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Introdução ao Direito do Consumidor - Módulo VII

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MÓDULO VII - DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO 
 
 
 
- Identificar os meios de acesso do consumidor à justiça; 
 
- Diferenciar ação coletiva de ação individual. 
 
 
 
 
Unidade 1 - O acesso à Justiça 
 
Nas unidades anteriores vimos as características de proteção contratual nas 
relações de consumo. Agora, vamos iniciar esta unidade conhecendo quais 
sãos os meios e formas de acesso à justiça em casos de violação dos direitos 
do consumidor. 
 
O CDC preocupou-se em garantir que o consumidor, como parte vulnerável, 
não ficasse à mercê do fornecedor. Para tanto, dedicou um capítulo para a 
defesa do consumidor, conceituando, inclusive, os direitos transindividuais 
(difusos, coletivos e individuais homogêneos). 
Vejamos: 
 
 
 
TÍTULO III 
Da Defesa do Consumidor em Juízo 
 
CAPÍTULO I 
Disposições Gerais 
 
 Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas 
poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. 
 
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: 
 
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, 
os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas 
indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; 
 
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, 
os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo, categoria 
ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação 
jurídica base; 
 
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os 
decorrentes de origem comum. 
 
 
 
 
Pág. 2 
 
Como vimos, o art.81 do CDC estabelece que o acesso à justiça, diante de 
uma lesão ao consumidor, pode ser feito tanto de forma individual quanto 
coletiva. O exercício da defesa do consumidor de forma coletiva serve para que 
se evite um dano maior, daí o direito de o consumidor garantir meios àqueles 
que sofrem qualquer tipo de lesão nas diversas formas de direitos 
transindividuais. 
 
Analisemos o seguinte caso. 
 
Imagine um lote de 100 produtos defeituosos colocados no mercado para 
serem vendidos. E que desse total de produtos, 70 consumidores considerem 
que o produto não presta e o joguem fora, 20 consumidores percebem que ele 
está com defeito e utilizem dos meios à disposição para reaver o valor pago, ou 
trocar a mercadoria, e apenas 10 tenham algum tipo de lesão séria ou leve da 
utilização do produto com defeito. 
Em regra, ainda, o direito do consumidor não tem sua tutela garantida diante do 
tamanho da lesão, haja vista que a maioria dos consumidores lesados no caso 
acima sequer percebe o defeito do produto. Apenas 10% dos consumidores 
sofreram as consequências sérias decorrentes da inobservância do fornecedor 
em colocar esse produto no mercado. 
 
 
 
 
 
Pág. 3 
Ora, o que se verifica é que o fornecedor ainda faz o cálculo de se vale mais a 
pena para ele corrigir o erro do produto ou colocá-lo, mesmo defeituoso, no 
mercado e arcar com os custos daqueles que venham a sofrer alguma lesão. 
 
Se considerado apenas o lado financeiro, para o fornecedor vale mais a pena 
ressarcir 10% dos consumidores lesionados do que tirar todos os 100 produtos 
do mercado. Esse cálculo ainda é feito muitas vezes, diante da possibilidade 
que o fornecedor tem em se esquivar nessa situação. 
 
 
 
 
A diferença existiria se todos os consumidores desse produto reclamassem e 
fossem em busca de seus direitos para que a atitude de fornecedores como o 
do exemplo não se repetisse. Ressalte-se que não se incentiva uma indústria 
do dano, mas que essa situação pudesse ao menos ser remediada. 
 
 
 
Como fazer diferença? 
 
Como o consumidor deve agir em casos como esse? 
Existem dois meios para o consumidor agir: 
Ação Individual - o consumidor pode recorrer diretamente ao Judiciário, com ou 
sem a ajuda de um advogado, dependendo do valor e do tipo da causa; 
Ação Coletiva - um grupo de consumidores pode entrar com uma ação na 
Justiça. 
 
 
 
Síntese 
 
Embora o exemplo acima tenha trazido uma dimensão da situação do 
consumidor, as ações coletivas previstas para atuação em defesa do 
consumidor vulnerável têm como intuito controlar essas atitudes do 
fornecedor. A participação do Ministério Público, de associações de defesa do 
consumidor e da defensoria pública, principais atores legitimados para se 
valerem da ação coletiva, tem modificado esse quadro na defesa de tais 
direitos. Entretanto, o consumidor precisa dar conhecimento a essas 
instituições. A realidade de uma sociedade de consumos de massa, com mais 
produtos e serviços colocados no mercado, tem transformado as atitudes 
desses consumidores, e cada vez mais se percebe que seus direitos são 
garantidos. 
 
Aliás, para garantir esse acesso à justiça, o CDC definiu alguns dos direitos 
transindividuais, que serão apresentados na próxima unidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 2 - Mecanismos processuais, coletivos e individuais 
 
O CDC tratou com muito cuidado da defesa dos direitos transindividuais, 
procurando evitar que lesões como a mencionada na unidade anterior ficassem 
à mercê dos rigorismos processuais e deixassem de ter verificada a sua tutela. 
 
Assim, vamos relembrar aqui a sistemática coletiva do CDC, que identificou os 
direitos transindividuais da seguinte maneira: 
 
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas 
poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. 
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: 
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, 
os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas 
indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; 
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, 
os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo, categoria 
ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação 
jurídica base; 
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os 
decorrentes de origem comum. 
 
 
 
 
Pág. 2 
 
Pode-se, portanto, conceituar tais direitos da seguinte forma: 
 
Interesses ou direitos difusos: 
São interesses unificados por uma situação fática comum que relacionam toda 
a coletividade, sem que possam ser mensurados ou identificados os direitos 
relativos a cada pessoa. Transcendem a parcela de individualidade. Cite-se 
como exemplo o meio ambiente, haja vista a impossibilidade de se mensurar a 
parcela do ar, da fauna e da flora a que cada ser humano tenha direito. Embora 
esse seja o exemplo clássico para tais interesses, vários são os casos de 
direitos difusos na esfera do consumo, tal como a propaganda enganosa, 
diante da impossibilidade de se saber ao certo qual parcela da população foi 
por ela atingida. 
 
Interesses ou direitos coletivos: 
Interesses coletivos podem ser classificados como gênero ou espécie. Quando 
se fala nesses interesses como gênero, são os chamados interesses ou 
direitos transindividuais. Se se identificam como espécie, conforme descrito no 
CDC, tratam-se de interesses ou direitos coletivos stricto sensu. Aqui neste 
curso, preferimos utilizar como gênero interesses ou direitos transindividuais, 
pois transcendem a esfera do indivíduo, e como subespécies os direitos 
identificados no CDC. Tais interesses são indivisíveis e identificam umarelação 
jurídica em comum que agrega um determinado ou determinável grupo de 
pessoas, cujo exercício desse direito faz-se conjuntamente. O direito pertence 
ao grupo por estarem interligados por essa determinada relação jurídica em 
comum, como sucede com os alunos de uma escola, os empregados de uma 
empresa etc. 
 
Pág. 3 
Interesses ou direitos individuais homogêneos 
O CDC limitou-se a identificar os direitos individuais homogêneos por uma 
origem comum, sem conceituá-los. Assim, são direitos que podem ser 
exercidos individualmente pelo consumidor lesado, mas também um grupo 
desses consumidores pode se unir, dada a origem comum da ação. 
Identificam-se com os interesses difusos, diante dessa situação fática que é a 
origem comum. Cite-se, como exemplo, o caso mencionado na Unidade 1: são 
todos compradores de um determinado produto defeituoso. 
 
As ações coletivas têm como instituições legítimas para proceder à defesa do 
consumidor: 
 o Ministério Público; 
 os entes da federação brasileira; 
 as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda 
que sem personalidade jurídica, cuja função resida na defesa do 
consumidor; 
 as associações de defesa do consumidor; e 
 a defensoria pública. 
 
Ressalte-se que a legitimidade da defensoria pública deu-se com a alteração 
da lei da ação civil pública, que é uma ação também destinada à garantia dos 
direitos dos consumidores. 
 
 
 
 
 
 
Síntese 
 
O CDC e as garantias processuais 
 
Como garantias processuais, o CDC resguardou a inversão do ônus da prova 
ao consumidor, quando verossímil a alegação ou nos casos de hipossuficiência 
do consumidor; a propositura da ação no domicílio do autor; e a regra da coisa 
julgada erga omnes, quando se estende a todos os lesados o objeto da ação. 
Ressalte-se que se a sentença for procedente em uma ação coletiva, será 
garantida à coletividade a extensão desse direito, mas se for improcedente por 
ausência de provas, poderá ser proposta nova ação desde que identificadas 
novas provas. 
 
 
Síntese 
O art. 81 do CDC garantiu que a defesa dos consumidores e das vítimas 
pudesse ser realizada de forma individual e coletiva. Esta última, somente será 
exercida quando se tratar de interesses ou direitos difusos, assim entendidos, 
para efeitos do código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que 
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato. 
 
 
 
 
Parabéns! Você chegou ao final do último Módulo do curso Introdução ao 
Direito do Consumidor (parceria ILB e ANATEL). 
 
Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma 
releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado não 
influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o seu 
domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a 
correção imediata das suas respostas!

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