Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EMBRIOLOGIA | Ana Flávia Medeiros Embriologia O desenvolvimento humano inicia na fecundação: ovócito (célula germinativa) é fertilizada pelo espermatozoide forma zigoto (uma única célula) que vai fazendo divisões mitóticas e se desenvolvendo Período embrionário: até a 8° semana de desenvolvimento do embrião Período fetal: a partir da 9° semana Maioria dos avanços ocorre entre a 3° e 8° semana Reprodução humana: Órgãos reprodutivos= produzem e transportam células germinativas das gônadas (testículo e ovário) para o sítio de fertilização- na tuba uterina Paredes do corpo do útero: perimétrio (fina camada externa), miométrio (espessa camada de músculo liso), endométrio (fina camada interna) EMBRIOLOGIA | Ana Flávia Medeiros Tuba uterina- carrega os oócitos do ovário e os espermatozoides para o sítio de fertilização na ampola. Transportam o zigoto (resultado da fecundação) para cavidade uterina Ovários- gônadas femininas, produzem os oócitos, estrogênio e progesterona. Oócito liberado na ovulação segue pela tuba uterina até o útero Testículo- localizados na cavidade do escroto, são envolvidos pela túnica albugínea produz espermatozoides são armazenados no epidídimo, transportados pelo ducto deferente até o ducto ejaculatório e desemboca na uretra Gametogênese: formação de células germinativas espermatozoide e ovócito são gametas Cada gameta tem 23 cromossomos presentes nas células somáticas por meiose- epermatogênese oogênese. Na meiose o n° de cromossomos das células germinativas (espermatozoide e ovócito) se reduz de diploide (2n) para haploide (n), cada um com 2 cromátides Espermatogênese- espermatogônias ficam latentes nos túbulos seminíferos do testículo até a puberdade sofrem mitose e originam espermatócito primário que sofre meiose e torna secundário- espermátides—se transformam em 4 espermatozoides maduros (espermiogênese) espermatozoides entram no lúmen dos túbulos seminíferos do testículo deslocam para epidídimo (armazenamento + maturação). Espermatozoides constituídos por cabeça (com núcleo e coberto por acrossomo que é uma organela que contém enzimas que facilitam a penetração na zona pelúcida) e cauda (motilidade) Oogênese: oogonias (oócitos primordiais) se transformam em oócitos primários maturação no período fetal e conclui na puberdadeoócito primário conclui a primeira divisão meiótica um pouco antes da ovulação forma oócito EMBRIOLOGIA | Ana Flávia Medeiros secundário recebe quase todo o citoplasma, é fertilizado por espermatozoide e a 2° divisão meiótica é completa Ciclo reprodutivo feminino- regulado pelo hipotálamo, hipófise e ovários. O FSH (hormônio foliculoestimulante) estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos e a produção de estrógeno pelas células foliculares. LH (hormônio luteinizante) estimula as células foliculares e o corpo lúteo a produzir progesterona. FSH e LH produzem mudanças cíclicas nos ovários (ciclo ovariano), o FSH promove em cada ciclo o crescimento de folículos primários Falha na gametogênese- falha na separação dos cromossomos, onde alguns gametas não ficam com 23 cromossos e ao ter a fecundação podem ficar com 47 cromossomos por exemplo- monossomia, trissonomia. 1° semana- Ocorre fecundação + divisão celular forma zigoto fixação no endométrio. Espermatozoide penetra a zona pelúcida e se funde com a membrana do ovócito, se desenvolve através de divisões celulares e forma zigoto Zigoto sofre clivagem (várias divisões mitóticas e resulta em forma de blastômero EMBRIOLOGIA | Ana Flávia Medeiros De 12 a 32 blastômeros= forma mórula Mórula alcança o útero e forma cavidade blastocística O blastocisto tem camada externa (trofoblasto) e fica aderido ao epitélio do endométrio, logo o trofoblasto começa a se proliferar e diferencia em 2 camadas Blástula ocorre 5 dias após a fertilização Trofoblasto + endométrio = placenta Embrioblasto ou massa celular interna forma o embrião 2° semana: Blastocisto implantado no endométrio- células endometriais sofrem apoptose facilitando a fixação do blastocisto Quanto mais o blastocisto implanta mais o trofoblasto entra em contato com o endométrio e se diferencia em 2 camadas Citotrofoblasto- forma novas células trofoblásticas que migram para massa de sinciotrofoblasto Sinciotrofoblasto- massa multinucleada que produz hCG (gonadotrofina coriônica humana) que entra no sangue materno. Forma disco embrionário bilaminar (com 2 camadas) = epiblasto + hipoblasto; forma camadas germinativas de tecidos e órgãos Epiblasto- células colunares altas, tem mais contato com a cavidade amniótica, forma assoalho da cavidade amniótica Hipoblasto- células menores cuboides abaixo do epiblasto, adjacente a cavidade exocelômica. EMBRIOLOGIA | Ana Flávia Medeiros Forma cavidade amniótica, âmnio, saco vitelino, pedúnculo e saco coriônico Quando o âmnio, disco embrionário e saco vitelino primário se formam aparece lacunas que são preenchidas por sangue materno Início da circulação uteroplacentária Cavidade amniótica: cavidade preenchida por líquido amniótico e envolve o embrião, aparece a medida que o líquido amniótico se acumula entre as células do epiblasto e trofoblasto Saco vitelino: estrutura membranosa formada pela endoderme e mesoderme extraembrionária, função de armazenar substâncias nutritivas utilizadas pelo embrião. Transferência de nutrientes para embrião durante a 2° e 3° semana antes que a circulação uteroplacentária seja estabelecida. Durante a 4° semana a parte dorsal do saco vitelino é incorporada ao embrião como o intestino primitivo. Células germinativas primordiais aparecem no revestimento da parede endodérmica do saco vitelino na 3° semana Âmnio e fluido amniótico: âmnio forma saco amniótico que contém o líquido amniótico; chamado também de bolsa amniótica, originada da ectoderme e da mesoderme extraembrionária. Líquido amniótico tem função no crescimento e desenvolvimento fetal, barreira contra infecção, desenvolvimento do pulmão fetal, impede aderência do âmnio no embrião, amortecimento, controle de temperatura, movimentação do feto, homeostase; Na 11° semana o feto contribui para formação do fluido amniótico, expelindo urina na cavidade amniótica; líquido amniótico é engolido pelo feto Saco coriônico: no final da 2° semana surge vilosidades coriônico. O mesoderma somático extraembriona´rio e 2 camadas do trofoblasto formam o cório que vai formar a parede do saco coriônico. Vilosidades coriônicas- região rica em vasos sanguíneos que é formada a partir do trofoblasto, constituem a parte fetal da placenta, chamados também de cório viloso Cório: proteção ao embrião, reveste cavidade coriônica. Formado pelas células do citotrofoblasto, sinciotrofoblasto e mesoderme extraembrionário. Dividido em liso ou viloso Embrião + saco amniótico + saco vitelino são suspensos por pedúnculo na cavidade coriônica EMBRIOLOGIA | Ana Flávia Medeiros 3° semana: Aparece a linha primitiva; notocorda se desenvolve; 3 camadas germinativas Acontece a gástrula- disco embrionário bilaminar passa a ser trilaminar (com 3 camadas), sendo: ectoderme, endoderme e mesoderme, que originam tecidos e órgãos específicos. Ectoderme: células menores que revestem o embrião externamente e se proliferam. Responsável pela formação da epiderme e anexos, epitélio de revestimento das cavidades nasais, anal e bucal, glândula hipófise, sist.. nervoso central e crânio, e outros. Endoderme- células maiores que revestem internamente o arquêntero (cavidade embrionária, é uma espécie de tubo digestório do embrião, se comunica com o meio externo pela abertura do blastóporo). Responsável pelaformação da parte mais visceral, epitélio do sist. digestório, pâncreas, fógado, epitélio sist. respiratório... Mesoderme- responsável pela formação do esqueleto axial (crânio e vértebras), derme, músculo estriado, tecido conjuntivo, tecido muscular liso, sist.. circulatório Linha primitiva- a partir da proliferação e migração das células do epiblasto para o disco embrionário. Fica na região dorsal do disco embrionário, sendo possível identificar os eixos corporais. O resto da linha primitiva pode formar teratoma sacrococcígeno. Notocorda: serve de base para formar a coluna vertebral, suporte ao tubo neural; células da mesoderme migram para região cranial e formam notocorda entre a ectoderme e endoderme Neurulação- fase embrionária que forma a nêurula, que se inicia com o espessamento da ectoderme dorsal, formando placa neural que tem envaginação formando o sulco neural; as células que formam o sulco neural EMBRIOLOGIA | Ana Flávia Medeiros se desprendem da ectoderme e suas bordas se unem formando o tubo neural. Forma placa neural + dobras neurais (fechamento das dobras neurais= tubo neural) Durante a neurulação tem a formação da notocorda- estrutura que se origina da mesoderme Na fase da neurulação surge 2 brotos de células mesodérmicas que se multiplicam e formam 2 blocos celulares= somitos, originando o celoma do corpo, delimitado por células da mesoderme e mais tarde se diferencia em cavidade pleural (pulmões), cavidade pericárdia (onde fica o coração) e cavidade peritoneal (onde fica órgãos abdominais) Ectoderme= origina sistema nervoso central Vasculogênese- formação de vasos sanguíneos, começa na mesoderme do saco vitelino, pedúnculo e cório; células da mesoderme se desenvolvem em células endoteliais achatadas formando vesículas que se unem em longos tubos. 4° semana: Embrião começa a ter forma humana- fica um pouco curvado Dobras neurais formam encéfalo primordial Dobramento da extremidade caudal= crescimento da parte distal do tubo neural forma primórdio da medula espinhal Pedúnculo do embrião primórdio do cordão umbilical Uma parte da endoderme do saco vitelino se incorpora no embrião= forma primórdio da faringe- arcos da faringe ficam visíveis Tem elevações superficiais produzidas pelos somitos Tubo neural aberto Coração primitivo bombeia sangue Começa a aparecer brotos dos membros superiores + fossetas óticas (primórdio da orelha interna) No final da 4° semana se desenvolve rede vascular que permite troca gasosa, de nutrientes e produtos residuais metabólicos 5° semana Crescimento da cabeça; cabeça é maior do que as outras regiões do corpo Cristas mesonéfricas indicam a localização dos rins 6° semana Olhos evidentes Início da formação do pavilhão auricular Movimentações e contrações do tronco e membros 8° semana Pescoço definido Pálpebras começam a se fechar Dedos mais compridos e separados Plexo do couro cabeludo- faixa envolvendo a cabeça Possível ter a identificação do sexo Período fetal- a partir da 9° semana; tem crescimento corporal e diferenciação de tecidos, órgãos e sistemas 9° a 12° semana: crescimento do corpo em comprimento; olhos separados; pernas curtas e coxa pequena; genitália feminina e masculina bem EMBRIOLOGIA | Ana Flávia Medeiros desenvolvida externamente; formação da urina; intestino no abdome 13° a 16° semana: crescimento rápido, ossos visíveis, movimento ocular lento 17° a 20° semana: mais movimentos fetais; crescimento não muito rápido; pele coberta por vérnix (composto de células epidérmicas mortas, dando proteção para o feto), sobrancelha e cabelo visíveis. Masculino- testículo desce; feminino- inicia a canalização da vagina 21° a 25° semana: ganho de peso, pele enrugada, movimentos oculares rápidos, presença e unha, produz líquido surfactante 26° a 29° semana: pulmões desenvolvidos, sistema nervoso central amadurecido, pálpebra aberta, gordura subcutânea 30° a 38° semana: sistema nervoso maduro, tem reflexo pupilar, circunferência da cabeça e abdome iguais. Placenta e membranas fetais: Placenta: principal local de troca de nutrientes e gases (O2) entre a mãe e o feto. Composto por parte fetal e materna (derivada do endométrio); Parte fetal é fixada à materna pela capa citotrofoblástica. Junto com o cordão umbilical forma sistema de transporte de substancias. Função- 1. Metabolismo (síntese de glicogênio, colesterol e ácidos graxos; transporte e secreção endócrina) 2. Transporte de gases e nutrientes (por difusão simples, difusão facilitada, transporte ativo, pinocitose; transfere gases- O2, CO2, CO; nutrientes- glicose, aminoácidos, vitaminas, água); 3. Proteção (anticorpos maternos); 4. Nutrição; 5. Respiração; 6. Excreção de resíduos (bilirrubina conjugada- síntese e secreção endócrina, alta vascularização); 7. Produção hormonal (hCG); Após o nascimento a placenta é expelida pelo útero Desenvolvimento placenta: começa na 2° semana; A rápida proliferação do trofoblasto e o desenvolvimento do saco coriônico e das vilosidades coriônicas formam a placenta As vilosidades coriônicas auxiliam a troca de nutrientes e circulação, cobre todo o saco coriônico até o início da 8° semana; O saco cresce, as vilosidades degeneram produzindo área relativamente avascular: cório liso- membrana serosa que nutre e protege o embrião. Parte espessa do saco coriônico- córion viloso ou córion frondoso; o tamanho do saco coriônico é importante para determinar a idade do embrião Parte fetal da placenta (cório viloso) está fixada à parte materna da placenta pela capa citotrofoblástica- as artérias e veias endometriais passam através das aberturas na capa citotrofoblástica e se abre no espaço interviloso Circulação na placenta- através das ramificações vilosas, a membrana placentária é formada por tecidos extrafetais. O sangue fetal oxigenado EMBRIOLOGIA | Ana Flávia Medeiros nos capilares fetais passam para veias que acompanham as artérias coriônicas até o local de fixação do cordão umbilical, formando veia umbilical. Transporte de sangue rico em O2 para o feto. O sangue materno entra no espaço interviloso- flui em torno das ramificações vilosas, permitindo a troca de metabólicos e produtos gasosos- retorna pelas veias endometriais para circulação materna Hipóxia fetal- redução da circulação uteroplacentária, restringe o crescimento intrauterino Sinciotrofoblasto- principal transportador de nutrientes No final da 3° semana há local para trocas fisiológicas entre a mãe e o embrião Membrana amniótica- âmnio e cório liso se fundem e formam membrana amniótica que se rompe durante o parto, ao romper libera fluido amniótico pelo colo uterino e vagina Doença hemolítica do neonato- eritroblastose fetal= feto Rh- positivo e mãe Rh-negativo, então as células fetais podem estimular a formação de anticorpos anti-Rh pelo sistema imunológico da mãe. Sistema imunológico da mãe age como se fosse um invasor Parto- feto, placenta e membranas fetais são expelidos pelo corpo da mãe- sequência de contrações uterinas que resultam na dilatação do colo uterino; Contrações do músculo liso uterino (miométrio) são estimuladas pela ocitocina, que é liberada pela neurohipófise materna, que estimula a liberação de prostaglandinas e estimulam a contratibilidade miometrial; Estrogênio também aumenta a contração do miométrio e estimula a liberação de ocitocina e prostaglandinas Estágios do trabalho de parto: 3 fases= 1. Dilatação: colo do útero tem dilatação, pode durar de 7 a 12h 2. Expulsão: colo do útero totalmente dilatado e tem a saída do feto, pode durar de 20 a 50min 3. Separação: feto nasce e termina com a expulsão da placenta e membranasfetais; forma hematoma no fundo da parede uterina e a placenta se separa; dura aproximadamente 15min. Se a placenta ficar retida ou aderida dentro de 1h pode causar hemorragia Anormalidades da placenta: Placenta acreta- adesão anormal das vilosidades coriônicas no miométrio da parede uterina; Placenta percreta- vilosidades coriônicas penetram todo o miométrio, a caminho do perimétrio Placenta prévia- blastocisto se implanta próximo ou sobre o orifício interno do útero Cordão umbilical- próximo ao centro da superfície fetal da placenta. Normalmente tem 1 a 2cm de diâmetro e 30 a 90cm de comprimento;
Compartilhar