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TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO DE MANTEIGA SEMANA DE NUTRIÇÃO Prof. Me Marcel de Campos Oliveira Engenheiro de Alimentos INTRODUÇÃO A MANTEIGA é um derivado lácteo, que tem importância como → alimento (gordura). Nutricionalmente: Esta gordura é importante porque contém vitaminas lipossolúveis no leite como: vitaminas A, D e E; Enquanto seu valor energético é equivalente ao de outras gorduras e óleos. VALOR NUTRITIVO A manteiga é um produto que têm: ↑ teor de gordura ≈ 80%; Ácido graxo saturado; ↓ teor de proteína; ↑ teores de vitaminas lipossolúveis, principalmente as vitaminas A e D. I COMPOSIÇÃO E REQUISITOS Em média a manteiga apresenta a seguinte composição percentual: 80-83% de gordura; 16% de água; 0,4% de lactose; 0,15% de cinzas. Ingredientes obrigatórios: Creme pasteurizado obtido a partir do leite da vaca. Ingredientes opcionais: REQUISITOS Fermento lácticos selecionados (manteiga maturada). Cloreto de sódio até máximo de 2g/100g de manteiga (manteiga salgada); FERMENTADO POR MICRO-ORGANISMOS COMPONENTES DOS FLS AO QUAL SE INCORPORE OU NÃO CLORETO DE SÓDIO. CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS Consistência sólida, pastosa à temperatura de 20ºC, de textura lisa uniforme, untosa, com distribuição uniforme de água (umidade); ASPECTO: COR: Branco amarelada sem manchas ou pontos de outra coloração; SABOR E ODOR: De sabor suave, característico, aroma delicado, sem odor e sabor estranho. ADITIVOS E COADJUVANTES CORANTES: Permite-se a adição dos seguintes corantes naturais ou sintéticos, idênticos aos naturais, em quantidade suficiente para obter o efeito desejado: Baixa orelana; β-caroteno; Cúrcuma ou curcumina. Permite-se o uso de clorofilina ou clorofilina cúprica em quantidade suficiente para obter o efeito desejado. ADITIVOS E COADJUVANTES DESCORANTES: COADJUVANTES: Permite-se a adição de sais neutralizantes, em uma quantidade máxima de 2.000 mg/kg isolados ou combinados. Ex.: ortofosfato de sódio, carbonato de sódio, bicarbonato de sódio e outros. Expressos como substâncias anidras. QUALIDADE Tabela 1 - Características físico-químicas e parâmetros mínimos de qualidade: (*) No caso de manteiga salgada a percentagem de matéria gorda não poderá ser inferior a 80%. CLASSIFICAÇÃO A classificação da manteiga está relacionada com: A qualidade de matéria-prima, bem como as transformações ocorridas durante o seu processamento, que proporcionam produtos com diferentes composições. Tabela 2 - Classificação da manteiga segundo suas características: CLASSIFICAÇÃO Características Extra 1aQualidade Comum Gordura > 83,0% > 80,0% > 80,0% Acidez < 3,0 < 8,0 < 10,0 Sal < 2,0 < 2,5 < 6,0 Corante vegetal ausência facultativo obrigatório MANTEIGA DE MESA: a que obtenha classificação "extra", "primeira qualidade" ou "comum"; CLASSIFICAÇÃO MANTEIGA DE COZINHA: a que não satisfaz aos padrões previstos para o tipo de mesa e possa ter aproveitamento em culinária, incluindo-se nesta categoria a manteiga fundida. INSTALAÇÕES A Unidade de beneficiamento de derivados do leite para o processamento de manteiga, deverá ter na sua base física as seguintes áreas: Recepção; Laboratório; Processamento; Envase; Armazenamento; Refeitório; Conjunto sanitário masculino e feminino individualizado; Expedição. OBTENÇÃO DO CREME Desnate: As fábricas de manteiga que recebem leite integral devem recorrer a uma operação preliminar que se denomina desnate. Seu objetivo é o de dividir o leite em duas porções: Leite desnatado e creme. O uso do creme na elaboração de manteiga tem as seguintes finalidades: OBTENÇÃO DO CREME Reduzir o volume da massa e bater, aumentando, assim, a capacidade da batadeira; Facilitar a bateção, diminuindo sua duração; Aumentar o rendimento industrial, ao diminuir a porcentagem e o volume total de matéria gorda perdida no leitelho. O desnate do leite está baseado no fato de que a matéria gorda é menos densa que os outros componentes. OBTENÇÃO DO CREME Existem dois métodos para o desnate do leite: Natural ou por gravidade; Mecânico ou por força centrífuga. Desnate natural ou por gravidade: DESNATE NATURAL Está baseado na força ascensional dos glóbulos gordurosos do leite; Colocando leite em um recipiente, ao fim de certo tempo formar-se, em sua superfície, uma camada amarelada, um pouco espessa, que constitui o creme. DESNATE MECÂNICO DESNATADEIRA Figura 1. Esquema de uma desnatadeira aberta. Figura 2. Esquema de uma desnatadeira fechada. DESNATADEIRA CONDIÇÕES: DESNATE O rendimento de uma desnatadeira depende dos seguintes fatores: QUALIDADE DO LEITE: O leite sujo e ácido deixa na desnatadeira grande quantidade de resíduos que dificultam a livre circulação do leite desnatado que, às vezes, é forçado a sair pelos orifícios de saída da nata. CONDIÇÕES: DESNATE TEMPERATURA DO LEITE: Deve ser superior a 30°C, mas sem chegar à temperatura de pasteurização, para evitar a destruição dos glóbulos de gordura. VELOCIDADE: a velocidade de giro das desnatadeiras está relacionada com seu tamanho; assim, as menores giram em velocidade maior que as maiores. ALIMENTAÇÃO DO TACHO: CONDIÇÕES: DESNATE Se a passagem do leite é muito rápida, a força centrífuga não é aplicada durante o tempo suficiente, e a separação da nata não é correta como se desejaria. Processo industrial de fabricação descontínuo: PROCESSO INDUSTRIAL VÍDEO: FABRICAÇÃO DE MANTEIGA MANTEIGA CASEIRA Fluxograma de fabricação de manteiga: Obtenção do creme do leite Pasteurização do creme Maturação do creme Bateção do creme Lavagem da manteiga Malaxagem Salga Enformagem e embalagem Conservação MANTEIGA CASEIRA Padronização de cremes: Cremes podem chegar às indústrias com 45-70% de matéria gorda; A padronização é a regulagem do teor gorduroso para perfis de 35-36% de mg, podendo ser realizada com leite desnatado ou com água de ótima qualidade. Obtenção do creme de leite: MANTEIGA CASEIRA O desnate natural consiste em deixar o leite em repouso em um recipiente higienizado durante 12 horas na geladeira; Esse processo permite que os glóbulos de gordura, por possuírem menor densidade, subam para a superfície; É recomendado que o desnate ocorra sobre refrigeração para que se obtenha um creme de qualidade e posteriormente um bom produto. MANTEIGA CASEIRA Pasteurização do creme: Tem a finalidade de eliminar principalmente micro-organismos patogênicos; O creme é submetido a um tratamento térmico de 65°C durante 30 minutos. MANTEIGA CASEIRA Maturação: Após a pasteurização, o creme é resfriado a 25°C e refrigerado por, pelo menos, quatro horas, para que forme substâncias que propiciem sabor e aroma agradáveis à manteiga. Bateção: Tem o objetivo de formar grãos de manteiga por meio de ação mecânica; MANTEIGA CASEIRA É a operação em que se transforma o creme em manteiga; Esse processo pode ser realizado no liquidificador; O creme é colocado no aparelho e durante a bateção ele torna-se mais espesso em algumas partes; Nesse momento, passa-o para outro recipiente e finaliza a bateção com um utensílio apropriado (pazinha); O líquido branco resultante é conhecido como leitelho, devendo ser eliminado. MANTEIGA CASEIRA Figura 4 – Após a malaxagem e salga (pronta para envase). Figura 3 - Separação do leitelho (ponto de couve-flor). MANTEIGA CASEIRA Lavagem: Esta etapa deve ser realizada com água fria de boa qualidade e tem como propósito a remoção dos resíduos de leitelho da superfície dos grãos, melhorando a qualidade do produto final e contribuindo com a firmeza da manteiga; O volume de água a ser adicionado corresponde à quantidade de leitelho retirada; Esse processo é repetido três vezes. MANTEIGA CASEIRA Salga: Adicionam-se 2-3% de sal na manteiga e mistura-se bem até que ele fique bem distribuído; O sal auxilia a conservação e melhora o sabor da manteiga. Enformageme embalagem: A manteiga deve ser armazenada em embalagens onde a luz não incida, evitando a sua rancidez. Conservação: MANTEIGA CASEIRA A manteiga deve ser conservada em temperatura de 4-6°C. Defeitos: A manteiga tem uma Aw fraca pelo seu alto teor em lipídios; A água (aproximadamente 15%) está repartida sob a forma de finas gotículas na massa. MANTEIGA CASEIRA A adição de sal (aproximadamente 3%) facilita igualmente a sua conservação; A manteiga é portanto microbiologicamente mais estável do que o leite ou as natas. Podem ser atacadas por estirpes lipolíticas de bactérias como: Pseudomonas e Micrococcus; Algumas leveduras como Candida; Vários mofos como Cladosporium, Penicillium e Geotrichum. Entrada do creme Leitelho Saída de manteiga PROCESSO CONTÍNUO 1. Cílindro de bateção; 2. Seção de separação de leitelho; 3. Remoção total do leitelho; 4. Malaxagem e salga. Figura 5 – Esquema de uma mantegueira em contínuo Fritz/Eisenreich. Figura 6 - Tanque Maturador. Figura 7 - Tacho para pré-mistura. Figura 8 - Batedeira de creme. TRANSFORMAÇÃO DO CREME EM MANTEIGA » inversão da emulsão (O/A) em (A/O) » ação mecânica » junção dos glóbulos » expulsão do leitelho. MANTEIGA CONSIDERAÇÕES FINAIS Produção da Manteiga Industrial Artesanal Manteiga ideal consistência sólida e firme; Importância da APPCC comercializar (qualidade); Legislação normas de fabricação e classificação; Importante produção da manteiga. OBRIGADO PELA ATENÇÃO! Prof. Me Marcel de Campos Oliveira Engenheiro de Alimentos - UNOPAR Mestre em Engenharia e Ciência de Alimentos - UNESP Doutorando em Agronomia (Produção Vegetal) – UNESP E-mail: marceloliveira.oliveira@yahoo.com.br
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