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Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 1 Acident� Vascular Encefálic� (AVE) Aula 07/03 - Valcellos e Ana Paula Caso Clínico ID - sexo masculino, 59 anos, engenheiro, natural e procedente de Salvador QP - não fala e não mexe o lado esquerdo do corpo há 45 minutos HMA - admitido no Pronto Atendimento, trazido pela família, por que despertou com perda de força em hemicorpo esquerdo e afasia há aproximadamente 45 minutos Há relato de sobrecarga emocional intensa nas últimas 24h, com elevação da pressão arterial manifesta por cefaléia, sem náuseas, mensurada e tratada com chá e medicações habituais (sic). Estava bem ao deitar para dormir, sem sintomas, sem queixas. Percebido despertar noturno, em torno das 2 horas da madrugada, para micção, sem anormalidades relatadas. Registra-se queixa recente e frequente de palpitações taquicárdicas, por vezes limitantes, nos últimos quatro meses, sem investigação ou acompanhamento. Nega-se dor torácica, nega-se tonturas, nega-se síncopes prévias, recentes ou remotas. No momento, nega dor, nega desconforto respiratório. AP: hipertenso, usa anlodipina 5mg e losartan 50mg. Portador de hipercolesterolemia, usa sinvastatina 20mg. Nega alergias medicamentosas ou alimentares AF: pai hipertenso, falecido de neoplasia de próstata aos 60 anos. Mãe portadora de hipercolesterolemia, falecida de infarto aos 69 anos, Irmãos mais novos com saúde aparente. HV: atividade física diária, caminhada 4km em 50 minutos, Nega tagismo, nega etilismo. IS: nega síncope, nega tonturas, nega convulsões, nega alterações visuais ou auditivas recentes (usa lentes corretoras). Sem alterações urinárias. Sem diarreia, sem vômitos e sem dor abdominal. EF: ao exame bom estado geral, levemente taquipneico, corado, hidratado, afebril, pálido. PA 160/90 mmHg, FC 96bpm, SpO2 95%. B1 e B2 normais, sem B3 (não insuf cardíaca congestiva). Sopro regurgitativo mitral +/IV. Ritmo cardíaco irregular por pausas (extrassistoles?). Pulmões limpos, murmúrio vesicular distribuído. Abdome flácido, sem visceromegalias ou massas. RHA presentes. extremidades sem edemas, bons pulsos. Vigil, colaborativo, afasico de expressão, compreensão normal. Desvio de rima labial para direita. Déficit motor à esquerda, com plegia em MIE e paresia grave (FM1) em MSE. Pupilas normais, isocóricas e fotorreagentes. palpitações taquicárdicas - fibrilação atrial que formam trombos por parede não se contrair AVC - EPIDEMIOLOGIA segunda causa mais comum de mortes, à causa de sequelas irreversíveis em adultos. 1 caso de AVC a cada 53 segundos (USA). 1 em cada 4 homens e 1 em cada 5 mulheres podem desenvolver o AVC até os 85 anos. A incidência de AVE aumenta com a idade. Um AVE, ou derrame, é DEFENIDO por um início abrupto de déficit neurológico que é atribuível a uma causa vascular focal. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 2 Assim, a definição de AVE é clínica, e usam-se os exames laboratoriais, incluindo os neurorradiológicos para sustentar o diagnóstico. Quem é mais atingido? 10 FATORES DE RISCO que estão presentes em 90% dos casos de AVC 1. hipertensão - doença insidiosa, crônica, estar continuamente acompanhando (maior responsável pelos AVCs estando ligados a um terço das ocorrências) 2. cigarro 3. sedentarismo 4. acúmulo de gordura abdominal 5. alimentação rica em gorduras e carboidratos 6. alto índice de gorduras no sangue (colesterol e triglicerídeos) 7. diabetes 8. consumo excessivo de álcool 9. estresse e depressão 10. doenças cardíacas Onde estamos? PROBLEMAS: população mal informada, procura por auxílio médio tardio, hospitais mal preparados, visão fatalística, desinteresse/despreparo setor público. - até 4h e 30' do sintoma é a janela trombolítica que temos para salvar às células do sistema nervoso SINAIS e SINTOMAS - perda súbita de função cerebral focal - perda súbita de força em um lado do corpo ou na face (desvio da boca para um lado) - perda repentina de sensibilidade em um lado do corpo - perda de visao súbita - confusão mental súbita - perda de fala ou dificuldade repentina de falar ou compreender - dificuldade súbita para caminhar - dor de cabeça súbita, forte, sem nenhuma causa aparente - coma, convulsões, respiração difícil Chamar médico imediatamente caso apresentem ou testemunhem o início súbito de qualquer um dos seguintes sintomas: perda da função sensorial e/ou motora em um lado do corpo (quase 85% dos pacientes com AVE isquêmicos têm hemiparesia); alteração da visão, da marcha, ou da capacidade de falar ou compreender; ou caso sintam cefaléia intensa súbita. AVC - desvio de rima labial paralisia facial periférica (comprometimento do músculo superior) x central AVC - hemiparesia à direita Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 3 SINAIS VITAIS Pressão arterial - habitualmente elevada, resposta compensatória ao aumento da PIC - cuidado ao baixar PA Respiração - AVE ou HIC podem reduzir drive - obstrução via aérea -> hipoventilação -> CO2 -> vasodilatação -> aumento da PIC - O2 suplementar se < 94% Temperatura, glicemia capilar - febre piora isquemia - avaliação cuidadosa da glicemia. HISTÓRIA e EXAME FÍSICO - palpar pulsos - ausculta cardíaca e pulmonar - sinais de trauma, queda - sinais de endocardite, púrpura, equimoses, cirurgia recente - sinais de isquemia distal, TVP exame neurológico - topografar lesão, confirmar dados de história: escalas de glasgow, cincinnati, NIHSS Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 4 TESTES INICIAIS Urgente - Sat O2, HGT, TC/RNM Imediato - ECG, hemograma, troponina, coagulograma; não devem atrasar a imagem; não devem atrasar a trombólise (a menos que haja suspeita) Demais Exames - caso a caso O paciente chegou…. tempo é tecido história, exame físico, glicemia capilar, satO2, TC sem contraste demais exames complementares monitorização e reavaliação constantes MANEJO INICIAL O2 se necessário, dieta zero, hidratação (individualização, solução salina isotônica. Evitar desidratação, evitar água livre, evitar solução com glicose); glicemia (evitar hipo. Tolerar hiper manter <180). cabeceira a 30 graus, temperatura (investigar cause se febre, manter normotermia), encaminhar para unidade especializada. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - paralisia de bell (paralisia facial periférica) - enxaqueca - paralisia de todd (pós ictal) após convulsão - encefalopatia hipertensiva, metabólica ou tóxica - esclerose múltipla - síncope (outras etiologias) - infecção sistêmica ou do SNC (encefalites) - amnésia global transitória - tumor ou abscesso cerebral - TCE - conversão (síndrome conversiva-dissociativa) AIT (Acidente Isquêmico Transitório) - sintomas temporários, reversão espontânea, 24 horas, habitualmente melhora em 1-2 horas, sem dano permanente, dissolução do trombo/êmbolo, melhora de vasoespasmo, circulação colateral que compensa a irrigação proveniente de um determinado vaso - risco de AVE Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 5 Terá havido AVE se os sinais e sintomas neurológicos durarem > 24h ou se for demonstrado infarto cerebral. AVE ISQUÊMICO 80% (mais comum, isquemia que pode levar a tecido necrótico ao privar neurônios de glicose e oxigênio, o que resulta incapacidade das mitocôndrias de produzir ATP). Causada pela redução do fluxo sanguíneo durante mais do que vários segundos. Os sintomas neurológicos manifestam-se em segundos por que os neurônios carecem de glicogênio, portanto a insuficiência de energia instaura-se rapidamente. Outro conceito importante é a penumbra isquêmica, definida como a área central do infarto. A penumbra pode ser visualizada por meio das imagens de perfusão-difusão por RM ou TC. A penumbra isquêmica progredirá para infarto subsequente se o fluxo não mudar - portanto, salvar a penumbra isquêmica é o objetivo das terapias de revascularização. falha na bomba de sódio e potássio -> disfunção -> Na célula puxando água -> edema pode ser devido a Trombose - obstrução local de uma artéria que têm a principal causa a aterosclerose (não cura, redução da luz da artéria podendo levar até a obstruçãototal) mas temos também a vasoconstrição, dissecção, vasculites e displasia fibromuscular. Nos pequenos vasos ateromatose, lipo hialinose: depósito lipídico hialino causado por HAS. Embolia - êmbolo originado em outro local na grande maioria das vezes eles são proveniente do coração (mais comum no coração E devido a circulação pela aorta, carótidas. A circulação pulmonar funciona como um filtro impedindo de prosseguir para o ventrículo E). Hipoperfusão - problema circulatório sistêmico, drogas vasoativas (melhorar a capacidade de perfusão). Para adequada perfusão tecidual, é importante de fluxo, débito adequado e pressão de perfusão que é realizada pelas arteríolas que têm uma resposta às drogas vasoativas no sentido de diminuir a luz do vaso e aumentar a pressão de perfusão ou aumentar a luz do vaso e ajustar a pressão de perfusão. Nos pacientes de hipoperfusão ver se é: Falência da resistência dos vasos periféricos ou se é Problema de bomba. AVEi Trombótico grandes vasos x pequenos vasos: diferentes causas, tratamentos e desfechos sintomas podem não ser máximos no início, flutuantes grandes vasos: extracranianos (carótidas comum e interna, vertebrais) e pequenos vasos: intracerebrais (polígono de willis - circulação colateral/origem perfusão cerebral e ramos proximais) AVEi Embólico (não gradativo, comportamento mais agudo, sintoma máximo no início) - Coração/aorta - fibrilação arterial, valvulopatia, flutter, IAM prévio, ICC, endocardite (formação de vegetações), cardiomiopatia dilatada (aumento da câmera cardíaca -> facilidade de formação de trombos), tumores, aneurisma, forame oval (FO) patente, ateromatose da aorta (deposição de trombo nas paredes dos vasos) - Outras artérias (embolia artério arterial) Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 6 AVEi por hipoperfusão podendo ser provocada por - Redução global de fluxo sanguíneo - Falência cardíaca (débito cardíaco diminui, pressão diminui), TEP, sangramentos (diminui volemia, diminui o retorno venoso, reduzindo a pré-carga, pressão de perfusão diminui e a pós carga aumenta) SIntomas neurológicos geralmente difusos Outras evidências clínicas da hipoperfusão Valva tricúspide do AD para VD têm 3 válvulas Valva bicúspide (mitral) do AE para VE Sangue entre pelos átrios e sai pelos ventrículos Vem do corpo rico em CO2 (venoso) e precisa ir para o pulmão -> direito das veias pro pulmão, não teria capacidade de tirar o CO2, por isso, ele precisa do coração. Ele chega no lado direito pelo átrio (veia cava superior: cabeça, pescoço, tórax e membros superiores e veia cava inferior: abdômen, membros inferiores) e agora precisa ir para o pulmão -> descer para o ventrículo direito que vai empurrar o sangue para o pulmão para fazer hematose. Ele desce pela valva tricúspide (3 válvulas). Sai pela artéria tronco pulmonar - grande calibre e curta extensão que se ramifica rapidamente. Pressão do sangue no pulmão é muito baixa. Voltar sangue para o coração -> ele chegar no AE rico em O2 (sangue arterial) que têm 4 vasos (veias pulmonares). Precisa da ajuda do VE (pela valva bicúspide ou mitral) para jogar para o corpo inteiro que vai acontecer com a artéria aorta. * exceção da veia é a veia pulmonar Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 7 Manifestações clínicas do AVC isquêmico A clínica ajuda, mas não é suficiente, feito TC sem contraste e indicado AVEi -> começar tratamento. Lembrando que janela terapêutica de trombólise = 4,5h Os tratamentos que visam reverter ou minorar a extensão do infarto tecidual e melhorar o desfecho clínico se enquadram em 6 categorias: 1 - suporte clínico (vias aéreas pérvias, respiração, circulação adequada (glicemia, SatO2 e pressão controlada); 2 - trombólise IV (SE INDICADO); 3 - revascularização endovascular; 4 - tratamento antitrombótico; 5 - neuroproteção e 6 - centros especializados em AVE e reabilitação AVEi com indicação de trombólise - (sistólica <185, diastólica < 110), após trombólise 180/105 por 24 horas AVEi sem indicação de trombólise - (tolerar PA elevada, só tratar se > 220/120, depois de 24h têm que baixar 15% dessa PA). Caso >220, utilizar anti hipertensivo. Se apresentar hipotensão com tratamento anti-hipertensivo, iniciar infusão de solução fisiológica. Se não efeito -> vasopressor. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 8 Investigar contra indicações de trombólise ou trombectomia Critérios de inclusão -> diagnóstico clínico de AVEi, sintomas <4,5h , idade > 18 anos Critérios de exclusão -> hemorragia intracraniana prévia, neoplasia intracraniana, sintomas sugestivos de hemorragia subaracnóide, pressão > 185 e diastólica > 110, uso de anticoagulantes (aí tem que suspender e usar drogas para reverter o anticoagulante), paciente com endocardite, dissecção de aorta (rompimento do vaso da aorta com o extravasamento do sangue para a camada adventícia). Hematológicos - plaquetas < 100.000 - terapia anticoagulantes com RNI > 1,7; TP > 15 seg; TTPa > 40 seg - doses terapêuticas de heparina nas 24h Imagem - evidências de hemorragia - áreas extensas de hipodensidade óbvia compatível com lesão irreversível Tratamento antitrombótico Inibição plaquetária - o ácido acetilsalicílico é o único agente antiplaquetário que se mostrou eficaz no tratamento agudo do AVE isquêmico. Anticoagulação - numerosos estudos clínicos não mostraram nenhum benefício da anticoagulação no tratamento primário da isquemia cerebral aterotrombótica. Terapia Específica - AVEi - alteplase EV - primeira linha trombectomia mecânica - oclusão de grandes vasos da circulação anterior (24h): independente do uso prévio de alteplase - AAS - dentro de 48horas - Profilaxia para TVP/TEP - Estatina - assim que possível medicação VO - Tratamento a longo do prazo da PA - Medidas comportamentais AVE HEMORRÁGICO 20% Hemorragia Intracerebral (próprio tecido do encéfalo) - sangramento no parênquima - arteríolas ou pequenas artérias - causando: hematoma - consequência de: HAS, trauma, diátese hemorrágica, drogas simpaticomiméticas (cocaína e metanfetamina), hipertensão, angiopatia amilóide cerebral, malformações arteriovenosas, idade avançada, consumo de álcool elevado. Hemorragia Subaracnóidea - sangramento no espaço subaracnóideo - ruptura de aneurismas, malformações - muitas vezes origem de trauma Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 9 AVEh Intracerebral sintomas iniciais provenientes da área que contém o hematoma, piora progressiva dos sintomas com o aumento do hematoma -> compressão, lesão dos tecidos podendo levar a isquemia secundária progressão para HIC (cefaléia, vômitos, redução do nível de consciência). AVEh Subaracnóidea Liberação do sangue diretamente no LCR - sob pressão. - o sangramento geralmente dura apenas alguns segundos - ressangramento é comum e ocorre mais frequentemente no primeiro dia Rápido aumento da pressão intracraniana PIC Início abrupto dos sintomas. Perda de função - memória, foco, joelhos cedem. Cefaléia súbita e muito intensa, vômitos. Rigidez de nuca. Ausência de sinais focais importantes. artéria basilar, artéria cerebral posterior, artéria cerebral média e anterior aneurisma mais fácil de abordagem AVEh por HICl - se PAS 150-220, reduzir para 140 - se PAS > 220, redução agressiva até 140 AVEh por HSA - o tratamento ideal não é bem estabelecido - manter PAS < 160 ou PAM < 110 Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 10 Terapia Específica - AVEh Hemorragia Intraparenquimatosa - reverter anticoagulação - controle da PIC: cabeceira elevada, sedação leve, evitar hidratação com fluidos hipotônicos - tratamento de HIC: solução hipertônica ou manitol, drenagem, sedação profunda, hiperventilação - cirurgia Hemorragia Subaracnóidea - a medida mais importante na fase aguda é prevenção de novo sangramento por correção do aneurisma - controle de PA, manter euvolemia - prevenir vasoespasmo (nimodipino 60mg 4/4) - prevenir isquemia - reversão de anticoagulação ABORDAGEM INICIAL Manifestações clínicas (1o neurônio - cerebral) alterações motoras: paresiase plegias atrofia intensa -> 2o neurônio alteração da coordenação: Ataxias Cerebelar - dismetria, disdiadococinesia e marcha ebriosa Vestibular - central e periférica Funções Superiores - linguagem - praxia - memória - gnosia (falta de reconhecimento) - cognição Afasia: motora (expressão) e sensitiva (compreensão) Heminegligência principais achados: olhar preferencial para um dos lados extinção tátil e visual anosognosia (não reconhece o déficit) autotopognosia (não reconhece o membro como dele) heminegligência (não reconhece todo um lado) ATENDIMENTO SALA DE EMERGÊNCIA AVCI - fatores de risco: HAS, DM, dislipidemia, fibrilação arterial, aterosclerose/trombose e cardioembólicos. Início abrupto ou de progressão rápida. AVCH - cefaléia intensa, dor na nuca, visao dupla, náusea, vômito, perda consciência Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 11 1o - história (idade) + exame físico (se queda ou traumatismo) + exame neurológico: nível de consciência (escala de coma de galsgow) e nível de gravidade do avc (escala de NIHSS) em 10 min 2o - ictus (qual foi a última vez visto bem) < 4,5h para trombólise em caso de isquêmico 3o - MOV (monitoramento, oxigenação e vias -> 2 acessos) 4o - controle glicemia, temperatura, pressão (I -> 220/120 e H - 160/140), elevar cabeceira 5o - neuroimagem TC sem contraste -> 25' e interpretar em 45'. A tomografia computadorizada TC do encéfalo é a técnica padrão para detectar a presença ou ausência de hemorragia intracraniana. A desvantagem da TC é que somente 31% têm sensibilidade nos sinais precoces. A localização da hemorragia restringe o diagnóstico diferencial a algumas entidades. 6o - exames laboratoriais (hemoglobina, hematócrito, plaquetas, tempo protrombina/tromboplastina, troponina creatinina, ureia, K e Na). Raio-x lateral de coluna cervical (se coma/trauma - procurando o trajeto da artéria aorta) isquêmico -> iniciar trombólise -> 60' temos a janela de trombólise até 3h30' do ictus. Para trombólise, a pressão tem que diminuir para 180/105 e não pode ter problema de coagulação, trombólise venosa ou trombólise mecânica. critérios de exclusão -> uso de anticoagulantes, heparina nas últimas 4hr, AVCI ou TCE nos últimos 3 meses, hemorragia intracraniana, malformação vascular, rebaixamento do nível de consciência, sangramentos, crise convulsiva, aumento persistente da PA. pacientes não submetidos -> utilizar anti hipertensivo se PA -> < 220/120 (hipertensão permissiva - melhora a pressão de perfusão cerebral). Se apresentar hipotensão com tratamento anti-hipertensivo, iniciar infusão de solução fisiológica. Se não efeito -> vasopressor. hemorrágico -> correção coagulopatia se indicado, complexo protrombínico, vitamina K, plasma fresco, inibidor fator VIII e fator VIIa recombinante ativado. PAS < 160/140 (baixar a pressão). Na TC -> sangue é bancro - hiperdenso 7o -> investigar etiología - doppler, angiografía, ECG/Holter CECIL Quatro grandes artérias abastecem o cérebro: as artérias carótidas internas e externas, pareadas bilateralmente). A artéria carótida comum esquerda se origina diretamente do arco aórtico, mas a direita se origina de ramos da aorta. A artéria carótida comum direita é um ramo da artéria denominada, e as artérias vertebrais esquerda e direita se originam das artérias subclávias. Artérias Carótidas Internas (ACI) Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 12 A bifurcação da artéria carótida comum na origem da artéria carótida interna (ACI) é o local mais frequente para lesões ateroscleróticas da vasculatura cerebral. A oclusão da ACI em geral é clinicamente silenciosa se o polígono de Willis estiver completo. Na maioria dos indivíduos, cada artéria carótida comum se bifurca em uma artéria carótida interna e externa logo abaixo do ângulo da mandí- bula e aproximadamente no nível da cartilagem tireoideana. A artéria carótida interna (ACI) entra no crânio pelo forame lacerado e percorre uma curta distância dentro da porção petrosa do osso temporal. Ela então entra no seio cavernoso antes de penetrar a dura e ascende acima do processo clinóide para se dividir nas artérias cerebrais anterior e média (ACA e ACM, respectivamente). A porção da ACI que se situa entre o seio cavernoso e o processo supraclinóideo assume uma forma em "S" e, algumas vezes, é chamada sifão carotídeo. A ACI fornece seus primeiros ramos importantes no nível supraclinoide: as artérias oftálmica, comunicante posterior e coróidea anterior, normalmente nesta ordem. Em alguns casos, a artéria oftálmica se origina da ACI no interior do seio cavernoso. Artérias Carótidas Externas (ACE) Os ramos da artéria carótida externa algumas vezes formam anastomoses que fornecem circulação colateral para a ACI. Esses ramos incluem a artéria facial e a artéria temporal superficial. Ambos os vasos podem se anastomosar com os ramos supratrocleares da artéria oftálmica. Nos casos de obstrução da ACI abaixo do nível do ramo oftálmico, as artérias facial e temporal superficial algumas vezes fornecem o suprimento de sangue para a parte distal da ACI, através do ramo oftálmico. Artérias Vertebral e Basilar A variação anatômica é muito mais comum no sistema arterial vertebral que na ACI. As artérias vertebrais pareadas normalmente se originam das artérias subclávias, mas suas origens podem ser mais proximais no arco aórtico, ou elas podem formar um ramo comum do tronco tireocervical. As artérias vertebrais normalmente entram no forame da sexta vértebra cervical ou, muito menos comumente, nos forames das quarta, quinta ou sétima vértebras. As artérias vertebrais ascendem através dos forames transversos e saem em Cl, onde elas giram quase 90 graus posterior- mente para passar por trás da articulação atlantoaxial antes de penetrar a dura e entrar na cavidade cranial através do forame magno. A porção da artéria vertebral, que contorna por trás da articulação atlantoaxial, pode sofrer deformações mecânicas, e a rotação excessiva da cabeça pode causar estreitamento arterial e redução do fluxo sanguíneo para a artéria vertebral ipsilateral. Intracranialmente, as artérias são laterais ao bulbo, então seguem ventral e medialmente, onde se juntam rostralmente na junção bulbopontina para formar a artéria basilar. A artéria basilar finalmente se bifurca na junção pontomesencefálica para formar as artérias cerebrais posteriores (ACP). Em alguns indivíduos, as artérias vertebrais esquerda ou direita terminam antes de alcançar a artéria basilar, que é, por consequência, suprida proximalmente por uma única artéria vertebraL As artérias vertebrais em geral apresentam ramos mediais, que se curvam caudalmente e se unem para formar a artéria espinal Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 13 anterior, e ramos laterais que respondem pelo suprimento da parte dorsolateral do bulbo e parte posterior do cerebelo, chamados artérias cerebelares posteroinferiores. Polígono de Willis O polígono de Willis, que se situa na base do cérebro, é formado pela união das artérias cerebrais anteriores (ACA) direita e esquerda por intermédio da artéria comunicante anterior, as artérias cerebrais médias (ACM), e as ACP por intermédio das artérias comunicantes posteriores. Artérias Cerebrais Anteriores As ACA têm um trajeto mediai acima do quiasma óptico e passam rostralmente em direção à fissura inter-hemisférica, onde se curvam caudalmente para se situar imediatamente dorsal ao corpo caloso. Em uma pequena parcela de indivíduos normais, o segmento AI da ACA (a porção entre a origem da ACM e o primeiro grande ramo, a artéria comunicante anterior) é hipoplásico ou ausente, deixando sua porção distai ser suprida pela ACA oposta por intermédio da artéria comunican- te anterior Artéria Coróidea Anterior Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 14 A artéria coróidea anterior se origina da porção supraclinoide da ACI na maioria das pessoas. Ela trafega caudal e medialmente sobre o trato óptico, para o qual fornece alguns pequenos ramos, e entra no cérebro através da fissura coróidea. Muitas estruturascerebrais importantes recebem fluxo sanguíneo da artéria coróidea anterior, incluindo porções da parte anterior do hipocampo, uncus, amígdala, globo pálido, cauda do núcleo caudado, parte lateral do tálamo, corpo geniculado e uma grande porção da parte mais inferior do braço posterior da cápsula interna. Artéria Cerebral Média AACM fornece fluxo para a maior parte da superfície lateral dos hemis- férios cerebrais e é o vaso mais frequentemente envolvido nos acidentes vasculares encefálicos isquêmicos. À medida que o tronco principal da ACM passa lateralmente em direção à fissura silviana, ele dá origem a algumas artérias lenticuloestriadas mediais e a todas as artérias lenticu- loestriadas laterais. Essas artérias suprem o putâmen, a cabeça e o corpo do núcleo caudado, a parte lateral do globo pálido, o braço anterior da cápsula interna e a porção superior do braço posterior da cápsula interna. A ACM se estende para a fissura silviana, onde se ramifica em várias artérias menores agrupadas em uma divisão superior, que nutre a superfície cortical acima da fissura, e uma divisão inferior, que supre a superfície cortical do lobo temporal. O território da ACM inclui as principais áreas motoras e sensitivas do córtex; as áreas para os movimentos contraversivos dos olhos e da cabeça; as radiações ópticas; o córtex auditivo sensitivo; e, no hemisfério dominante, as áreas motoras e sensitivas para a linguagem. Artérias Cerebrais Posteriores O fluxo sanguíneo para ambas ACP é derivado, na maioria das pessoas, da artéria basilar e raramente da ACI. Algumas vezes a ACI é a origem de uma ACP, e a outra ACP se origina da artéria basilar. As ACPs passam dorsalmente ao terceiro nervo craniano, cruzando os pedúnculos cerebrais, e depois sobem ao longo da borda mediai do tentório onde 1 se ramificam nas divisões anterior e posterior. A divisão anterior nutre a superfície inferior do lobo temporal, onde seus ramos terminais anastomosam-se com ramos da ACM. A divisão posterior supre o lobo occipital, onde seus ramos terminais anastomosam-se com a ACA e a ACM. Na parte mais proximal de seu trajeto ao longo da base do cérebro, a ACP dá origem a vários grupos de artérias penetrantes comumente chamadas de artérias talamogeniculadas, talamoperfurantes e coróideas posteriores. O núcleo rubro, a substância negra, as partes mediais dos pedúnculos cerebrais, os núcleos do tálamo, o hipocampo e a parte posterior do hipotálamo recebem sangue destes ramos penetrantes.
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