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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO CENTRO DE BIOCIÊNCIAS E BIOTECNOLOGIA GRADUAÇÃO BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DISCIPLINA METODOLOGIA BÁSICA 1/2022 Campos-RJ Junho, 2022. RELATÓRIOS DE AULA PRÁTICA: CONSTRUÇÃO DE PRIMERS REAÇÃO EM CADEIRA DA POLIMERASE (PCR) SEQUENCIAMENTO AMANDA MELLO DA SILVA OLIVEIRA 001161203353 Relatório um: CONSTRUÇÃO DE PRIMERS INTRODUÇÃO Os avanços tecnológicos proporcionou a formação de áreas da biologia que utilizam informática para ampliar as pesquisas na área. Com a bioinformática, hoje é possível obter dados online referentes a sequencias de DNA e proteínas através de sites criados com o objetivo de serem bancos de dados que podem ser acessados por diferentes pessoas de forma remota, como o GenBank (NCBI). O site, além de armazenar dados de genes de interesse, agrupa informações associadas sobre o gene pesquisado. O gene de interesse para essa pesquisa foi gliceraldeído-3-fosfato (GAPDH), uma proteína codificada conhecida por seu papel fundamental na via glicólise e gliconeogênese. METODOLOGIA Sem Regiões Conservadas Buscar a sequencia de interesse e construir primers. Buscar a sequência no site GenBbank (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/refseq/) Sequência utilizada: GAPDH Entrar no site NCBI Reference Sequence Database e pesquisar a sequência escolhida. Fazer a escolha do modelo experimental, para esse relatório foi escolhida a sequência Homo sapiens gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase (GAPDH), variante de transcrição 3. mRNA https://www.ncbi.nlm.nih.gov/refseq/ Ao selecionar o modelo, clicar em FASTA para obter a sequencia do gene e assim salvar as informações em um documento word. Entrar no site Primer3Plus ( https://www.primer3plus.com/index.html) Colar a sequencia obtida na área adequada. Certificar que em Tasks está selecionado generic e na área Sequencia ID colocar o nome do primer, nome escolhido “Primer Metodologia.” https://www.primer3plus.com/index.html Na barra “General Settings” colocar as seguintes configurações: - Product Size Ranges: 500-1500 (Pois a sequencia escolhida possui 1377 pb) - Primer Size: min 18, Opt 20 e máx 38 As configurações restantes foram mantidas com os dados já fornecidos pelo site. Em seguida, clicar em “Pick Primers”. Left Primer 1 – Primer Foward Start: Posição onde começa o primer. Length: Tamanho do primer. Tm: Temperatura Melting Any: Qualquer estrutura secundária que possa ser formado com ele mesmo ou outro primer. End: Estrutura secundária na extremidade 3’, como o primer escolhido não forma estrutura secundária, fica 0. A partir da extremidade 3’ que DNA polimerase inicia a adição de nucleotídeo, caso houvesse alguma estrutura secundária poderia ocorrer a perda da eficiência do PCR. TB: Ligação em qualquer região não especifica do template. Valor em questão é considerado baixo, caso contrário o Primer3 não desenharia esse primer. HP: Hairpin, a estrutura secundária do primer se anelando a ele mesmo. 3’ Stab: Valor de estabilidade da extremidade 3’. Penalty: Valor de penalidade, um score do prime desenhado. Quanto menor, melhor. Right Primer 1 – Primer Reverso O PCR é realizado com o fragmento Foward (azul) e Reverso (amarelo). Após identificar, basta copiar e colar ambos os fragmentos em um documento word e realizar o pedido para o fornecedor. Left Primer: GATTTGGTCGTATTGGGCGC Right Primer: CCACAGTCCATGCCATCACT Regiões Conservadas Buscar regiões mais conservadas do primer que possui variadas sequências no banco de dados, garantindo que o primer desenhado não tenha variação de nucleotídeos nas sequencias. Buscar outra sequencia do mesmo gene alvo no site NCBI. A sequencia escolhida foi Homo Sapiens mRNA variante 1. Entrar no site Clustal Omega (https://www.ebi.ac.uK/Tools/msa/clustalo/) Selecionar “RNA” no campo “Ente ror past a set of” Na caixa “Sequences in any supported format” seguir a seguinte formação. >sequencia1 Colar a sequencia que irá ser investigada. >sequencia2 Colar a sequencia escolhida do mesmo gene alvo. Em seguida, clicar em “Submit”. Ao desenhar o primer para diferentes sequencias de um determinado alvo, o esperado é que haja sobreposições entre as sequencias. Sequencia alinhada Sequencia não alinhada https://www.ebi.ac.uk/Tools/msa/clustalo/ Para selecionar a sequencia de interesse, clique em “Download Alignment File” em seguida copia e cola a região alinhada de uma das sequencias em um doc word – a sequencia 1 foi selecionada. Novamente no site Primer3Plus, copiar e colar a sequencia alinhada, manter as configurações e clicar em “Pick Primers”. Validação in-silico utilizando BLAST do NCBI 1. Na página do resultado de Primer no Primer3Plus, clicar em “Send selected Primers to Primer3Manager”. 2. Clicar em “BLAST Primer at NCBI” Em BLAST, o sistema fará a comparação da sequência de primers com o banco de dados do NCBI para verificar se há alguma similaridade significativa. 3. Clicar em “Blast” 4. Em “Filter Results” buscar pela espécie de modelo usada. (Homo sapiens) Como já era esperado, não foi encontrada nenhuma similaridade significante. Para adquirir o primer do RT-qPCR No site Primer3Plus selecione “qPCR” no campo “Load Server Settings” Cole a sequencia, selecione “Pick hibrydization probe” e mantenha as configurações em “General Settings”. Clique em “Pick Primers” para obter o resultado. Para solicitar os primers de interesse aos fornecedores, clique em “Send select primers to Primer3Manager” e em “Order Primers” Relatório dois: REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR) INTRODUÇÃO PCR Convencional A Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) é uma técnica utilizada para amplificar moldes de DNA por meio de componentes sintéticos do replissomo de um segmento específico do genoma, ou seja, ocorre a criação de múltiplas cópias da amostra de DNA de forma in vitro. Para realização do PCR, além do molde do próprio genoma que será estudado, é necessária a utilização de iniciadores e polimerases específicos, e nucleotídeos livres. A PCR é muito utilizada em pesquisas de laboratórios médicos e biológicos para diagnósticos e detecção de doenças hereditárias e infecciosas, sequenciamento de genes, testes de paternidade e criação de organismos transgênicos. O processo da PCR envolve três etapas: “desnaturação”, onde a sequencia é amplificada e desnaturada ao ser aquecida, e também ocorre a separação da dupla fita de DNA. Etapa de “anelamento”, nessa fase um primer é utilizado para complementar à fita oposta da sequencia de DNA após serem separadas. E por fim, a fase de “extensão” onde a DNA-polimerase adiciona bases complementares, formando então uma nova fita. PCR Real Time (RT - qPCR) A Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (RT - qPCR) é um procedimento semelhante a técnica de PCR convencional conhecida, porém possui a vantagem de quantificar em tempo real do DNA amplificado em cada ciclo de amplificações. Uma singularidade dessa técnica é o uso de um agente fluorescente que permite o monitoramento da reação ciclo a cilo. Os resultados obtidos nessa técnica são analisados nas curvas de melting. O desenvolvimento da RT – qPCR foi utilizada em vários procedimentos nas áreas da saúde, forense e agricultura o que, rapidamente, chamou a atenção de pesquisados que buscaram aperfeiçoar ainda mais a técnica. Diferenças entre PCR convencional e RT – qPCR A PCR convencional tem alta precisão na amplificação de uma sequencia de DNA. No entanto há necessidade de conhecer a sequencia que será amplificada para a sintetização dos primers específicos. Além disso, possui uma sequenciade amplificação limitada sendo difícil de ser aplicada a PCR com sequencias maiores do que 5000pb. Além da amplificação simultânea já mencionada, a RT-qPCR apresenta simplicidade, especificidade, rapidez, elevada produção contínua e detecção de quantidades relativamente pequenas de DNA alvo. Protocolo para RT-qPCR 1. Iniciar fazendo a limpeza das micropipetas e do fluo com álcool, ligar o fluxo e UV e aguardar por 30 minutos. É importante garantir que todas as ponteiras e eppendorfs utilizados sejam estéreis, e utilizar luvas sem talco. 2. Ligar o computador do equipamento de PCR, montar a placa no software, abrir protocolo padrão de termociclagem, ligar o equipamento de PCR e aguardar até que ocorra o reconhecimento pelo computador. 3. Fazer a diluição das amostras de cDNA para curva padrão (importante para testar a eficiência dos primers) – Retirar sempre 3 µl da concentração inicial e adicionar 27 µl de água MilliQ para fazer a amostra diluída 10 vezes, em tudo de 200 µl. Estoque a 100 µM: fazer a diluição relacionando à quantidade em nmol, multiplicando po 10 vezes, em microlitros de água MilliQ. Ao utilizar o estoque, realizar a diluição 10 vezes. Para o uso a 10 µM: 10 µl de primer estoque a 100 µM + 90 µl de água MilliQ. 4. Fazer a preparação do Master Mix para PCR Cálculo da quantidade de poços necessários: n = (amostras x diluições x réplicas) + controle negativo (NTC) + 1 (segurança p/viés de pipetagem) 5. Selar a placa e centrifugar rapidamente (dar um spin). Colocar a placa no equipamento de PCR e iniciar o protocolo de termociclagem. 1) 50 °C – 2 minutos 2) 95 °C – 2 minutos (Hot start para ativação da enzima Taq polimerase) 3) 95 °C – 15 segundos 4) 60 °C – 1 minuto (Plate read) 5) “GO TO 3”, “44 more times” (para 44 ciclos) 6) Melt CURVE: 50 °C – 95 °C; incrementar 0,5 °C por 10 segundos (Plate read) 7) FIM. Protocolo de PCR convencional realizado na aula prática Objetivo Amplificar o DNA. Materiais e Reagentes Água milq 13,3 µL Cloreto de Magnésio 1,5 µL Tampão da própria enzima - 10 vezes Primer f/r - 10 µM Taq Polimerase - 25 µM Amostra CDNA dNTP - 10 µM Eppendorf Vórtex Termociclador Metodologia 1. Descongelar os materiais que serão utilizados – menos a Taq polimerase que não pode ser descongelada. Utilizar o vórtex para agitar as amostras para sair os resquícios na tampa do enperdoff. 2. Utilizar essa sequência para preparar o mix: a) primer f/r; b) dNTP; c) Taq Polimerase; d) Tampão 1 x; e) Cloreto de Magnésio e f) Água Ultra pura 3. Calcular a reação: Primer ___________________ 1 µL CDNA ___________________ 6 µL Taq Polimerase ____________ 0,2 µL Tampão __________________ 2,5 µL Cloreto de Magnésio _______ 1,5 µL Água Ultra pura ___________ 13,3 µL DNTP 1m mM _____________ 0,5 µL Reação total ______________ 25 µL 4. Fazer a identificação da amostra. 5. Pipetar 6 µL de CDNA, 1 µL de primer, 0,5 µL de dNTP, 2,5 µL de tampão e 1,5 µL de cloreto de magnésio. 6. Retirar a enzima Taq polimerase do congelador, pipetar 0,2 µL da enzima e adicionar 13,3 µL de água ultra pura. Antes de adicionar água, agita-la. 7. Ligar o termociclador e colocar a amostra apenas quando chegar a temperatura de 95°C. Ocorreram as seguintes etapas: ETAPA 1: Desnaturação – 95 °C por 30 segundos ETAPA 2: Anelamento – 60 °C por 40 segundos ETAPA 3: Extensão – 72 °C por 1 minuto - As etapas repetiram 35 vezes (35 ciclos); - O último ciclo ocorreu a 72 °C por 3 a 10 minutos. - O processo durou 1h42 minutos. Resultado e Discussão Figura 1: Resultado do PCR convencional realizado em aula no Gel de Agarose. Com as mudanças da temperatura e da quantidade utilizada de cDNA, foi possívem amplificar a banda esperada de aproximadamente 700 bp. Relatório três: SEQUENCIAMENTO INTRODUÇÃO O processo para que se determine uma sequencia exata de nucleotídeos em uma molécula de DNA (ácido desoxirribonucleico) é denominado sequenciamento. Quando um fragmento de DNA é sequenciado, é possível ter conhecimento das quatros bases nucleotídicas presentes dentro da molécula de DNA: Adenina, Guanina, Citosina e Timina. Essas bases no DNA contem informações importantes referentes ao genoma como propriedades hereditárias e bioquímicas, sendo possível assim entender a construção e estrutura das células do organismo estudado. MÉTODOS DE SEQUENCIAMENTO O método de sequenciamento de Sanger atualmente é o mais utilizado. Nessa técnica ocorre a conversão de uma molécula de DNA sequenciada para fitas simples que serão utilizadas como molde para sintetizar fitas complementares. Cada fita sintetizada terá um nucleotídeo específico diferente no final da sua cadeia. Então o resultado dos fragmentos de DNA é separado e analisado na eletroforese. Outra técnica recente de sequenciamento é a Next-Generation Sequencing (NGS). Nesse método ocorre o sequenciamento de várias moléculas diferentes simultaneamente, podendo o genoma inteiro ser sequenciado em questão de dias. Além de ser um procedimento com baixo custo em relação a outros métodos, tem a vantagem de gerar dados em larga escala e precisão. ANÁLISE DE BIOINFORMÁTICA PÓS SEQUENCIAMENTO A bioinformática organiza e analisa as informações obtidas no sequenciamento. A sequencia pré-determinada executa algoritmos de bioinformática, conhecidos como pipelines, que orientam e processam os dados NGS através de uma série de conversões de dados utilizando componentes de softwares, bancos de dados e ambientes operacionais. Os pipelines se apresentam como plataformas específicas de acordo com a necessidade de cada laboratório, no entanto seguem etapas básicas. (figura 2) Figura 2: Fluxograma das etapas dos pipelines na análise bioinformática pós-sequenciamento. É necessário que sejam realizadas validações certas para que a análise dos resultados de NGS tenha mais precisão e confiança. Todo processo é um trabalho em grupo onde o pipeline de informática e a plataforma correspondente trabalham juntamente com outros equipamentos como sequenciadores, computadores, e outros. Nesses procedimentos é fundamental uma abordagem multidisciplinar, envolvendo profissionais experientes nas áreas de bioinformática, engenharia de softwares, médicos, analistas, entre outros. Geração da sequencia de dados de Interesse • Processo de conversão das informações ópticas ou químicas em informação binária para que assim as sequencias de nucleotídeos sejam identificadas. As sequencias são armazenadas em arquivos FASTQ. Alinhamento das Sequencias • Processo onde os pequenos fragmentos de DNA sequenciado se alinham com o genoma de referência. As informações de alinhamento são armazenadas em arquivo BAM. Chamada de Variantes • Processo de identificação das bases que diferem do genoma de referência. O produto final da chamada de variantes é um arquivo no formato VCF. Anotação das Variantes • Processo onde as variantes são selecionadas e filtradas para classificação e interpretação, utilizando as informações disponiveis em bancos de dados de sequenciamento e variantes. Seleção das Variantes e Elaboração do Laudo Clínico. • Na etapa de anotação são identificadas as variantes clinicamente significantes para revisão e interpretação. Para essa etapa é importante que os pipelines estejam alinhados e validados. Após serem selecionadas, as variantes são classificadas de acordo com as diretrizes da ACMG. REFERÊNCIAS Biometrix. (18 de Maio de 2018). Acesso em 20 de Junho de 2022, disponível em Sequenciamento de DNA: desvendando o código da vida: https://www.biometrix.com.br/sequenciamento-dna-desvendando-codigo-da-vida/ EMBL-EBI. (s.d.). Multiple Sequence Alignment. Acesso em16 de Junho de 2022, disponível em Clustal Omega: https://www.ebi.ac.u/Tools/msa/clustalo/ NCBI. (s.d.). National Library of Medicine. Acesso em 16 de Junho de 2022, disponível em http://ncbi.nlm.nih.gov Oliveira, T. M. (2010). PCR em tempo Real: métodos e aplicações . Aveiro, Portugal. Torres, J. d. (s.d.). Protocolo para PCR Real Time. Untergasser, A., & Nijveen, H. (s.d.). Primer3Plus. Acesso em 16 de Junho de 2022, disponível em http://www.bioinformatics.nl/cgi-bin/primer3plus/primer3plus.cgi Varsomics. (19 de Outubro de 2020). Acesso em 20 de Junho de 2022, disponível em Pipelines de bioinformática: o que são e como implementar? : https://blog.varsomics.com/o- que-sao-pipelines-de-bioinformatica/
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