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UNIDADE 14.0
CONDUÇÃO DOS MOTORES DIESEL
14.1 – INTRODUÇÃO
14.2 – PREPARATIVOS PARA A PARTIDA DOS MOTORES
14.3 – CUIDADOS DURANTE A OPERAÇÃO DOS MOTORES
14.4 – PREPARATIVOS PARA O REPOUSO DOS MOTORES
14.5 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS 
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UNIDADE 14.0
CONDUÇÃO DOS MOTORES DIESEL
14.1 - INTRODUÇÃO
	Conduzir bem um motor é manter sua operacionalidade no mais alto grau de eficiência possível. Para que isso aconteça, o condutor precisa conhecer as características de funcionamento da máquina, inteirando-se, portanto, do conteúdo dos manuais, planos e resultados do teste de fábrica do motor.
	A rigor, a condução de um motor não se restringe apenas aos cuidados durante o seu funcionamento. Na realidade, ela envolve todos os cuidados necessários antes da partida, durante o funcionamento e após a parada do motor. 
Vejamos um exemplo interessante para a condução do motor parado. Se a água de resfriamento do bloco de um motor que estiver parado não for drenada, e a temperatura na região onde ele se encontra atingir 0o C ou menos, ela congelará no interior do bloco e, devido à expansão da água, poderá provocar rupturas no mesmo. Lembre-se de que, na mudança do estado líquido para o sólido, a água tem um comportamento diferente da maioria das substâncias.
A PROPÓSITO, VOCÊ JÁ REPAROU O QUE ACONTECE QUANDO ALGUÉM ESQUECE UMA GARRAFA DE VIDRO OU DE PLÁSTICO CHEIA DE ÁGUA NO CONGELADOR DA GELADEIRA ?
	POIS É! ISSO É PARA PROVAR A VOCÊ QUE A BOA CONDUÇÃO NÃO É AQUELA QUE SÓ É FEITA QUANDO O MOTOR ESTÁ FUNCIONANDO.
	Ao contrário dos motores de pequeno porte, que têm os seus sistemas concentrados no próprio motor, facilitando a condução, os motores de médio e grande porte têm os seus sistemas distribuídos em grandes áreas da praça de máquinas, com seus componentes dispostos às vezes em diferentes pisos da mesma, dificultando um pouco mais a condução. É bem verdade que as instalações de médio e grande porte modernas são normalmente automatizadas, concentrando as informações da máquina na Sala de Controle. De qualquer forma, conduzir bem é também ficar com os sentidos atentos para perceber qualquer alteração no funcionamento do motor, independentemente da ação dos sistemas automáticos.
Para quem se inicia na condução, é importantíssimo o perfeito conhecimento das escalas dos instrumentos de medição, especialmente as dos termômetros e manômetros. Uma queda de pressão, indicada no manômetro do sistema de lubrificação do motor, por exemplo, pode ser causada por sujeira no filtro ou por um superaquecimento do lubrificante indicado num termômetro. Esse superaquecimento, por sua vez, pode derivar da falta de água de circulação do resfriador de óleo. Essa falta de água pode ser denunciada por outro manômetro do sistema. Como a falta de lubrificação pode causar avarias desastrosas para o motor, dá para sentir a enorme importância de se conhecer bem os medidores e as suas respectivas escalas.
A boa condução exige também um livro de registro de anotações, onde são lançadas todas as informações julgadas importantes e que devem ser conhecidas por cada condutor que entra de serviço.
Nesta unidade, não teríamos tempo de tratar isoladamente da condução de cada motor Diesel existente a bordo. Assim, nossa atenção será voltada para o motor de combustão principal ou MCP que, pela sua própria natureza, apresenta uma complexidade operacional maior.
14.2 - PREPARATIVOS PARA A PARTIDA DOS MOTORES
Antes de se colocar o motor propulsor em funcionamento, uma série de providências devem ser tomadas. Na realidade, hoje em dia torna-se praticamente impossível estabelecer-se uma lista de providências capazes de satisfazer a todos os sistemas de propulsão Diesel, sobretudo por causa da grande diversidade das instalações em uso na marinha mercante. Há, por exemplo, instalações que utilizam motores diretamente reversíveis acionando hélice de passo variável, motores irreversíveis em instalações com hélice de passo fixo, motores que acionam geradores de eixo, motores que apesar de reversíveis são instalados juntamente com hélices de passo variável, sistemas com expressivas diferenças no que se refere ao nível de automação de cada navio, etc. Evidentemente, essas diferenças individuais dão origem a diferentes procedimentos de preparação para a partida. Assim, cabe-nos mencionar aqui apenas os procedimentos gerais que, de forma convencional, semi-automatizada, ou plenamente automatizada, são levados em conta na preparação para a partida dos motores.
Aquecer lentamente o motor principal com a água doce proveniente dos motores auxiliares. Se não houver esta possibilidade de interligação entre os sistemas, o motor principal deverá ser provido de um sistema de aquecimento próprio com um aquecedor elétrico ou a vapor.
Encher com óleo combustível purificado ( e se possível clarificado ) o tanque de serviço do motor, mantendo a temperatura do O.C. na faixa recomendada pelo fabricante.
Manter limpos os filtros de óleo lubrificante e óleo combustível, tendo o cuidado de verificar se não existe ar nos sistemas.
Fazer as manobras necessárias e funcionar a bomba de lubrificação atentando para o nível de lubrificante no poceto. Caso o resfriamento dos êmbolos seja feito por óleo, verificar se há fluxo de retorno do mesmo nos visores apropriados.
Verificar as manobras e colocar a bomba do sistema de lubrificação do turboalimentador em funcionamento, observando se há fluxo de retorno no visor. Caso o sistema de lubrificação seja dependente da própria unidade de superalimentação, verificar nos visores se estão corretos os níveis de lubrificante dos mancais do compressor e da turbina.
Verificar o nível de lubrificante nos lubrificadores mecânicos e fazer manualmente uma pré-lubrificação nos cilindros.
Lubrificar todos os pontos que exigem lubrificação manual, sobretudo aqueles ligados a transmissões para alavancas de comando, articulações especiais, etc.
Verificar se os reservatórios de ar comprimido estão suficientemente carregados e devidamente drenados. Caso não haja purgadores automáticos nas ampolas, elas devem ser drenadas manualmente.
Com as válvulas de prova ( rubinetes ) abertas, girar o motor com o auxílio da catraca no mínimo uma volta, se o motor for de 2 tempos e duas, se o motor for de 4 tempos. Este procedimento é muito importante, principalmente no caso de o motor ter estado inoperante por um longo período, pois visa a verificar se há acúmulo de água no interior do cilindro. Esta tanto poderia decorrer de uma rachadura na camisa, como de condensação de vapor d'água presente no ar atmosférico e que pode penetrar no motor pela tubulação de descarga de gases.
Verificar se o sistema de óleo combustível encontra-se em ordem, ou seja, desaerado e com o combustível na temperatura recomendada.
Abrir no reservatório as válvulas de ar necessárias à partida, ao comando e ao controle do motor.
Desengrenar a catraca.
Consultar o passadiço sobre as condições externas e, assim que receber a permissão, arrancar o motor avante e atrás com ar.
Fechar as válvulas de prova e dar o pronto da máquina.
14.3 - CUIDADOS DURANTE A OPERAÇÃO DOS MOTORES
	Há duas situações distintas nesse caso: a primeira é a de regime de manobras, e a segunda é a de regime de viagem. Durante o regime de manobras, as principais preocupações devem estar voltadas para o controle da pressão do ar comprimido nas ampolas, e das temperaturas do óleo lubrificante, da água de resfriamento, do óleo combustível, do óleo ou água de resfriamento dos êmbolos, etc. 
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	Com o navio em regime de viagem, devem-se obter os valores de pressão, temperatura, nível, rpm, etc. a intervalos regulares. Nos navios modernos, um computador faz automaticamente uma varredura das variáveis do motor a intervalos regulares. Atenção especial deve ser dada ao nível e à qualidade do óleo lubrificante no poceto, do óleo combustível no tanque de serviço, da água de resfriamento no tanque de expansão, e do sistema de resfriamento dos êmbolos ( se for porágua ). Os lubrificadores mecânicos também devem merecer uma atenção especial, pois uma pequena fuga de óleo ou a presença de ar podem impedir que o lubrificante chegue a um determinado ponto da camisa do cilindro. Ruídos anormais no motor devem ser levados muito a sério, pois podem representar sintomas de problemas graves.
	14.4 - PREPARATIVOS PARA O REPOUSO DOS MOTORES
	Quando o navio se aproxima do porto de destino e a ordem de atenção à máquina é recebida no telégrafo, o pessoal envolvido na manobra de chegada deve tomar basicamente as seguintes providências:
reduzir gradualmente a velocidade do motor;
controlar as temperaturas do óleo lubrificante e da água doce de circulação das jaquetas do motor;
Abrir a válvula de comunicação do ar comprimido no reservatório (devidamente carregado),bem como a válvula principal do sistema de ar de partida do próprio motor propulsor. Fechar em seguida os drenos do sistema;
terminado o regime de manobras e recebida a ordem de "máquina dispensada", fechar a válvula principal de ar no motor e na ampola, mantendo o compressor de ar pelo comando automático;
manter por cerca de 15 minutos o fluxo de óleo lubrificante, principalmente para minimizar a deposição de carbono no interior dos êmbolos quando resfriados por óleo;
manter também por cerca de 15 minutos o fluxo de água de resfriamento do motor, deixando desta forma a temperatura baixar lentamente;
desfazer a manobra do óleo de lubrificação do turboalimentador, caso o seu sistema seja do tipo de gravidade;
caso o navio esteja em região de clima frio, se a temperatura ambiente se aproximar de 2o C, toda a água das jaquetas do motor deverá ser drenada, bem como a da carcaça do turbocompressor. Evidentemente essa operação será realizada se o sistema de aquecimento não for capaz de eliminar os riscos de congelamento;
fazer o restante das manobras do regime de porto.
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14.5 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS
I) Preencha corretamente as lacunas a seguir:
________________ bem um motor envolve ________________ antes, durante e após o seu funcionamento.
O _______________ de anotações é essencial na ________________ e deve conter todas as informações relevantes sobre o estado do moto.
Durante os preparativos para a partida, com as válvulas de _______________ abertas, o eixo de manivelas do MCP deve ser girado algumas voltas com o auxílio da ___________________.
Caso não haja ________________ automáticos nas ampolas de ar comprimido, as mesmas devem ser ________________ manualmente.
Durante os preparativos para a partida o __________________ deve ser acionado manualmente para fazer a pré-lubrificação dos cilindros.
Nos navios modernos, em regime de viagem, um __________________ faz uma varredura das variáveis do motor a intervalos regulares programados.
Após a chegada do navio e o aviso de “máquina dispensada”, os fluxos de ___________________ e água de resfriamento devem ser mantidos por um período de cerca de __________________ minutos.
Às vezes é necessário _________________ a água de resfriamento das jaquetas do motor. Essa providência deve ser realizada quando a temperatura da região se aproxima dos 2o C, e o sistema de aquecimento não seja capaz de evitar o risco de ________________________.
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II) Assinale a única alternativa correta em cada item:
Os instrumentos de medição mais importantes na condução de motores são, respectivamente:
pirômetros e viscosímetros.
manômetros e termômetros.
manômetros e termômetros.
termômetros e rotâmetros.
É um dos cuidados a observar por ocasião dos preparativos para a partida de um MCP de um navio de grande porte:
esvaziar o reservatório do lubrificador mecânico dos cilindros.
ligar e desligar a bomba de lubrificação principal a cada 5 minutos.
transferir o combustível do tanque de serviço para o de reserva.
desengrenar a catraca.
Ao terminar a manobra de chegada ao porto, recomenda-se manter o fluxo de água de resfriamento por mais:
20 segundos.
50 segundos.
5 minutos.
15 minutos.
Quando o navio se aproxima do porto de destino e a ordem de atenção à máquina é recebida no telégrafo, deve-se:
reduzir gradualmente a velocidade do motor.
parar a máquina imediatamente.
aumentar a velocidade do motor em 10 rpm.
freiar o motor com ar comprimido.
O óleo de lubrificação dos cilindros dos motores de médio e grande porte pode não chegar a certos pontos da camisa por causa de:
sujeira no resfriador de óleo lubrificante.
ar no circuito do lubrificador mecânico.
fuga no tanque de armazenamento do lubrificante dos cilindros.
anormalidade no funcionamento da bomba de lubrificação principal.
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