seja titular da obrigação correspondente (legitimidade passiva).
Elementos da ação:
Partes - São as pessoas que participam do contraditório perante o Estado-juiz. É aquele que, por si próprio ou através de representante, vem deduzir uma pretensão à tutela jurisdicional, formulando pedido (autor), bem como aquele que se vê envolvido pelo pedido feito (réu), de maneira que uma sua situação jurídica será objeto de apreciação judiciária. A qualidade de parte implica sujeição à autoridade do juiz e a titularidade de todas as situações jurídicas que caracterizam a relação jurídica processual). No processo penal, partes são o Ministério Público ou o querelante (no lado ativo) e o acusado, ou querelado (no lado passivo). Ex: no contrato de locação só o locador e locatário poderão ser as partes.
Causa de pedir (ou causa petendi) - Vindo a juízo, o autor narra os fatos dos quais deduz ter o direito que alega. Esses fatos constitutivos, a que se refere o art. 282, inc. III, do Código de Processo Civil, e que são o fato criminoso mencionado no art. 41 do Código de Processo Penal, também concorrem para a identificação da ação proposta. Duas ações de despejo, entre as mesmas partes e referentes ao mesmo imóvel, serão diversas entre si se uma delas se fundar na falta de pagamento dos aluguéis e outra em infração contratual de outra natureza. O mesmo, quando contra a mesma pessoa pesam acusações por dois delitos da mesma natureza (v.g., furto) cometidos mediante ações - diversas.
Pedido (petitum) - Não se justificaria o ingresso de alguém em juízo se não fosse para pedir do órgão jurisdicional uma medida, ou provimento. Esse provimento terá natureza cognitiva quando caracterizar o julgamento da pretensão deduzida em juízo pelo autor; tratar-se-á, então, de uma sentença de mérito (meramente declaratória, constitutiva ou condenatória). Ou terá natureza executiva, quando se tratar de medida através da qual o juiz realiza, na prática, os resultados determinados através da vontade concreta do direito (no processo de execução). Há também o provimento cautelar que visa a resguardar eventual direito da parte contra possíveis desgastes ou ultrajes propiciados pelo decurso do tempo. Por outro lado, todo provimento que o autor vem a juízo pedir refere-se a determinado objeto, ou bem da vida (o imóvel, na ação de despejo; uma importância em dinheiro, na ação de cobrança; o vínculo conjugal, na ação de divórcio; a pena, na ação penal condenatória). Assim é que, considerando-se uma massa de ações propostas ou a propor, distinguem-se elas entre si não só pela natureza do provimento que o autor pede, como também pelo objeto do seu alegado direito material. Variando um deles, já não se trata da mesma ação.
Teoria dos três eadem
Essa é a chamada teoria dos três eadem (mesmas partes, mesma causa de pedir ou título, mesmo pedido), que o Código de Processo Civil enuncia expressamente no art. 30 l, § 2º: “uma ação é idêntica a outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido”. Tal teoria permite também a consideração da conexidade entre ações, que igualmente vem definida na lei: para o Código de Processo Civil é a existência da mesma causa de pedir ou do mesmo pedido (art. 103); para o Código de Processo Penal, menos técnico a respeito, também há conexidade quando se tratar de duas infrações ligadas entre si em termos de fato (art. 76, inc. I).
Classificação das ações
	Ação de conhecimento
	Ação de Execução
	Ação Cautelar
	Produz uma sentença de mérito
	Movimento executório
	Medida preventiva
Sentenças de mérito
Sentença, no sentido estrito, sentença definitiva, é a sentença final de mérito. É aquela em que o juiz resolve a contenda, cumprindo a obrigação jurisdicional; ou resolve a lide, satisfazendo a obrigação jurisdicional que lhe foi imposta pelo pedido do autor. A sentença definitiva resolve a lide. O conflito, suscitado pelo pedido do autor e contestação, real ou virtual, do réu, se compõe pela decisão que o juiz profere. Fica, em consequência, satisfeita a obrigação jurisdicional do Estado, esgotando-se a função do juiz e, pois, encerrando-se a relação processual. Na sentença de mérito típica – artigo 269, I, do CPC – o Juiz acolhe ou rejeita o pedido formulado pelo autor, decidindo imperativamente, na qualidade de representante do Estado.
A sentença do juiz não muda a realidade. Há a necessidade de outro processo, que é a execução, para fazer valer o que foi decidido.
Classificação das sentenças de mérito.
Meramente declaratórias = declara a existência ou a inexistência de uma relação jurídica; 
Constitutiva = constitui ou desconstitui uma relação jurídica; e
Condenatórias = declara a existência de lesão e estabelece uma sanção correspondente à citada violação.
Ação X demanda
O direito de ação ou demanda é o direito processual.
A Demanda é o litigio, a pretensão do autor a um bem da vida, quando o autor especifica na petição inicial qual é o bem da vida que ele quer, ele dá ao juiz o limite de atuação desse juiz. Então, o objeto da demanda, o bem da vida protegido, é o limite de atuação do juiz.
Para que o juiz julgue, ele precisa de provocação, essa provocação se dá exatamente pelo exercício desse direito de ação ou demanda, exercendo-o o autor provoca a jurisdição. Quando o autor formula o pedido, ele limita a decisão do juiz.
Aula: 06/06/2013
Processo: sucessão de atos coordenados entre si visando uma determinada atividade.
Relação jurídica processual: Microscópio do cientista.
Objeto da Observação: Lâmina = Direito material.
A jurisdição deve ser provocada:
Art. 262. O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial.
Alguns princípios do processo:
Juiz terceiro imparcial;
nemo iudex sine actore (não há juiz sem autor);
Existência de duas parte (bilateralidade ou dualidade – polos passivo e ativo do processo); e
Princípio do contraditório.
Aula do dia 7/6/13
Noções sobre processo
Relação jurídica de direito material (ou substancial) – Exemplos: 1) Compra e venda; 2) dívida contraída; 3) qualquer acontecimento da vida previsto pelo legislador.
Características da relação jurídica processual
É única
É complexa
É dinâmica 
É autônoma frente à relação de direito material (substancial)
Obs1.: uma sentença de um juiz impedido pode ser rescindida; some do processo. Abre-se novamente o processo. É diferente de anular.
Obs2.: o juiz que julgou em 1ª instânciafica impedido de julgar em outra instância;
Obs3.: suspeição é diferente de impedimento. Este último é normalmente por questão de família. Quando é de amizade, normalmente é suspeição.
Obs4.: Ação Rescisória: art. 485 do CPC.
Os jurisdicionados devem cumprir as regras postas. O lesionado deve buscar a jurisdição. Nesse momento surge o direito processual. A fisiologia seria o cumprimento espontâneo das normas. O patológico é quando se cumpre via acionamento jurisdicional.
Tudo se resolve pelo processo. Logo, não é algo burocrático. Se não existisse o processo, as regras não valeriam para nada.
O direito processual pressupõe a existência do direito material, mas pode não estar presente.
O direito material é o que está previsto. Estão previstas as regras de comportamento. O processual diz respeito ao que o juiz deve se comportar em um julgamento; como as partes devem se comportar.
Se o processo é o microscópio, a lâmina é o direito material, leis feitas pelo legislador normatizando a conduta dos indivíduos.
No material tudo que não é proibido é lícito. Já no processual há a indicação de como devem ser os comportamentos. Se não está dito, não é licito o comportamento.
Faz-se, o primeiro ato, uma demanda. O juiz analisa a petição inicial e se ele entender que o pedido é válido, inicia-se o processo e ele manda citar o réu, o que significa “chamar o réu”. Quando o autor faz uma demanda, cria-se com o juiz uma relação jurídica, a qual é disciplinada por lei.
Obs1.: o réu não tem o dever de se defender; ele tem o ônus. O ônus é aquilo que se faz em benefício próprio. O réu não está obrigado a se defender. O réu se defende por meio da contestação (é uma peça).
Obs2.: a relação jurídica processual inicia quando inicia o processo. O juiz passa a ter uma relação jurídica com o autor/réu.
Obs3.: quando o direito é indisponível, aquele que não pode ser transacionado, o conflito só pode ser resolvido pelo processo. Os disponíveis podem por outros métodos, como a conciliação, arbitragem, etc.
A relação jurídica tem características: é única, embora componha-se de atos; é complexa, pois podem estar presente várias pessoas participando da relação; é dinâmica, tendo em vista que muda a cada momento; É autônoma em relação ao direito material, pois não é necessário comprovar o descumprimento do direito material para iniciar o processo.
Obs.: um ato do processo dá origem a outro.
O juiz frente ao direito material (aquilo que está sendo narrado; a violação de algo) tem posição de passado (o narrado pelo autor). Também tem relação de presente em relação ao direito processual.
Tem-se um erro de julgamento quando o juiz julga equivocadamente o comportamento das partes antes do processo. É um erro de direito material. Se o juiz comete algum equívoco no processo, o erro é processual. No primeiro caso pode-se ocorrer a injustiça; no segundo caso (erro processual), tem-se um julgamento inválido.
Sentença injusta – direito material (erro em relação ao comportamento das partes antes do processo)
Sentença inválida – desobedecer as regras do direito processual.
Aula do dia 13/6/13
“No processo convivem duas relações jurídicas”
Há uma relação de direito material e uma de direito processual (método de solucionar um conflito). O quê será julgado no processo é a relação de direito material (objeto do processo). Para que chegue a conclusão, deve-se valer do processo (microscópio) em que são observadas as regras processuais (relação jurídica do direito processual).
 “O nascimento da sentença não é espontâneo e nem instantâneo”
Não é espontâneo, pois o juiz necessita ser provocado, tendo em vista o princípio da inércia da jurisdição. Também não é instantâneo, pois há um processo onde ocorrem sucessivos atos, tendo como base o princípio de devido processo legal, daí a expressão “É um juízo em câmara lenta”.
“Jurisdição é uma atividade desempenhada pelos órgãos judiciais na Administração da Justiça (legal)”.
(Esse processo não comentou nesta aula)
“A ação é um direito à jurisdição” 
Também não foi comentado.
“O processo é um instrumento da jurisdição”
Também não foi comentado.
Direito material – Leis feitas pelo Estado normatizando a conduta dos cidadãos.
Direito processual – Manual que ensina os jurisdicionados a pedir justiça aos juízes.
Posição do juiz: duas relações – direito material e direito processual
Frente ao direito material é uma posição de passado. Examina se a conduta prevista na lei foi observada (lâmina observada pelo cientista por meio do microscópio);
Frente ao direito processual é uma posição de presente. Verifica se o microscópio está bem ajustado durante a observação da lâmina.
A Teoria Geral do Processo se apoia na jurisdição, ação e processo. É dever do Estado prestar a jurisdição e o direito por esta jurisdição é o direito de ação, que é exercido por meio da demanda.
Os atos do processo são interligados e o conjunto de atos possui uma finalidade (os atos são finalísticos) e são inerentes a determinado processo. Tem a finalidade da prestação jurisdicional. É por meio do processo que o Estado cumpre seu dever de jurisdição. Logo, a jurisdição, ação e processo estão interligados.
Obs.: não confundir com os autos do processo. É o físico. Quando se diz que os autos estão conclusos, significa que o físico está com o juiz para decisão.
Alguns princípios constitucionais do processo (não estão expressos, mas são inferidos)
1- Princípio do contraditório (e ampla defesa)
Art. 5º, LV da CRFB/88 – Pode ser sintetizado pela frase: “Ouça-se a outra parte”
Propagação do princípio no CPC:
Citação – art. 213 - chama a juízo o réu (no caso da jurisdição contenciosa) ou interessado (no caso da jurisdição voluntária);
Juntada de documento – art. 398 – Sempre que uma parte juntar um documento, o juiz tem que ouvir a outra parte.
Exceção o princípio do contraditório: processo cautelar – art. 804 do CPC – Ou seja, as vezes a parte é condenada sem ser ouvida. Nesse caso há uma medida liminar, sendo que a parte será ouvida depois.
2- Princípio da igualdade das partes
Raiz: art. 5º, caput, da CRFB/88
Propagação no CPC: art. 125, I – assegurar as partes igualdade de tratamento. Ex. : prazos iguais para ambas as partes.
Obs.: o juiz preside o processo; dirige o processo.
3- Princípio de devido processo legal
Raiz: art. 5 º, LIV, CRFB/88 – ninguém será privado dos seus bens sem do devido processo legal.
Propagação: vários dispositivos do CPC - Ex.: competência
4- Princípio da prévia determinação da competência
Raiz: art. 5º, LIII da CRFB/88
Propagação: dispositivos que tratam da competência no CPC – art. 94
Aula do dia 14/6/13
Princípios constitucionais do processo
Princípio do contraditório e da ampla defesa;
Princípio da igualdade das partes; 
Princípio do devido processo legal;
Princípio da prévia determinação do órgão competente para julgar a causa;
Princípio da inadmissibilidade de provas ilícitas no processo;
Princípio do direito de ação; e
Princípio de que todas as decisões têm que ser fundamentadas.
Princípio do contraditório e da ampla defesa:
O juiz, por força de seu dever de imparcialidade, coloca-se entre as partes, mas equidistante delas: ouvindo uma, não pode deixar de ouvir a outra; somente assim se dará a ambas a possibilidade de expor suas razões, de apresentar suas provas, de influir sobre o convencimento do juiz. Somente pela soma da parcialidade das partes (uma representando a tese e a outra, a antítese) o juiz pode corporificar a síntese, em um processo dialético. É por isso que foi dito que as partes, em relação ao juiz, não têm papel de antagonistas, mas sim de “colaboradores necessários”: cada um dos contendores age no processo tendo em vista o próprio interesse, mas a ação combinada dos dois serve à justiça na eliminação do conflito ou controvérsia que os envolve.
O princípio do contraditório e da ampla defesa é assegurado pelo artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal, mas pode ser definido também pela expressão audiatur et altera pars,que significa “ouça-se também a outra parte”.
Princípio da igualdade das partes
A igualdade perante a lei é premissa para a afirmação da igualdade perante o juiz: da norma inscrita no art. 5º, caput, da Constituição, brota o princípio da igualdade processual. As partes e os procuradores devem merecer tratamento igualitário, para que tenham as mesmas oportunidades de fazer valer em juízo as suas razões.
Princípio do devido processo legal
O devido processo legal é o princípio constitucional que assegura a todos o direito a um processo justo e com todas as regras previstas em lei, bem como todas as garantias constitucionais. É considerado o princípio fundamental do processo civil, tendo em vista que dele derivam todos os demais princípios. 
A expressão devido processo legal é oriundo do direito anglo-saxão “due process of law”. Foi originado na Carta Magna de João Sem Terra em 1215, e representava uma garantia contra os abusos da coroa inglesa. No Brasil o princípio do devido processo legal vem consagrado no artigo 5º, incisos LIV e LV, da Constituição Federal. Em relação ao referido dispositivo constitucional, José Afonso da Silva comenta: O princípio do devido processo legal entra agora no direito constitucional positivo com um enunciado que vem da Magna Carta Inglesa: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal” (art. 5º, LIV). Combinando com o direito de acesso à Justiça (art. 5º XXXV), o contraditório e a plenitude de defesa (art. 5º, LV), fecha-se o ciclo das garantias processuais.
Princípio da prévia determinação do órgão competente para julgar a causa
Previamente já se sabe qual juiz vai julgar quando. Se ajuizada uma ação, já se sabe qual juiz vai julgar. Não existe Tribunal de Exceção.
Foro de domicilio do réu - Art. 94 da CPC 
Procedimento Probatório: Como as provas são carreadas para os autos? Os fatos chegam ao juiz através das provas. A maneira de se levar as provas ao processo já estão prefixadas.
Na justiça há a necessidade de se convencer o terceiro, que é o juiz. O juiz é um terceiro, imparcial e tem que ser convencido pelas partes. 
Existem maneiras de se convencer o juiz, o chamado procedimento probatório, na qual há 4 (quatro) fases e tem que ser respeitado, tanto pelo juiz como pelas partes. As partes dizem quais provas que querem usar. O juiz vai admiti-las ou não. Se for admitida, o juiz vai valorar as provas. Vai ver o que ele concluiu da provas produzidas.
Procedimento probatório é o conjunto de atos com o fim de alcançar, no processo, a verdade processual, formando o convencimento do juiz. 
O procedimento probatório é dividido em 4(quatro) fases: 
a) Proposição das provas (indicação pelas partes); 
b) Admissão das provas (quando o juiz manifesta-se sobre sua admissibilidade); 
c) Produção das provas; e
d) Valoração das provas (apreciação pelo juiz na sentença). 
A proposição das provas se dá quando as partes indicam quais os meios de provas que vão utilizar no curso do processo para formar o convencimento do juiz. Normalmente a acusação o faz em sua denúncia, oferecendo o rol de testemunhas que prestarão o depoimento em juízo; requererá o exame pericial, que entender, e produzirá a prova documental. A defesa, na defesa prévia, pode agir do mesmo modo. 
Predeterminação da competência: 
Art. 5.º, inciso LIII da CRFB - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente.
Princípio da inadmissão de provas ilícitas
Art. 5º, inciso LVI da CRFB - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. 
Ex: grampear telefone, tirar sangue de uma pessoa sem sua autorização, etc.
Art. 332 CPC – Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa.
Ex: prova testemunhal, prova documental, depoimento pessoal da parte, prova pericial, inspeção judicial (às vezes o juiz precisa inspecionar o objeto ou a pessoa para tirar suas conclusões).
Princípio da Ampla defesa
Art. 300 do CPC (CONTESTAÇÃO) - Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
Art. 496 do CPC (RECURSOS) – São cabíveis os seguintes recursos: (NÃO PRECISA SABER QUAIS SÃO)
I - apelação;
II - agravo de instrumento;
II - agravo;
III - embargos infringentes;
IV - embargos de declaração;
V - recurso ordinário;
Vl - recurso especial; 
Vll - recurso extraordinário; 
VIII - embargos de divergência em recurso especial e em recurso extraordinário. 
Princípio do direito de ação 
Princípio da ação, ou da demanda, indica a atribuição à parte da iniciativa de provocar o exercício da função jurisdicional. Como veremos, denomina-se ação o direito (ou poder) de ativar os órgãos jurisdicionais, visando à satisfação de uma pretensão. A jurisdição é inerte e, para sua movimentação, exige a provocação do interessado. É a isto que se denomina princípio da ação: nemo judex sine actore.
Art. 5º incisos XXXIV e XXXV da CRFB
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Princípio da fundamentação de todas as decisões judiciais. 
art. 93 inciso IX. “Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação”.
Art. 458. São requisitos essenciais da sentença: II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
Princípio da Razoável duração dos processos - Art. 5º, inciso LXXVIII (norma programática - não funciona). A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

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