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Atividade física e doenças

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25
Atividade física e doenças 
crônico-degenerativas
Resumo
Uma vasta documentação científica, que atualmente vem 
ganhando a atenção dos grandes veículos de comunicação e de todas 
as esferas da sociedade, mostra a importância da prática de atividade 
física em conjunto com a adoção de hábitos alimentares saudáveis 
como forma de promoção da saúde e prevenção de diversas doenças 
crônico-degenerativas. Entretanto, uma análise mais atenciosa mostra 
que ainda é visível uma relativa confusão de termos e uma falta 
de consenso quanto à prescrição adequada de atividade física com 
essa finalidade. Nessa perspectiva, esse trabalho de revisão buscou 
organizar conceitos, terminologias e recomendações de intervenção 
do profissional de Educação Física relacionados a tais doenças, como 
forma de unificar os termos e possibilitar uma melhor comunicação dos 
diversos profissionais da área de saúde. As características de abordagem 
multi e interdisciplinar no tratamento e prevenção das doenças 
crônico-degenerativas exigem que os profissionais de saúde detenham 
conhecimentos básicos sobre os termos e níveis de intervenção através 
da adoção de um estilo de vida ativo.
Abstract
An extensive scientific documentation, which currently has 
gained the attention of major vehicle of communication and all society, 
shows the importance of physical activity with the adoption of healthy 
eating habits as a form of health promotion and prevention of various 
chronic-degenerative diseases. However, a more attentive analysis 
shows that is still visible a confusion of terms and a lack of consensus on 
the appropriate prescription of physical activity for that purpose. In that 
perspective, this review searched organizing concepts, terminology and 
recommendations of the Fitness professional intervention related to such 
diseases as a way to unify the terms and enable better communication 
of various professionals in the area of health. The characteristics of 
multi and interdisciplinary approach in the treatment and prevention of 
chronic-degenerative diseases require that health professionals have 
basic knowledge about the terms and levels of intervention through the 
Alex Soares Marreiros Ferraz e 
André Accioly Nogueira Machado
Palavras-chave: 
Atividade física; Saúde; Doenças Crônico-degenerativas.
Diversa :: Ano I - nº 1 :: pp. 25-35 :: jan./jun. 2008
Diversa :: Ano I - nº 1 :: pp. 25-35 :: jan./jun. 2008
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Ao longo dos anos, o homem tem vivenciado diversas mudanças no seu estilo de vida. Muitas dessas alterações são decorrentes do processo de 
modernização e industrialização, que podem refletir diretamente na 
vida dos indivíduos, modificando seus hábitos diários. Resultando 
em um estilo de vida próprio de uma sociedade cada vez mais 
consumista e dinâmica, que associa em sua rotina estresse, fumo, 
sedentarismo e alimentação excessivamente calórica. 
Nesse contexto, em se tratando de saúde pública podemos 
observar principalmente um aumento acentuado da mortalidade 
causada por doenças crônico-degenerativas. Pois estes novos hábitos 
de vida possibilitaram o aparecimento de um conjunto de doenças de 
etiologia não especifica, que são relacionadas às condições de vida 
próprias desta nova sociedade. A alteração qualitativa e quantitativa 
da ingestão alimentar, o aumento dos fatores estressantes, a 
diminuição da atividade física, o aumento do tabagismo, entre 
outros fatores estão relacionados com o aparecimento de doenças 
cardiovasculares, em especial a hipertensão arterial; metabólicas, 
como a diabetes mellitus tipo 2 e a obesidade; entre outras doenças 
crônicas, como o câncer e a osteoporose (PITANGA, 2004).
Este conjunto de doenças ditas crônico-degenerativas pode 
ser considerado a principal causa do aumento da mortalidade na 
população mundial, sendo responsáveis por cerca de dois terços 
das mortes na população americana (EYRE et al., 2004), com 
uma prevalência maior para as doenças cardiovasculares, estas 
responsáveis por cerca de 40% de todas as mortes nos Estados 
Unidos no ano de 2001 (PERSINGER et al., 2004). Neste contexto, 
uma menor exposição aos fatores de risco predisponentes ao 
aparecimento dessas patologias é uma das principais ações de 
prevenção primária para essas doenças. 
Entre os fatores de risco modificáveis (dieta, fumo, 
hipercolesterolemia, hipertensão arterial, glicemia de jejum elevada, 
sobrepeso, estresse e inatividade física), a prática de exercícios 
físicos tem lugar de destaque. Baseando-se nestas relações, esse 
texto busca organizar terminologias, conceitos e recomendações 
sobre atividade física e saúde com objetivo de tornar consensuais 
as informações sobre a prática de atividade física como forma de 
prevenção de doenças crônico-degenerativas.
adoption of an active lifestyle.
Key-words: 
Physical activity; Health; Chronic-degenerative Diseases.
Diversa :: Ano I - nº 1 :: pp. 25-35 :: jan./jun. 2008
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BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA
Diversos documentos de vários países que tratam da 
prevenção e do tratamento de doenças incentivam a prática de 
atividade física regular como forma de promover, de manter e de 
melhorar a saúde geral de indivíduos e populações. Estes achados 
ganharam tal dimensão que hoje essas recomendações deixaram de 
ser recomendações exclusivas dos profissionais de saúde e passaram 
a fazer parte dos conselhos de pessoas comuns aos seus pares.
Sobre esse tema, Carvalho et al. (1996), Pate et al. (1995) e 
Thompson et al. (2007) apresentam as principais condições clínicas 
combatidas pela prática regular de exercícios físicos, quais sejam: 
doença aterosclerótica coronariana; hipertensão arterial sistêmica; 
acidente vascular encefálico; doença vascular periférica; obesidade; 
diabetes mellitus tipo 2; osteoporose e osteoartrose; câncer de 
cólon, mama, próstata e pulmão; além de ansiedade e depressão. 
A maioria destas informações sobre o impacto positivo 
da atividade física para a saúde deriva de grandes estudos 
epidemiológicos, principalmente realizados nas décadas de 1970 e 
1980. Um resumo destes estudos pode ser observado no trabalho de 
Ferreira & Najar (2005) e Pitanga (2002). A partir do entendimento, 
sobre o impacto positivo para a saúde da prática de atividade física, 
surge a necessidade de explicitar os mecanismos responsáveis por 
tais benefícios.
Eaton & Eaton (2003) dividem os benefícios da prática 
regular de atividade física nos componentes relacionados ao sistema 
muscular, cardiovascular, a composição corporal e resistência 
à insulina. Alguns documentos descrevem com detalhes esses 
mecanismos e as condições de prescrição particulares relacionada 
à prática de atividade física para agravos de saúde específicos. 
Como exemplos ilustrativos citamos, em relação à hipertensão, os 
trabalhos de Kelley & MacClellan (1994), Negrão & Rondon (2001) 
e Véras-Silva et al. (1997). E em relação aos efeitos do exercício 
no combate aos quadros depressivos, três revisões são bastante 
conclusivas (GUIMARÃES & CALDAS, 2006; HELENA et al., 2007; 
MORAES et al., 2007). 
RELAÇÃO COM A NUTRIÇÃO
Outra área relacionada à promoção da saúde que também 
já deixou de ser discutido somente por seus profissionais e ganhou 
espaço em todas as esferas da sociedade, é a que trata dos cuidados 
Diversa :: Ano I - nº 1 :: pp. 25-35 :: jan./jun. 2008
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e recomendações a cerca de hábitos alimentares dos indivíduos e 
da população. De maneira similar ao que aconteceu com a área 
da prática de atividade física, foram o grande número de achados 
científicos bem como a popularização dessa informação que justificam 
a importância e a notoriedade das ações e recomendação sobre os 
cuidados alimentares. 
Sobre este tópico o documento comum da Sociedade de 
Câncer Americana, Associação de Diabetes Americana e Associação 
do CoraçãoAmericana (EYRE et al., 2004) recomenda redução no 
hábito de fumar, o aumento no nível de atividade física e a melhoria 
na qualidade da alimentação como fatores básicos para a promoção 
da saúde. 
Sem querer atribuir maior importância a qualquer um destes 
fatores isoladamente, mas sim, ressaltando a necessidade de sua 
associação para obtenção e manutenção de uma maior e melhor 
sobrevida (ROCHELLE, 1998), cabe neste momento relacionar a 
atividade física e a nutrição como fortes instrumentos para, por 
exemplo, auxiliar na manutenção do peso corporal adequado e 
prevenção da obesidade (CYRINO & NARDO, 1996), que é mais um 
fator de risco para o surgimento de doenças crônico-degenerativas 
(BYERS et al., 2002). Sobre este aspecto, a prática de atividades 
físicas auxilia a nutrição, no sentido em que contribui para elevar 
o gasto energético e, desta forma, tanto favorece a perda de peso 
através de dietas hipocalóricas como sua manutenção nas dietas 
normocalóricas (DENADAI et al., 1998). 
É ainda de grande relevância o papel de uma orientação 
nutricional adequada para indivíduos que praticam atividade 
física, pois a falta de harmonia entre alimentação e as alterações 
metabólicas promovidas pelo exercício pode acarretar disfunções 
hormonais, perda de massa muscular, osteopenia, entre outras 
condições inadequadas para uma boa saúde (CARVALHO et al., 
2003). Ressalta-se, ainda, que atualmente é freqüente a busca 
do exercício físico exagerado aliado a uma dieta extremamente 
restritiva, comportamentos característicos de indivíduos insatisfeitos 
com a própria imagem corporal, a qual não condiz com os padrões 
socialmente idealizados (LUZ; ANTONACCIO & DUNKER, 1998). 
Nestas situações é fundamental a abordagem conjunta do educador 
físico e do nutricionista, no sentido de contribuir para evitar que 
estas alterações de comportamento evoluam para transtornos 
alimentares, como anorexia nervosa e bulimia, cujo manejo se torna 
bem mais complicado.
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DEFINIÇÕES TERMINOLÓGICAS
Diante desse quadro em que os cuidados com a prevenção e 
promoção da saúde passam a ser as principais formas de intervenção 
das equipes de saúde, é de fundamental importância que os diversos 
profissionais da área de saúde assumam um discurso unificado, 
de forma que as informações prestadas à população sejam mais 
consensuais. 
Entretanto, ainda é comum, mesmo em textos específicos da 
área de atividade física, como o documento da Sociedade Brasileira 
de Medicina do Esporte (CARVALHO et al., 1996), observar uma 
confusão conceitual de termos como “atividade física”, “exercício 
físico” e “aptidão física”. Tal fato dificulta uma recomendação 
adequada da prática de atividade física para a promoção da saúde, 
além de dificultar a comunicação entre os profissionais de diferentes 
áreas relacionadas a essa prática.
As definições adotadas por Araújo & Araújo (2000) parecem 
mais fáceis de serem entendidas por diferentes profissionais. Para 
eles, atividade física é conceituada como qualquer movimento 
corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resultem em 
gasto energético acima do nível de repouso. Contudo, falta nesta 
definição, ressaltar a intencionalidade desse movimento, visto 
que, por exemplo, um espirro é um movimento reflexo e não uma 
atividade física. Os mesmos autores mostram que exercício físico é 
um subgrupo da atividade física que para ser caracterizado como 
tal dever ser planejado, estruturado e repetido com o propósito 
de manter e/ou melhorar o condicionamento físico. E terminam 
apresentando o significado de aptidão física como sendo a habilidade 
do corpo para a realização de atividades físicas.
Partindo destas definições, fica mais fácil a recomendação 
e prescrição dessas atividades. Em consonância com a utilização 
dos termos adequados e com as recomendações de combater o 
sedentarismo ou a inatividade física (ARAÚJO & ARAÚJO, 2000; 
CARVALHO et al., 1996; DUNN, ANDERSEN & JAKICIC, 1998), 
os diversos profissionais de saúde devem encorajar as pessoas a 
incrementarem seus níveis de atividade física diárias, com posturas 
mais ativas em seu dia a dia, como utilizar escadas, realizar tarefas 
domésticas, participar de atividades de lazer ativo; de maneira que 
elas resultem em um mínimo de 30 minutos de atividades leves e 
moderadas na maioria dos dias da semana, quer de forma continua 
quer de forma fracionada, visto que ambas tem o mesmo impacto 
nas já condições gerais de saúde (HARDMAN, 2001). Para que 
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assim, possam garantir os primeiros benefícios de ser um indivíduo 
fisicamente ativo.
Ainda de acordo com os referidos textos, a prescrição de 
exercícios para a melhoria da aptidão física relacionada às condições 
específicas de saúde, bem como para a performance atlética, 
deve ser feita a partir do encaminhamento dessas pessoas aos 
profissionais competentes para a prescrição de exercício em cada 
etapa do processo de manutenção e/ou reabilitação dos níveis de 
saúde. Quais sejam, o Fisioterapeuta na reabilitação, e o Professor 
de Educação Física no treinamento e manutenção da aptidão física 
relacionada à saúde.
RECOMENDAÇÕES DE ATIVIDADE FÍSICA
A partir do conhecimento da relevância da atividade física 
para a promoção da saúde e para a prevenção das doenças crônico-
degenerativas e depois de diferenciados alguns termos relacionados 
à atividade física, podemos abordar melhor as questões de quando, 
quais e como a prática dessas atividades será benéfica à saúde e 
atuará na prevenção de doenças.
Uma boa capacidade de realizar atividade física, ou seja, 
uma boa aptidão física está diretamente relacionada com menores 
índices de morbidade e mortalidade. Um estudo longitudinal de Blair 
et al. (1996), acerca da aptidão física de 25.341 homens e 7.080 
mulheres, mostrou que um baixo condicionamento cardiorrespiratório 
foi um dos mais fortes precursores de mortalidade nessa população. 
Esse estudo, portanto, relacionou aptidão ou capacidade para a 
componente resistência aeróbica, com uma menor mortalidade. 
Entretanto, a aptidão física também está relacionada à capacidade de 
realização de diferentes formas de atividades físicas, as que exigem 
força, equilíbrio, agilidade, resistência aeróbica, entre outras. Então 
que componentes da aptidão física estariam relacionados com a 
saúde e as doenças crônico-degenerativas?
Sobre esta questão, Carvalho et al. (1996) e McArdle; Katch 
& Katch (2003) concordam que os componentes da aptidão física 
relacionados à saúde são: capacidade aeróbica, força e flexibilidade. 
Dessa forma, a intervenção individual na prescrição adequada de 
exercícios físicos para melhoria da aptidão física relacionada à saúde 
deve abranger exercícios que possibilitem o desenvolvimento das 
três capacidades físicas supracitadas. E envolvam intervenções a 
nível individual, provavelmente em grupos que já apresentam um 
nível mínimo de atividade física, ou seja, que não são sedentários.
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Já no que diz respeito a intervenções populacionais, com 
o objetivo de possibilitar que este grande contingente de pessoas 
deixe a condição de uma vida sedentária e adotem um novo estilo 
de vida com mais atividade física, essas recomendações deveriam 
ser diferentes.
Temos, neste nível de intervenção, documentos da Sociedade 
Brasileira de Medicina do Esporte (CARVALHO et al., 1996), do 
American College of Sports Medicine (PATE et al., 1995) e do Task 
Force on Preventive Services (2002), indicando que essa condição 
de moderadamente ativo será atingida com um acúmulo de um 
mínimo de 30 minutos de atividade física moderada por cinco ou 
mais dias na semana, ou seja, um gasto calórico mínimo de 2.000 
kcal semanais.Entende-se por atividades moderadas aquelas com 
gasto calórico de 4 a 7 Kcal/min (PATE et al., 1995), tais como: 
caminhar rápido, pedalar, realizar tarefas domésticas, cuidar de 
crianças, nadar, carregar pacotes, jardinagem, entre outras.
Neste caso, as recomendações são populacionais e 
objetivam, segundo esses mesmos autores, tirar as pessoas do 
status sedentário e levá-las para o nível moderadamente ativo, fato 
este que proporciona uma diminuição de aproximadamente 38% 
e 55% na taxa de morte segundo estudos de Paffenbarger & Lee 
(1996) e de Pate et al. (1995), respectivamente. É válido ressaltar 
que este gasto calórico não necessariamente deve ser proveniente 
de exercícios físicos estruturados. Sendo a prática de atividade física 
tão eficiente quanto os exercícios sistemáticos para a aquisição de 
bons níveis de saúde e prevenção de doenças crônico-degenerativas, 
visto que essa relação com o gasto calórico independe do fato dele 
ser proveniente de uma sessão de trinta minutos ou de dez sessões 
de três minutos (HASKELL et al., 2007; PATE et al,. 1995).
CONCLUSÃO
Partindo das informações aqui apresentadas, fica bem 
explicita a relação entre a prática regular de atividade física e a 
melhoria na saúde de seus praticantes. Tal melhora se deve tanto ao 
seu impacto direto na saúde, quanto pela sua relação com fatores 
como a perda de peso, controle da glicemia, da pressão arterial, 
além de melhorar diversos quadros de estresse emocional. 
Assim a atividade física se configura como um fator positivo 
no combate as doenças crônico-degenerativas, por apresentar forte 
relação com os demais fatores de risco predisponentes dessas 
doenças.
Diversa :: Ano I - nº 1 :: pp. 25-35 :: jan./jun. 2008
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A prática diária de atividade física por no mínimo 30 minutos 
deve ser a recomendação geral em se tratando de intervenções 
populacionais. Para as intervenções individuais, os exercícios físicos 
devem ser prescritos por Profissionais de Educação Física, os quais são 
habilitados para tal, e devem objetivar principalmente a melhoria da 
capacidade aeróbica, força e flexibilidade. Além de possibilitar uma 
melhoria na composição corporal, que deve ser obtida a partir de um 
trabalho conjunto com uma intervenção nutricional adequadamente 
orientada. 
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Sobre os autores
Alex Soares Marreiros Ferraz 
Doutorando em Biotecnologia (Universidade Estadual do Ceará 
- UECE); Professor da UFPI.
e-mail: ferrazalex@hotmail.com
André Accioly Nogueira Machado
Mestrando em Ciências Fisiológicas (Universidade Estadual do 
Ceará - UECE).
Recebido em: 11/05/2008
Aceito em: 28/06/2008
WILLICH. S. N.; COSTA, F.; AMERICAN HEART ASSOCIATION COUNCIL 
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