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SEPSE Bruna Pitanga - MED104C => Definições antigas - Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS) — incluem dois ou mais critérios: — Temperatura axilar > 38º ou < 36º — Frequência cardíaca > 90 bpm — Frequência respiratória > 20 rpm ou PaCO2 < 32 mmHg — Leucócitos gerais > 1200 cels/mm3 ou < 4000 cels/mm3 ou > 10% de formas imaturas (“bastões”) - Sepse: SIRS associada à infecção comprovada ou clinicamente suspeita - Sepse grave: Sepse associada à disfunção de órgãos, tais como: hipotensão arterial, hipoxemia, aumento do lactato sérico, acidose láctica, oligúria, trombocitopenia, aumento de bilirrubinas ou alteração do estado mental - Choque séptico: Sepse com hipotensão arterial, refratária à adequada reposição volêmica => Definição de Sepse 2016 (definição abole o conceito anterior - 1991) - SEPSE: presença de disfunção orgânica potencialmente fatal, causada por uma resposta desregulada do organismo à uma infecção. A disfunção orgânica é definida pela variação (aumento) de 2 pontos no escore de SOFA. - CHOQUE SÉPTICO: subgrupo de pacientes com anormalidades circulatória e celular/metabólica grave que aumenta a mortalidade. Definida pela presença de hipotensão persistente, requerendo o uso de vasopressores (vaso consctritores)para manter a pressão arterial média acima de 65 mmHg e a presença de lactato sérico > 18 mg/dL (ou > 2 mmol/L) a despeito de ressucitação volêmica adequada. O lactato sérico é um marcador de hipoperfusão tecidual (tecido que não recebe sangue adequadamente produzem lactato). A pressão arterial média é a diferença entre pressão sistólica e pressão diastólica (PAM = PAS - PAD). A PAM estará menor que 65 mmHg, sendo necessário fazer uma reposição volêmica de forma rápida e adequada, mas o paciente não responde, sendo necessário, então, utilizar drogas que aumentem a resistência vascular periférica, causando vasoconstrição. O indivíduo com SRIS sem disfunção orgânica, possui uma suspeita ou infecção comprovada e a alteração dos sinais vitais (FC e FR) nada mais é que uma resposta normal do organismo, ou seja não há resposta exarcebada. O choque séptico está relacionado à diminuição da resistência vascular periférica - Disfunção orgânica: a disfunção orgânica é definida pela variação (aumento) de 2 pontos no escore de SOFA. SSC: — hipotensão (PAS < 90 mmHg ou PAM < 65 mmHg ou queda de PA > 40 mmHg); — oligúria (≤ 0,5 mL/kh/h); — elevação da creatinina (> 2 mg/dL); — relação PaO2/FiO2 < 300 ou necessidade de O2 para manter SpO2 > 90%; — contagem de plaquetas < 100.000/mm3 ou redução de 50% no número de plaquetas em relação ao maior valor registrado nos últimos 3 dias; — lactato acima do valor de referência; — rebaixamento do nível de consciência, agitação, delirium; — aumento significativo das bilirrubinas (> 2x o valor de referência) => SOFA: feito para emergências, tem exames laboratoriais neste tipo de critério (o que leva mais tempo), e a questão da Sepse tem que se resolver instantaneamente. Na escala de Glasgow, paciente com Glasgow de 10 a 12 já indicativo que está em sepse, porque está no ponto 2. A partir do ponto 2 se usar vasopressor para restabelecer a hipotensão, ele se encaixa na sepse. - Escala de Glasgow: mede o nível de consciência do paciente, utilizando nos primeiros socorros e em doenças infecciosas => qSOFA: avaliação rápida usando 3 parâmetros. Não defini sepse, é uma suspeita, uma pré-triagem. Na presença de 2 critérios qSOFA, faz-se o SOFA, havendo aumento de 2 pontos no SOFA inicia-se a reposição volêmica. Não respondeu é choque! O escore de SOFA nos diz se aquela alteração está associada a uma disfunção de órgão ou não. Uma variação de 2 pontos ou mais defini-se como disfunção de órgãos. Deve-se abordar a sepse na 1ª hora. - Critérios: — frequência respiratória ≥ 22 rpm — alteração do estado mental — pressão arterial sistólica ≤ 100 mmHg => Epidemiologia - Brasil — Sepse aumentada nos últimos anos — Mortalidade reduzida nos últimos anos — Elevada mortalidade de sepse no Brasil — Todos os indivíduos são suscetíveis, entretanto estão sob maior risco: indivíduos com idade avançada, pacientes em tratamento quimioterápicos ou imunossupressores, pacientes submetidos à procedimentos e dispositivos invasivos, paciente com AIDS ou com outra doença imunossupressora, queimados e politraumatizados. Importante não manter as invasões desnecessárias, como as sondas, por exemplo. — principal sítio de infecção que leva a internação por sepse no Brasil: Pulmão, Abdômen e Urinário — prevalência de sepse por bacilos gram-negativos => Fisiopatogenia Monócitos, células dendríticas, macrófagos fagocitam células da resposta imune inata reconhecem os padrões moleculares associados à patógenos (PAMPs) e apresen- tam para o sistema imune adaptativo (Linfócito B e T). Ocorre produção de citocinas inflamatórias(TNF-alfa, IL-1, IL-6), ativação da resposta imune celular e humoral, ativação da cascata de coagulação, ativação do sistema complemento, mediadores lipídicos, leva a lesão do endotélio vascular, vasodilação, formação de microtrom- boses e leva a disfunção de órgãos e choque. O choque está relacionado a diminuição da resistên- cia vascular periférica!!! => Diversos sistemas podem ser alterados pela Sepse A resposta inflamatória mediada pelo sistema imune, leva a uma disfunção de vários sistemas do organismo do indivíduo. Uma infecção causa o gatilho que desencadeia diversos fato- res formadores da sepse. Os antígenos da bactéria levam a uma resposta inflamatória exarcebada, alterando os componentes do organismo humano => Diagnóstico clínico: devemos pensar no foco da sepse, pois as manifestações clínicas estarão relacionadas ao local onde a infecção primária está acontecendo. Portanto, temos que definir onde ocorre a infecção primária, causas neurológicas devido à baixa perfusão tecidual, assim como, aumento da uréia por problemas renais, gerando a uremia. A febre por si só pode levar a um quadro de delirium. => Manejo - 2015: devido à urgência da sepse existem protocolos para o seu manejo a fim de diminuir a mortalidade - Pacote de 1h: colhe-se exames do local de origem da infecção, mas se a coleta for atrasada outras medidas como o uso de antibióticos adequado e ressuscitação volêmica devem ser feitas, não precisando esperar a coleta para sair do choque. Se o indivíduo não responder a ressuscitação volêmica, usa-se vasopressores. Indivíduos que ficam mais de 40 minutos em choque podem causar algum dano devido a má perfusão dos tecidos. Hemocultura: colher 20 ml de sangue divididos em 2 frascos, além da coleta de outros sintomas. Lactato sérico > 18 mg/dL = choque séptico Pacote de 1h — coleta de lactato — hemoculturas — antibióticos — fluidos/vasopressores — vasopressores - Pacote de 6h: reavaliação do status polêmico e perfusão; transfusão de concentrados de hemácias, caso Hb < 7 mg/dL; pressão arterial invasiva; demais medidas de suporte - Ressuscitação volêmica — Reposição volêmica vigorosa: cristalóide melhor que coloide, 30 ml/kg na 1ª hora, 500 ml em boulos em menos de 15 minutos — Rever necessidade de reposição volêmica dentro do pacote de 6 horas: PVC - 8 a 12 mmHg, pressão arterial média ≤ 65 mmHg, débito urinário ≤ 65 mmHg, Svc < 70%, lactato normalizado > 2 mmol/L — Uso de vasopressores: PAM > 65 mmHg, apesar da reposição volêmica, noradrenalina 1ª opção, associar vasopressina, se não houver melhora - Manejo — Culturas devem ser colhidas antes do início da antibioticoterapia, se isso não for atrasar o processo. A antibioticoterapia empírica endovenosa e de amplo espectro de ação, podendo associar a antibióticos. A escolha depende do micro-organismo que você quer atingir, da sua suspeita de foco e dos organismos mais comuns lá, se é de origem comunitária ou hospitalar (avaliar o perfil de resistência), comorbidades do paciente — Focos de infecção devem ser exaustivamenteprocurados, afim de definir melhor o ATB — Drenagem, ressecções cirúrgicas, desbridamento de tecidos necróticos — Quando há suspeita de infecções relacionadas à cateter, este deve ser prontamente removido — Lactato deve ser obtido em todos os pacientes com sepse — Deve ser iniciado na 1ª hora do atendimento do paciente — A escolha depende dos microrganismo a serem atingidos, da concentração em diferentes tecidos, origem hospitalar ou comunitária (avaliar o perfil de resistência), comorbidades, toxicidade das drogas — Duração de 7 a 10 dias — Deve ser reavaliado e ajustado caso os resultados das culturas sejam discordantes ou não houver melhora do paciente => Tratamento de suporte - Baixa dose de corticóides: utilizar somente nos casos de choque refratários à ressuscitação volêmica de vasopresores - Controle glicêmico: caso duas medidas de glicemia > 180 mg/dL - Estratégia de ventilação protetora - Transfusão de derivados do sangue: caso Hb > 7 g/dL; plaquetas > 10.000/mm3 ou < 20.000/mm3 com sangramento - Sedativos e analgésicos - Hemodiálise - Reposição de bicarbonato de sódio: pH < 7,15 - Profilaxia de TVP e de úlcera de estresse
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