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MARÍLIA ARAÚJO – P4 MEDICINA Psicologia Médica • Psicologia refere-se ao estudo, psicoterapia trata-se do tratamento, o acompanhamento com o profissional • Corpo e a mente não são separados 1. Lato sensu: é algo amplo, que pode ser tratado por qualquer pessoa 2. Stricto sensu: é algo mais “restrito”, feito por um profissional especializado na área • Sessões: a. Individualmente / b. Grupos / c. Casais / d. Instituições. / e. Familiar TEORIAS • Existencialismo: angústia pela liberdade humana, fragilidade e fugacidade da condição humana, falível e mortal • Behaviorismo: importância do prazer e do desprazer, de onde decorrem a recompensa e punição • Psicanálise: importância da existência dos desejos sexuais inconscientes LINHAS (TÉCNICA + TEORIA) DE PSICOTERAPIA 1. Psicanálise: técnica de associação livre. Interpretação de sonhos, falar o que vem à cabeça 2. Psicoterapia psicodinâmica: profissional oferece um “carinho”, compreender segundo a teoria psicanalista (inconsciente) 3. Psicoterapia cognitivo-comportamental: identificar pensamentos, emoções e comportamentos que podem ser disfuncionais 4. Psicodrama: é a dramatização 5. Gestalt terapia: explorar as informações dadas pelo paciente, sejam elas racionais ou não. Lida com percepções diferentes sobre uma mesma coisa. Nem sempre tem que ser certo ou errado, mas apenas diferente 6. Psicoterapia comportamental: busca compreender os motivos que estão relacionados com os comportamentos (desejáveis ou não) do paciente PSICANÁLISE • Inconsciente, Freud, Michael Balint (1° aplicar psicanálise na relação médico-paciente) • Psicoterapeuta: Sensu stricto: aquele profissional que estudou para fazer psicoterapia, contratado. • Sensu lato: quando um médico, por exemplo, durante uma consulta, ouve o paciente e tenta ajudá-lo de alguma forma; é uma ajuda, através da palavra. PSIQUIATRIA • Estuda o comportamento humano e o seu adoecimento. Muita subjetividade • Não trata a doença como uma patologia muito bem definida • Tentar separar o que daquele comportamento pode ser patológico ou normal • As classificações diagnósticas principais são: 1. Manual estatístico e diagnóstico de psiquiatria (DSM) 2. Classificação internacional de doenças (CID) • Doenças dessa área: transtornos • Técnicas de psicoterapia + medicação • Reforma psiquiátrica → centros de atenção psicossocial (CAPS) • Em psiquiatria o diagnóstico vai ser sempre longitudinal, há uma evolução da doença • Os sinais e sintomas observados são inespecíficos MARÍLIA ARAÚJO – P4 MEDICINA • O grande instrumento utilizado pela psiquiatria é a PSICOPATOLOGIA → Descreve como está o estado mental do paciente no determinado momento. Dá uma ideia acerca do temperamento, caráter e personalidade de uma pessoa ➔ TEMPERAMENTO: traços herdados do comportamento de uma pessoa. Grau de regularidade, grau de aproximação ou retraimento, grau de adaptabilidade, limiar de reação a um estímulo, intensidade da reação, qualidade do afeto, grau de distractibilidade, duração e persistência de atenção ➔ CARÁTER: são traços aprendidos. Agrega conotações morais. É determinado pelo ambiente, pela forma como o indivíduo foi criado. Com base nas influências do meio, modula-se a personalidade. Ex: religioso, especulativo, covarde, inconstante ➔ PERSONALIDADE: temperamento + caráter PSICOLOGIA MÉDICA • Seu objetivo de estudo é o doente e sua doença de um lado e o médico e a função terapêutica de outro • Sua finalidade passa a ser o treinamento das aptidões psicológicas desses profissionais, independente da sua especialização • conduzir os estudantes à compreensão dos problemas humanos em geral e os de seus futuros pacientes (visão holística) • É preciso cuidar de si mesmo para que se consiga cuidar do próximo, para prover uma assistência adequada APARELHO PSÍQUICO SEGUNDO A PSICANÁLISE LIBIDO • fonte original de energia afetiva (impulso e/ou desejo) • energia sexual • Prazer → época de vida em que o indivíduo se encontra → relacionamento com mundo ao redor FASE DE DESENVOLVIMENTO • Organização da libido em torno de uma determinada zona erógena: tipo específico de fantasia básica e modalidade específica em relação com o objeto (modo de se relacionar com o mundo) • Oral → anal → fálica → latência → genital CONVERSÃO • Emaranhado de emoções/mente (desejos, motivações, ideação) + corpo (energia sexual) – aparece sintomas, que podem ser gerados pela mente PRINCÍPIO DA CONSTÂNCIA • análogo ao princípio fisiológico da homeostase • mente busca um jeito de aliviar o nível de tensão PRINCÍPIO DO PRAZER • Na medida em que o desprazer está ligado ao aumento da tensão ou excitação e o prazer à sua redução, este princípio está a serviço do princípio da constância (diminui as tensões) PRINCÍPIO DA REALIDADE • Atua à medida que o aparelho psíquico vai evoluindo • se consegue fazer um julgamento do que pode ser um prazer enganoso • Certos prazeres podem levar a um desprazer maior • Tenta modificar o princípio do prazer MODELOS FREUDIANOS DO FUNCIONAMENTO MENTAL MARÍLIA ARAÚJO – P4 MEDICINA 1. Modelo Topológico • Pré-consciente: está presente, consegue-se percebê-lo; são as memórias e conhecimentos armazenados.. pode ser acessado através de um esforço da consciência. se “encontra” entre o inconsciente e a consciência • Consciente: são os pensamentos e percepções • Inconsciente: não se consegue vê-lo; são os medos, impulsos sexuais inaceitáveis, motivações egoístas, impulsos destrutivos, traumas de infância, desejos irracionais, tendências a perversidade, malignidade, crueldade. Não usa a lógica, ausência de temporalidade 2. Modelo dinâmico: aparelho psíquico dividido em instâncias • As instâncias são: id, ego e superego • Não são o pré-consciente, consciente e inconsciente • ID: satisfação imediata. Polo pulsional, inteiramente inconsciente. Entra em conflito com o Ego e Superego. Recém-nascido até adulto. Princípio do prazer. • Ego: parte do ID que funciona pelo princípio da realidade. Sede dos mecanismos de defesa. Assegura o equilíbrio psíquico. • Superego: É a dimensão moral que vai se alojando no ser. Informa quando os desejos são condenáveis. Modificações na adolescência Angústia - sinal de alarme que informa ao ego sobre a existência de um conflito interno → ego, então, lança mão dos mecanismos de defesa para evitar o sofrimento. Sensação de angústia é vivida como uma ameaça de sua própria destruição. 3. Modelo econômico: sustentar o equilíbrio interno do ser e não se angustiar com seus conflitos. Neurose gasta energia psíquica. MECANISMOS DE DEFESA • operações psíquicas inconscientes, empregadas pelo ego para se livrar da angústia • Um grande consumo de energia torna-se anti-econômico → Dá lugar ao aparecimento de doenças mentais ou psicossomáticas • Quanto mais “primitivos” os mecanismos de defesa que se usa, maior o gasto de energia para sustenta-los 1. Recalque ou repressão (pior) - Simplesmente há supressão do desejo ou impulso sem trazer nada à consciência. 2. Regressão: um retorno às formas anteriores do desenvolvimento 3. Identificação: adotar inconscientemente atitudes, comportamentos ou trejeitos de pessoas a quem tomamos como modelo, em resposta a sentimentos de insegurança ou angústia 4. Deslocamento: por impossibilidade de aceitar determinados sentimentos, tais como são, estes são deslocados para outros objetos, onde podem se tornar mais aceitáveis 5. Projeção: projetar os sentimentos no mundo externo, de forma que uma outra pessoa, fato ou coisa assuma características daquilo que não se pode ver em si mesmo 6. Formação reativa: é uma atitude psíquica de sentido oposto a um desejo recalcado e que se constitui como reação a este 7. Negação: O indivíduo pode formular um pensamento, um desejo, um sentimento anteriormente recalcados, desde que negue sua autoria 8. Racionalização: encontrarrazões boas que expliquem um comportamento cujas motivações profundas são mantidas inconscientes, por serem inaceitáveis para o sujeito 9. Sublimação: uma pulsão é dita sublimada quando se desvia para um novo alvo, visando a objetivos socialmente valorizados. Pegar algo ruim que está dentro de si e transformá-la em algo bom ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO 1. Fase oral: nascimento até 1 ano. Início das relações, egocentrismo MARÍLIA ARAÚJO – P4 MEDICINA 2. Fase anal: 2 e 3 anos. Objeto que gera prazer ao ser produzido. É uma fase de reconhecimento do outro, a criança começa a perceber mais a presença do outro. Avanço das funções corticais. Fase de controle. Importância da figura paterna: figura de autoridade. A criança começa a se firmar 3. Fase edípica ou fálica: 3 anos. Curiosidade sexual das crianças. Relação incestuosa: figura do 3º na relação (nesse caso, o pai), o que se resolve através do mecanismo de identificação. 4. Latência: dos 5 anos até o início da adolescência. Foco não é mais a relação do pai e da mãe, canalização da energia para o desenvolvimento intelectual e social. Escola promove uma socialização fora da família 5. Fase genital: início da adolescência até o pleno desenvolvimento do adulto normal. O ser humano adulto ama e trabalha. Adolescência, vida adulta e velhice. ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DO DIAGNÓSTICO • Integralidade + interdisciplinaridade + promoção de saúde = diagnóstico amplo e cuidadoso → evita medicalização desnecessária • Um diagnóstico malfeito ou mal comunicado pode gerar: 1. Estresse 2. Adoção de terapêuticas inadequadas 3. Mau resultado do tratamento 4. Iatrogenia MEDICINA PSICOSSOMÁTICA • Estudo das correlações entre fatores psicossociais e funções psicológicas (normais e anormais) • Estudo das interações entre fatores biológicos e fatores psicossociais na etiologia, sintomas, curso e desfecho das doenças • Aplicação de métodos psiquiátricos e comportamentais para prevenção, tratamento e reabilitação das doenças físicas • Termo psicossomático: pressupõe o holismo (visão ampla das coisas) e a psicogênese (fatores psicológicos podem gerar doenças físicas) 1. Campo psicanalítico: Fala sobre as emoções inconscientes (simbolização). Emoções inconscientes →simbolização → conversão → sintomas histéricos (psiconeuroses – neuroses advindas de emoções conscientes) 2. Campo psicobiológico: descoberta de neurônios que estavam/estão envolvidos nas doenças mentais. Onde surgiu o conceito de estresse. OBS: Síndrome geral de adaptação: reação corporal uniforme e inespecífica despertada pela ameaça física ou emocional. Gera uma reação de alarme e o sistema nervoso simpático fica hiperatuante → gera taquicardia, diminuição do débito cardíaco, aumento da frequência respiratória, diminuição das secreções e aumento pupilar (midríase). Há secreção de mais hormônios, corticoides, tireoidianos e da insulina. A fase da exaustão acontece quando esse estresse não se cessa (esgotamento celular parcial, atrofia do sistema linfático e hipertrofia do córtex da suprarrenal) As fases da síndrome de adaptação, então, são: 1. Ameaça 2. Reação de alarme 3. Fase de resistência 4. Exaustão 5. Morte RESILIÊNCIA • Capacidade de atravessar situações estressantes sem adoecer. MARÍLIA ARAÚJO – P4 MEDICINA 1. Fator pessoal: inteligência, socialização 2. Fator familiar: relações calorosas 3. Fator extra-familiar: boas instituições • Criança é um ser mais frágil para lidar com a resiliência BOM DIAGNÓSTICO • Aliviar sofrimento, beneficência, não gerar danos • Médico: orienta a conduta terapêutica, autoestima • Paciente: alívio contra o desconhecimento, pode gerar estigma e temor CURVA DE KAPLAN MEYER OU CURVA DE SOBREVIDA • Medem, no tempo, quantos pacientes vão morrer • expectativa de vida de uma doença depois de diagnosticada • A estatística é uma informação, não uma condenação • Médico deve ser visto como um fator de resiliência para o paciente e não um fator de estresse CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS • As classificações atuais (CID-10, CID-11 e DSM-V) são baseadas em regras e critérios explícitos de inclusão e exclusão, as quais definem as categorias diagnósticas EIXOS DIAGNÓSTICOS Os eixos da CID-10 são: 1. Eixo I: diagnósticos clínicos • Inclui transtornos mentais e condições médicas gerais, além dos transtornos de personalidade 2. Eixo II: funcionalidade/ incapacidades 3. Eixo III: fatores contextuais • Incluídos na categoria Z da CID-10 • O que acontece na vida daquela pessoa que recebeu o diagnóstico clínico • São fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços de saúde do paciente Para essa aula, as classificações mais importantes são as do CID-10: Z55-Z65: pessoas com riscos potenciais à saúde • Z55: problemas relacionados com a educação e com a alfabetização • Z56: problemas relacionados com o emprego e com o desemprego • Z57: exposição ocupacional a fatores de risco • Z58: problemas relacionados com o ambiente físico • Z59: problemas relacionados com a habitação e com as condições econômicas • Z60: problemas relacionados com o meio social • Z61: problemas relacionados com eventos negativos de vida na infância • Z62: outros problemas relacionados com a educação da criança • Z63: outros problemas relacionados com o grupo primário de apoio, inclusive com a situação familiar • Z64: problemas relacionados com algumas outras circunstâncias psicossociais • Z65: problemas relacionados com outras circunstâncias psicossociais
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